SANTOS 100 ANOS – COM A PALAVRA, “O SANTISTA”.

Não há dimensão para se falar de uma paixão. Eu, palmeirense, posso no máximo aplaudir e respeitar a fantástica história de um dos maiores rivais de minha amada agremiação. Por mais que tente, ao tentar extrair de meu âmago o sentimento que o momento pede, fatalmente irei fala sobre Ademir, Edmundo, Marcos e Evair, quando na verdade a data é de Pelé, Giovanni, Robinho e Neymar. Por isso o espaço hoje é todo deles, de quem vive e ama o Peixe.

Com a palavra, “o santista”:

 

Em 1977, o mundo começou para mim e resumindo esta história ficou mais ou menos assim:

Morador da Vila Carrão, zona leste de Sampa, nascido em um ano envolto em alegrias e tristezas. Época em que nem eu próprio tinha noção da minha existência, mas que hoje, no auge de meus 35 anos, me vejo como fã e admirador de alguns ícones que se foram naquele ano, entre eles: Elvis Presley e Bruce Lee.

Grandes acontecimentos musicais, como: o Queen lança o clássico e “hino mundial” “We are the Champions”, os Beatles lançam mais um álbum o “Love Songs” e o grupo Abba vai ao ápice do sucesso.

Fatos que marcaram época e, para minha tristeza, soma-se a esses a aposentadoria do Rei do futebol.

Fui iniciado na condição de santista inveterado pelo senhor Luis, meu digníssimo pai, o qual contava maravilhosas histórias de um rapaz negro que fazia até chover em campo. Falava de um Maracanã lotado com jogos lá mandados por um fantástico time alvinegro. Histórias de um futebol bonito e bem jogado foram me encantando. As histórias de um homem que viu Pelé jogar. Não só o rei, mas Carlos Alberto, Pepe, Coutinho, Mengalvio e etc…

Quando comecei a entender o que era ser santista ganhamos nosso último título de expressão, o paulistão de 84. Após isso foram alguns anos de perturbação e gozação, quando esse time secular chegou à beira do ostracismo.

Tivemos então um sopro de esperança em 1995, com um desfecho triste causado por um tal de Marcio Resende de Freitas. Esse mesmo tirou um sorriso estampado no rosto dos torcedores e admiradores de futebol bem jogado, tudo isso após uma semifinal contra o Fluminense digna de final de “Champions League”. Desabando o sonho de uma torcida carente de títulos e um time de guerreiros com um gênio no meio campo…ah…Giovanni!

E começou a tortura novamente para os torcedores santistas até 2002. Nesse ano pude ver o que seu Luis queria dizer com o “ser santista” e o que era futebol bonito.

 Graças a uma nova geração de meninos da Vila (2002-Robinho e Diego), (2009- Neymar e Paulo Henrique Ganso). A partir do ano de 2002 descobri qual o melhor momento de escutar “We are the Champions” e desde então, até os dias atuais sabemos a história.

E esta história só está começando. Afinal, 100 anos não é nada para uma nação, pois ainda estamos em processo de evolução.

Obrigado pai e parabéns Santos F.C. 100 anos de história!

To be continued…

 

Por: Elidemon Marinho

 

Eu não consigo me lembrar do dia em que me tornei santista. Às vezes faço um esforço de memória, mas não consigo. Muito provavelmente foi por causa do meu pai, que também é santista, apesar de não ser um torcedor fanático. Pelo menos eu consigo ter em minha mente uns “flashes” de memória de, na minha infância, ver um time de branco na TV. Agora eu me lembro de três momentos que me botaram a prova como torcedor do Santos.

O primeiro foi em um Santos x Cruzeiro no Campeonato Brasileiro de 87. Eu estava assistindo a esse jogo e o Santos perdeu por 1 x 0. Acho que não valia nada para o Santos esse jogo. Era época de vacas magras para o Peixe e fiquei tão chateado com mais essa derrota que resolvi que não iria mais torcer para esse time. Jogo seguinte lá estava eu olhando os resultados nas capas dos jornais nas bancas para saber se o Santos tinha ganhado ou não.

O segundo foi na final do Brasileirão de 95. Como eu fiquei chateado (para não escrever um palavrão aqui) perder aquele título para o Botafogo. Assim como todo santista, o nome Márcio Rezende de Freitas passou a ser maldito para mim. Lembro-me de deitar na cama e ficar sonhando acordado de que o resultado foi outro.  Até aquele momento eu nunca tinha tido tanta a certeza de que seria campeão, ainda mais depois da espetacular semifinal contra o Fluminense.

O terceiro foi na final do Brasileirão de 2002 contra o Corinthians. O Santos fez 1 x 0 no primeiro tempo. Juntando com o resultado da primeira partida, o Santos vencia o confronto em 3 x 0. Com isso, o Corinthians teria que fazer 3 gols no segundo tempo para ser campeão, já que a vantagem do empata do confronto era deles. Eis que num certo momento do segundo tempo o Corinthians faz dois gols. Eu não agüentei, fui me trancar no banheiro e tampei meus ouvidos para tentar não ouvir mais sobre o jogo. Mas quando ouvi meu irmão mais novo palmeirense (e obviamente torcendo contra o Corinthians) gritando gol, me baixou um alívio grande. O Santos tinha empatado o jogo e depois fez mais um. Parecia que eu tinha tirado uma tonelada do peito. Até que enfim podia gritar “É campeão !!!”.

Por: Jurandir Carnavale Jr.

 

Um Quiz – muito fácil de responder!!!!!

 

Mayra Fonseca Carrillo, 11 anos, mora em São Vicente, minha sobrinha e afilhada;

 

Pai: torce para o Corinthians

Mãe: torce para o São Paulo

Tia e Madrinha (Eu): torce para o Santos

E Mayra para qual time ela torce???

(X )  Santos ….sempre, porque quem dá a bola é o Santos o Time do Litoral…..rsssss

(    ) Corinthians

(    ) São Paulo

 

Por: Ana Cristina Trindade

 

Nesta data tão linda fico muito feliz em contar um relato sobre o maior time de todos os tempos (claro para mim).

Sempre fui Santista, apesar de ter pais corintianos minhas férias em Santos ao lado da vila Belmiro sempre era empolgante. Contava os dias das ferias para ir a Santos, assistia aos treinos todos os dias pela manhã: Marola, Chulapa, Toninho Oliveira entre outros eram figurinhas carimbadas naquelas manhãs, tomava café ao acordar e ia correndo para os treinos.

Só que infelizmente peguei uma fase horrivel, com ultimo titulo paulista em 84. De lá até 2002 passei por diversas fases na minha vida, aguentei gozação de todos os tipos, percebi santistas virando casaca e vi outros tantos que desistiram de torcer e acompanhar as camisas brancas.

Mas vamos ao que interessa, a final que mais me marcou, Brasileiro de 2002. O Santos como todos sabem se classificou em 8º lugar graças ajuda do Gama, rebaixado, que goleou o Coritiba por 4×0. Na sequencia o Santos pegou o melhor time do campeonato, o São Paulo de Luis Fabiano, Kaka e Julio Batista. 3×1 na Vila e 2×1 no Morumba, que delicia!

Depois veio o Gremio 3×0 na vila e a derrota de 1×0 no sul, incrivel estavamos na final.

A final de 2002 não poderia ter um adversario melhor – e mais odiado – o Corinthians.

Primeiro jogo 2×0, gols de Alberto e Renato. Uma bela vantagem, porém era o Corinthians, que tinha um exelente time com David, Vampeta, Fabricio entre outros.

O segundo jogo foi simplesmente a maior alegria que tive em toda minha vida. Para começar não tinha conseguido dormir, estava nervoso e ansioso, não via a hora de encontrar os amigos para ir ao Morumbi. Fomos em uma carreata ate o estádio, fazendo uma grande festa, imaginando como seria comemorar um titulo porque fazia tempo que não faziamos isso. Pensei em milhares de maneiras de festejar: descer pra Santos, ficar no Morumbi ate de manhã, andar pelado no meio da paulista entre outros.

O jogo começa bem equilibrado o Santos tinha mais talento, porém o Corinthians tinha mais experiência. Contava os minutos incansavelmente ao ponto de não perceber que o primeiro tempo estava acabando, aos 37 minutos acontece uma cena que marcou não so minha vida, mas sim todo o campeonato, um negrinho das pernas finas, pega a bola perto do meio de campo e vai pra cima do marcador, um, dois, tres, quatro…..oito pedaladas sendo parado dentro da grande area, penalty……..que delirio que festa, que emoção. Robinho mesmo pega a bola e bate, golllllll, uma explosão na arquibancada o qual nunca tinha sentido antes. Ametade branca do Morumbi calou a metade de preto. Até os 45 não paravamos de festejar, o titulo estava próximo, eles tinham de fazer 3 gols.

Segundo tempo começa e ate os 29 minutos não tinha emoção, o titulo parecia bem encaminhado. Porém em uma bola alçada na grande area eles fizeram o gol, 1×1.Tranquilo, afinal eles tinham de fazer mais dois. O jogo encaminhava bem para o empate, porém ai que começa de verdade este martirio.

Aos 39 minutos, em uma bola alçada de novo eles fazem o segundo gol. O Morumbi veio abaixo, eles precisavam de mais um, em 7 a 8 minutos de jogo. Não suportei, começou a passar diversos filmes na minha cabeça, como a final de 95 contra o Botafogo, ou a semi final de 98 contra o Corinthians em que jogavamos por um empate para ir a final contra o Cruzeiro e por que não a semi final de 2001 no Paulistão que Ricardinho fez o gol no ultimo segundo, nos tirando da final. E amigos, aquela alegria que estava no início do jogo começou a virar decepção.

O jogo seguiu e aos 41 minutos não aguentei, nao conseguia mais assistir ao jogo, estava muito emocionado, sempre repetindo “de novo não por favor meu Deus, deixa eu ter esta alegria antes de morrer”. Sai da arquibancada e fui la no último degrau, fui rezar, orar, mendigar fui fazer de tudo menos assistir ao jogo. Chegando la vi uma cena que marcou minha vida, centenas de Santistas tiveram a mesma ideia que eu, varios credos rezando ou orando e uma so voz. Catolicos, Evangelicos, Espiritas, Umbandistas entre outros, unidos por uma só oração.

Aos 43 quando eu estava ajoelhado no concreto eu ouço o frissom da galera, eles diziam “vai, vai” eu ajoelhado começo a ver entre as frestas dos corpos a minha frente, vejo novamente aquela figura negra, esguia driblando pelo lado direito e cruzando para o Salvador da tarde (Elano) que empurra pro fundo da rede. Amigos, que emoção! Todos se levantaram e começaram a se abraçar, homens, mulheres, idosos, crianças, brancos, negros, asiaticos, em uma pura explosão de felicidade.

Finalmente o tabu foi quebrado. 18 anos de vergonha, humilhação, sarro, foram para o buraco. Eu com 30 anos de idade estava pela primeira vez comemorando um titulo de verdade, e que sensação! Depois daquele dia os titulos, que  eram raros, começaram aparecer com mais frequência: 1 Brasileiro, 5 Paulistas, 1 Copa do Brasil e 1 Libertadores.

Santos, muito obrigado por todas as emoções o qual acompanhei. Se quiseres eu aguento mais 18 anos na fila, porque o amor que eu tenho por ti e incondicional, não é pelos titulos, pelas vitorias ou recordes. É simplesmente pelas 11 camisas brancas que mais parecem anjos, que mais me fazem sonhar, chorar e sorrir.

Obrigado.

Por Marcelo Alves.

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