RONALDO FENÔMENO – EM SUA DESPEDIDA CABEM APLAUSOS E VAIAS

Poucos jogadores na história tiveram tanta identificação com uma seleção nacional como Ronaldo e a seleção, outrora do Brasil, hoje da CBF.

Maiores que ele, talvez Puskas com a Hungria, Zidane com a França, Gigghia com o Uruguai, Cruyff com a Holanda. Certamente estou me esquecendo de outros. Maiores com suas seleções, sem sombra de dúvidas, Maradona com a Argentina e Pelé com o Brasil.

Entretanto, mais gols que ele, nenhum dos citados marcou. Ninguém em todos os tempos marcou. Fruto de suas quatro participações em Copas, efetivamente atuando em três delas. Sendo preponderante, fatal, peça chave, artilheiro em 2002, ano da última conquista da seleção canarinho.  Ano também da última seleção brasileira para qual tive gosto de torcer.

Decidindo a final em 2002. Em campo, gênio incontestável.

Ronaldo é daqueles jogadores que são muito mais identificados com sua seleção do que com os clubes por onde passou. Não que não tenha tido identificação, pelo contrário. Mas sua química com a amarelinha é um caso à parte.

Hoje ele se despede de sua 2ª pele. A seleção dedica a ele um momento que fora dedicado para poucos. Na cidade que ele escolheu para viver. Diante de grande parte do público que o aplaudia até pouco tempo com a camisa do Corinthians.

A homenagem é justa. A seleção deve isso a ele. Os aplausos que certamente receberá irão selar uma carreira vitoriosa nos campos, nas camas de hospital, nos pós-operatórios, na superação de quem sempre venceu as mais tenebrosas expectativas, de quem venceu na vida.

Ao cara que eu sempre incluo na lista dos melhores que vi jogar, meus aplausos.

As mesmas homenagens, os mesmos louros, as mesmas palmas, porém, que eu gostaria que fossem dados a outros nomes de importância similar na seleção: Taffarel, Dunga, Rivaldo, Cafu, citando aqui alguns da mesma geração de Ronaldo. A conta pode ser maior.

Se Ronaldo foi peça chave no Penta, Taffarel foi preponderante com seus pênaltis defendidos contra Holanda e Itália no Tetra. Dunga foi o capitão e símbolo da força do mesmo Tetra. Cafu ferveu a gelada situação de torna-se titular na final desse mesmo Tetra e daí em diante virou titular absoluto da lateral direita, sendo capitão em 2002 e 2006, erguendo a Taça do Penta em que Ronaldo foi o cara. E que só foi o cara por ter ao seu lado um gênio de futebol de tamanho similar ao seu, que para muitos jogou até mais que o fenômeno no Penta, Rivaldo.

Esses outros, entretanto, não mantêm laços estreitos com Ricardo Teixeira e com a CBF. Ronaldo é parceiro.

Rivaldo recentemente cobrou maior reverência por parte dos mandatários do futebol brasileiro. Errou ao associar sua exclusão desse rol de homenageados a condição de não pertencer a classe de jogadores cariocas. Em algum momento da história isso pode te sido relevante. Hoje a relevância é dizer amém a Ricardo Teixeira. É não ficar contrário mesmo quando a imagem do mandatário está mais suja e arranhada do que nunca. É não posar ao lado de Ricardinho em fotos. É não entrar na bajulação, no oba-oba da medonha Copa do Mundo no Brasil.

Romário que já esteve ao lado de Teixeira, recebeu sua homenagem da seleção. Hoje ele é deputado e cobra explicações de Teixeira na câmara. Não é mais amiguinho do Senhor Todo Poderoso do futebol e por isso não é mais o “melhor jogador a vestir a camisa da seleção ao longo de todo o reinado de Ricardo Teixeira” . Esse posto é a alguns dias de Ronaldo. Tem todo direito em achar isso. Mas nesse momento me soa muito mais como uma estilingada no deputado Romário do que qualquer outra coisa

Enfim, o que quero colocar aqui é a distinção que há de se fazer entre o jogador Ronaldo e o cidadão de práticas, no mínimo, questionáveis em que ele está se tornando fora das quatro linhas.

Em 2011 com o amigo Ricardo Teixeira.

Terminar a carreira e no dia seguinte coligar-se a organização paulista para a enfadonha Copa do Mundo de 2014 não é louvável. É até temerário. É aceitar os abusos a que estamos todos vendo na “organização” e manipulação de dinheiro dessa Copa. Posar de amigo de alguém como Ricardo Teixeira e com seu silêncio diante de todas as sujeiras que aparecem com o nome do cara envolvido, fingir que nada acontece, deixa de ser temerário e o coloca sob as as mesmas desconfianças que todos temos referentes a todos os envolvidos na organização de “nossa” Copa e com todos os que mantém relacionamentos com uma entidadae como a CBF.

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