POR ESSAS E POR ESSES.

O jogo contra o Coruripe não serve para amostragem do que pode fazer esse Palmeiras. Mas serve para chegarmos a algumas conclusões individuais.

Barcos é o cara, mas não tem substituto. Ricardo Bueno é muito esforçado e eventualmente pode ser utilizado, mas nunca ser a opção imediata ao argentino. O dia em que Barcos não puder jogar, Felipão terá sérios problemas.

Patrick precisa descobrir qual é a sua posição de origem. Quando escalado como meia, não arma. Se recuado para ser 2º volante, não dá o combate. Em ambas situações, tem por costume carregar demais a bola e não acertar os passes. Para 2º volante João Vitor tem sido bem mais eficaz. Na meia Daniel Carvalho e Valdívia são donos absolutos das vagas. Carmona é da área, mas é outro bastante esforçado e ponto.

Hoje quando se pensa em João Vitor ninguém lembra mais que foi ele o estopim da última e gigantesca crise palmeirense e que culminou com a saída de Kleber.  A saída de Kleber por si só já basta para considerar JV importante no esquema, mas além disso ele tem mostrado grande evolução em seu jogo. Ajudou também o fato de finalmente o Palmeiras acertar sua lateral direita com Cicinho e Arthur, o que não obrigou mais Felipão a deslocá-lo para a função.

Sem Valdívia, Daniel Carvalho e tendo a presença, mas não o jogo de Patrick e depois de Pedro Carmona, coube a Marcos Assunção assumir a armação do time. Quando a situação começava a querer ficar perigosa, golaço de falta e assistência magnífica na cabeça de Barcos que anotou o 2º gol. Ele não marca nem a própria sombra, mas dá para abrir mão de tamanha eficiência?

Juninho marcou mais uma vez. Porém, mais do que gols, Juninho parece ser o lateral esquerdo que o Palmeiras não tem desde Júnior. Veloz e habilidoso, enxerga bem o jogo e consegue se aproximar dos atacantes para criar tabelas envolventes. É muito jovem e tem idade olímpica. O que torna ainda mais espantosa a sua maturidade em assumir a titularidade no mais “convulsionante” clube do futebol brasileiro.

Adendos: Marcos Assunção passou boa parte de 2011 sendo criticado por parte da torcida por sua falta de vocação defensiva. Acho até que se tornou, injustamente, o símbolo de um time acéfalo e altamente dependente de uma única jogada – a sua. Foi perseguido, vaiado e em nenhum momento abaixou a cabeça. Em momento algum falou mal da instituição, forçou sua saída, fez corpo mole ou entrou em rota de colisão com quem quer que seja. Reconquistou, na base de sua capacidade e mais do que isso, no respeito sempre demonstrado pelo clube, a confiança e os aplausos da torcida. Marcos Assunção é símbolo de um Palmeiras que quer dar a volta por cima, que quer ser respeitado e retomar sua vocação de vitórias.

O mesmo se aplica a Barcos. Não apenas de gols se faz a simpatia imediata do torcedor com o “El Pirata”. Como bem lembrou PVC na transmissão do jogo de ontem pela ESPN, enquanto jogadores medíocres como Carlinhos Bala já disse não ao Palmeiras, Barcos fez o oposto. Abriu mão de proposta financeiramente muitas vezes maior que a do clube paulista, vinda do futebol árabe, para jogar pelo “grande Palmeiras”, como o próprio fez questão de frisar.

Por essas e por esses, 2012 pode ser um ano muito bom para o Palmeiras.

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