Mano e Oswaldo estão de volta ao futebol paulista.

PODEM LEVANTAR A PLACA DE ‘EU JÁ SABIA!’

Com uma campanha muito abaixo do esperado no Campeonato Brasileiro, dado o sucesso do passado recente de ambos, e alheios à guerra judicial em que se transformou a competição neste aparentemente interminável ano de dois mil e treze, Santos e Corinthians começaram a apresentar as novidades para iniciar os trabalhos do próximo ano, aquele que talvez tenha chance de ser ainda mais monótono para os campeonatos nacionais e estaduais, visto que haverá o evento maior da Fifa para capturar todas as atenções.

Novidades que não são assim tão novas: ambos apostaram em nomes conhecidos para assumir o comando e a reformulação de suas equipes. O Peixe vai de Oswaldo de Oliveira, com passagem curta pelo clube, de janeiro a março de 2005. De lá para cá, é inegável que o treinador tenha ganho mais experiência, seja em experiências nacionais e internacionais (Oriente Médio e Japão). No Botafogo, levou o time à pré-Libertadores. Fez bom campeonato, se é que podemos chamar de boa esta competição com nível técnico tão baixo.

Se na Vila Belmiro existe a premissa de uma evolução em termos de experiência, o novo escolhido para comandar o Corinthians vem fazendo o caminho contrário (veja bem, meu caro leitor, isto que aponto aqui não desmerece o profissional, tampouco o clube). Senão vejamos: quando em 2010, Mano Menezes deixou o Timão para atender ao chamado da Confederação Brasileira de Futebol, o treinador estava na crista da onda: havia tirado o time da série B com louvor, sendo campeão, e ainda conquistou um Campeonato Paulista invicto e mais a  Copa do Brasil de 2009. Se não teve uma passagem exatamente desastrosa, também não encheu de esperança o torcedor brasileiro, e deu lugar a Felipão em 2013. Seu último trabalho foi no Flamengo, este mesmo Flamengo que foi campeão da Copa do Brasil recentemente pelas mãos de Jayme de Almeida, o qual Mano deixou no meio do caminho. Uma saída meio sem explicação. Especulou-se que as tratativas com o Corinthians já haviam sido iniciadas naquele momento.

Só que agora existe um legado no Timão. Legado este que Mano ajudou a construir, mas que é muito mais de Tite, por força dos títulos conquistados: Brasileiro, Libertadores, Mundial, Paulista, Recopa. Adenor sai, mas o Corinthians muda pra não mudar: treinador gaúcho, identificado com o clube, passagem vitoriosa. A diferença é que talvez o novo treinador não tenha o mesmo carisma, o mesmo tipo de tratamento com o grupo: é mais sério, sisudo.

Os desafios de Mano: construir uma história de sucesso, no mínimo tão vitoriosa quanto sua primeira passagem. Mas não só isso: Mano volta menor que seu sucessor (não contando a curta passagem de Adilson Batista pelo clube), por força da grandiosidade dos títulos conquistados. Cabe a Mano Menezes também a reformulação do grupo, altamente desgastado pelos resultados negativos de um ano pra esquecer. O primeiro a sair é Maldonado, carta fora do baralho praticamente desde que chegou e cujo contrato não foi renovado. Mas é pouco. Muitos jogadores já estão sem clima para continuar. Há a informação de que Alexandre Pato tem lugar cativo com Mano, dada a convivência que tiveram nos tempos de Seleção. Comenta-se de uma proposta do Napoli por Edenilson. Há quem diga que os empresários de Romarinho batem de porta em porta procurando novo lugar para o jovem, que jogou muito aquém do que apresentou no ano anterior. Douglas teve problemas com o treinador em sua passagem pela Seleção e pode não ficar. Alessandro se aposentou. Emerson Sheik quase foi para o Flamengo. Tendo proposta, deve sair. Danilo quer ficar. Pode ser difícil (eu manteria).

Sobre os reforços, fala-se em Rafinha, disputando o Mundial pelo Bayern, Marcelo e Everton do Atlético Paranaense. Ventila-se uma disputa com o São Paulo por Jucilei, que em sua primeira passagem teve atuação de boa para regular. Mas é um bom reforço.

E ainda há a tarefa de rejuvenescer a equipe. Guilherme e Gil são os principais ícones deste trabalho, que deve ser continuado. Jovens revelações deve surgir entre as contratações.

Enfim, no Corinthians e no Santos, a sorte está lançada. Num 2014 que promete ser complicado, por causa da Copa do Mundo e do desgosto causado pelas decisões estranhas dos tribunais, o desafio para os  treinadores é grande. Esperemos.

Mano e Oswaldo estão de volta ao futebol paulista.
Mano e Oswaldo estão de volta ao futebol paulista.

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