Pequenos mitos

Tite ainda não encontrou substituto para Elias

Recentemente, nosso treinador disse que a saída de Elias do time foi preponderante para a eliminação do Corinthians na pré-Libertadores. Não posso deixar de concordar, pelo menos em parte. É claro que o fato de Ronaldo ter estendido a carreira mais do que devia e Roberto Carlos estar pouco se lixando com o clube também contribuíram para o mau desempenho. Mas a declaração de Tite leva a uma reflexão: por que é que os clubes, depois de conseguirem chegar numa formação tática bastante eficiente, acabam por criar uma extrema dependência das peças integrantes desta formação? Elias, que começou a carreira como atacante, e chegou ao Corinthians como meio campista, foi treinado por Mano Menezes para ser segundo volante. Um volante ofensivo, com muita velocidade e uma bela pontaria em chutes de fora da área. Sem Elias, negociado com o Atlético de Madri, temos Paulinho, que não é mau jogador, mas a cada mil chutes de fora da área, acerta um. Edenilson, vindo do Caxias-RS, chegou como promessa de ser o “novo Elias”. É um jogador jovem, e não dá pra saber se vingará. Tite queria Fábio Simplício, que a Roma não liberou. Sinceramente, nem sei se seria uma boa opção.

Fato é que os times às vezes ficam muito dependentes de jogadores com uma característica específica. Quem não se lembra da incessante busca por um meia-armador, após a saída de Ricardinho? Isso não é exclusividade do Corinthians, claro. Veja o Palmeiras penando para ter um centroavante, e tendo Wellington Paulista como única opção viável. Veja o São Paulo tendo que esperar a recuperação de Luís Fabiano. Já comentei aqui neste mesmo espaço sobre a escassez de laterais-direitos. Mas é de se pensar no caso de jogadores tidos como indispensáveis, o que encarece seus passes e estigmatiza seus possíveis substitutos. Temos Ralf, mesmo assim negocia-se ad eternum com Cristian (e no caso dele, bastava um aumento de salário para que ele ficasse). Não que os dois não possam jogar juntos, mas o segundo – se voltar – volta com um salário muito maior do que o ganharia se tivesse permanecido, mesmo com aumento. O próprio Douglas, hoje no Grêmio, fez falta no meio de campo do Timão. Aí tivemos Bruno César com seus altos e baixos, Morais com seu desespero e Danilo com sua lentidão. Hoje temos este mesmo Danilo fazendo boas apresentações e Tite já cogitando mantê-lo no time, com o contratado Alex ficando no banco (Não, Adenor, não!!!). Fato é que a equipe vem se acertando, e talvez até tenha chance de brigar pelos primeiros lugares no Brasileirão, apesar da disputa ser acirrada. Vamos observar.

Uma fábula

Conta certa lenda que um homem caminhava após enfrentar uma tempestade de neve. Aí ouve um barulho, e vê uma cobra ferida e quase morta de frio. A cobra clama por socorro (lembre-se de que isso é uma lenda). O homem argumenta: “mas você pode me picar!”, e a cobra retruca: “Estou ferida, não posso te causar nenhum mal”. O homem então resolve levá-la para casa e cuida da cobra. Durante algum tempo, os dois convivem em harmonia. Certo dia, ao se aproximar da cobra, recebe uma picada fatal. Perplexo, pergunta: “Mas o que é isso? Salvei sua vida, te alimentei, e agora você me envenena?”. A serpente respondeu: “Mas você sabia que eu era uma cobra, né?”.

Não perde a balada, nem o peso.

No começo deste ano, o Corinthians contratou Adriano. Sem mais.

Fiquem com Beatles, “Two of us”. Destaque para a belíssima linha de baixo de George Harrison (sim, nesta Paul ficou só no violão e voz).

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=d1Y3PlmwnRM&feature=player_embedded[/youtube]

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *