P****, BRUNORO!

Na manhã da última quarta-feira, o gerente de futebol do Palmeiras, José Carlos Brunoro, soltou uma nota dando conta que durante a tarde daria uma coletiva para esclarecer alguns trâmites. Por trâmites, tanto torcedores quanto jornalistas, tinham dois tipos de expectativa:

1ª: Brunoro esclareceria os boatos que davam conta da possibilidade do clube contratar até três jogadores de “renome” para a disputa da série B.

2ª: Brunoro daria explicações acerca do absurdo aumento para “módicos” R$60,00 para os quatro primeiros jogos do clube na digníssima série B.

Em se tratando de Palmeiras nos últimos anos, qualquer possibilidade, seja positiva ou negativa, surte efeito contrário. Ou prima por correr na contramão do mais viável.

Assim sendo, Brunoro veio à público dar satisfações sobre o preço abusivo dos ingressos.

Oras, como não?

O tema é complexo, afinal existe o aluguel do estádio em Itu, por conta ainda da punição aplicada ao clube com a perda de mandos de campo desde aquela fatídica tarde de quebra quebra no Pacaembu, ainda no BR12, em clássico contra o Corinthians.

Então surgem encargos, solicitações do Ituano e afins. Ainda assim, SESSENTA reais para um jogo de série B, com o Palmeiras contando com um time “digno” de série B, passa a ser demais pra cabeça de qualquer torcedor. Mesmo dos que enxergam boa vontade nas iniciativas da atual direção.

A justificativa foi a de valorizar o sócio torcedor – o que é plausível, sim – mas essa valorização já se dá na prioridade de compras antecipadas. E ainda que ações tenham que ser feitas para aumentar o número dos associados, dobrar o custo do ingresso impacta também no valor pago pelo associado. Então a justificativa é nula.

O exemplo do Corinthians mais uma vez aparece como validação de sucesso. O alvinegro consegue hoje ter média de mais de 25 mil por jogo por conta das cotas aplicadas aos sócios-torcedores. Os que mais frenquentam estádio, mais chances tem de conseguir seus ingressos. Evitam assim que o torcedor viva de oba-oba e só queira ir “na boa”, mas principalmente, acabam por fidelizar esse torcedor, que acaba, ainda que por osmose, adquirindo o prazer por frenquentar os jogos do clube do coração.

O Palmeiras deu enorme passo rumo ao sucesso de seu sócio torcedor na renovação de seu Avanti. Conseguiu na esteira do título da Copa do Brasil alavancar o programa, mas depois caiu em desgraça junto com queda à série B. O próximo passo a ser dado é esse: Criar cotas para os que realmente fazem jus ao termo “torcedor”. Valorizar esse torcedor trará seguramente os que ainda não entenderam que torcida se faz na arquibancada e não de panfletagem e mimimi em rede social.

Aplicar valores absurdos nos ingressos, entretanto, poderá surtir efeito contrário. É bom que abram os olhos.

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