OS CONTRASTES DE UM TÍTULO

Sim, o Brasil venceu a Copa das Confederações. De fato, nada mau para quem recentemente mudou os rumos da nau ao promover a demissão de Mano Menezes e o retorno de Luiz Felipe Scolari ao comando técnico do time nacional. Mas não se engane, o time da CBF não enfrentou seleções do topo à vera (talvez a Itália tenha sido a grande exceção), isto é, em condições técnicas e, sobretudo, físicas ao máximo.

Brasil de Scolari consagra-se no Novo Maracanã
Brasil de Scolari consagra-se no Novo Maracanã

Foram apenas sete partidas antes da competição oficial da FIFA no Brasil com resultados nada auspiciosos. Somente o amistoso final contra a França pôde trazer algum alento ao time de Big Phil.

Os 3×0 brasileiros sobre os franceses em Porto Alegre já indicavam os primeiros frutos que Felipão plantara. Sim, os treinamentos em sequência, muitas vezes ineficazes no mundo da bola, mostraram-se efetivos na nova Família Scolari. E eis o grande ponto positivo da conquista brasileira após os implacáveis 3×0 sobre os campeões europeus e do mundo da Espanha neste domingo no Rio de Janeiro: a série de treinamentos que surtiu efeito. Ademais, este time de Scolari apresentou novidades em relação a equipes anteriores do treinador gaúcho. A maior delas ficou por conta da forte marcação de saída de bola imposta pelos brasileiros sobre seus adversários. Traço de modernidade em Luiz Felipe Scolari, muitas vezes tido como obsoleto pela crítica.

A Itália de Balotelli: exigência máxima
A Itália de Balotelli: exigência máxima

Mas há o outro lado da moeda, como em tudo na vida, e a vitória brasileira não possui somente méritos próprios.

Possivelmente, como já dito, o grande teste brasileiro tenha sido contra a Itália por 4×2 em Salvador, especialmente pelo fato de a Azzurra ter realizado forte partida contra os brasileiros. E o Uruguai? Sem dúvida, a partida mais difícil do torneio, porém muito pelo fraco desempenho dos próprios anfitriões.

Espanhóis classificam-se após 120 minutos e penalidades em Fortaleza
Espanhóis classificam-se após 120 minutos e penalidades em Fortaleza

Já o jogo dos sonhos, também cercado de expectativas pela imprensa espanhola, resultou em pleno predomínio brasileiro. Nada de tão surpreendente, afinal os espanhóis, desgastados fisicamente e no País meio que naquele clima de férias, enfrentaram 120 minutos de futebol contra a Itália na cálida Fortaleza na última quinta-feira, enquanto que os brasileiros enfrentaram o difícil Uruguai um dia antes na amena Belo Horizonte por apenas 90 minutos de peleja.

A pergunta é inevitável: como seria um confronto contra a Espanha, em campo neutro (ou não), em temperatura razoável e com ambas as equipes em plena forma física e técnica? Se preferir, pode-se substituir a Espanha por Argentina (de Lionel Messi) ou Alemanha.

Menos méritos para a Seleção de Scolari? Não, mas há que se pesarem todas as circunstâncias que marcaram a Copa das Confederações vencida brilhantemente pelo Brasil.

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