O QUE ACONTECE, CORINTHIANS?

Até que ponto um clube bem estruturado e organizado reflete resultados de seu time nos gramados?

Volto ao tema para buscar entender com o amigo leitor o que se passa com o Corinthians neste BR13. Afinal, todo o êxito atingido nas últimas temporadas tem como ponto de partida a reestruturação institucional pela qual o clube passou desde sua queda para a série B em 2007.

Em um reino de cegos, o Timão abriu um de seus olhos e virou referência, passou a ser o case de sucesso do futebol brasileiro. Brasileirão, Libertadores, Mundial. Tudo veio no mesmo pacote de vitórias.

Fora dos gramados o clube passou a gerir o maior orçamento do país, fechando patrocínios poderosos, conseguindo maior visibilidade da TV e ganhando de presente a construção de seu estádio, que será também um dos estádios da Copa.

Mas do dia pra noite o reino parece ter ruído. Ou de um ano para o outro. As saídas de alguns jogadores podem ter influenciado a perda de qualidade, mas não a ponto de tornar este time um candidato a rebaixado. E é o que hoje este time, ainda comandado por Tite, passou a ser com a pior campanha do 2º turno, uma vitória em 13 jogos e um dos piores ataques dentre todos os clubes das 4 divisões do país.

Nunca foi o time de Tite uma equipe de brilho técnico. Sua força residia no poder do conjunto, na capacidade de organização tática de seu treinador. Então não consigo imaginar que apenas a saída de Paulinho tenha destroçado o time a esse ponto.

Dentro daquele enorme case de sucesso existia também a retórica da recuperação de atletas antes tidos como descartados pelo mercado ou alguns onde a aposta não era garantia de sucesso. Os resultados dos campos, como também os do DM, passaram a justificar certos investimentos.

Talvez seja isso que justifique as contratações de Pato, Ibson e Maldonado, por exemplo. A certeza quase cega de que hoje o clube pode realizar qualquer milagre.

E sim, falo milagre para os 3 casos. Pato, que já foi tema de coluna deste blogueiro, é com os seus 23 anos uma eterna promessa que não se cumpriu. Vive de sua pequena jornada de sucesso no Internacional. Depois foram 5 temporadas muito aquém das mínimas expectativas no Milan. Ibson não foi aproveitado sequer no combalido Flamengo. Já Maldonado é o tipo de jogador que 90% dos torcedores imaginava ter se aposentado.

Então se o Corinthians é bem administrado e tem dinheiro, por que raios está fracassando aos olhos do mundo na temporada seguinte a maior de toda a sua história?

O Flamengo de 2009 foi campeão brasileiro dentro de todo aquele contexto de zona institucional que conhecemos e tinha lá também um jogador “desenganado” – Adriano. Que foi também depois uma das tentativas corintianas em emplacar mais um case de sucesso onde fracassou.

É óbvio que sendo bem administrado e tendo dinheiro em caixa o clube está muito mais próximo das conquistas. Mas não me parece ser apenas isso. Ser bem organizado também não é ser apenas um clube com roupagem de moderno, de efervescência em marketing, em pujança financeira.

Apostar deliberadamente sempre na mesma ficha é roleta russa. A bala agora parece ter entrado na agulha errada. Faltou parcimônia ao campeão da Libertadores. Sobrou soberba ao candidato a rebaixamento.

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