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O FATOR ANDRES

A eliminação precoce do Corinthians no Paulistão trouxe uma série de problemáticas e muitas delas que já saltavam a vista dos mais atentos há tempos.

Aqui não vai nenhuma análise de caso com conhecimento profundo de causa, mas sim uma opinião em cima do cenário apresentado. Para mim, o maior fator responsável pela profunda derrocada do clube mais bem administrado do país nas últimas temporadas é exatamente a sombra da positiva administração anterior.

Noves fora, a administração de Andres Sanchez fez do Corinthians um retumbante case de sucesso administrativo, o que refletiu nos resultados dos campos. Ganhou absolutamente tudo o que era possível e, como todo clube que atinge esse patamar e no meio do caminho sofre algum tipo de alteração, seja técnica ou administrativa, passou a conviver com o “problema” de estar no topo e de lá não ter mais o que buscar. A não ser recomeçar um trabalho e fazer deste um novo case de sucesso.

Mario Gobbi assumiu a presidência do clube e, ao menos de saída, parecia que iria manter aquele a toada, mas aqueles títulos mostravam ser ainda resquício do trabalho anterior. Dali em diante foi ladeira a baixo. Jogadores que até então eram os alicerces técnicos do time caíram vertiginosamente de produção, a saída de Paulinho e o anúncio prematuro da não continuidade de Tite racharam o que até então parecia inabalável. Não havia peças de reposição a altura e, para piorar, as que foram trazidas não surtiram nem de longe o efeito esperado.

Mas as mudanças, contando com a saída de Tite e a chegada de Mano Menezes, me parecem uma clara tentativa de Mario Gobbi mostrar ao torcedor e à crítica que tinha ele também condição de emplacar um trabalho de sucesso. E passava por isso iniciar algo do zero.

Não vou entrar nas questões policiais como a invasão do CT, embora isso seja também um fator de potencial desordem. Mas a política de trocas de Gobbi mostrou-se um homérico fracasso. Desde a mudança na direção técnica, trocando o melhor técnico do país por um que vinha de um trabalho fracassado no Flamengo, foi o fator determinante para esse início de temporada abaixo da crítica.

Se trocar o técnico foi um erro, segurar jogadores já sem nenhum comprometimento ou em fase decadente corroborou para a formatação dessa equipe insossa. Sobretudo Sheik e Danilo, o primeiro escandalosamente sem comprometimento, já o segundo notoriamente em declínio técnico. E ainda a troca non sense, do ponto de vista econômico, de Pato por Jadson, criou aos olhos do mundo uma janela aberta para acompanharmos isso que veio a acontecer na penúltima rodada do Paulistão.

Agora parece que a diretoria está correndo atrás de interessados em Sheik e Danilo, mas a formatação de negociatas apresentadas, novamente na base de trocas e aporte financeiro para pagamento de parte dos vencimentos desses atletas, nos mostra que o desespero já torna errada uma movimentação que nem bem se iniciou.

Se forem todos esses (Pato, Sheik e Danilo) jogadores dispensáveis, já eram antes do início da temporada. Esperar acontecer um açoite público como essa vergonhosa eliminação para tomar posicionamentos do tipo, mostra o nível da cegueira administrativa da gestão Gobbi. E o tamanho da sombra que a administração vitoriosa de Andres Sanchez causa nos corredores do Parque São Jorge.

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