NO DERBI DE 2011 RESIDE UM FIO DE ESPERANÇA VERDE.

Houve um tempo, não muito distante, em que Palmeiras e Corinthians viviam fases distintas das que respiram hoje. Nada tão acentuadas quanto as diferenças que se aplicam hoje aos maiores rivais, mas ainda assim os papéis eram ligeiramente inversos.

Era o ano de 2011 e um Corinthians pressionado pela derrocada final do BR10, encarava um minúsculo Tolima, pela 1ª fase da Libertadores. Alguns jogadores do elenco eram cobrados, mas, sobretudo o técnico Tite. E a eliminação precoce diante do frágil e inexpressivo adversário parecia por um ponto final em mais uma passagem do treinador gaúcho por aquelas bandas.

Contra todas as evidências de então, o presidente Andres Sanchez sustentou o cargo de Tite, mesmo sabendo (ou exatamente por saber) que no domingo seguinte o Timão encararia um Palmeiras embalado pelo ótimo início de ano, com Kleber em boa fase.

Andres parecia mesmo confiar em Tite, mas naquele momento apostar em seu serviço era uma faca de dois legumes que mais eram verdadeiros pepinos. Ainda assim, mandá-lo embora antes do clássico iria demandar um trabalhão para buscar outro profissional, além do risco de encarar o arquirrival com treinador interino. Andres sustentou Tite naquela coisa do bumba-meu-boi. “Vai que dá certo?”

E deu.

Apesar de maior volume de jogo alviverde, após uma jornada memorável do goleiro Julio Cesar, Alessandro marcou o filho único da vitória que mudou toda a vida alvinegra de lá para cá. Tite ficou, o Corinthians encorpou e o resto da história todo mundo conhece bem.

E ao contrário do que o amigo possa imaginar, são essas as únicas semelhanças que podemos listar entre aquele clássico e o que teremos no próximo domingo.

Daquela vez, ainda que o início de ano fosse bom, o Palmeiras vinha de uma perda de Sulamericana inimaginável. Kleber e Felipão já não se bicavam, Valdívia já era o que ainda é, além do time não conquistar plenamente a confiança de torcida e crítica.

O Palmeiras não corre risco de ser eliminado da Libertadores essa semana, mas passa por fazer uma boa estréia contra o Sporting Cristal, do Peru, ganhar um pouco de algo que o elenco não tem desde julho passado – confiança.

Se vencer o Sporting Cristal, ainda que seja o maior rival no domingo, a vitória não passa a ser algo tão substancial. Mas se perde e no domingo tropeça contra o que deve ser um time misto/quase reserva do Corinthians, pode destronar qualquer tentativa de encorpar um time ainda sem corpo algum. Isso sem contar a provável queda de Gilson Kleina, que já não é tão bem visto pelas alamedas esverdejantes de Palestra Itália.

Embora exista o outro lado, ainda que imaginá-lo seja possível tão somente por questões históricas, de camisa e rivalidade. Se esse novo time alviverde dá liga, vence a estréia na Libertadores e faz bom papel diante do atual campeão continental, por que não mirar naquele exemplo de 2011 e que teve o mesmo rival como protagonista de uma das maiores guinadas de um trabalho fadado ao limbo de que este escriba tem notícia?

 

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