Minha primeira “namorada”

O FFC também é musical 😉

Minha primeira “namorada”

Ontem tive o prazer de conhecer a minha primeira namorada, bem de pertinho. Paguei para vê-la e ela nem deve ter notado minha presença. Tratamento que fatalmente recebe alguém que escolhe namorar uma estrela da música. Verdade seja dita, quando ela explodiu com seus sucessos em meados dos anos oitenta, eu tinha meus 6 ou 7 anos, talvez menos e enquanto a maioria da molecada queria “namorar” a Madonna, eu inocentemente dizia que essa era minha. (A criançada de hoje escolhe namorar quem, hein?)

Pois é, meus nobres, fui ontem ao Via Funchal, acompanhado da minha verdadeira namorada, assistir ao show da diva da música pop dos anos 80, Cyndi Lauper. Não sou hoje, aquilo pode ser considerado um fã, mas estou inserido naquilo que chamam de “revival dos 80´s”.


Assumo – fui esperando encontrar uma tiazona sem pegada, buscando alguns trocados, mas para minha surpresa, presenciei a um baita show. A “tiazona” está inteira, a voz impecável e vejam só vocês, ela sozinha se bastou. Não houve show de luzes, explosões e nada que possa ser atribuído a um show pop. Cyndi trouxe ao Brasil uma banda competente e trouxe a Cyndi Lauper que aprendemos a curtir nos anos 80. Não houve troca de figurinos, mas precisa? Sua roupa inteiramente preta resgatou o espírito oitentista, não o dela que era espalhafatoso, mas aqueles mais sombrios, para ela, talvez, algo mais sóbrio.

A casa estava lotada e a fauna era das mais variadas e improváveis. Esbarrei em metaleiros, em tiozões com camisetas dos Stones, outros com camiseta dos Smiths, algumas dezenas de projetos da Cyndi dos 80, uma centena de geeks, posers de todos os tipos e aqueles que não estavam, pelo menos ontem, adaptados a época alguma, onde me incluo. Uma salada diversificada que só mesmo em um show como o de ontem pode ser possível.

As novas músicas não são ruins, mas foi nos clássicos que o show ganhou força. “Em She Bop, minha preferida, tive o prazer de escutar uma versão” rock ´n roll” do hit, sem perder a energia e a exaltação pop que a original possui. Uma sucessão de grandes hits foram rolando e entre um e outro, Cyndi pegava um dicionário e tentava dizer algumas palavras em português, sem muito sucesso, mas cheia de carisma. E então chegou o ponto máximo do show com “Girls Just Want to Have Fun”. Nessa hora não apenas elas, mas nós, todo mundo já tinha se divertido e curtido algo que ficou, não perdido, mas reservado a uma época deliciosa e divertida. No bis, Cyndi veio sozinha ao palco, acompanhada apenas de uma lap guitar e mandou True Colors, fechando um grande show de música pop. Como só as verdadeiras bandeiras do pop podem fazer. Teve tempo ainda de prometer um retorno em 2009.

Ao final eu tive a certeza de que o mundo pop de hoje não precisa de uma Cyndi Lauper ou vai ver precisa demais, mas em um universo de Britney´s, Aguileras e coisas do tipo, um show como o de ontem não seria bem compreendido.

Despeço-me dos meus nobres leitores ao som de She Bop, dela, da minha 1ª “namoradinha”.

Abraços,

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *