IRRECONHECÍVEL CORINTHIANS

Sabe aqueles dias em que tudo parece confuso, você entra num supermercado ou numa padaria e tem uma fila grande, gente brigando com os atendentes? Sabe quando você tá procurando um documento ou objeto em casa e inadvertidamente abre a geladeira pra ver se está lá dentro? Sabe quando você não encontra uma coisa que está bem na sua frente? Sabe quando você tá tão distraído que troca o nome das pessoas, ou quando você vai entrar em casa e ao invés de pegar a chave, pega o crachá do trabalho? Sabe quando você tenta passar na catraca do ônibus ou do metrô usando o cartão de crédito ao invés do bilhete único?

 

Pois é, foi com esta falta de foco que o Corinthians entrou em campo na Bombonera para enfrentar o Boca no jogo de ida das quartas de final da Libertadores. Com força máxima e atenção mínima, o Timão foi disperso e sem objetividade na maior parte do tempo, especialmente na segunda etapa. Mas o que teria causado tudo isso? Acomodação? Excesso de confiança? Enfim, fato é que o Corinthians, que a princípio até dividiu a posse de bola com o Boca no primeiro tempo, estava fora do ar. Sem conexão. Perdido. Com a substituição de Danilo, no início do segundo tempo por sentir dores, por Jorge Henrique, o time ficou ainda mais perdido, sobretudo porque faltou aquele organizador das jogadas. A velocidade aumentou, mas a bola ia sendo rifada o tempo todo em meio à tradicional catimba dos argentinos. Aos treze minutos, Alessandro fez um corte errado, viu Erbes chutar cruzado e Blandi mandar para o gol, sob os olhares da zaga alvinegra, que pediu impedimento, mas não foi atendida (até porque o lance foi legal). Ainda sobrou tempo para lambanças de Cássio (largou a bola com a mão fora da área, cometendo falta) e Paulo André, numa entregada que quase resultou no segundo gol do Boca. Paulinho e Ralf não foram nem sinal dos jogadores que, incontestáveis, fizeram valer a convocação para a Seleção Brasileira. Emerson teve raça, mas errou muito. Guerrero fez jus ao nome, mas teve o azar de mandar na trave a bola que mudaria o panorama do jogo. Pato não teve tempo de fazer muita coisa.

Ainda dá tempo de mudar a história, mas se o Boca conseguir fazer um gol no Pacaembu, as coisas se complicam para nós. Por enquanto, o grande vitorioso é Riquelme, que sem jogar, se valeu da sua própria boca pra se impor. E conseguiu.

One thought on “IRRECONHECÍVEL CORINTHIANS”

  1. Não vou dizer que foi uma vergonha o jogo, pois não achei que o Corinthians jogou tão mal, mas faltou coração, sentiram medo e isso sim é de se ter vergonha, na saída do Danilo o time perdeu o cara de dita o ritmo do jogo, mas o Paulinho que faz muito bem isso, não honrou. Aqui tem que ser 300% de sangue 300% de raça e 400% de Corinthians, o que seria a mesma coisa. Podemos e vamos reverter, mas se jogarmos como jogamos quarta passada, vai ser bem difícil.

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