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104 ANOS DE UM AMOR EM VERSO E MELODIA

Em homenagem aos 104 anos do Corinthians, comemorados hoje, algumas canções que representam a paixão corinthiana.

corinthians

Toquinho, “Corinthians do meu coração”

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=Jx-TWO5DbKw[/youtube]

Adoniram Barbosa, “Meu amor é o Timão”

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=jYGX4c11n5o[/youtube]

Rita Lee, “Amor em Branco e Preto”

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=qsQAywDJ3HU[/youtube]

Carlinhos Vergueiro, ‘Nação Corinthians’

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=z0tuhJ3gwbU[/youtube]

#VaiCorinthians!

NÃO VEJO NADA, O QUE EU VEJO NÃO ME AGRADA

José Maria Marin, um dirigente que enxerga longe.
José Maria Marin, um dirigente que enxerga longe.

Os presidentes (sim, o atual e o sucessor, já escolhido) da Confederação Brasileira de Futebol parecem ser alheios aos conceitos de ‘inovação’ e ‘gestão de mudanças’. Em contrapartida, se mostram claramente fiéis aos seus próprios valores. É, de certo modo, o caminho inverso do que é recomendado a um treinador dentro de campo: mesmo perdendo, preferem recuar.

Fiéis a suas premissas, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero montaram uma verdadeira ‘tropa de choque’ para cuidar do futebol das seleções. Em coletiva na quinta-feira, dia 17 de julho, mostraram que vieram mais para confundir do que para explicar.

Primeiramente, Alexandre Gallo, mantido no cargo, até porque tem o perfil que agrada aos dirigentes, fez longa explanação sobre os erros cometidos na falta de conexão entre a Seleção principal e as categorias de base. Porque claro, se é para exorcizar a comissão técnica que está de saída, é melhor queimar logo de vez. Mesmo que se faça parte disso. Gallo tem o perfil disciplinador. Chegou a implicar com cortes de cabelo de jovens jogadores. A direção dá respaldo.

Na sequência da coletiva, foi indicado Gilmar Rinaldi, agente de jogadores até a véspera de sua indicação e também com o mesmo perfil disciplinador. Pergunte a Romário sobre os tempos de Flamengo, época em que Rinaldi tinha cargo de dirigente.

Por fim, a já dada como certa indicação de Dunga como treinador, um imenso passo para trás da CBF. A fórmula é simples: se havia a impressão de que o trabalho de Felipão e Parreira era de formar ‘família’, trazer todo o grupo para junto, estreitar as relações, é hora de chamar um ‘gritalhão’, um ‘disciplinador’, mais preocupado com critérios comportamentais do que técnicos e táticos.

Muito estilo no vestir.
Muito estilo no vestir.

Que o caro leitor não se engane com o retrospecto ‘menos pior’ de Dunga em relação à atuação da Seleção Brasileira na Copa de 2014. É um treinador fraco. Fez parte de um grupo vencedor em 1994, como jogador e capitão. Mas o time tetracampeão, de 20 anos atrás, já não trazia em si nada inovador, afinal de contas foi campeão graças a grandes atuações individuais, que puderam se desprender de um esquema travado e sem criatividade.

Pode dar certo? Pode, como tudo na vida. Mas não é inovação, e pelo retrospecto desta curta passagem de Marin pela presidência, e a se contar pela atitude conjunta com seu sucessor, podemos dizer que o céu é só uma promessa.

‘FILME DE ROCK AND ROLL TEM QUE SER NO VOLUME ALTO’

Pedindo para o projecionista aumentar o volume da exibição. Foi assim que o cineasta carioca Pedro Asbeg terminou sua introdução sobre o documentário ‘Democracia em Preto e Branco’, exibido no Cinesesc em 6 de maio de 2014, dentro do festival In-Edit, dedicado a documentários musicais. ‘Filme de rock and roll tem que ser no volume alto’.

O cineasta Pedro Asbeg e o cartaz do filme.
O cineasta Pedro Asbeg e o cartaz do filme.

Não era exagero. ‘Democracia…’ não é um filme sobre o Corinthians. Ou melhor, é. Mas não só sobre o Corinthians. Ele retrata um momento marcante da história do Brasil. Um contexto em que a política, o futebol e o rock efervesciam.

poster

Era início da década de 80, o país ainda era governado pelos militares. Ditadura aqui, ditadura ali: Vicente Matheus se perpetuava como presidente do Corinthians. Quando não havia mais jeito de se reeleger, uma cartada: se candidatou a vice-presidente e indicou para a cabeça da chapa seu aliado Waldemar Pires. Mas a aliança não durou tanto assim. O novo presidente acabou rompendo com Matheus e implantando uma nova cultura, a cultura da democracia, uma tradução do que o povo já almejava. Ter vez e ter voz. Tudo se interligava: os jogadores, encabeçados pelo saudoso Doutor Sócrates, Wladimir, Zé Maria (que viria a substituir Mário Travaglini como treinador), Zenon, Casagrande, entre outros, eram também envolvidos nos movimentos políticos, e a trilha que embalava esse movimento era o rock nacional que se desenhava nas guitarras de grupos como Ira!, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, Barão Vermelho, e por aí vai.

Rita Lee, escolhida para fazer a locução do documentário, dá as caras também no palco, em um lendário show em que Sócrates, Wladimir e Casagrande, percebendo o momento oportuno, queriam presentear a cantora com uma camisa do Corinthians, mas sem ter uma à mão, apelaram para um espectador do show, que trajava uma camisa do Timão.

democracia (1)

A linha desenvolvida no filme traz certa cronologia, desde o início do movimento e a sua criação, que aliava o anseio popular com técnicas publicitárias afiadas, até seu final, com a fria recepção de Leão, contratado como goleiro, a ida de Sócrates para a Itália, impossibilitado de cumprir sua promessa de ficar caso a emenda das eleições diretas para presidente fosse aprovada. Não foi, e o Doutor se foi para o Velho Mundo. Passam pelo filme em depoimentos, além dos jogadores, grandes nomes do rock nacional e da política, incluindo os dois últimos presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, que tiveram participação ativa no movimento das Diretas Já.

democracia

Em resumo, ‘Democracia em Preto e Branco’ é imperdível, e não só para quem é torcedor do Corinthians. Vale a pena para todos os que querem entender aquele momento que mudou a história do país. Como disse Casagrande em depoimento, ‘(…) a Democracia Corinthiana bateu o pênalti’.

Assista ao trailer do filme:

 [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=TjbNGhW2FEY[/youtube]

DESPEDIDA EM GRANDE ESTILO

Por motivos alheios à minha vontade, estive longe deste espaço. Saudade de dar meus pitacos. Vamos a eles.

O Corinthians, que estreou de maneira pífia no Campeonato Brasileiro de 2014, num empate sem gols e sem alma contra o Atlético Mineiro, tinha a chance de se redimir diante de sua torcida, na despedida daquela que é e sempre será a sua casa, nosso querido Pacaembu, palco de muitas de nossas conquistas.

saudosa maloca

Confessando ser um torcedor relapso, que há alguns anos não vem frequentando estádios de futebol (que os deuses do futebol, tão cultuados por nosso treinador, sejam complacentes comigo), vou deixar pra falar desta despedida no próximo texto, em que convidei amigos que estiveram presentes na partida de 27 de abril de 2014, diante do Flamengo, para celebrar com sua torcida em seu espaço preferido.

Sendo assim, vou me ater ao jogo:

Com o clima perfeito de festa entre time e torcida, reforçado com a presença de Elias, apresentado ao som de ‘Saudosa Maloca’, não para jogar, mas para estar presente e ser testemunha da grande festa, o time entrou leve em campo, botou pressão, e não demorou quase nada para abrir o placar. Após cobrança de escanteio de Jadson, Guerrero se enrolou com Samir, mas a bola sobrou para Guilherme, que não desperdiçou. Mesmo assim, o primeiro tempo ainda lembrou a fase de escassez de boas jogadas. O momento mais marcante foi aos 43 minutos, quando Léo Moura entrou forte numa jogada e atingiu Petros. Cartão vermelho direto.

Elias esteve por lá.
Elias esteve por lá.

Só que Mano Menezes vem abusando do direito de ser irritante às vezes. O time ficou segurando a bola, sem muitas jogadas pelas laterais, apenas explorando possíveis contra ataques, e o Flamengo dominou a posse de bola, sem que com isso pudesse fazer algo produtivo. Quando explorou um pouco mais o lado esquerdo, até pela ausência de um marcador por ali, o Corinthians fez o seu: Fábio Santos cruzou, Gil concluiu: 2 x 0.

É aquilo: o Corinthians continua forte defensivamente, a dupla Gil-Cléber está muito bem entrosada, Ralf continua fazendo bem o seu papel. O meio de campo vem se acertando com o que tem. Guilherme e Petros suprem o meio de campo enquanto os possíveis titulares Elias e Renato Augusto (este ainda é infelizmente uma incógnita, já que sua situação física não permite ainda uma avaliação técnica). Guerrero vem recuperando o bom futebol aos poucos, embora ainda não esteja marcando gols, que é o que se espera dele. Fagner ainda não fez uma partida digna de nota, mas vem se adaptando. O coletivo do Corinthians está evoluindo, para enfim começar a se pensar em repetir bons momentos de um passado recente. Resta saber se Mano Menezes saberá trabalhar com estas peças para conquistar um título relevante.

E que venha a Arena!*

*O Corinthians pode ter uma segunda ‘despedida’ do Pacaembu, caso não elimine o jogo de volta da Copa do Brasil, contra o Nacional-AM, que tem como principal nome o célebre Carlinhos Bala.

OS DOIS LADOS DO RIO LA PLATA

O camarada Raphael Prado fez uma viagem por Buenos Aires e Montevidéu e relata as curiosidades e histórias futebolísticas que ouviu e presenciou em sua passagem por aquelas bandas.

Por Raphael Prado

Lá no serviço um colega de trabalho perguntou o que eu ia fazer durante a viagem pra Buenos Aires e Montevidéu, ai quando eu passei pra ele um mini roteiro do que eu pretendia ele me respondeu que todas minhas viagens eu faço coisas relacionadas a futebol e a música.
Na realidade essas duas atividades são as que me movem sair de casa, por conta de futebol e shows eu conheci outras cidades, estados, países, fiz amizades, conheci comida e bebida dos locais visitados e até em algumas poucas vezes tive a chance de conhecer (melhor) mulheres.
Essa viagem da qual voltei semana passada traduz bem a importância que um desses elementos tem, tanto que nesse post em especifico falarei disso e não farei um “guia de sobrevivência” ou “conheça as cidades”.

 Montevidéu

Essa foi minha segunda visita à capital Uruguaia, e dessa vez eu consegui ver um jogo. Infelizmente não foi no lendário e histórico Estádio Centenário mas sim no simpático, modesto e porque não bucólico estádio Luiz Franzi onde o time do Defensor manda seu jogos.
É um estádio que aos moldes do que conhecemos aqui na capital paulista seria semelhante ao também simpático estádio da “Rua Javari” do Juventus na Mooca. O jogo foi Defensor Sporting 2×0 Cruzeiro, valido pela primeira fase da Copa Libertadores da América. Das várias situações curiosas que ocorreram durante o jogo, destaco que o estádio fica às margens do Rio La Plata e conforme vai anoitecendo nota-se um belíssimo pôr-do-sol atrás de um dos gols do estádio, formando uma vista bem bonita das arquibancadas e o sol se pondo atrás do rio. Os “Barras” (como são conhecidos os que no Brasil chamamos de Torcidas Organizadas), do Defensor vão munidos dos tradicionais instrumentos músicas e de inusitados guarda-chuvas que fica aberto durante o jogo todo. A parte de alimentação dentro do estádio também é algo que chama atenção, pois há vendedores de café que andam pelas arquibancadas com maquinas de café em suas mochilas e vendem um expresso quentinho e passado na hora. Na lanchonete do estádio vendem enormes hambúrgueres (lá é hamburguesa), super recheados e que dá de 10 em vários fast-foods famosos. E por fim não posso deixar de falar dos tradicionais mates, torcedores andam com suas garrafas térmicas com agua quente e suas bombas e cuias por toda a dependência do estádio bebendo seu mate.
Só posso dizer que pra quem gosta de futebol e vai aos jogos sem nenhum cunho clubistico ou só pensando em rivalidades, mas vai ao estádio em outros locais que não onde seu clube de coração joga, esse tipo de experiência é fundamental, recomendo muito que pessoas que amam o futebol façam isso, se tiver a chance de num país que estiver visitando de ver jogos locais, vá, é enriquecedor.

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No Estádio Centenário fui fazer a clássica visitação ao Museo del Futbol que fica dentro do estádio (algo como o Museu do Futebol que temos no Pacaembu). Já havia feito esse passeio em 2010, mas fui novamente pois com a recente evolução do futebol uruguaio na Copa de 2010 e o Título da Copa América de 2011 sempre tem novidades. Infelizmente não havia nenhuma partida marcada para o período que eu estava na cidade, mas havia a exibição do filme “Maracaná” que conta a história do título da Celeste em território brasileiro em 1950. Imaginem uma tela gigante como esses telões que tem shows, no meio do gramado do Centenário passando um filme sobre a maior conquista que o futebol dele tiveram. E essa sessão foi vista das arquibancadas do estádio, revivendo um clima de jogo.

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Estava caminhando pelo bairro de Palermo rumo a Rambla Argentina pra dar um passeio pela orla do Rio La Plata, quando vejo um senhor, saindo de sua casa com a camisa do Corinthians, não me contive e fui conversar com ele. Sr Javier, me contou que adora futebol brasileiro, que era maratonista e que diversas vezes foi correr em Porto Alegre e Florianópolis. Uma conversa agradável com um senhor que é amante de futebol. Sensacional.

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Buenos Aires

A capital argentina respira futebol e muito diferente do imaginamos não é só de Boca Juniors e River Plate que os portenhos falam, pois há sim muitos torcedores dos outros times espalhados pela capital. Obvio que os dois gigantes concentram a maioria dos “Hinchas” mas não podemos desprezar de forma alguma a paixão que os demais tem por Independiente e Racing (ambos de Avellaneda), Velez e San Lorenzo (capital) e porque não os times de Rosário e La Plata.
Tive quatro experiências relacionadas a futebol em Buenos Aires. A primeira, foi ver Racing 1×2 Boca Juniors em um pub e conhecer como os torcedores de lá se comportam nos bares. Achei bem bacana, é bem semelhante ao nosso modo, muita bebida, os gritos de “uhhh” enfim é bem parecido. De quebra fiz amizade com dois torcedores no pub.

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Museo de lá Pasion Boquense e Visitação as dependências do mítico estádio de La Bombonera é das atrações que todo apaixonado por futebol deve fazer. Conhecer um pouco da história do clube mais popular da Argentina, visitar as arquibancadas do estádio, pisar ao gramado, sentar no banco de reservas e por fim levantar a Copa são as experiências vividas nesse passeio. Confesso que após “turistar” pelo estádio, fiquei sentando ali na arquibancada por uns 10 minutos talvez, incrédulo, olhando para aquela trave (da entrada principal do estádio), pensando, lembrando, imaginando como foi ao vivo o que eu vi na TV, que foi um dos gol mais importantes que eu comemorei na vida (não só pelo contexto esportivo, histórico e clubistico em relação ao Corinthians, mas sim na minha vida pessoal que não estava lá muito boa) que foi aquele gol do Romarinho aos 39 minutos e 56 segundos do segundo tempo da primeira partida final da Libertadores 2012. Não há muito o que falar sobre isso, apenas lembrar o que senti.

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Sempre ouvi histórias sobre a pressão que a torcida do Boca faz nos jogos em La Bombonera, que o estádio pulsa, que o clima do jogo por vezes faz que o time (em alguns momentos com elenco até inferior que seu adversário) se sobressaia na partida, enfim, várias e várias histórias. Pude conferir um jogo in loco pela oitava rodada do Torneio Final do Campeonato Argentino que foi Boca Juniors 1×1 Argentinos Juniors, realmente a torcida do Boca é um espetáculo a parte ao jogo, comandados pela principal “Barra” que é a La 12, o estádio todo canta a mesma música que a La 12 puxa, não tem essa de cada canto estádio cantar uma coisa diferente como ocorre em alguns lugares.

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A última coisa e a mais inusitada de todas foi que estava andando pela Plaza San Martin com a camisa do Corinthians quando um cara me aborda, se diz torcedor do River (na hora eu achei que ele ia me espancar) e me pergunta qual era o melhor jogador do mundo? Eu já meio medo de tomar umas pancadas a toa entrei na brincadeira dele e disse que não sabia, ai ele olhou pra mim e disse: “É Romarineo, pois calou aquele lugar.” Sem mais.

Vou deixar aqui umas explicações sobre expressões usadas pelos Hermanos.

Hincha – Torcedor
Barras – Torcida Organizada
Copa – Libertadores
Mundial – Copa do Mundo
Mundial de Clubes – Intercontinental

Por fim digo apenas que futebol é o único esporte possível, o resto é educação física.