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O “$” da questão…

A inevitável “ressaca” após o vice campeonato Paulista ainda permeia o ambiente alvinegro e se mostrou evidente na estreia da equipe no Brasileirão. Nem o alçapão da Vila – palco que marcava 100% de aproveitamento em 2014 – foi suficiente para o time superar o Sport, que coincidentemente entrou em campo com um time recheado de ex-santistas, 4 titulares para ser exato.

Contudo, o empate na rodada de abertura e a atuação melancólica da equipe não são os maiores problemas do Santos.

Nos bastidores, o clube vive uma situação conturbada em relação a renovações de contrato, falta de patrocínio master  e ausência de recursos financeiros para reforçar o elenco.

Da fato, dizer isso de um time que vendeu recentemente inúmeros jogadores a preços milionários – Paulo Henrique Ganso, Felipe Anderson, Rafael e Neymar – pode parecer irônico, mas não é.

O dinheiro de todas as transações citadas inexplicavelmente não foi suficiente para o clube arcar com seus compromissos, apelando para um adiantamento da cota de televisão do ano que vem, fato que pode transformar a vida financeira do clube em uma “bola de neve”.

Com a ausência de Neymar, a carência de um ídolo, não só para alimentar o ego da torcida, mas também para rechear os cofres santistas, fez com a diretoria perdesse todo o seu poder de barganha perante as grandes marcas interessadas em patrocinar o futebol.

Na busca por dias melhores, Leandro Damião foi a solução encontrada. Porém, o centroavante se tornou mais um “tiro no pé” da diretoria santista.

A contratação não bombou no ponto de vista “marqueteiro” da coisa e as más atuações acabaram com a paciência da torcida. Mais uma “trapalhada” financeira/mercadológica da cúpula alvinegra?

Tudo indica que sim, mas ainda há tempo de reverter esse quadro.

Afinal, são apenas 14 jogos,  5 gols e um restante longo de temporada pela frente.

Seja qual for o motivo da decadência do futebol santista em 2014,  as contratações e vendas equivocadas, a falta de investimentos e má administração recente da diretoria fizeram do Santos – ultimamente um dos poucos clubes que fugiam à regra das dificuldades financeiras – mais um na vasta lista.

Sendo assim, o que esperar de um time recheado de jovens promissores, seriam eles a solução novamente? Cabe apostar ainda em Leandro Damião?  O elenco é suficiente para encarar o Brasileirão?

De fato, são muitas perguntas, poucas respostas e a certeza de que o “x” da questão é sempre o mesmo…

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Justo ou injusto, eis a questão!

Justiça: conceito abstrato que possui uma série de significados. Um deles, segundo o dicionário Houaiss, trata-se do “reconhecimento do mérito de alguém ou de algo”.

Trazendo tal significado para o universo futebolístico, não é incomum ouvirmos essa palavra nas discussões em relação ao futebol. O torcedor que vê o seu time perder, muitas vezes, contesta a justiça e o do placar ou do título adversário. O ganhador, quase sempre, ignora.

O fato é que: não haver justiça quando um clube conquista um campeonato, seja ele qual for, é muito improvável. Ser campeão significa dizer que o detentor da taça foi (talvez obviamente) o melhor time do campeonato. E, convenhamos, não importa se o mesmo foi o melhor tecnicamente, se fez a melhor campanha ou se marcou mais gols. O que vale mesmo é que a taça sempre estará nas mãos do melhor.

E foi justamente isso que aconteceu no mais equilibrado dos estaduais. O Estadual que, esse ano, viu os seus gigantes sucumbirem um a um em cada fase do torneio. O Estadual que coroou um clube dito pequeno, mas que, por coincidência, vem da terra das coisas gigantes. Justo?

Sim, justo! Mas e a melhor campanha do Santos, não deveria significar uma vantagem pra final? Certamente.

Contudo, a melhor campanha do Santos, que culminou em um vice campeonato, reflete e abre um parêntese para outra discussão, sobre regulamento e questões políticas daquela que administra o campeonato.  E isso não vem ao caso…

O assunto aqui é outro e o que nos cabe é simplesmente parabenizar aquele que botou o regulamento embaixo do braço, ignorou a estrutura inferior perante os grandes e se superou.  Aquele que cresceu no momento certo, fez o seu jogo (bonito ou não, mas efetivo) e mostrou um futebol de campeão, o futebol do melhor time do campeonato.

E não será o regulamento o responsável em tirar o brilho e a JUSTIÇA do título do Ituano. Afinal, o Santos teve em 180 minutos a chance de fazer a sua própria justiça, de melhor campanha do campeonato, e não foi feliz. Paciência…

Se tais coisas não acontecessem, provavelmente não seríamos loucamente apaixonados por esse tal de futebol. Um esporte tão simples e complexo, tão grato e ingrato, tão justo e injusto…

Parabéns, Ituano!
Com justiça, o grande Campeão Paulista de 2014.

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PARA LAVAR A ALMA!

Partidas ruins, escassez de gols, time desorganizado e muita desconfiança marcaram o inicio de temporada santista.

Com a saída de Montillo, a contusão de Edu Dracena e a falta de reforços, o que restou para o técnico Oswaldo foi escalar a molecada.

Gabriel virou o dono da camisa nove, Geuvânio completou o trio de ataque santista com Thiago Ribeiro. Na zaga, a dupla Jubal e Gustavo Henrique e completando o meio de campo, o volante Alan Santos.

Apesar da instabilidade e da falta de opções, a equipe conquistou 7 dos 9 primeiros pontos disputados,  com gols nos acréscimos e muito sufoco é bem verdade, mas o suficiente para se manter no G2 de seu grupo.

Faltava então uma partida para engrenar de vez, para afastar a  desconfiança da torcida e acima de tudo, dar moral para os garotos recém promovidos.

E ela aconteceu…

O dia 29/01/2014 marcou não apenas uma possível arrancada alvinegra, mas principalmente a ascensão de mais um punhado de moleques ousados e promissores.

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Contra ataques fulminantes e sabedoria para definir, tudo isso frente a um time cascudo, campeão do mundo e que há mais de 6 anos não sofria 5 gols em uma partida.

É claro que não dá para dizer ainda que essa molecada irá vingar e que estamos diante de mais uma geração de craques, mas a goleada imposta sobre o Corinthians é um belo cartão de visitas e ao menos enche de esperança o torcedor santista, outrora tão desconfiado.

Mais do que isso, dá moral a um time que ainda sofre com a ausência de seu maior ídolo dos últimos tempos, um time que precisa se adaptar a um novo estilo de jogo, começar do zero e apostar no coletivo.

De fato, se hoje ainda não existe um “Neymar” para desequilibrar e decidir as partidas, tem-se ao menos um esquema de jogo evidente, uma forma de atuar que exclui a dependência de um único jogador.

Por fim, o santista sai de alma lavada do clássico e na torcida por uma nova geração de meninos da vila. E convenhamos, não há motivos para desacreditar, afinal de contas, na Vila Belmiro, um raio costuma cair várias vezes no mesmo lugar…

UM ANO DE NOVAS E VELHAS APOSTAS

Enfim, o futebol voltou!

Os estaduais já estão em suas primeiras rodadas, a charmosa Copa do Nordeste já está a todo vapor e os clubes pelo Brasil afora começam a matar a saudade de seus torcedores.

Trazendo para o universo do mais disputado e aguardado campeonato estadual, temos um cenário atípico em 2014. Afinal, depois de 15 longas temporadas futebolísticas, um clube paulista não disputará a Libertadores.

O que isso tem a ver com o Paulistão?

Simples, as atenções dos grandes estarão completamente voltadas para o estadual, que esse ano conta com uma fórmula de disputa diferente, no intuito de diminuir a quantidade de datas e adequar o calendário à Copa do Mundo.

Diante disso, o Santos iniciou a temporada com apenas um reforço e a manutenção da base de 2013, o que diante da realidade dos outros clubes, não é tão ruim assim.

A estreia no Paulistão já aconteceu e com alguns desfalques, o time que entrou em campo na vitória contra o XV contava com 6 jogadores formados nas categorias de base. O que no Santos não é lá uma grande novidade.

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Essa promoção dos garotos, certamente é fruto do desempenho dos mesmos no ano passado e no inicio de 2014,  já que o clube alcançou a glória na Copa SP e na Copa do Brasil Sub-20 (2013) e está novamente entre os 4 melhores da Copinha esse ano.

O novo treinador, assim como qualquer outro que assume o Santos, terá que se adaptar a essa realidade do clube: apostar na base, seja qual for o cenário.

Em 2014, o motivo para isso é justamente a falta de opções no mercado e não só isso, a condição financeira limitada dos clubes de futebol, já que muitos nem sequer possuem patrocínio master ainda, caso do próprio Santos.

E a solução mais uma vez foi recorrer aos meninos da Vila, “apelando” para boa e velha fórmula de sucesso do clube.

É claro que no Santos pelo histórico de revelar bons jogadores, a expectativa sobre qualquer garoto promissor é bastante grande, porém, aqui prevalece um velho clichê do futebol, de que é preciso ter calma para lançar um jovem. E tenho certeza que “calma” é o que não falta ao professor Oswaldo de Oliveira, talvez o técnico mais calmo do mundo!

Ironias a parte,  o Santos em 2014 viverá de apostas. Aposta no novo treinador, que apesar do bom trabalho no Botafogo, não deixou boas lembranças em sua última passagem pelo clube. Aposta em seu camisa 9, a contratação mais cara do futebol brasileiro e é claro, a boa e velha aposta nos meninos da vila, essa quase sempre certeira.

Pois bem, em meio a velhas e novas… (adivinhem?) apostas, o Santos busca em 2014 dias melhores e a solução de sempre pode ser o caminho para retomada das conquistas: a molecada!

VIDA LONGA AO REI!

Dico, nascido em Três Corações-MG, calça suas chuteiras e sai para fazer o que mais gosta: jogar futebol. Extremamente franzino, o garoto mostra-se íntimo da redonda, corre, dribla, chuta, cabeceia. Todos ao redor gostavam de ver o talento de Dico, logo ele estava sendo comentado e aplaudido por amigos e familiares, porém nenhum deles esperava que anos mais tarde, este mesmo menino seria aplaudido pelo mundo.

Dico virou um grande jogador, mas descreve-lo assim seria injusto por tudo que ele fez pelo esporte. Acharam melhor chama-lo de Rei, na verdade, Rei Pelé – O maior atleta de todos os tempos.

Quando falamos em futebol, logo nos vem a cabeça a figura de Pelé, sua genialidade representa o que de melhor se viu até hoje em termos futebolísticos. Uma vez perguntado sobre quem era o melhor jogador da gloriosa equipe santista da década de 60, Pepe, o canhão da Vila, disse que ele era o melhor de todos, o repórter atônito rebateu: ”Ora, mas e o Pelé?” e então Pepe finalizou: ”Pensei que você estivesse falando dos normais, o Pelé não conta, ele não é desse mundo”.

Realmente, todas suas conquistas pessoais, títulos à nível de clube e seleção e recordes históricos levam a crer que Pelé só pode mesmo ter vindo de outro planeta, aliás dizem que Pelé não nasceu, foi composto e Deus jogou a forma fora.

Em meio a tanta genialidade, certamente qualquer clube no mundo gostaria de ter revelado Pelé. Contudo, o privilégio coube ao Santos Futebol Clube. Aliás foi no clube do coração que o Rei partiu para o mundo e conquistou a maioria de seus títulos.

Foram 1.091 gols em 1.115 jogos, 45 títulos e muitos capítulos históricos que só clube santista tem o orgulho de registrar em sua história.

De fato, homenagear alguém da magnitude de Pelé nesse dia especial é uma responsabilidade e tanto. Portanto, o que me resta é simplesmente agradecer ao Rei por todos os serviços prestados ao Santos, ao Brasil e ao Mundo do Esporte.

Finalizo aqui com frases históricas que dispensam qualquer tipo de comentário. Vida longa ao rei!

“Como se soletra Pelé? D-E-U-S” — THE SUNDAY TIMES, jornal inglês.

“Após o quinto gol, eu queria era aplaudí-lo” — SIGGE PARLING, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé durante a final da Copa do Mundo de 1958.

“Muito prazer, eu sou Jimmy Carter, você não precisa se apresentar. Pelé todo o mundo conhece” — JIMMY CARTER, ex-presidente dos Estados Unidos.

“Se Pelé não tivesse nascido homem teria nascido bola. Até a bola pedia autógrafo para Pelé” — ARMANDO NOGUEIRA, jornalista 

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