AS CARTAS ESTÃO NA MESA

Antes de qualquer comentário, uma confissão: este que vos escreve acreditava que Mano Menezes teria sucesso como treinador da Seleção Brasileira. Embora atendesse ao perfil ‘treinador-gaúcho-disciplinador´, Mano a meu ver tinha um estilo mais assemelhado ao do carioca Carlos Alberto Parreira, de quem fui pupilo inclusive, na ocasião da passagem do tetracampeão mundial pelo Internacional. Ledo engano: ao longo destes dois anos no comando da equipe, Mano colecionou muito mais fiascos do que sucessos.

Mesmo com todos os problemas e desagradando a boa parte da torcida, não dá pra se dizer que a demissão de Mano Menezes foi a ‘crônica de uma morte anunciada’. Pelo contrário. Dizia-se até, após a conquista do, hmm… ‘título’ do Superclássico das Américas, que finalmente a Seleção encontrava um certo equilíbrio. Bobagem: o fato é que o presidente da CBF, José Maria Marin nunca foi fã do gaúcho. Herdou de seu antecessor, Ricardo Teixeira o treinador e também o diretor de seleções, o folclórico ex-presidente corintiano Andres Sanchez. Sobrou para este último, inclusive, a ingrata tarefa de explicar a demissão. Justo ele, que era contra a demissão do treinador, tendo o convencido a não pedir o boné logo após  a perda da Olimpíada. Desta vez, Andres foi voto vencido.

O ex-jogador e agora deputado Romário sempre quis dar um cartão vermelho a Mano Menezes. Foto: Márcio Viana

Bom, enfim: talvez tenha havido mesmo esta falta de timing no desenrolar dos fatos. O certo é que – a um ano e meio da Copa do Mundo no Brasil – estamos sem treinador. E já começa-se a especular a respeito do substituto. O nome mais comentado, até antes da queda de Mano, Luiz Felipe Scolari, sem clube desde sua demissão do Palmeiras, foi avistado por este colunista caminhando tranquilo com a esposa pelas ruas do bairro de Perdizes esta semana. Ao que parece, é o candidato com menos empecilhos para assumir a Seleção. É o nome preferido de Marco Polo Del Nero, vice-presidente, segundo dizem.

O momento da filosofia “aqui é trabalho” na Seleção?

Igualmente falado, Muricy Ramalho segue no Santos. Talvez o timing também não seja o mesmo, dada a impossibilidade de assumir a seleção anteriormente, quando comandava o Fluminense.

A hora e a vez do bigode voltar?

Nome forte é o do nosso bravo Adenor Leonardo Bacchi, o popular Tite, prestes a disputar o Mundial pelo Corinthians. Como a CBF só deve oficializar a escolha do seu novo treinador em janeiro, pode ser uma opção considerável. De antemão, já digo que não gostaria de perder nosso vencedor comandante, seja qual for o resultado do Mundial. Tampouco acho que seria vantajosa uma volta de Mano Menezes ao Timão. O que passou, passou. Talvez seja a hora de Mano experimentar novos ares, numa seleção ou clube de outro país.

Adenor e sua treinabilidade na mira da CBF?

Falando em outro país, o jornal Lance noticiou – por meio de seu fundador, Walter de Mattos Junior – que, consultado a respeito, Pep Guardiola aceitaria treinar a Seleção.

Mais um confissão: sempre achei uma bobagem enorme e que seria uma medida populista pensar em trazer Guardiola pra treinar o Brasil. Sobretudo num momento em que o país será sede da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014. No entanto, posso dizer que mudei de opinião. Não me parece ideia tão absurda assim. Talvez  – paradoxo dos paradoxos – com um estrangeiro, a seleção do país finalmente recupere sua identificação. Ademais, serve como inovação e quebra um pouco do marasmo das figuras carimbadas e a ausência de novidades em escalações e esquemas. Pep sempre declarou se espelhar no Brasil do passado para fazer o time do Barcelona jogar com aquela classe que todos presenciaram no último Mundial de Clubes. Ainda é prematuro apostar todas as fichas nele, mas quem sabe? Pode ser a chance de Marin acrescentar mais algumas medalhas à sua coleção particular.

Seria o momento oportuno para ter Guardiola na Seleção? Ao que parece, ele aceitaria…

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