ACABOU A SUPERAÇÃO. COMEÇOU A OBRIGAÇÃO

O time do Palmeiras é fraco tecnicamente e vive até aqui na temporada da força de vontade de muitos, da inspiração de pouquissimos e do bom trabalho tático de Gilson Kleina.

Em que momento da história foi dito algo diferente disso? Aqui nos canais FFC pelo menos, nunca.

Assim sendo, voltemos todos à realidade atual. Em outras oportunidades eu já havia dito que esse time do Palmeiras não é de Libertadores. O Palmeiras sim é muito de Libertadores. E isso pode ter gerado algum tipo de expectativa descabida em ralação ao futuro do time na competição.

Em princípio o Palmeiras era o patinho feio e sequer se classificaria na fase de grupos. Se classificou e como primeiro em sua chave.

Depois iria enfrentar o time responsável por acabar com a invencibilidade corintiana, temido pelo gramado sintético e pela longa viagem. Viajou, jogou no sintético, esteve melhor na partida e saiu com um empate sem gols. Em uma análise superficial, ótimo resultado. Friamente pensando, nem tanto.

Dentro de suas latentes limitações técnicas – e após todas as superações, inclusive o peso de uma obrigação adquirida – não era de todo absurdo imaginar que o time iria partir pra cima do Tijuana para fazer valer o seu mando, suas tradições. Das limitações do time completo ao remendado time com trocentos desfalques que entrou em campo, bastava ao Tijuana postar-se berm taticamente e aguardar um contra-ataque – que nem precisou acontecer, mas enfim.

O início promissor, com pressão, marcação na saída de bola adversária, bola na trave, de nada valeu quando o inconstante Bruno levou um frango homérico.

Alguém se lembra aí desse time revertendo placares? Nem dá pra imaginar dado a ineficiência ofensiva. Pois bem, dali em diante só a vitória interessava. O medo se abateu, o choque de realidade tornou-se cada vez mais visível na medida em que Vinicius conseguia suas jogadas pelas pontas, mas as opções de jogada era com Kleber (sic), um Wesley afoito e nada mais.

O Palmeiras foi derrotado nisso. Ao cair a ficha de que estava em um lugar que não era pra ele. Não é para esse time do Palmeiras.

Os mais de 35 trilhões de palmeirenses nas arquibancadas golearam, são campeões, sim. Merecem um time melhor, merecem o clube recolocado em seu caminho de glórias pelas quais sua existência lhe confere direito. Fizeram o que deles sempre se espera – apoio irrestrito. O torcedor consciente sabe bem a hora de cornetar, de apontar mazelas. Definitivamente essa hora não é a do jogo.

Vida que segue agora dentro da realidade alviverde. Série B é mais que obrigação. Paulo Nobre e seus asseclas tem por obrigação de discurso e de moral, criar engenharias para reforçar dignamente esse time para a série B e também para a Copa do Brasil, aproveitando a enorme marca que tem em mãos, a chance única que lhes foi dada para resgatar a dignidade de uma nação, hoje sim a verdadeira nação sofrida do planeta bola.

Se até aqui esse era o Palmeiras da superação, de agora em diante é o Palmeiras da obrigação. Voltou ao seu terreno, retornou a sua realidade. Que Paulo Nobre entenda essa brutal diferença.

 

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