A INVERSÃO POLAR DO PLANETA FUTEBOL

O mundo está pasmo com as vitórias acachapantes de Bayern e Dortmund diante dos sempre favoritos de tudo e queridinhos de todos, Barcelona e Real Madrid.

“Imaginem uma épica final entre Barça e Madrid”. “Vamos torcer por essa final históóóórica entre os maiores clubes do mundo”. “Barcelona bla bla bla”. “Real Madrid blo blo blo”.

Foram nítidas as variações de felicidade de muitos dos comandantes das transmissões das pelejas. Conforme os alemães entocavam gol atrás de gol nas estelares metas espanholas, menos efusivos eram os discursos, mais lamentos apareciam e até certo apelo ao “tudo é possível” deu para notar.

De fato, em se tratando de futebol, podemos imaginar que o fortíssimo Real Madrid possa marcar 3X0 no Dortmund em Madrid.  Já o hoje menos espetacular Barcelona, que não anda sabendo muito que fazer com sua sempre decantada posse de bola, não nos dá muita margem para acreditar em uma apoteótica virada diante do poderoso Bayern, ainda que no Camp Nou. O Barcelona de histórias recentes até pode dar algum argumento aos tristonhos de ocasião.

Fato é que estamos diante de uma iminente virada de ciclo, uma cada vez mais evidente inversão polar no planeta pelota. E nem falo da troca do futebol espanhol pelo alemão no trono de grande liga planetária. Falo da troca de patamares entre Bayern e Barcelona, estes sim, muito mais do que Dortmund e Madrid, detentores das atuais e justas alcunhas de grandes times do mundo.

No embalo do espanto pelos feitos dos alemães, veio junto a incredulidade do poderio financeiro e de patamar que atingiu o Bayern. Atual campeão alemão com trocentas rodadas de antecedência e em vias de voltar a disputar mais uma final de Champions League, os bávaros foram direto no quintal do rival de Champions e único hoje capaz de lhe fazer alguma frente nas competições nacionais e lhe arrancou, sem choro e nem vela, sua principal estrela.

Na esteira dos quase 40 mi de euros investidos na contratação de Gotze junto ao Dortmund, vieram as incertezas acerca da tão recitada nova realidade da Bundesliga. Um clube que consegue ir ao hoje maior rival e lhe subtrair seu principal jogador tem tudo para transformar a liga tão bem planejada para ser a melhor do mundo em uma verdade de mão única. E neste caso a comparação com o campeonato espanhol perde força, já que lá ainda existe a polarização do Madrid com o Barcelona. Na Alemanha tudo leva a crer que nem isso irá acontecer.

E isso sem mencionar a (má) intenção do Bayern em fazer nova visitinha em Dortmund e levar para casa o autor dos quatro gols que massacraram o Real Madrid. Na perda de Gotze e Lewandowski o Dortmund encolhe diante do fortalecimento latente do Bayern.

No achincalhamento histórico dos 4X0 diante do Barcelona, percebe-se o encolhimento de todo o planeta futebol diante do novo dândi do esporte Rei. E eu nem mencionei Pep Guardiola.

GOMEZ

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