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NOSSO MODUS OPERANDI

Por João Paulo Tozo

É demasiadamente satisfatória a medida das opiniões contrárias aos atos de racismo sofrido pelo jogador Tinga, do Cruzeiro, no Peru, em jogo válido pela Libertadores. Percebemos com isso que nosso meio entende ser este um dos tantos tipos repugnantes de preconceito presentes em nossa sociedade. Percebemos que nosso meio entende o limiar da boçalidade que, diga-se, não é exclusividade destes quintais povoados por tantos de todas as cores e pluralidades. Na Europa esse comportamento do torcedor é epidêmico e também por lá existem os que divergem e combatem essa triste lacuna de civilidade entre os civilizados.

Mas, pergunto-me, muito baseado em algumas manifestações virtuais permeadas pela ponderação acerca do modus operandi presente em TODOS NÓS: Quantos de nós estamos em posição privilegiada para nos opor a mais esse triste manifesto de intolerância, quando aceitamos e corroboramos com a proliferação de designações coletivas disfarçadas de arroubos fanáticos contra rivais dos gramados, como, por exemplo, chamar são paulinos de “bambis” e corintianos de “marginais”? Só para citar os mais conhecidos e proliferados.

Se nos arrebentamos de cólera contra os atos no Peru é por que entendemos a gravidade daqueles atos. E se entendemos aqueles, não tem por que não entendermos os nossos de todos os dias. E se entendemos um, não tem por que exercer o outro. Mas se abrimos uma brecha filosófica para sustentar nossa tosquice, somos tão iguais ou piores que aqueles, pois praticamos também a hipocrisia.

Ou não?

“Eu queria não ganhar todos os títulos da minha carreira e ganhar o título contra o preconceito, contra esses atos racistas”, disse Tinga ao fim da partida. (ESTADÃO)

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Roberto-Carlos-insultos-Foto-ReproducaoSport812_LANIMA20110322_0037_1Torcedor russo “oferece” banana para Roberto Carlos

ERROS CAPITAIS, ATRAPALHAM LUSA NO INÍCIO DO PAULISTA.

Lusa sai na frente, mas cede empate ao Verdão e soma primeiro ponto no estadual.

Sobrou muita vontade e pouco futebol no primeiro clássico do Paulistão-2012, realizado na última quarta (25), no estádio do Pacaembu. Oito mil pessoas pagaram ingresso para ver o Palmeiras empatar com a Portuguesa, por 1 a 1, pela segunda rodada do estadual. Maylson abriu o placar para Lusa e Ricardo Bueno, contestado pela torcida, empatou quase no fim para o alviverde.

Após um começo promissor, depois de vencer o Bragantino, fora de casa pelo placar de 2×1, o Palmeiras, do auxiliar técnico Flávio Murtosa (Felipão está suspenso) não conseguiu manter os 100% de aproveitamento na competição. Já a Portuguesa, que na estreia perdeu em casa para o Paulista de Jundiaí, somou seu primeiro ponto no estadual. O Verdão ocupa a sexta posição, com 4 pontos, enquanto a equipe rubro-verde ocupa a 15º colocação.

A “Fabulosa” volta a campo sábado, as 19h30, contra o Guaratinguetá, no Canindé. O Palmeiras enfrenta o Catanduvense, domingo, as 17h, no estádio Silvio Salles, pela terceira rodada da competição.

Hora de acordar…

Todos, inclusive eu, pensavam que a Portuguesa começaria o Paulistão com tudo. Após um 2011 perfeito, a Lusa, que começou a temporada apresentando um bom futebol e vencendo o Corinthians, no amistoso dos campeões, vem decepcionando no início do Paulista. Já são dois jogos sem vencer, e principalmente convecer. O time tem potencial, porém a falta de entrosamento e também sorte (algo normal, quando se trata de Portuguesa ) tem pesado neste começo de temporada. É bom o time do técnico Jorginho acordar ou o bolinho de bacalhau vai queimar pelos lados do Canindé!

Bola parada e finalizações: Problemas a serem corrigidos.

Erros antes invisíveis, começam a aparecer no time de “Jurgggginhuuu”. A bola parada é um deles. Já são dois gols sofridos, em três jogos. No último sábado, conta o Paulista, Rychely marcou o segundo gol da equipe de Jundiaí, em jogada aérea. Outro fator que tem pesado contra o time da marginal (não a sem número!), é a falta de pontaria de seus finalizadores. No clássico contra o Palmeiras, a Lusa teve várias chances de matar a partida, porem desperdiçou suas chances, hora arrematando para fora, hora parando em Deola. Edno, um dos artilheiros da equipe ano passado, ainda não marcou este ano com a camisa da Lusa.

Muita água vai rolar…

O começo do Paulistão não foi bom, mas são apenas dois jogos e tenho certeza que o time ainda vai engrenar. Jorginho tem ampla competência para arrumar estes “pequenos detalhes”, que podem ser corrigidos através de treinamentos especializados. O elenco é de boa qualidade técnica e número. Afinal, a Portuguesa disputará três competições este ano: Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Brasileiro. Os reforços, como Rodriguinho e Vandinho são de boa qualidade técnica e ainda ajudarão muito o time no decorrer da temporada. Enfim, ao torcedor cabe não se desesperar, pois ainda é cedo. Ao time, é bom começar a ganhar. Antes que seja tarde, e a sorte comece a jogar contra, como de costume.

Abraços aos leitores.

O meia Tinga, do Palmeiras, disputa a bola com Marcelo Cordeiro, da Lusa.

Chazinho de Coca – Palmeiras vence o clássico. Sob o "Efeito Felipão".

Texto: João Paulo Tozo
Imagens: Tom Dib

Mesmo no papel de Auxiliar Técnico de luxo, Felipão já colocou em prática o “Efeito Felipão” e “estreou” com vitória em seu retorno ao Palmeiras.

Se o Verdão havia perdido Cleiton Xavier horas antes do clássico contra o Santos, por outro lado tinha a estréia de Kleber Gladiador e – ao menos no mérito técnico – a estréia de Ewerthon, que fez seu melhor jogo desde que chegou ao Palestra Italia. Com Lincoln – outro destaque do time – mais centralizado e armando o jogo, estava formado o triangulo que fez uma fumaceira dos diabos pra cima da zaga santista.

O Peixe vinha com Ganso no banco, recuperando-se de artroscopia e sem Robinho, que estranhamente pediu para não jogar.

Murtosa e Felipão trancaram o Palmeiras escalando Edinho como um falso 3º zagueiro, por vezes aparecendo a frente, enquanto Assunção e Marcio Araujo se seguravam.

Entretanto o gol saiu em falha de Maranhão, que afastou mal o cruzamento verde. Inteligente, Kleber ajeitou de cabeça para Ewerthon que vinha de trás e que com extrema felicidade acertou um petardo indefensável, no ângulo direito de Rafael. Um golaço!

Daí o jogo ficou bom. O Santos partiu pra cima e passou a deixar espaço para as rápidas investidas de Kleber e Ewerthon. O Peixe esbarrou também na má jornada de Neymar, mais preocupado em reclamar da marcação do que em jogar futebol.

O Santos era quem dava o tom do jogo. Quando partia pra cima, o Palmeiras postava Kleber e Ewerthon abertos nas pontas. Quando diminuía o ritmo o jogo, Edinho voltava e formava o tripé da defesa. Tava ruim pro Santos.

O 2º tempo começou e o panorama permaneceu o mesmo. Mas o Santos voltou com Ganso no time.

Aos 14 minutos uma alteração estranha no Palmeiras. Murtosa e Felipão sacaram Lincoln, que vinha muito bem e era o cérebro do time, e promoveram a estréia de Tinga.

E dava pra ter cornetado essa mudança. Mas aí o “Efeito Felipão” funcionou outra vez.

Felipão não é só competente, tem estrela. Muita estrela. A alteração que seria xingada por qualquer um, mal teve tempo de sofrer os xingamentos. Em seu 1º lance Tinga recebeu aberto pela esquerda e enfiou o canudo, a bola ainda desviou em Edu Dracena e matou o goleiro Rafael.

O Palmeiras batia no Santos e ainda jogava bem. Felipão tirava um destaque do jogo e colocava uma jovem promessa e a coisa funcionava. Palmeiras e Felipão é de fato uma parceria diferente.

A dupla de comandantes continuou mexendo no time. Depois veio Patrick no lugar de Ewerthon e Tadeu no de Kleber. E ambos vinham bem no jogo.

Dorival Jr mandou Marcel no lugar de Neymar, que saiu soltando fogo pelas ventas. Só que a alteração surtiu efeito, tornando a reclamação de Neymar injustificável.

Ainda que na base do abafa e dos cruzamentos, jogo que não é característico do Peixe, aos 38 pintou outro golaço. Dele, de Marcel.

O Cruzamento veio da direita, o centroavante dominou no peito e encheu o pé, a bola ainda tocou no travessão e dormiu dentro da rede. Ainda teve tempo do Santos meter uma bola na trave. Mas não seria justo o empate.

O Palmeiras foi mais time ao longo do jogo e fez sua reestréia no BR10 com o pé direito. E também sob o “Efeito Felipão”.

Despeço-me da ferocidade cheia de ginga que nos acompanha com um clássico do AC/DC – You Shook Me All Night Long:

Cheers,