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Temporada de Listas #1

Por: Plinio Cesar

Com o final do ano chegando, afinal já estamos na semana do Natal, é hora de parar e pensar em coisas importantes como a lista de presentes para as pessoas queridas, as famosas resoluções para o ano novo, e relembrar de todos aqueles momentos que realmente valeram a pena em 2011.

Na primeira, de uma série de listas, trago os cinco melhores shows internacionais que eu vi, o que não é tão novidade assim, pois quem acompanha o Ferozes Musical Clube, notará que quatro desses cinco shows foram resenhados por aqui.

A tarefa não foi fácil! Ficaram alguns bons shows de fora, pois infelizmente não se pode estar em todos. E como todas as listas são mais do que pessoais, o FerozesFC, que sempre dá ouvido aos seus leitores, os convida para elaborarem a de vocês.

Lembrando que diferente do futebol, onde sempre queremos que o nosso time termine em primeiro lugar, todos os shows que eu escolhi tem o mesmo grau de importância, e serão listados por ordem cronológica. Espero que eu tenha te encontrado em pelo menos um deles!

Teenage Fanclub (11/05) – Whisky Festival – The Week – SP

http://www.ferozesfc.com.br/teenage-fanclub-em-sp-exercitando-sorrisos/

 

Miles Kane (29/05) – Cultura Inglesa Festival – Parque da Independência – SP

Primal Scream – Tocando Screamadelica (24/09) – HSBC Brasil – SP

http://www.ferozesfc.com.br/maior-que-o-sol/

Black Rebel Motorcycle Club (14/11) – SWU Festival – Paulínia – SP

The Black Angels (14/11) – SWU Festival – Paulínia – SP

BRMC + TBA – http://www.ferozesfc.com.br/alma-lavada/

 

Um pouquinho de como foi a apresentação dos Black Angels no SWU!

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=AIpZ_-VTnl0[/youtube]

Alma lavada!

Para enfrentar uma maratona de shows de um festival é  preciso desarmar o espírito,  se você realmente quer ver seu artista favorito. É sair de casa sabendo que o tempo pode virar de repente, e  o sol que queima sua pele, porque você esqueceu de passar o protetor solar, pode se transformar em uma tempestade de molhar a alma.

Todos os contras de um grande evento já sabemos de cor: Grandes filas, preços abusivos, banheiros químicos de péssima qualidade, entre outras coisas. O que nos resta então é irmos atrás dos pontos a favor.

E quem se aventurou em pegar a estrada rumo a Paulínia, para o SWU, certamente deve ter encontrado os seus, se não, deveria. Eu encontrei os meus.

E como um velho garimpeiro indie que sou, consegui encontrar varias pepitas de ouro no meio do lamaçal que se transformou o ultimo dia de festival. Pepitas essas que se não me deixaram milionário do dia para a noite, me deixarão com um sorriso nos lábios por um bom tempo.

Das atrações que eu havia programado para assistir somente a apresentação do Ash passou batido, culpa da total falta de informações que não encontramos dentro do espaço em que o evento foi realizado.

Se era para não cortar mais arvores o motivo que eles não fizeram distribuíram um programa com horários e mapas para nos localizarmos, o certo seria ter ao menos um painel luminoso, posicionado em um lugar estratégico, passando essas informações ao publico que se notava meio perdido.

No mais, foi super digna a despedida? dos veteranos do Sonic Youth, que enceraram a sua apresentação de uma forma sublime com Teen Age Riot, um verdadeiro hino dos chamados bons sons.

E ainda deixou muita gente na duvida de quem foi a decisão pela separação do ex casal Kim Gordon e Thurston Moore, já que os dois pareciam não estar nada bem, mas que de forma nenhuma prejudicou o bom andamento de um dos melhores shows que eles fizeram por aqui.

Teve a ótima performance do Black Rebel Motorcycle Club, que em um show sem firulas, tocando pesado e acelerado, mostrando que não precisa habitar um palco e que com somente três integrantes, com destaque para a linda baterista Leah Shapiro, que deixou a apresentação mais bonita, se pode sim, fazer um excelente show de rock.

Misturando seus hits com musicas menos conhecidas, sem esboçar sorrisos, e sem gritar erradamente o nome da cidade em que estavam tocando, o BRMC ganhou o publico, aqueles que estavam ali para vê-los e aqueles que estavam ali por acaso.

No final da apresentação, o baixista Peter Hayes desceu próximo a platéia-torcida e bateu no peito como se tivesse ganho um campeonato.

Mas a pedra mais preciosa desta garimpagem sem duvida foi a apresentação da psicodélica banda texana Black Angels, foi o momento em que mais choveu e o que menos me molhou.

Foi no palco New Stage, onde o piso estava mais castigado, mas não foi motivo de sair um minuto sequer da frente do palco.

Com seus delays e reverbs e sem medo de exagerar em efeitos barulhentos nos vocais, o quinteto de Austin, mostrou, na sua primeira apresentação por aqui, um cartão de visita que uma banda pode fazer o publico viajar alem da sonoridade, com imagens.

No telão atrás do palco era mostrado vídeos antigos e desbotados que faziam um acompanhamento mágico a cada musica executada pela banda, dando a elas  um efeito maravilhoso.

Algo que não é muito utilizado, principalmente em festivais, em que muitas das bandas nem se preocupam em colocar o próprio nome escrito em um pano para identificá-los.

Se levarmos em consideração que todos os produtos da banda que estavam sendo vendidos nos postos oficiais, camisetas, cds e os discos de vinil, foram todos vendidos, a apresentação deles foram mais do que bem aceitas.

Eu que havia desarmado meu espírito e voltei para casa de alma lavada.

 

Ps. Em um festival cujo o mote é a sustentabilidade, não pode haver desperdícios assim:

 

The Black Angels – Telephone

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=d52ivtvhyDY[/youtube]