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UM EMPRÉSTIMO, DUAS VERSÕES E UMA VERDADE: A CBF TEM QUE ACABAR

Um novo ano começou, a Lusa estreou no Paulistão, perdeu de 2 a 1 para o Corinthians, porém o assunto predominante continua sendo o polêmico julgamento do STJD que culminou na queda da Portuguesa.

O mais recente fato surgiu após a reportagem da Espn Brasil ter acesso a um documento que comprovava a possibilidade de um adiantamento financeiro por parte da entidade máxima que rege o futebol brasileiro ao clube lusitano para que aceitasse de uma vez por todas sua queda para a segunda divisão. O empréstimo seria no valor de R$ 4 milhões, para ser pago em dez parcelas de R$ 400 mil, com um ano de carência, e outro reconhecendo a decisão do STJD sobre o caso Héverton. Nele, a Portuguesa abriria mão do benefício de qualquer decisão que a Justiça comum lhe proporcionasse.

Fato é que nessa história toda fica mais do que evidente a fragilidade política do clube paulista mediante ao quilate das pessoas e corporações envolvidas. Mesmo sem força nos bastidores, como Fluminense e Flamengo, a Lusa se viu numa guerra impossível de vencer e agiu com as armas que tinha em mãos: o amparo da justiça comum, estatuto do torcedor e comoção social.

Segundo o novo presidente, Ilídio Lico, o clube havia pedido um empréstimo – afinal os problemas financeiros pelos lados do Canindé continuam só aumentando -, que seria pago pela CBF com as cotas de TV logo após o fim do campeonato. A CBF, por sua vez, não imaginava que aconteceria o que aconteceu e aceitou, mas após a queda da Lusa no Tribunal e todo o reboliço da história, incluiu uma cláusula em que constava o pedido da desistência do clube paulista de qualquer tentativa na justiça comum ou na Corte Arbitral do Esporte para que não evitasse o descenso. Ou seja, existe suborno, sim!

Todos os clubes fazem movimentações financeiras. A maioria deles pedem empréstimo as entidades. Todos, ou grande parte, também são extremamente carentes quando o assunto é grana. No caso da Portuguesa, principalmente. Um clube jogado às traças, esfacelado pela última gestão hegemônica de Manuel da Lupa e, agora, com a disputa da Série B cada vez mais próxima, encontra-se mais fadada a acabar do que a se reerguer.

O futebol brasileiro sofre há décadas nas mãos desta entidade suja, corrupta e que não se importa (nunca se importou!) com o torcedor. A conclusão que tomo deste caso até aqui é que a CBF usou a desculpa do empréstimo para se livrar de um problema que ela sabia que não resolveria, reconhecendo assim que a decisão do STJD contava com falhas que poderiam ser revertidas em ações movidas em outras esferas da justiça.

De antemão, já ratifico novamente: fosse o Fluminense que tivesse escalado um jogador irregular será que perderia a decisão no Tribunal e disputaria a Série B?

Para o bem do futebol brasileiro, esta entidade deve acabar (Foto: Felipe Oliveira)
Para o bem do futebol brasileiro, esta entidade deve acabar (Foto: Felipe Oliveira)

LUTO: O FUTEBOL MORREU

Por Felipe Oliveira 

A Lusa, clube no qual me tornei praticamente um torcedor nesses quase dois anos nutrindo o desejo ávido pelo futebol jogado com as palavras, sucumbiu ao descaso da “brava” justiça desportiva brasileira e, por unanimidade do polêmico STJD, vai disputar, pelo menos por hora, a Série B de 2014. Estou triste. Embora muitos estejam com dó da “pobre Lusa”, eu não sinto isso. Afinal, houve um erro interno, banal, amador.

Por mais que tenha vencido no campo todos os adversários para conseguir garantir seu lugar na primeira divisão, um “desencontro informativo” de um advogado que, por princípio tem a obrigação de zelar pela ética e transparência de sua profissão, a Rubro-Verde pagou o pato, e viu no tribunal, aquilo que lhe era de direito, escorrer pelos dedos.

Um esporte apaixonante como o futebol jamais merece ter seu destino decidido fora das quatro linhas. Lugar onde se ganha, se perde e, sobretudo, SE JOGA! A disputa do Esporte Rei é, e sempre será lá, no gramado. Onze contra onze. Isso nenhum Schimidt ou alguém de tal estirpe vai alterar com uma tinta azul ou preta, cor do luto que paira no ar. Lugar onde a redonda rola e a galera vibra, seja na derrota, vitória ou mesmo empate. Mas nunca em um tribunal. Com advogados substituindo atacantes e se tornando protagonistas de campeonatos.

Com a decisão da corte suprema por 5 a 0, o Fluminense, que de bobo não tem nada neste circo todo, se safou mais uma vez de cumprir com suas obrigações, ou melhor: desobrigações. O sentimento é de vergonha alheia. Infelizmente a justiça (que justiça?) brasileira, seja em ambitos desportivos ou não, age de acordo com o perfil do cliente – ou alguém aí duvida que se o cenário fosse inverso teríamos ao menos um julgamento.
Meu pensamento pode ser interpretado como utópico, mas soltaria fogos de alegria se acontecesse uma revolução no cenário futebolístico nacional. Ao certo, com esta decisão estapafúrdia, vejo como mais do que apropriada e, principalmente, oportuna a hora dos jogadores, clubes, federações (aquelas sem rabo preso, se é que existe?!), se unirem em forma de boicote geral contra toda esta máfia que, ainda, rege nosso futebol.

A começar pela extinção desse tribunal sujo. A solução, assim como disse o jornalista Mauro Cezar Pereira, da Espn Brasil, seria a criação de um comitê que julgasse apenas casos extremos e, em situações semelhantes ao do “caso Héverton”, relatasse, via internet, de maneira clara e objetiva, punições a jogadores que cometessem infrações durante a competição. Exemplos: um cartão amarelo, um jogo de punição. Expulsão, seguida de amarelo, dois jogos. Expulsão direta, três partidas fora. Pronto. Seria simples. Afinal, todos teriam acesso, sem margem para “supostas” interpretações. O justo pelo justo.

Infelizmente, o Fluminense, clube que possui histórico inglório nos tribunais e gramados do Brasil afora, terá que aguentar o que ele próprio procurou: a antipatia dos demais.

A preservação dos resultados esportivos e conquistados em campo está relatada no código CBJD. Se fosse aplicada a lei, ambos – Flamengo – outro prejudicado no caso, e Lusa -, não seriam punidos. “Ah! Mas então como ficariam daqui para frente casos de escalações irregulares?” O STJD, ou o comitê, continuariam a indiciar e julgar, punindo quem quer que seja quando houver dolo ou má fé, ou favorecimento do infrator ou prejuízo a terceiros. O que não existiu neste caso. Fato é que esta punição só favorece a malandragem e a imoralidade da permanência do Fluminense na Série A. Que o Tricolor ganhe o que conquistou no campo e mereça por direito JOGAR A SEGUNDA DIVISÃO, lugar onde merece estar.

Enquanto isso, ano que vem, além da premiação aos atletas que mais se destacaram nos certames, teremos honras aos melhores advogados e juízes de tribunais. As equipes jogarão com 12.

Bem-vindo ao país da copa – onde quem rouba um pão pega prisão perpétua.

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QUANDO TUDO PARECE NORMAL. SEGUE O JOGO

Odeio levantar polêmicas vazias, sem nexo. Mas algo tem me incomodado no meio futebolístico nos últimos dias.

No jogo frente o Guará, pela Série B, duas torcidas organizadas do Palmeiras iniciaram um conflito e o clube imediatamente foi denunciado pela ‘Liga da Justiça’ chamada STJD.

Mais para frente, na partida diante do Paraná, pelo mesmo campeonato, Valdívia forçou cartão amarelo e assumiu nos microfones o que tinha feito. Logo em seguida, na mesma noite, alguns jornalistas – “super éticos”-, entraram em contato com o senhor excelentíssimo Flávio Zveiter, questionando se o meia palmeirense não poderia ser punido pelo “inaceitável” ato. Ele disse que sim, e a polêmica se formou, tomando proporções desnecessárias perante o fato.

No fim da contas, o Palmeiras conseguiu se livrar das duas punições. E o melhor: não entrou em crise, como certamente aconteceria num passado recente.

Pois bem, há duas semanas, organizadas de São Paulo e Flamengo protagonizaram cenas dignas de selvageria nos arredores do Mané Garrincha, em Brasília. O que aconteceu? Nada.

No último domingo, na mesma “Arena”, o embate que era para ser no campo, tornou-se combate nas arquibancadas, entre as rivais desorganizadas de Vasco e Corinthians. O que aconteceu? Nada. Apenas a mesma ladainha de sempre por “alguns da imprensa” e poderosos da justiça. Segundo a galera do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o caso está sendo analisando e decisões serão tomadas. O que se vê até o presente instante são promotores de diversos setores ganhando espaço na imprensa, falando, falando, e não resolvendo nada. Normal.

E outra: um dos envolvidos na confusão entre corintianos e vascaínos é um daqueles que ficaram cinco meses detidos em Oruro, pela morte de Kevin Espada, no início do ano. Até um vereador da cidade de Francisco Morato estava no bolo.

Na tarde de hoje, terça-feira, 27 de agosto de 2013, o Corinthians soltou uma nota em seu site repudiando o ato dos envolvidos e pedindo punição severa. Fez o certo.

O real motivo pelo qual escrevo este texto é para cobrar o papel da mídia e governo na cobertura de determinados fatos, que usa de tratamentos desiguais para com alguns clubes conforme a cor da camisa ou influência política.

Questionamentos

– Será que teremos punição aos clubes?
– E aos envolvidos?
– O que vai mudar?

Provavelmente nada.

O que sei é que o arsenal de imagens é gigante para as autoridades fazerem seu trabalho e cumprirem a lei. Mas acredito que isso é pedir demais.

Alguns dizem por aí que temos que fazer por aqui o que aconteceu na Inglaterra, onde os vândalos foram colocados para fora dos estádios devido as seguidas brigas que aconteciam. Porém, muitos se esquecem que lá os ‘vândalos’, ou Hooligans, ainda existem, entretanto brigam do lado de fora ou em pontos estratégicos das cidades, como acontece por aqui. Sumiram dos estádios porque elitizaram o futebol, aumentando absurdamente o preço dos ingressos, o que também está acontecendo aqui, mas não por conta da violência, e sim de interesses políticos em privatização de Arenas e outras ilegalidades que me enojam.

E mais: na Inglaterra e, em outros grandes centros onde o futebol também é gigante, a lei se cumpre. Aqui, ela fica no papel ou engavetada.

Acreditar num mundo perfeito chega a beirar o ridículo, mas exigir o cumprimento da lei, no caso, de imprensa e governo, é nosso dever. Levantar esta discussão pode parecer leviano para alguns que se acostumaram com todo este circo. E isso é preocupante.

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ÁRBITRO PRA QUE?

No último 23 de setembro, Atlético MG e Grêmio duelaram em partida nervosa e de muitas jogadas ríspidas. Muito por conta em não da vitória do já líder Fluminense, que na noite anterior havia batido o Náutico por 2X1.

Em um dos lances, Ronaldinho Gaucho deu uma entrada dura em Kleber. Lance passível de expulsão direta. Mas Heber Roberto Lopes assim não considerou e nem amarelo aplicou.

Como todo lance polêmico que acontece em toda rodada desde que o mundo é mundo, o lance foi discutido ao longo de toda aquela semana e a decisão do juiz criticada. Muitos disseram que se fosse o contrário e certamente Kleber teria sido expulso. Por conta dos antecedentes do sujeito e bla, bla, bla.

Mas a decisão do árbitro foi aquela. Como é dele a decisão de validar gols em impedimentos, anotar pênaltis inexistentes e por aí vai. O que vem depois são os elogios ao acerto ou criticas ao erro.

Ontem o STJD decidiu que entende mais de apito do que o assoprador em questão e tirou Ronaldinho do confronto do Galo de amanhã, contra o Internacional, lá no Beira Rio.

Cabe ao STJD interpretar o que é gol ou não? O que é pênalti ou não? O que é de cartão amarelo ou vermelho? E o que não é de cartão algum?

Está valendo do que ser árbitro no Brasil?

No campo e na bola o Fluminense caminha a passos largos rumo ao merecido título. Não vou ser leviano em sugerir beneficiamento.

Mas que cheira mal, cheira.

Últimas do futebol brazuca.

O Corinthians entrou com efeito suspensivo e terá Dentinho na partida de hoje contra o Fluminense. Depois do carnaval feito em relação as sentenças de Diego Souza e Domingos, o nosso querido STJD dá mais essa demonstração de autoridade e convicção acerca de suas determinações. Que beleza!

Petkovic é o mais “novo” reforço do Flamengo.

Atributos técnicos? Necessidades no elenco? Contratação estudada por comissão técnica e diretoria? Nada disso. Diz a boca pequena que o meia de 38 anos chega à Gávea como forma de receber do Flamengo uma montanha de dinheiro a que tem direito. Quantia que, segundo o próprio jogador, gira em torno de 18 milhões de reais. Vai ter de jogar mais uns 30 anos para chegar a esse montante, não?