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La Mano de Dios – Tudo normal na Seleção

Tudo normal na Seleção

Pois é, meus amigos, depois dos 3×0 contra o Chile, tudo voltou ao normal na seleção de Dunga: não jogamos nada.

Apresentando um futebol menos do que burocrático, a seleção canarinho não conseguiu superar a defesa da Bolívia, lanterna das Eliminatórias Sul-Americanas. Ronaldinho Gaúcho, Diego e Robinho foram ineficazes, centralizando demais o jogo e trombando com os defensores bolivianos. Com isso, Luís Fabiano ficou isolado na frente e mal tocou na bola.

Mas o vexame ainda não tinha chegado ao fim. No segundo tempo, com um a mais, o Brasil não conseguia fazer sequer uma jogada de linha de fundo. Maicon e Juan não poderiam ser piores ontem. Com o setor de criação sofrendo de bloqueio mental, sobrou para o setor defensivo fazer alguma coisa. Aí, meu amigo, um abraço. Nossos volantes são dois Dungas em campo, sem metade da fibra que compensava a falta de talento de nosso atual técnico.

Na defesa, Luizão e Lúcio abusavam dos chutões (e da violência, no caso do irmão de Alex Silva), tentando uma ligação direta com o ataque. Coisa que nem aqui nas peladas de churrasco a gente faz…

No fim das contas, foi um empate decepcionante. Nenhum torcedor lúcido espera uma goleada com a seleção de Dunga, mas empatar com a Bolívia em pleno Engenhão definitivamente não estava nos planos de ninguém.

Tudo normal na Seleção. Jogadores muito aquém da camisa que vestem, um time com a defesa longe do meio e o meio longe do ataque, sem nenhum esquema tático reconhecível, com um técnico que não sabe trabalhar com o escrete que tem.

Tudo normal na Seleção. Até quando?

Estou com sono, fui dormir tarde para ver esse joguinho da seleção. Me despeço de vocês ao som de Amy Winehouse – The Ska EP. Sabiam que a menina, que não é boba nem nada, lançou um disco com 3 clássicos do ska jamaicano e uma pérola de Sam Cooke? Pois é…

Rapidinhas: depois da vergonha de ontem, nem Dunga conseguiria ser grosseiro com os jornalistas. Na coletiva, visivelmente abalado, nosso técnico estava mansinho…

La Mano de Dios – Há 50 anos…

Há 50 anos…

Meus amigos, a data de hoje é mais do que especial. Hoje, há 50 anos atrás, o Brasil levantava a Jules Rimet pela primeira vez e sagrava-se campeão do mundo na Suécia, contra o time da casa, após uma partidaça que terminou em 5×2 para o nosso escrete.

Há 50 anos atrás a seleção brasileira saiu de campo ovacionada pela torcida sueca, encantada com a ginga e a malemolência do futebol nacional. O time titular da final foi: Gilmar, Nilton Santos, Djalma Santos, Orlando, Bellini, Didi, Zito, Garrincha, Zagallo, Vavá e Pelé. Os nossos reservas, não menos espetaculares: De Sordi, Oreco, Castilho, Mauro, Zózimo, Dino Sani, Moacir, Pepe, Joel e Mazzola. O nosso técnico foi o mitológico Vicente Feola.

Fiquem ligados, pois os canais de esporte brasileiros terão muitos programas especiais essa semana. A ESPN – Brasil por exemplo vem com uma série de apresentações sensacionais. Confira abaixo os comentários do próprio site da ESPN:

http://espnbrasil.terra.com.br/noticias/materia.aspx?id=189032

“Até o dia 27/06, a ESPN Brasil passa a apresentar a série de programetes ‘A Copa do Mundo é Nossa’ sobre os 50 anos do primeiro título mundial de futebol conquistado pelo Brasil na Copa de 1958. A cada dia, o canal trará um programete inédito de três minutos de duração. A estréia acontecerá sempre no telejornal noturno- SportsCenter, com reapresentações no dia seguinte antes do programa- Bate-Bola 1ª edição- e ao longo da programação.

Os programetes vão relembrar a convocação para a Copa do Mundo de 58, a preparação da seleção no Brasil, a cobertura dos veículos de comunicação na época, os amistosos disputados antes do embarque para a Suécia, a chegada ao país sede do evento, a estréia no mundial e a caminhada até o grande título. No sábado, dia 28/06, a ESPN Brasil apresentará um especial inédito às 21 horas, com reprises no domingo às 14 e às 22 horas, para comemorar os 50 anos do primeiro mundial do Brasil.”

Em momento tão ruim para a seleção, vale a pena comemorarmos o nosso primeiro título e manter a esperança de que dias melhores virão vendo aquele timaço jogar…

Grande abraço!

La Mano de Dios – Bolas trocadas

Bolas trocadas

Pois é, meus amigos, parece que esse é o ano da seleção. Como se já não bastassem as declarações ríspidas e rancorosas de Dunga, agora o torcedor brasileiro vê-se obrigado a engolir as palavras de alguns jogadores que pelo visto ainda não entenderam o que é jogar com a camisa amarela do Brasil.

Digo isso, meus amigos, pois desde o jogo contra a Argentina ouvi ou li muitos dos nossos “craques” reclamando das vaias dos torcedores, criticando as palmas ao verdadeiro craque Messi e cositas mais, dizendo que o torcedor não reconhece o esforço que eles fazem, vindo das férias dos campeonatos europeus para defender a seleção canarinho, sem descanso, longe das famílias…

Pera lá, cara-pálida, acho que as bolas foram trocadas. Que história é essa de reconhecimento pelo esforço? Que tom é esse, como se defender a seleção fosse um favor? Que subserviência do torcedor é essa que esses cabeças de bagre querem? Esses manés não entenderam ainda o que representa para eles vestir aquela camisa e, ao mesmo tempo, o que eles representam para nós quando a vestem.

Esses caras, talvez ofuscados pelos milhões que ganham (ou que almejam ganhar), não entenderam ainda que, ao vestir a camisa da seleção eles encarnam um time que já teve desde Leônidas da Silva na década de 40 a Romário e Ronaldo nos anos 90 e 00. Hoje eles jogam no time que já teve Pelé, Tostão, Garrincha, Zico, Sócrates, Gérson, De Sordi, Bellini, Félix, Barbosa, Marcos e muitos outros gênios. Eles não entenderam que ao entrar em campo todo torcedor espera que sejam iguais ou melhores que esses mestres. E, ao mesmo tempo, não sacaram que quem está fazendo favor é a seleção em escolhê-los para representá-la, e não o contrário.

Meus amigos, eu acredito que palmas recebe quem merece. Respeito tem aquele que o conquista. E craque é aquele que é bom com a bola dentro de campo e com a palavra fora dele. Vendo por essa perspectiva, muitos dos nossos jogadores ainda têm muito o que aprender.

Ao som de Charlie Parker’s Reboppers – Meandering. Charlie Parker (alto sax), Miles Davis e Dizzy Gillespie (trompetes), Argonne Thornton (piano), Curley Russell (baixo), Max Roach (bateria). Malandro, isso que é seleção!

La Mano de Dios – CBF e os doze anões

CBF e os doze anões

Meus amigos, antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pela ausência esses dias. O motivo é simples: a seleção brasileira me desanimou. É isso mesmo, o jogo contra o Paraguai me fez questionar até que ponto é legal acompanhar o futebol.

Mas a paixão é maior que o jogo, a admiração pelo time é maior que os personagens que no momento vestem as camisas. Só que não dá para deixar de lado o vexame de domingo. Eu, que há pouco tempo atrás tirei o corpo fora quando o assunto foi a Seleção, novamente me vejo escrevendo sobre o time da amarelinha.

Amigos, o time do Brasil não é o time dos brasileiros. Quem é Gilberto, Gilberto Silva, Julio Cesar, Maicon, Juan, Lucio para o brasileiro médio, aquele que não tem TV a cabo em casa para acompanhar os muitas vezes chatos campeonatos europeus? O próprio Robinho, que não faz muito foi embora do Santos, aos poucos vai se apagando da memória do brasileiro.

Esses jogadores não sentem orgulho em vestir a camisa da seleção, justamente por não serem “brasileiros” há muito tempo. Os gramados europeus fizeram eles esquecerem a responsabilidade que é vestir a amarelinha. Acabou-se a identidade que existia entre o jogador e o time.

Pode parecer loucura, mas para mim o que menos falta é técnica ou tática. Ou vão me falar que nossos volantes devem alguma coisa a um Gatuso, que nossos zagueiros a um Materazzi, que nosso goleiro a um Buffon, só para ficar na seleção do último campeão mundial? Não devem, se o assunto é técnica. Mas devem se o critério é suar a camisa. Porque esses italianos que vimos vencer a Copa, esses holandeses que estamos vendo comer a bola na Eurocopa sabem o que é servir à seleção.

Meus amigos, nosso problema não é tanto a técnica, a formação. Nosso problema é a apatia, a falta de amor à camisa. Tudo aquilo que Dunga representou quando jogador está faltando agora que ele é técnico. Quem sabe ao invés de colocar em campo os doze anões da CBF, não seria a hora de chamar onze brasileiros e um técnico?

Rapidinhas: o Flamengo mostrou que sua liderança é artifical. Jogando em casa contra times menores estava fácil garantir-se como líder. Mas foi só pegar um time grande que a coisa foi pro saco. E o São Paulo, calando sessenta mil no Maraca, aos poucos mostra que veio para ganhar o Brasileiro…

Outro que parece ter deixado muitas dúvidas de lado é o Palmeiras. Depois da sacudida que tomaram, jogadores e comissão técnica resolveram mostrar serviço. Vamos torcer para que isso dure muitas rodadas, visto que o fantasma voltou a assolar o Palestra: os salários estão atrasados de novo…

Para não dizerem por aí que estou feliz com a escalação de Dunga, fica aqui minha Seleção: Marcos – Léo Moura, Miranda, Thiago Silva e Kleber – Hernanes, Anderson, Kaká e Alex; Luís Fabiano e Robinho. Reservas: Julio César, Henrique, Alex Silva, Lucas, Ibson, Ramires, Jorge Wagner, Thiago Neves, Ronaldinho Gaúcho, Adriano, Alexandre Pato. Técnico: Muricy Ramalho. Isso sem pensar muito…

1958 no Cinema

1958 – O ano em o mundo descobriu o Brasil

Assisti ontem o documentário de José Carlos Asbeg sobre os cinqüenta anos da conquista do Mundial da Suécia pelo “screatch” canarino. Um deleite para os apreciadores do futebol!

Asbeg toma como fio condutor a partida final entre Brasil e os donos da casa, entremeando esta com imagens dos outros jogos, entrevistas com os craques que dos diversos adversários do Brasil e, é claro, dos heróis da seleção brasileira. Desfilam pela tela entrevistas de Didi (arquivo), Zagallo, Mazzolla (ou Altafini, para os rivais europeus), Moacir, Djalma, Zito, Dino Sani, jornalistas da época e membros da equipe técnica.

Os destaques especiais dados aos grandes valores individuais do time (Didi, Garrincha e Pelé), as reconstituições de lances específicos da partida e de crônicas de Nelson Rodrigues dão ao documentário um belo dinamismo, como na esplêndida passagem em que é narrada a lenta caminhada de Didi (“o andar de um Príncipe Etíope”) rumo o meio do campo, com a bola debaixo do braço, após o tento inaugural da partida final, convertido pela equipe dona da casa. Comovente.

Necessário para os amantes do futebol, especialmente em momentos tão questionáveis do esquadrão brasileiro.