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SER FORTE DE DENTRO PARA FORA. UM SONHO QUE PARECE MUITO DISTANTE NO PALMEIRAS.

Não adianta mais ficar martelando na mesma tecla do desespero alviverde, certo?

Todo mundo sabe quais são as contas necessárias para o time conseguir sair dessa situação. Sabe-se também que mais até do que a fuga desse rebaixamento, o que precisa ter dentro do clube é uma implosão institucional. É varrer todo o lixo interno que há décadas enterra o clube dentro da mediocridade.

Em campo mais uma vez o Palmeiras jogou “bem”. (ou o Corinthians que não jogou nada?)

Pelas contas de Mauro Beting, foram 12 finalizações alviverdes contra apenas 5 corintianas. Tendo um jogador a menos desde o comecinho do jogo.

De fato, teve mais volume o Palmeiras. Mas quando até mesmo Barcos emenda chutes medonhos em direção ao gol, qualquer nota para um possível bom jogo cai por terra.  Qualquer nota fria em um momento como esse passa a ser algo vago.

E a culpa é de quem está lá, mas também de quem não mais está. A eterna má vontade de parte da imprensa, blogs e demais veículos que analisam a pelota em relação ao Palmeiras já dá conta de que com a queda de Felipão, o possível rebaixamento do time não recairá sobre os ombros do treinador.

Patético quem pensa assim.

Se o rebaixamento de 2002 até hoje está na conta de Luxemburgo, que saiu na 2ª rodada do BR02, o de 2012 (se vier) tem sim que constar na fatura histórica de Felipão. E que conste aqui: Eu concordo com os dois pontos. Tanto Luxa em 2002, quanto Felipão em 2012, tem suas enormes parcelas de culpa sim.

Ainda que doa escrever assim sobre Felipão, a quem defendo historicamente e tenho como um dos maiores ídolos do futebol. A coerência manda que assim seja.

Em campo tivemos uma arbitragem fraquíssima. E nos lances capitais ela prejudicou sim o Palmeiras. E vou aqui frisar o “prejudicou o Palmeiras”. Não significa que tenha beneficiado o Corinthians. São coisas distintas.

O amarelo de Luan por uma simulação que não existiu já incendiou algo que cheirava a gasolina. Não ter sido pênalti não significa que ele não tenha tido um choque que o derrubou. E basta olhar a imagem que se percebe isso claramente.

Na sequencia Romarinho marcou o gol e foi comemorar lá com a torcida alviverde. Dizer que se confundiu por que ali sempre fica o torcedor corintiano é tão ridículo quanto penalizá-lo por isso. A não ser que o rapazote seja daltônico, já que o verde é bem diferente do preto. Neste caso então existe um infinito que os difere. Esse papo não cola. Mas e daí?

É futebol, rivalidade, a maior de todas elas. Campeões da Copa do Brasil, os jogadores do Palmeiras cutucaram os corintianos. A essência do futebol reside nisso também.  E traz consigo a cabeça quente de quem já não conta com uma cuca tão fresca. A reação de Luan foi na medida da situação do time. Ele não bateu em ninguém, mas reagiu como um torcedor dentro do campo. O amarelo para Romarinho foi desnecessário. Caberia o amarelo para Luan. Não na (não) simulação no lance anterior. Mas ai o juizão “ponderou” demais para não expulsa-lo.

O que seriam de Edmundo, Romário e Viola se em toda comemoração provocativa aos adversários fossem advertidos com cartões? Nosso imaginário futebolístico seria povoado pela Madre Tereza.

Na sequencia uma entrada forte de Luan em Guilherme. Entrada forte, mas de jogo. Em meu entendimento uma simples marcação de falta caberia e olhe lá.

Foi mostrado 2 º amarelo para Luan, que acabou expulso. E acabou a paz para o fraco arbitro, acabou também qualquer condição de reação tática do alviverde.

No gol anulado de Valdívia, o bandeira alegou falta de Obina na origem da jogada. Para mim foi até menos falta que a de Luan em Guilherme. Ombro a ombro com Paulo André, que é menor fisicamente que o atacante palmeirense. Veja que o zagueiro cai e já se levanta buscando reagir no lance. E ele sequer reclama.

O inferno alviverde reside em tudo isso. Na fraqueza institucional trazida pelas múmias instaladas. Pela fraqueza administrativa de quem gere clube e time. Pelas falhas da antiga comissão técnica, bem como pela fragilidade técnica e emocional do grupo de jogadores.

Fossem fortes nesses setores e os erros (que existem sim) sistemáticos da arbitragem não seriam tão notados. Os erros internos intensificam os de fora. E passa por voltar a ser forte de dentro para fora o renascimento do alviverde.

Um sonho que parece estar bem distante de acontecer.

ROMARINHO DÁ A LETRA

A virada do Corinthians bem no finalzinho do jogo contra o Coritiba em pleno Couto Pereira pode ser encarada como uma questão de justiça. Primeiro porque o Corinthians jogou melhor. Teve um momento de desatenção de Paulo André, que não viu Éverton Ribeiro passar e marcar seu gol, aos 46 minutos do primeiro tempo.

Romarinho marcou de letra o gol da vitória.

Mas veio a segunda etapa, e o Corinthians entrou mais ligado. Entrando com Guerrero no lugar de um apático Douglas (ele ainda alterna as boas e más atuações), o time acabou tendo um pouco mais de efetividade no ataque. Tudo bem que o peruano ainda não conseguiu marcar seu primeiro gol pelo Timão, mas chamou para si a marcação, dando chance para os atacantes explorarem as jogadas pelas pontas.

Aos 20 minutos do segundo tempo, foi a vez do Coritiba descuidar da marcação. Esqueceram-se logo de Paulinho, aquele que dita o ritmo do time, aquele que há muito merecia a convocação para a Seleção Brasileira. Selou a boa fase pessoal com um gol e uma assistência, antes de desfalcar o Corinthians na próxima rodada, contra o Internacional (que – justiça seja feita – também virá desfalcado). Além dele, ficam de fora Guerrero e Ramirez (convocados para a seleção peruana) e Romarinho (suspenso).

Romarinho, aliás, que quebrou o jejum que o atormentava, e teve estrela para marcar de letra, aos 44 do segundo tempo, após jogada iniciada por Martínez (que entrou no lugar de Fábio Santos, lesionado, com Jorge Henrique passando para a ala esquerda – e o Timão ficou cheio de atacantes em campo). Ao que parece, o jovem Romarinho vai se tornando um novo “artilheiro dos gols bonitos”. Quando tenta fazer o simples não tem tanto sucesso.

Após uma série de jogos chatos, sem objetividade, o Corinthians encontrou novamente o caminho do gol. Resta saber se agora o time entra nos trilhos para garantir uma campanha razoável. Com o Atlético Mineiro seguindo em frente em sua boa campanha e os tropeços do Timão desde o início do Brasileirão, as chances de título são muito pequenas. O que é preciso é manter o time no ritmo para a disputa do Mundial no final do ano.

DAS COISAS QUE FALTAM AO CORINTHIANS: 90 MINUTOS.

Ontem em determinado momento da peleja entre Boca Jrs e Corinthians, quando nada acontecia e você só se dava conta de que era a final da maior competição do continente quando olhava para arquibancada, fiz o seguinte comentário nos canais do Ferozes FC: “Trata-se de um jogo com muita marcação, muita vontade e o Riquelme”.

Muita marcação e muita vontade é o que de mais eficaz tem a apresentar o time do Adenor.  Nem tanta assim o Boca, menos time, menos marcador, mas com Riquelme.

Muita gente se surpreendeu negativamente com a partida. Mas pergunto: Qual a surpresa dos caros ao ver que o jogo fora pautado pela excelente marcação do Corinthians e pelo aguardo de brilharecos (que houveram, ainda que cada vez mais escassos) de Juan Riquelme?

Das finais de Libertadores que acompanhei de perto, sem dúvida nenhuma essa tem sido a de menor nível técnico. Mas não menos brilhante. O brilho quando não é técnico pode ser tático. Em finais como essa podem ser brilhos da sorte, brilhos do destino. Brilho de Romarinho. Mas, sobretudo, mais uma vez e não menos merecido relembrar, brilho do cara que é hoje o melhor técnico do país.  Chato que dói, mas competente em demasia.

Eu não sei se com esse time do Corinthians algum outro técnico do país faria tudo isso. E faz como pode, do jeito que dá, do jeito que deve.

Do 2º tempo onde o Boca foi Boca em Bombonera, o Corinthians só foi Corinthians quando Tite apareceu, quando no time mexeu.  Antes, porém, a partida final foi puro futebol. Foi daquela transcendência do futebol que faz o mais supersticioso vibrar. Na bola metida no travessão em cabeçada de Viatri e a sobra passando rente ao corpo desmarcado de Cvitanich, passou também o filme do gol perdido por Diego Souza, filme que depois ganhou um coadjuvante merecedor de Oscar no gol de Romarinho em seu primeiro toque na bola.

Hoje leio, como venho lendo a cada nova classificação do time na competição, os analistas dizendo que ao Corinthians falta algo mais para levantar a taça na próxima quarta. E do jeito que está falta mesmo.

Faltam noventa minutos.

CALA-TE, BOCA!

É claro que o título acima não pode ser visto como prepotência, nem sequer arrogância. Ele se refere exclusivamente ao momento em que o jovem Romarinho mostrou mais uma vez sua estrela, ao tocar a bola por cobertura sobre o goleiro Orion, silenciando a torcida do Boca Juniors, que até aquele momento ganhava o jogo.

O que impressiona em Romarinho é a serenidade com que encara os acontecimentos. Parece ainda não ter caído a ficha da importância de suas últimas (que também foram as primeiras) atuações com a camisa do Timão. Segundo relato do auxiliar Mauro da Silva ao jornal Lance, ao ser perguntado por Tite se havia gostado da partida contra o Palmeiras no domingo, Romarinho disse: “mais ou menos, professor”. Ganhou a vaga de Willian no banco contra o Boca, e entrou pra ser novamente o nome do jogo. Substituiu Danilo, que não repetiu as boas atuações dos últimos jogos. Talvez devesse ter entrado antes, quando chegou a se aquecer para substituir o lesionado Jorge Henrique, mas Tite preferiu lançar Liedson.

Mais uma brilhante atuação do neto do seu Mário.

É claro que Romarinho não fez tudo sozinho. O passe açucarado de Emerson Sheik (um gigante), originado de uma arrancada do meio de campo de Paulinho (que também quase acertou um golaço de fora da área). Além disso, tivemos grandes atuações até de jogadores mais limitados, como Alessandro, sempre bem posicionado (a ponto de evitar o que seria um golaço de bicicleta de Santiago Silva).

Na prática, estamos na mesma. As estatísticas mostram que o Boca também não sente a pressão de jogar fora de casa. Segundo informação apurada pelo amigo Samuka Araújo, dos 19 jogos do Boca no Brasil, o clube perdeu apenas 4 jogos. Ou seja, vamos com calma (o Fluminense, última vítima desta estatística, que o diga).

O que posso dizer, meus amigos, é que se a sorte acompanha a competência, talvez tenha chegado finalmente a hora do Corinthians ganhar uma Libertadores, já que mais do que nunca temos um time dedicado, concentrado, e o histórico desta competição mostra os grandes lances de sorte, como o erro fatal de Diego Souza que tirou o Vasco da briga e as oportunidades perdidas pelo Boca em casa. Vamos esperar que essa estrela continue brilhando.

O GIGANTE ROMARINHO

Aos 3 minutos de jogo no Pacaembu, a escrita parecia consolidada. Foi o momento em que Mazinho, o jovem jogador do Palmeiras, que vem fazendo boas atuações desde que chegou, vindo do Oeste, acertou o gol de Julio César, após vacilo generalizado da defesa corintiana. Mas a tarde era de outro homônimo de jogador da seleção campeã do mundo de 1994. Romarinho (filho de Ronaldo e neto de Mário, ele não deixa de frisar) foi a estrela do time reserva que enfrentou o arquirrival na fria tarde de domingo, dia de São João. Foi a estrela e teve estrela pra fazer dois belos gols. O primeiro de letra, após cruzamento de Liedson, que também foi um gigante na partida, apesar da nítida falta de forma. O levezinho ainda teve a chance de fazer o gol que seria sua redenção, numa bicicleta que só não foi certeira por capricho do destino, que deve ter arrastado a trave por alguns centímetros para que a bola batesse nela. Ainda perdeu uma chance frente a frente com o goleiro Bruno. Uma pena.

Mas Tite acertou ao confiar na velocidade do “Little Romário” e desenhar um esquema de jogo à sua volta. Serviu até pra neutralizar um pouco a habitual apatia de Douglas e os muitos erros de passe do lateral Ramon. De ponto negativo, a insistência do treinador em improvisar o zagueiro Marquinhos como volante. O garoto não parece ter o cacoete nem o porte físico para jogar à frente dos zagueiros.

O segundo gol de Romarinho, usando um inevitável clichê para descrever, “foi uma pintura”. O jogador parou na frente de seu marcador, o lateral Cicinho, gingou, dominou a bola e acertou um chute no ângulo, consolidando a virada.

Com dois gols, Romarinho foi o nome do jogo.

É claro que a vitória do time B do Corinthians sobre o time A do Palmeiras (desfalcado de Marcos Assunção) se deve não só à atuação do jovem meia-atacante. Vamos lembrar que nos demais jogos do Brasileirão, o time vinha jogando com o inexperiente Antonio Carlos na zaga e com o inoperante Elton no ataque. Ao contrário de Liedson, que mesmo sendo centroavante não se limita a ficar parado na área, Elton atua fixo, e geralmente conta com que a bola bata nele e entre no gol.

Além disso, talvez tenha havido entre os jogadores do alviverde uma inconsciente preocupação em se pouparem para a final da Copa do Brasil, contra o Coritiba. Mesmo que isso tenha significado a perda do clássico e a lanterna do campeonato, que antes era do Timão.

Com a lição de casa feita pelos reservas, hora de pensar no primeiro jogo contra o tradicionalíssimo em Libertadores, Boca Juniors. Para o confronto, Tite tem o retorno de Emerson ao time titular, depois de cumprir suspensão. Ou seja, nenhum desfalque para a semana mais importante do ano até o momento.

#VaiCorinthians!

Fiquem com a faixa-título do recém-lançado álbum dos Beach Boys, “That´s why god made the radio”. Abraços!

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