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Chazinho de Coca – Uma seleção de volantes. Culpa de Ricardo Teixeira.

Quando se pensa em seleção, seja ela do que for, imagina-se a escolha das melhores peças, animais, vegetais, pessoas, jogadores – de futebol, inclusive.

Mas para que essa escolha possa se aproximar do que se entende por justiça, o selecionador deve também ter sido escolhido baseado em seus êxitos, em seus trabalhos anteriores.

No caso mais específico da seleção brasileira de futebol, o sujeito responsável por selecionar os melhores atletas do país deve também ser o melhor ou estar entre os melhores do país.

Dunga sequer era técnico de futebol quando Ricardo Teixeira, o dono da CBF e conseqüentemente do futebol brasileiro, o chamou para assumir o principal posto do esporte que é a paixão nacional.

Então antes de qualquer cornetagem, vamos debitar da conta da CBF do Ricardão a culpa por qualquer insatisfação gerada pela seleção escolhida pelo capitão do tetra.

Feito isso, vamos tentar pensar com a cabeça do Dunga.

Como jogador Dunga foi um voluntarioso volante, aguerrido, comandante em campo. Seu principal mérito não era como jogador, mas como líder.

Marcou uma era de futebol pouco vistoso do Brasil, a chamada “era Dunga”. Depois conquistou o tetra, numa seleção que tinha Romário e Bebeto como estrelas.

Não por acaso o selecionado de Dunga tem a sua cara. Uma zaga praticamente irretocável, deixando margem para discussão apenas na sua lateral esquerda e na opção por Doni no gol, sendo que o cara sequer joga em seu time.

O meio campo de Dunga é de fazer chorar qualquer admirador de um futebol de passes, triangulações, vistoso, de arte, de fazer chorar qualquer admirador do futebol brasileiro. O único verdadeiro meia desse time é Kaká. Cracaço! Mas que vem de uma temporada irregular, além de seguidas contusões. Se Kaká vier a faltar ou se necessário for dar mais qualidade ao setor, Dunga terá de improvisar.

Não, não me venha dizer que Elano é meia. Não é. Julio Baptista muito menos. Exceto Kaká, todo o resto do setor é formado por VOLANTES. Sejam 1º´s ou 2º´s, mas volantes. Volantes, como foi Dunga. Dunga que não tem em seu meio sequer um “Dunga”, no quesito entrega.
Muito menos um Mauro Silva, menos ainda um Mazinho. Ambos, 2º´s volantes na Copa de 94. Ambos, melhores que todos os volantes que Dunga chamou.

Sequer igualar aquela seleção que já era bastante pragmática Dunga conseguiu.

O ataque de Dunga não é lá tão passível de críticas. Mas levar Grafitte e ao mesmo tempo vender o papo de coerência é demais pra minha cabeça. Nada contra a opção. Grafitte vem bem no futebol alemão.

Mas com Dunga Grafitte teve apenas UMA oportunidade e jogou somente vinte e poucos minutos.

Diego Tardelli foi chamado mais de uma dezena de vezes e também vem bem no futebol brasileiro.

Pesou o que aqui? O país onde cada um exerce o seu jogo? O futebol alemão é realmente a cara do Dunga. O brasileiro não.

Se a justificativa para não levar Ganso (e Neymar) é a tal da experimentação e Grafitte carimbou sua passagem para a África atuando somente vinte e poucos minutos, então para mim a palavra de ordem de Dunga é a “incoerência”.

Torcer para essa seleção do Dunga será realmente um exercício patriótico para mim. O meu lado passional, muitas vezes ufanista, irá me dizer – “Vai Josué, tabela com o Gilberto Silva e arma pro Julio Baptista marcar um gol de placa”. Já o racional, antes de duvidar que a cena descrita possa ser capaz de acontecer, irá juntar forças com o lúdico, onde pensarei que se essa seleção faturar o hexa, o verdadeiro futebol brasileiro terá saído derrotado, levantando a taça uma seleção de volantes que bem poderia ser a seleção alemã – com todo o respeito que os tricampeões mundiais merecem.

Obrigado Ricardo Teixeira.

Chazinho de Coca – Cadê a cativa do Gaúcho?

Cadê a cativa do Gaúcho?

O ano de 2008 não tem sido o ano da seleção brasileira. Curiosamente também não tem sido o ano daquele que deveria ser o maestro de nossa equipe, Ronaldinho Gaúcho. Quando se fala na seleção canarinho, nos vem à mente um time recheado de bons jogadores e dentre eles, alguns diferenciados, alguns foras de série.
Relembrando a seleção campeã de 2002, talvez a nossa última grande equipe, nela não existiam grandes contestações, talvez a não convocação do meia Alex, mas nada que tenha tirado o sono do técnico Felipão ou que tenha deixado a torcida muito reticente quanto ao sucesso da equipe na competição. Do goleiro ao centroavante, a seleção era quase que a consumação do desejo popular, com ótimos jogadores em todas as posições e dentre eles, quatro ou cinco craques, foras de série que decidiram quando foi preciso.

Hoje passamos, talvez, por nossa maior escassez de craques das ultimas décadas, para não dizer da história. O selecionado de Dunga é um frangalho só, apontado por muitos estudiosos da bola como algo abaixo até mesmo da seleção de 66.

Quer dizer então que não temos craques ou pelos menos, bons jogadores? De forma alguma. Podemos sem muito esforço fazer uma seleção apenas com jogadores que atuam hoje no futebol brasileiro que já conseguimos algo melhor do que Dunga. Junte a eles os craques que atuam na Europa e pode-se montar uma equipe que se não for a melhor de todas, ainda pode encarar em pé de igualdade qualquer outra seleção de ponta.

O time de Dunga é carente de craques, ao menos daquele craque, o que faz a diferença, o que num momento está invisível e num piscar de olhos tem um lampejo de gênio e decide. Hoje, talvez, o nosso único jogador com essa capacidade seja Ronaldinho Gaúcho.

Kaká e Alex são cracaços, mas são aquilo que podemos chamar de “cerebrais”, são eles que cadenciam o time, que mantém a regularidade, que organizam, são o termômetro, enfim, mas não são eles quem vão driblar meio time adversário e entrar com bola e tudo, Ronaldinho Gaúcho sim tem esse perfil, ele tem o perfil e a bola de um fora de série. Ronaldinho tem explosão, arranque, força, uma habilidade poucas vezes vista no mundo da bola, finaliza bem e supri outra enorme necessidade da seleção de Dunga, é exímio batedor de faltas – parece piada, mas a seleção brasileira não tem unzinho sequer.

Apesar de tudo isso, não se pode esquecer que o Gaúcho passa por maus bocados em seu clube e não vem jogando, mas quem disse que Mineiro, Josué, Gilberto Silva e outros “Dunguísticos” estão? Mas ainda assim estão lá, com suas inexplicáveis cadeiras cativas, então porque não ceder uma dessas cadeiras ao Gaúcho fora de série?

Lobby do Gaúcho.

Impressionante a cara de pau do nosso todo poderoso presidente da CBF, Darth Vader, ops, Ricardo Teixeira, ao pedir em rede nacional para que o povo brasileiro ajude Ronaldinho Gaúcho a ser convocado para a seleção olímpica. Logo ele tão avesso a entrevistas, a dar satisfação das patacoadas de sua confederação ou de suas próprias ferocidades. Está mais do que na cara que ele já convocou Ronaldinho para as Olimpíadas e que Dunga vai ter que engolir a seco ou então tomar um scothzinho para digerir melhor essa canetada do nosso ditador de plantão.

O povo quer Ronaldinho Gaúcho, não precisa ele vir pedir isso. Mas agora o cenário está todo favorável. Teixeira já convocou, o povo em boa parte, alheio a esse esquema, vai pressionar Dunga, o técnico por sua vez vai ter que convocá-lo para não perder seu emprego e ao final de tudo, caso o Brasil saia vencedor, Ricardo Teixeira vira herói e tudo ficará lindo e maravilhoso no reino da CBF, caso contrário a culpa é de Dunga, que não o convocou antes e não o preparou adequadamente para a competição.

Vai Teixeira, não pára de lutar!

Lobby do Gaúcho – parte II

Incrível a sincronia entre as declarações de Ricardo Teixeira sobre Ronaldinho Gaúcho e a repentina enxurrada de matérias e entrevistas realizadas pela Globo com o jogador.

Vai Globo, não pára de lutar também!

Feroz é mato e eu sou o Bozo.

Ao som de The Dandy Warhols – Nietzsche

abraços aos queridos,