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Muricy fora do Fluminense; Luis Fabiano no São Paulo; Palmeiras e a “Valdiviadependência”; Quem quer Adriano? Radiohead; Programa FFC. Gol!

Texto João Paulo Tozo

Imagens: Wallace Teixeira (Muricy) e Celio Messias (Vinicius)

 

Muricy Ramalho disse não a seleção para no final do ano ser campeão”.

Em dezembro de 2010 essa frase parecia fazer muito sentido, além de me parecer uma troca bem justa, tendo em vista a atual galhofa que é ser técnico da seleção da CBF. Em março de 2011 já não sei mais se a aposta foi tão certeira. Não pela seleção, mas talvez pela calmaria que o emprego de técnico da seleção brasileira transparece ser, enquanto no Fluminense o bicho vem pegando com a quase eliminação da Libertadores, além das dores de cabeça administrativas causadas pela alegada falta de comprometimento da direção com o combinado na assinatura do contrato (melhorias na estrutura do clube e bla, bla, bla), em abril de 2010.

Mauro Cezar da ESPN levantou questão pertinente sobre o pedido de demissão do treinador – “E se fosse o Luxemburgo?”

Em 2002 o então treinador do Palmeiras abandou o barco no meio do caminho, o time caiu para a série B e Luxa carrega essa culpa até hoje – ao meu modo de ver, claro que não só ele, mas merecidamente.

A desclassificação precoce do Flu na Libertadores será debitada da conta de Muricy? Público e crítica demonstram claramente uma maior tolerância com o treinador campeão brasileiro. Mas que a situação é bastante similar, não resta dúvidas.

Muriça puxou o carro das Laranjeiras

Mais ainda se as especulações de que o Santos virá com uma proposta milionária para seduzir o técnico se confirmarem. De repente a frase inicial ganha um complemento extra: “Muricy disse não a seleção para no final do ano ser campeão e agora sai do Flu para ganhar milhão”.

– E Luis Fabiano acertou seu retorno ao Morumbi. E o São Paulo acertou em cheio na contratação. Refresco a memória do amigo que me acompanha a respeito do que penso sobre o “Fabuloso” – Não acho que seja um centroavante em nível de seleção brasileira, de repente para suplente e olhe lá. Mas para clubes, sobretudo perante o atual nível do futebol brasileiro, acho uma contratação sensacional.

Sua média de gols na 1ª passagem pelo Morumbi foi de quase 1 gol por partida. Por outro lado, saiu do São Paulo em atrito com boa parte da torcida que o chamava de pipoqueiro, acredito que injustamente. A ausência de títulos talvez tenha impactado nessa saída menos honrosa do que merecia. Mas apesar disso, retorna com o status de ídolo e fazendo juras de amor. Diz que renegou ofertas maiores de outros clubes brasileiros, dentre as quais os 500 mil/mês do Corinthians.

O Palmeiras venceu o São Bernardo por 2X0 no último sábado e chegou aos mesmos 28 pontos que São Paulo, Corinthians e Santos, mas perde para esses no saldo de gols. É ainda o Palmeiras da “Valdiviadependência”. Na 1ª etapa, com o Mago em campo, jogou bem, com velocidade e matou o jogo sem grandes dificuldades. Na 2ª etapa, sem o chileno que saiu para ser poupado para o jogo da Copa do Brasil, sofreu com a acefalia de outros tempos. Com Tinga em mau momento técnico e sem maiores opções ofensivas para superar a ausência do camisa 10. Ainda assim, o excessivo recuo que Felipão promoveu na 2ª etapa foi descabida, gerou irritação na torcida e deflagrou o 1º desconforto do ídolo bigodudo com seus súditos.

PVC bem lembrou em seu twitter de que 4 jogadores da base estavam em campo: Deola, Gabriel Silva, Patrick e Vinicius.  Desses, Patrick e sobretudo, Vinicius, tiveram atuações destacadas. Eu não me lembro de outro momento em que a aposta na base tenha sido tão forte pelos lados do Palestra Itália. Claro que pela necessidade e pela falta de grana para investir em jogadores prontos. É uma aposta de risco, mais ainda pelo investimento que os rivais tem feito para repatriar grandes nomes. A torcida quer resultados, quer bater de frente com os rivais, com isso joga-se uma responsabilidade enorme nas costas da molecada, que por queimar etapas em seu desenvolvimento, podem acabar se perdendo em meio as dificuldades do clube. Vinicius, por exemplo, tem apenas 17 anos. Mas pode ser nessa dificuldade que surja, enfim, um grande talento da base alviverde – que não seja no gol –  e que ajude agora o time em campo e no futuro o clube, financeiramente falando.

Vinicius: 17 anos e atuação destacada contra o São Berbardo

Sobre Adriano: É um risco enorme apostar no “Imperador”. Sua última temporada na Roma não justifica tecnicamente nenhum investimento em seu jogo. Sua falta de profissionalismo e sua evidente despreocupação em cuidar de sua mente e corpo, corroboram com o prognóstico negativo de seu atual status. O São Paulo de Luis Fabiano não precisa do Adriano. O Corinthians do artilheiro Liedson, idem. O Santos que não tem centroavante, mas tem Neymar e Ganso, talvez não precise arriscar a tranqüilidade interna de seu elenco trazendo Adriano. Mas o Palmeiras já se arrisca na temporada com Adriano Michael Jackson, Luan e Pardalzinho. Arrisca-se tecnicamente. Não será válido arriscar tentando trazer Adriano, que se por um lado pode gerar dores de cabeça na direção e em Felipão com suas aventuras fora de campo, dentro dele pode tranqüilizá-los com o lado técnico?

O que penso como torcedor é: Dores de cabeça o Palmeiras possivelmente terá se não reforçar o ataque. Se for para tê-las, que pelo menos não seja com a falta de rendimento do ataque.

Mas dirigente não pode pensar com a cabeça de torcedor. O buraco é mais embaixo. E pelas palavras de Roberto Frizzo em entrevistas recentes, o torcedor não deve esperar por grandes contratações. Quem sabe Fernandão, que já foi procurado e que agora com a chegada de Luis Fabiano deverá ficar sem espaço no Morumbi.

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Lembrando o feroz que hoje voltamos com o Programa Ferozes Futebol Clube, desta vez já com o sistema da rádio todo restabelecido, portanto ele será AO VIVO. Nas mesmas 20:00 de sempre, falando de futebol, música e demais assuntos pertinentes ou não. Acesse o link abaixo e acompanhe nossas ferocidades na rádio Tape:

http://comunicacidade.unicid.br/radiotape_ferozes.htm

Despeço-me com o sempre espetacular Radiohead e o seu petardo – Reckoner:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=XLVA7Ap1vkQ[/youtube]

Cheers,

PIADA PRONTA

Parece piada pronta. Mas depois de fazer um calor senegalês ao longo de todos os dias do ano, a pausa veio exatamente quando a rapaziada teve também sua pausa para apreciar o bom tempo. Tempo frio e chuvoso ao longo de todo o carnaval. Calor senegalês de volta assim que a rotina da labuta retornou.

Parece piada também, mas não é. Tem gente querendo aplicar a teoria do “e se…” na incontestável vitória do Barcelona sobre o Arsenal pelas 8ª´s de final da Champions League. O “e se …” aplica-se a expulsão exagerada de Van Persie, quando o jogo estava 1X1. Poderia ter dado mais jogo se o atacante holandês continuasse? Provavelmente o massacre não teria sido tão grande. Mas ainda assim seria massacre, como já vinha sendo. O bom Arsenal caiu no erro de dar campo para o espetacular Barcelona de Iniesta, Xavi e do gênio Messi. Atuou recuado demais ao longo de todo o jogo e não somente quando se viu com um jogador a menos. Em 2010 só a Inter de Mourinho, com o seu perfeito sistema defensivo foi capaz de parar o Barça. Dessa vez Mourinho está no Real Madrid. Lá não existe a mesma perfeição defensiva da Inter da temporada passada. Há a camisa do maior rival do Barça. Talvez a única situação de equilíbrio entre os times . A Inter não tem mais Mourinho e não tem mais a mesma pegada de 2010. Talvez o Manchester United possa fazer frente ao Barça. Mas caso ocorra será na superação. Não há no mundo, hoje, time que faça frente ao Barcelona de Messi.

Adriano, “o Imperador” (não sei de quem) é piada pronta há anos. É um caso típico de jogador que teve seu jogo supervalorizado, mas que correspondeu a expectativa raríssimas vezes. É péssimo exemplo profissional. Rasga contratos com seus clubes como se rasgasse papel higiênico e ainda dá prejuízo financeiro. Só a Roma gastou mais de 10 mil reais para cada minuto em que Adriano esteve em campo (dados de Gian Oddi no Bate-Bola da ESPN de ontem). O centroavante, por sua vez, não marcou um único gol pelo clube. Até demorou, mas a Roma enfim rompeu seu contrato com o piadista. Agora se especula que possa voltar para o Flamengo. A boca pequena diz que Palmeiras e Corinthians correm por fora. Com Liedson o Corinthians não precisa de um centroavante. Sem centroavante, sem gols, sem ofensividade, o Palmeiras clama por um homem gol, não por um problema que custa caro. Adriano não justifica o investimento de 1 real furado há tempos. Tanto Palmeiras quanto Corinthians não precisam de problemas extras.

Voltando ao Carnaval, mas ainda no Corinthians. A piada estava pronta e Jucilei não deixou passar batida. Após a 5ª colocação da Gaviões da Fiel no Carnaval paulistano, o ex volante alvinegro soltou em seu twitter a seguinte mensagem: “”Engraçado? pq a gavioes nao foi campeao do carnaval de sao paulo ? era pra ser né eles quer qui agente ganha tudo muito engraçado” – Traduzindo: “Por que a Gaviões não foi a campeã do Carnaval de São Paulo? Tinha que ser, né? Afinal, eles querem que o time ganhe tudo. Engraçado”. Clara referência ao episódio em que a torcida organizada foi cobrar o time pela eliminação precoce na Libertadores 2011.

A Vai-Vai foi mais uma vez a campeã do Carnaval Paulistano. O enredo fez justa homenagem ao maestro e pianista João Carlos Martins. Considerado um dos mais sensacionais intérpretes e especialistas da obra de Johann Sebastian Bach, João é também um torcedor fanático da Portuguesa de Desportos. A piada pronta está aí. Quem disse que a Lusa nunca ganha nada?

João Carlos Martins no desfile da Vai-Vai. É a Lusa indo para as cabeças.

Futebol, samba, carnaval. Essas instituições misturam-se demais no Brasil, sobretudo nessa época do ano. Em São Paulo a maior das rivalidades dos campos agora e também travada no sambódromo. Mancha Verde e Gaviões da Fiel protagonizam essa rivalidade no samba. Em 2011, o duelo paralelo entre as escolas foi vencido pela Mancha, 4ª colocada, contra a 5ª posição da Gaviões. Segundo Vitor Campos (@mundoporco), membro da Mancha e meu único camarada que também é carnavalesco, desde a estréia da Mancha no grupo de acesso no ano de 2005, a Gaviões só ficou a frente em 2009. O que dá aí um placar de 6X1 até o momento. Em 2012 (já é ano que vem) ambas ganham a companhia da Dragões da Real, escola de samba de uma das torcidas do São Paulo FC. O trio de ferro paulistano estará também representado no sambódromo.

Piada pronta aqui? Eu comentando sobre carnaval. Manjo tanto quanto o Jucilei é poeta no twitter.

Como quase nada ou nada sei sobre carnaval, despeço-me da ferocidade com o novo petardo do Radiohead, banda de cabeceira desse pobre escriba. No clipe de “Lotus Flower”, Thom Yorke faz uma dancinha que poderia ser facilmente reproduzida no carnaval brazuca.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=cfOa1a8hYP8[/youtube]

Cheers,

"…rain down, rain down…come on rain down on me…"


“….rain down, rain down…come on rain down on me…”

Simples como esse trecho da épica Paranoid Android, simples como entender o porque de 30 mil pessoas se apertarem nas nada agraciadas instalações da Chácara do Jockey, simples como só Thom Yorke, com meros “obrrrigados”, consegue encantar e comandar o público que lá estava para vê-lo. Simples assim é entender o porque do Radiohead ser a principal banda de rock do planeta, muito simples.

Uma apresentação perfeita, de raríssimo sincronismo. Um show para fiéis que conhecem o b-side Talk Show Host ou mesmo para aqueles entusiasmados que arriscam apenas o refrão de Creep. Thom Yorke e companhia conseguiram estampar no rosto de cada uma das 30 mil pessoas um sorriso permanente, uma alegria desenfreada e uma emoção coletiva como há tempos eu não presenciava.

Clássicos misturados com músicas menos badaladas, além da íntegra de In Rainbows, obra mais recente da banda.

Esperar por eles por mais de década valeu a pena, putz, como valeu.

Cada um ali teve o seu momento especial, aquela lembrança de como e quando passou a curtir a banda. Em Paranoid Android eu tive o meu, com direito a mãos ao alto e cantoria a plenos pulmões, num rápido retorno ao ano de 1997, quando a minha relação com o Radiohead começou. Quando a canção já havia terminado, o público voltou a entoar o trecho “rain down, rain down…come on rain down on me…” prontamente atendidos por Thom, que se juntou ao coro. Bem que tentei segurá-las, mas algumas lágrimas teimaram em querer participar de mais esse capítulo único da minha vida 😉

Veja o trecho de Paranoid Android na Chácara do Jockey em SP:

Segue o set list:
“15 step”
“There there”
“The national anthem”
“All I need”
“Pyramid song”
“Karma police”
“Nude”
“Weird fishes/ Arpeggi”
“The gloaming”
“Talk show host”
“Optimistic”
“Faust arp”
“Jigsaw falling into place”
“Climbing up the walls”
“Exit music”
“Bodysnatchers”

Bis 1
“Videotape”
“Paranoid android”
“Fake plastic trees”
“Lucky”
“Reckoner”

Bis 2
“House of cards”
“You and whose army”
“Everything is in the right place”

Bis 3
“Creep”