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O FUTEBOL E SEUS EXEMPLOS. DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?

 -Incrível como surgem dores estomacais ou no peito desses senhores de larga vivência no submundo da política, do esporte e de todo o mais. Basta a casa começar a cair para o lado deles que já rola uma internação básica. O hospedado – ops – internado da vez é o dono da Copa de 2014, Ricardo Teixeira. Bastou a comissão de Constituição e Justiça do Senado convidá-lo para explicar todas as críticas que a organização da Copa vem recebendo que o proprietário da seleção amarela sentiu dor de estômago. Ah, vá!

-No sábado o Palmeiras enfrenta o América MG, lanterna e virtual rebaixado à série B, sem Marcos e Kleber. Marcão continua com o procedimento de preservação para que agüente toda a temporada e para, quem sabe, adiar por mais uma temporada sua aposentadoria. Kleber fica de fora por uma tendinite no joelho. Nem duvido que haja mesmo um problema no joelho do outrora Gladiador, mas que veio muito a calhar, veio. Peça nula ao longo de todo o BR11, Kleber só é notado quando abre a boca para geralmente causar tumulto interno no elenco. Se foi sacado do time por contusão, não posso afirmar. Mas não me esquivo em dizer que para mim a medida já deveria ter sido tomada antes, por deficiência técnica e moral. O “amor” de Kleber que segundo o próprio é verde, mas já flertou com o rubro-negro, agora parece que anda de flerte com o alvinegro paulistano. Haja amor, “Gladiador”.

-Por outro lado, o alviverde ganha o retorno de Valdívia. Depois de 30 dias afastado se recuperando de um estiramento conquistado em um amistoso pelo Chile, o meia retorna para fazer uma partida e depois se apresentar novamente ao técnico chileno. A seleção chilena agradece ao “O Centro Fisioterápico e SPA Palmeiras” pela recuperação e pagamento dos vencimentos de seu atleta. Piada a parte, o retorno de Valdivia pode sim trazer a qualidade de volta ao time. Não mudo o que penso sobre o que sempre pensei de Valdívia. É diferenciado e desde que queira, muda o patamar do time. Aliás é o único ali com essa condição.

Não são poucos os exemplos de que o mercantilismo vem acabando a uma velocidade avassaladora com o romantismo que em outrora o futebol sustentava. A simplicidade do atleta saído da periferia, o tal amor a camisa, ao esporte, o senso de cidadania antes de qualquer outra coisa, são situações as quais as novas gerações de torcedores talvez não notem mais no esporte. São tão raras que viraram exceção. Tão exceção que valem a citação.

– Se o torcedor não tem mais a mesma identificação com a seleção amarela pelos sucessivos escândalos da CBF, pelos “Ricardos Teixeiras” da vida, pela seleção ter se transformado em vitrine para transações milionárias, pelos amistosos modorrentos e por jogadores com quase nenhuma identidade com a entidade, vale enaltecer e torcer por alguém como o lateral Bruno Cortês. Destaque positivo na última partida contra a Argentina, tem sido para mim também o melhor da posição no BR11.

Cortês é caso raro no atual cenário da bola. Casou-se recentemente, e ao contrário dos mega-eventos que costumam ser os casórios dos boleiros, Cortês optou pelo esquema “0800”, como o próprio definiu. Bruno levou seus convidados para um dos restaurantes da rede Habib´s e lá se sentiu próximo de seus iguais, próximo do mundo de onde ele saiu. A simplicidade do feito chamou a atenção da mídia, mas não comoveu sequer seus companheiros de Botafogo. Somente Lucas Zen foi a comemoração. Fato é que Cortês já é um vencedor, como tantos outros garotos que surgem da mesma vida simples que ele, mas que no atual boom midiático gerado pelo esporte, acabam perdendo por completo o laço com suas origens.

Que Cortês possa escolher como local de suas próximas festas a casa noturna que estiver na moda, o castelo medieval mais suntuoso possível. Certamente nessas festas os convidados irão. Mas pelo que demonstra, Cortês nunca vai deixar o seu “0800” de lado

-Em 2002 Marcos era o melhor goleiro do mundo, ídolo nacional, santo palmeirense e pentacampeão pela seleção brasileira. Seu Palmeiras começou aquele BR02 como um dos favoritos à conquista. Terminou rebaixado. E Marcos que de tantas glórias havia participado na história alviverde, fazia parte agora do capítulo mais sombrio dos então quase 90 anos do clube.

Só que ele ainda era o Marcos da seleção pentacampeã, tinha mercado no mundo todo, tanto que no início de 2003 recebeu proposta do poderoso Arsenal para assumir a vaga do veterano David Seaman que iria se aposentar. Era a chance de sair da série B do BR e jogar a Champions League. Marcão até foi ao clube, mas diz que ao entrar sentiu que aquele não era seu lugar, que o seu estava no Brasil, precisando dele mais do que nunca.

E assim foi, por amor a única camisa que vestiu em sua vida, São Marcos voltou para jogar a série B pelo seu Palmeiras. Contada nos dias de hoje a história parece conto da Disney, mas é real, como é também real a história do argentino Fernando Cavenaghi.

-Revelado pelo River Plate da Argentina, o atacante passou os últimos anos peregrinando por Spartak Moscou, teve depois passe adquirido pelo Bordeaux, que o emprestou ao Mallorca. Na atual temporada estava emprestado ao Inter de Porto Alegre. Mas o carinho pelo clube de berço continuava pulsante. E então o seu River Plate foi o primeiro gigante do futebol argentino a ser rebaixado. Vexame histórico, motivo de chacota de todos os adversários. Para Cavenaghi foi um chamado de volta. O atacante conversou com os dirigentes do Bordeaux, donos de seus direitos federativos, que entenderam sua vontade e o liberaram para negociar com o River. O presidente Daniel Passarella abriu o jogo com o jogador e disse que não tinha dinheiro para bancá-lo e então ouviu de Cavenaghi: “E quem está falando em dinheiro?”. Recebendo metade do que recebia no Inter, Cavenaghi joga a agora a 2ª divisão argentina pelo clube do coração.

-Saímos então da Argentina e vamos até a Espanha. Lá encontramos o jovem zagueiro Javi Poves. Revelado pelo Real Madrid, Poves vinha jogando pelo Sporting Gijón. E eu digo “vinha”, pois Poves decidiu remar contra todas as marés e encerrar uma carreira que ainda estava no início.

Não está em nenhuma doença grave ou lesão a razão de sua decisão. A razão é exatamente o futebol, segundo Poves ,“um mundo de dinheiro e corrupção”. Durma-se com um barulho desses. Quando o sonho de todo jogador é atuar em uma liga milionária como a espanhola, Poves abdica de sua conquista por não aceitar os meandros de seu esporte. “Quando se vê por dentro, o futebol internacional é só dinheiro e corrupção. É capitalismo, e o capitalismo é a morte. De que vale ganhar 1000 euros se 800 estão manchados de sangue? Não quero fazer parte de um sistema onde as pessoas ganham dinheiro graças à morte de outras na América do Sul, África ou Ásia, cravou o jovem zagueiro.

Nem acho que é para tanto. O futebol como toda instituição mercantilista e feita de gente bem e má intencionada, de coisas boas e ruins. Mas o fato reside na consciência de Poves, algo raríssimo na boleirada de hoje que ganha a primeira merreca e já se mete em correntes de ouro que valem casas, em carros conversíveis no estilo rapper.

E a atitude do zagueiro não surpreendeu seus companheiros de clube. Segundo relatos de alguns jogadores do Gijón, Poves pedia para que seus vencimentos fossem entregues em mãos, sem depósito bancário. Com isso, segundo ele, as sujas instituições financeiras não lucrariam em cima do seu dinheiro. Isso sem contar no dia em que o patrocinador do clube deu um carro para cada jogador, mas Poves o devolveu, alegando que o seu Smart já era suficiente para o seu ir e vir.

De Ricardo Teixeira a Javi Poves, personagens antagônicos de um mesmo cenário, do mesmo esporte. Exemplos do nefasto, mas também do sublime de um esporte que transcende o mérito desportivo.

Cheers,

A AMBIÇÃO MAGNA

– Dos 10 primeiros colocados do BR11, excluindo as vitórias de Vasco e São Paulo no sábado, só vamos encontrar um vencedor exatamente na 10ª colocação, o Atlético GO que venceu o Galo por 1X0. A ausência de vitoriosos dentro desse universo dos que ainda podem pensar em algum vôo mais alto nesse Brasileirão explica muita coisa sobre a razão pela qual o Corinthians não perdia a liderança que já não lhe pertencia há algum tempo.

O Vasco tem como única aspiração nesse campeonato o título, já que sua vaga na Libertadores está garantida pela conquista da Copa do Brasil. Talvez esteja aí o diferencial dos cariocas para os outros ponteiros, a ambição magna.

Clube grande tem que pensar como grande que é e a partir disso buscar o máximo dentro da competição. O máximo dentro do Brasileirão definitivamente não é a vaga na Libertadores, mas ser campeão. Como é também na Copa do Brasil, na Sulamericana ou em qualquer campeonato. Importante é ser campeão.

Óbvio que apenas um atingira o objetivo e então os que não o atingiram poderão gozar de uma justa premiação pelo seu esforço na busca por esse título. Mas ambicionar o 2º, o 3º ou o 4º lugar é tacanho demais, como fatalmente será tacanha sua posição final no campeonato.

– O Santos é o melhor time do país e para vencer o pseudo líder bastou que Neymar jogasse pro gasto. O problema é que o gasto do camisa 11 é maior que qualquer ápice do restante da boleirada do país. Foi melhor o Corinthians em uma 1ª etapa em que Neymar parecia estar desligado. Foi massacrado numa 2ª etapa em que Neymar resolveu jogar. Tivesse Alan Kardec um pouco mais de “presença de espírito” e o placar teria sido mais elástico. O Santos é o 11º colocado por pontos ganhos, mas por perdidos é o 5º. Se nesse campeonato onde está difícil encontrar alguém com vocação para conquistá-lo, o Santos achar que dá, pode ser que dê mesmo.

– O Palmeiras jogou mais uma vez melhor que adversário e mais uma vez não o venceu. Atuou boa parte do jogo contra o Avaí com menos dois cones, digo, jogadores. Sendo a expulsão de Gerley correta, mas a de Rivaldo um exagero. Que exagerem sempre nesse caso, diz o amigo palmeirense. Que deixe de exagerar Felipão na cautela defensiva e no medo de atacar. Que deixem de exagerar a parte da torcida que elegem os menos culpados pela patética situação do time e do clube, quando os verdadeiros culpados estão perpetuados, atuando em bastidores, em benefício próprio, alimentando um ego que cresce na mesma medida em que o clube definha. Que deixem de exagerar na idolatria a jogadores que deveriam exagerar na marcação de gols, em decidir partidas, que recebem salários exagerados para um exagero de apatia que sobre eles se abate.

-Ouçam Interpol, meus caros. Ouçam:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=UgXMUALoU3A[/youtube]

Cheers,

PALMEIRAS SALVA A HONRA DOS PAULISTAS NA RODADA DO BR11

O Palmeiras conquistou a 2 ª vitória consecutiva e já tirou boa parte da gordura que o líder Corinthians possuía até então. Mesmo sem Kleber o time atuou com propriedade ofensiva, mas precisou novamente que os criticados Marcos Assunção e Luan resolvessem em momentos fatais da partida. Luan inclusive teve os direitos federativos adquiridos pelo Palmeiras e fez a alegria de Felipão, que já começava a desenhar um novo ataque com Wellington Paulista. Embora o desenho não estivesse pintado com cores tão evidentemente claras como as que Luan pela esquerda vem pintando. Valdívia voltou a atuar bem e foi o finalmente o cérebro que o time não vinha tendo há muito tempo. Teve a vitória perigando escapar por entre os dedos quando o Galo arrumou o 2º gol com Wesley, livre, sem marcação alguma dentro da pequena área. Na medida em que se torna mais efetivo no ataque, tem perdido a eficiência defensiva. Se encontrar este equilíbrio – e Felipão tem condições de tirar isso desse elenco – o Verdão aparece sim com um dos favoritos ao título.

O badaladíssimo elenco corintiano, cantado em verso e prosa por tudo e por todos como o melhor do país, bastou perder seu centroavante por algumas rodadas que já sofreu duas derrotas e acendeu o sinal de alerta. Onde reside o exagero: No amor exacerbado de alguns órgãos de imprensa com o time do Profº Tite ou nos que já olham com desconfiança para esse time que vinha fazendo a melhor campanha da era dos pontos corridos até bem pouco tempo?

Fato é que Emerson não é substituto para Liedson. Nem pelo estilo de jogo e nem pelo próprio jogo. Até aqui o Sheik não disse ao que veio. A verdade é que o Corinthians em nenhum momento mostrou-se um timaço, como também não passou a ser cavalo paraguaio após 2 rodadas. Venceu partidas onde se a vit´poria não tivesse vindo ninguém teria feito grandes alardes. Como perdeu as duas últimas jogando o suficiente para de repente vencê-las. Está na média dos demais ponteiros e não tem no banco de reservas um treinador com um histórico de grandes trunfos táticos na manga, como alguns de seus principais rivais possuem.

Dos jogos de Santos e  São Paulo vi muito pouco. Do Peixe o que intriga é a queda técnica do apontado por muitos como futuro candidato a melhor do mundo, Paulo Henrique Ganso. A queda é enorme e o que ele apresenta hoje em campo é digno de um jogador comum, nota 5.5, 6.0. Se não tem a genialidade aflorada de Neymar e o Peixe teria perdido com placares mais largos as duas últimas partidas.

No São Paulo o trabalho de Adilson Baptista já é contestado após 3 rodadas. Que a contratação de um treinador que vem de 3 trabalhos ruins foi um erro fatal de avaliação de uma diretoria que vem se acostumando a erros pontuais, não restam dúvidas. Se Adilson fosse um Mourinho ou um Felipão, ainda vá lá querer acertar a contratação o quanto antes. Mas não é o caso. O sonho era Dorival Jr. E parece que se tivesse aguardado um pouco mais a queda dele no Galo e a direção seria premiada com a colaboração da direção mineira, que já sinaliza com a demissão do bom treinador.

Despeço-me da ferocidade ao som de uma das bandas de cabeceira desse feroz que lhes escreve e que irá vê-los de pertinho pela 2ª vez: Interpol – Obstacle 1

Cheers,

A ENERGIA DE TODAS AS TORCIDAS – SALVE O RETORNO DO COELHÃO

O Ferozes FC traz, por intermédio da parceria com a Petrobras e o projeto A Energia de Todas as Torcidas”, o 2º dos quatro documentários com os “novos” sócios do seleto clube dos grandes do futebol brasileiro. Dessa vez a equipe acompanhou de perto os torcedores do glorioso América Mineiro, o popular “Coelhão” .

Dono de uma das maIs belas camisas do nosso futebol, o Coelhão é também detentor de um recorde importantíssimo: É o único decacampeão do mundo. Pois é, meus caríssimos. O América venceu o Campeonato Mineiro de 1916 a 1925, sem interrupções e entrou para o Guinness Book pelo feito único.

Acompanhe então o documentário com os torcedores desse clube tão tradicional e que após anos de ausência, voltou a figurar entre os maiores do país:

http://www.youtube.com/watch?v=bs3BE1v2bHY

Visite o site da campanha:

http://www.energiadastorcidas.com.br/torcida/salve-o-retorno-do-coelhao

Cheers,

 

POST IT – CARPEGIANI NO SÃO PAULO

Por: João Paulo Tozo
Paulo Cesar Carpeggiani é o novo técnico do São Paulo.

Acertada a escolha da direção tricolor? Foi algo feito na base do bumba-meu-boi? Não havia melhores opções no mercado?

Se foi acertada ou não, só o tempo irá dizer.

O treinador já teve uma passagem pelo São Paulo, vindo de um bom trabalho na seleção Paraguaia na Copa de 1998. Entretanto, mais do que pelos seus resultados, no tricolor sua passagem ficou marcada pela encrenca envolvendo o goleiro Roger, que posou nu para uma revista e irritou o comandante, que afastou o jogador.

Seu grande feito na carreira de treinador foi o título da Libertadores que conquistou no comando do Flamengo, em 1981. Aqui há de se levar em consideração o fato de Carpeggiani ter assumido o time pelo qual jogava até então. Uma lesão no joelho o obrigou a encerrar a carreira aos 31 anos. Como havia conquistado o respeito do elenco, foi levado a condição de treinador do melhor Flamengo de todos os tempos.

Teve ainda passagens pelo Cruzeiro, pelo futebol do Kuwait, Vitória e também foi um dos tantos treinadores que passaram pelo Corinthians no ano do rebaixamento do clube.

Atualmente vinha fazendo um bom trabalho frente ao Atlético PR.

Foi esse trabalho que o credenciou a ser o técnico do São Paulo ou a aproximação do clube no chamado U4 do BR10 acendeu o sinal de alerta da direção?

Na expectativa de que Baresi vinga-se na função de técnico, a direção do São Paulo deixou escapar por entre os dedos o atual campeão Paulista e da Copa do Brasil, Dorival Jr, e pela mais completa falta de opções, teve de apelar para alguém que possa ser pelo menos chamado de técnico para que o time não afunde no BR10?

Disse o feroz Mauro Beting recentemente que “a arrogância da atual direção são paulina é tão grande que eles tentam vender a idéia de que até os fracassos são planejados”.

Carpeggiani é mais um fruto dessa situação ou foi um nome bem pensado pelos cardeais do Morumbi?

Fica a questão a ser respondia.

E a relação treinador/ clube, como fica?

Quando o clube demite o técnico pelo 1º resultado ruim, todo mundo cai matando. O treinador chora, a imprensa detona o empregador – e com razão.

Mas não é a mesma situação vivida agora pelo Atlético PR, só que inversa? Trabalho competente, resultados favoráveis, briga por Libertadores, mas na 1ª proposta que apareceu Carpeggiani puxou seu carro sem maiores explicações.

Serão só os clubes os errados nessa relação?

É por isso que nesse meio Muricy Ramalho torna-se cada dia mais um Oasis de profissionalismo e de cumprimento da palavra.