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FUNDAMENTAL!

Com uma atuação muito perto do impecável, o Corinthians avançou um pouco mais no Campeonato Brasileiro, chegando à 10ª colocação. Na noite de quarta-feira no Pacaembu, exceto por alguns lances, o Cruzeiro não foi capaz sequer de levar perigo à defesa corintiana. Talvez só na cabeçada de Ceará na primeira metade do primeiro tempo, e numa cobrança de falta de Montillo, que passou muito perto do gol de Cássio.

Paulinho e Danilo comando o meio de campo alvinegro.

Mas foi só isso. Depois de um começo de jogo muito truncado, com muitas faltas, as oportunidades para o Timão foram surgindo. Primeiro num chute de fora da área de Danilo, exigindo uma boa defesa do goleiro cruzeirense Fábio. Minutos depois, veio o primeiro gol, em pênalti sofrido por Jorge Henrique, que Chicão não desperdiçou. Ceará ainda tentou um gol de falta no final do primeiro tempo, mas Cássio, bem posicionado, defendeu com tranquilidade.

No segundo tempo, o jogo voltou a ficar truncado, mas era o dia de Paulinho, o aniversariante da noite. O volante aproveitou o passe de Danilo e consolidou a vitória com um belo gol aos 48 minutos da etapa final.

Sem Douglas, suspenso, Tite optou por um esquema diferente, com Romarinho atuando junto com Sheik e Jorge Henrique. Nenhum destes jogadores é um atacante de referência, mas é inegável que todos têm boa habilidade para finalizar. Romarinho continua impressionando pelo rápido entrosamento, e sobretudo pela calma, embora não tenha conseguido finalizar bem como nas outras vezes. Ainda houve tempo para o peruano Paolo Guerreiro ter noção do que é a torcida do Corinthians no Pacaembu, mas o centroavante não teve tempo nem ritmo pra fazer uma boa estreia.

Mas embora não seja atacante, a referência desse time é mesmo Paulinho, 24 anos completados em 25 de julho. Junto com Danilo, comanda o meio de campo, e por seus pés passam todas as boas jogadas da equipe.

Pois bem: se hoje Tite tem em suas mãos um finalmente decisivo Douglas e reforços como Martínez e Guerrero pra “encaixar” no time, a dupla acima tem se mostrado fundamental para o sempre esperado equilíbrio do time de Adenor. Quando os dois estão em bom momento, o time joga como jogou pela Libertadores. Some-se a isso o fato de todos os jogadores estarem muito dedicados taticamente e temos atuações excelentes. Os laterais estão finalmente atuando como laterais, Fábio Santos já não cai tanto pelo meio de campo, Alessandro já não se desespera tanto.

Com essa calma de quem só está jogando o campeonato pela vontade de ganhar mais um título, mas que, se não chegar lá também não se decepciona muito, vai seguindo firme. Esperemos mais boas partidas e mais tropeços dos adversários.

 

RÁPIDAS E RASTEIRAS DO TRIO DE FERRO.

POR JOÃO PAULO TOZO

– A janela de transferências para o futebol árabe fechou, Valdívia ficou. Bom para o Palmeiras, para o torcedor que voltou a nutrir carinho e admiração pelo meia, mas será que foi bom para ele? Fontes confiáveis dão conta de que ele queria sim permanecer no clube, já que sua convivência com Felipão e a aceitação por parte do elenco nunca foram tão grandes. O empecilho é a distância de sua família, que se mostra irredutível em retornar ao Brasil após o caso do seqüestro.

Valdívia é ótimo jogador, disparado o melhor meia do time. Mas é inconstante, sobretudo quando não está focado. Se sua cabeça não estiver no clube, sua permanência pode não ser tão benéfica assim em um time fechado, que enfim atingiu a paz de espírito. Os próximos jogos deverão nos apontar as respostas para esse dilema.

Hoje contra o Bahia, Felipão deve armar o ataque com Mazinho e Barcos, apesar da ótima exibição de Obina no fim de semana. O velho Bigode quer valorizar o grupo que conquistou a Copa do Brasil, as peças que foram fundamentais. Mas ao meu modo de ver, cabe Obina e Barcos, sem que com isso Mazinho precise sair do time. Mais ainda hoje que Valdívia, lesionado, não joga. Um time com Bruno; Artur, Wellington (jovem zagueiro que vem mostrando muita qualidade), Mauricio Ramos e Juninho; Henrique, Araujo e João Vitor; Mazinho recuado e Barcos centralizado com Obina aberto pela direita, como aliás jogou boa parte da partida contra o Náutico, tem tudo para pelo menos não dar errado. Lembrando que na próxima semana o Palmeiras inicia disputa da Copa Sulamericana em mata-mata contra o Botafogo. Ter variações será fundamental na luta desse que certamente é o título a ser buscado nesse 2º semestre.

– O Corinthians venceu o Cruzeiro por 2X0 em grande exibição de Paulinho. Mais uma, como de praxe. É o termômetro do campeão da Libertadores. O Corinthians brilha e geralmente vence fácil quando seu volante/meia está inspirado. Penso com meus botões que, exceto Neymar, um extraterrestre, que se há uma vaga a qual deve haver um dono certo nessa seleção outrora brasileira, esta deve ser de Paulinho.  Não que hoje a seleção aponte verdadeiramente ou merecidamente quem é melhor, mas ainda nos serve como parâmetro.

Outro corintiano, geralmente desprezado, talvez por ser um jogador low profile da casta de Ademir da Guia – longe de compará-los em campo, pelo amor de san gennaro – mas que se fosse válida a velha máxima de que futebol é momento e hoje uma vaguinha nesse time do Mano, ao menos no banco, deveria ser dele, é o meia Danilo. Pense nos jogos decisivos do Corinthians nos últimos tempos. Em qual Danilo não foi fundamental, o diferencial? Mas para a Conmebol o melhor meia da última Libertadores foi o argentino Riquelme, que na final sumiu. Vai entender…

-No São Paulo a troca de Leão por Ney Franco mostrou resultados. Os mesmos. Aliás, os mesmos desde que Muricy Ramalho saiu. Um time insípido, com valores individuais interessantes, mas que parecem polarizar lideranças internas. Enquanto isso aguardam o retorno do Messias Rogério Ceni, de 39 anos e que não deve ter ainda muito tempo de futebol.

Que a presença de Ceni acabe com essas polarizações, já que com ele dentro é ele quem manda, o que é natural e merecido, não deve ser assim por muito mais tempo. Ceni é o filtro do elenco. Algo muito parecido com o trabalho que hoje vem exercendo muito bem Cesar Sampaio no Palmeiras.

Chamar Ney Franco de “Ney Fraco” não me parece justo, como não foi justa a maneira com que JJ espantou Leão do clube. Aliás, o único cargo que não foi mudado desde o tri do brasileirão foi justamente o de presidente. Perpetuado, auto condecorado dono do clube, Juvenal Juvêncio acelera na contra mão do que o futebol de hoje exige. Com ele o São Paulo fechou o único olho que tinha aberto nas épocas em que o futebol brasileiro era um reino de cegos.

Está perdendo jogos, está campeonatos. Está perdendo o terreno que a muito custo conquistou.

TÁ TUDO EM CASA!

Amigos, nada como um dia após o outro. Se os reservas do Timão fizeram feio contra o Grêmio no domingo, a postura da equipe titular foi muito boa. O cenário que eu previa era de um problema para marcar Neymar, já que nossas laterais não são exatamente o ponto forte do time, embora haja dedicação. E a dedicação se fez presente, em especial naquele belíssimo passe de Paulinho para a perfeita finalização de Emerson Sheik. Que foi herói e vilão, já que além de marcar o único gol da partida, acabou sendo expulso por um carrinho um tanto irresponsável em Neymar. O próprio jogador admitiu que entrou forte na jogada.

Mas Emerson e Paulinho não foram os únicos que brilharam: a defesa corintiana foi precisa, e após o gol, como já é de praxe no estilo de Tite, o time todo se fechou, bloqueando a maioria das tentativas dos santistas de chegar ao empate.

Show à parte deu o goleiro Cássio, ainda sem tomar gol na Libertadores desde que assumiu a titularidade. Mesmo assim, num jogo em que o time ganha, ver o goleiro ser eleito o melhor do time ainda é um pouco estranho. Mas há explicação, já que o Corinthians jogava fora de casa, e conseguir ficar sem tomar gol foi uma coisa que o time buscava mesmo. Cássio foi preciso.

Alessandro tentando marcar Neymar. E conseguindo.

A marcação cerrada do Corinthians foi também suficiente para deixar Neymar irritado, inclusive entrando duro em algumas jogadas. Poderia até ter sido expulso, mas não me deixo levar por esta impressão. Em jogo de Libertadores, as coisas não funcionam bem assim. E o juiz Marcelo de Lima Henrique acabou prejudicando as duas equipes.

Além da irritação, o fato de ter que voltar muito para o meio de campo para armar jogadas, já que toda vez que o ataque do Santos tinha a posse de bola era facilmente bloqueado pela defesa adversária, acabou por descaracterizar um pouco o estilo do atacante. Ganso, surpreendentemente recuperado em tempo recorde, ainda sofreu pela falta de ritmo, e não chegou a oferecer perigo.

Aos 37 minutos do segundo tempo, a iluminação da Vila Belmiro se apagou, e o jogo teve de ser paralisado. Nesse momento, foi possível observar o cansaço do craque santista, que deitou-se para tentar ganhar um pouco mais de fôlego para prosseguir.

Aliás, para alimentar ainda mais a polêmica, o presidente santista Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro acusou o Corinthians de ser privilegiado por não ter jogadores convocados pela Seleção comandada por Mano Menezes, ex-Corinthians. É até compreensível a acusação, mas não neste momento: o Corinthians não tem jogadores “selecionáveis” com idade olímpica, que são hoje o alvo dos testes de Mano. Além disso, no ano passado o Santos teve acatado seu pedido de adiamento de alguns jogos pelo Brasileiro, enquanto disputava a Libertadores. Não estou dizendo aqui que CBF e Corinthians são compostos por escoteiros ou coroinhas em suas diretorias, só acho que ainda é cedo pra se ficar procurando justificativas para uma eliminação que ainda não ocorreu (e pode não ocorrer, ou alguém duvida da capacidade do Santos de reverter este resultado?). Para estar focado em uma competição, caberia ao jovem jogador se poupar um pouco da vida social, não? Pois bem.

Mesmo sob protesto desta coluna, Tite deve continuar poupando jogadores nos jogos do Brasileiro. Contra a Ponte Preta, no próximo domingo, o treinador deve fazer mais “testes” com o elenco. Seria a hora de voltar a usar Liedson?

Aliás, tudo indica que o substituto de Sheik no ataque no segundo jogo contra o Santos, no Pacaembu, será Willian. Mais uma vez jogaremos sem centroavante. Eu sinceramente gostaria de ver o Levezinho atuar pelo menos por alguns minutos neste jogo, mas tenho dúvidas se Tite o tirará do castigo.

Emerson comemora seu golaço.

Sobre heróis e vilões

José Paulo Bezerra Maciel Junior, 23 anos. Diego de Souza Andrade, 26. Cássio Ramos, 24. Alessandro Mori Nunes, 33.

Os cidadãos acima foram os personagens principais de uma história de cerca de 180 minutos, iniciada num mar de lama do dia 16 e terminada com a redenção do time paulista contra o carioca, avançando para uma semifinal  inédita há 12 anos.

O primeiro citado, conhecido como Paulinho, é hoje o principal nome do time do Corinthians. À boca pequena, especula-se que tem proposta para deixar o clube, rumo ao futebol italiano. Por enquanto, só especulação. Mas não é de se estranhar, já que o volante anda muito mais decisivo do que o ataque do clube alvinegro, carente de um centroavante, já que Liedson não vive bom momento, e está relegado ao banco de reservas. Bem marcado o tempo todo pelo Vasco, Paulinho esteve nos dois jogos mais dedicado à marcação, sem conseguir subir ao ataque ou finalizar. Isso até os 42 minutos do segundo tempo, quando, numa cobrança de falta de Alex, houve o cruzamento para a cabeçada do volante (a bem da verdade, Paulinho também teve a chance de fazer o seu gol antes, aos 31´, mas o goleiro Fernando Prass defendeu muito bem). Paulinho virou o grande nome da classificação.

Paulinho fez o gol da vitória.

 

 

 

No outro capítulo da história, três protagonistas: Alessandro, Diego Souza e Cássio. O primeiro já não vinha bem antes de se machucar e ficar afastado do time, perdendo a vaga para o improvisado Edenílson, que – puro azar – fraturou o pé e ficou de fora da decisão. E Alessandro voltou. Voltou e poderia figurar como vilão desta história, porque vacilou e deixou uma bola limpa para Diego Souza tentar o gol que classificaria o Vasco. Mas tinha um Cássio no meio do caminho, no meio do caminho tinha um Cássio (me desculpe, Carlos Drummond de Andrade!). 

Guinei, Coelho, Roger Guerreiro e Moacir mandam um fraterno abraço a Alessandro.

Não se pode dizer que o goleiro Cássio era a calma em pessoa. Pelo contrário: em alguns momentos, pareceu bastante nervoso, rebatendo bolas que deveria agarrar. Mas teve seu momento de herói, defendendo a bola que poderia definir o jogo para a equipe de São Januário (porque veja bem, depois de um gol do Vasco, seria difícil reverter). E o lance capital caiu na conta de Diego Souza. O que não é justo com o meia, diga-se. Porque se falhou, Diego não foi o único. O atacante Alecsandro, por exemplo, não parecia estar no jogo. E Rômulo errou todos os passes, além de ter cabeceado para fora após um bom cruzamento de Fagner.

Apelidado de Frankenstein, Cássio foi o pior pesadelo para Diego Souza.

E o Corinthians avançou. Na raça e no talento individual. E a vida segue.

Da lama ao caos

Se no primeiro jogo contra o Vasco o time titular do Corinthians teve como empecilho a lama do gramado de São Januário, com o time reserva, no Pacaembu, contra os também reservas do Fluminense, o problema foi mesmo de deficiência técnica. Os destaques negativos foram Gilsinho e Douglas, que parece não conseguir entrar em forma. O que acontece com o outrora chamado de “maestro”? Desafinou?

Émerson fazendo um tratamento de pele na lama de São Januário.

 

Como destaque positivo, o jovem zagueiro Marquinhos fez mais uma boa atuação. Mas isso não impediu que o goleiro Cássio, único titular presente no jogo, tomasse seu primeiro gol vestindo a camisa do Corinthians. Uma prova de que – mesmo tendo montado duas frentes de trabalho para as competições das quais participa – não tem um grande elenco. Falta mão de obra especializada em algumas posições. Num campeonato de pontos corridos, isso pesa.

Ainda no topo

O Corinthians conseguiu ganhar do Cruzeiro. Um resultado magro, 1 a 0, mas eficiente. Deste resultado, podemos tirar algumas conclusões:

Paulinho marcou o gol da vitória sobre o Cruzeiro

Desta vez, não teve ninguém do time mineiro reclamando de arbitragem, não teve jogador abandonando o campo, nem teve quem dissesse que o Corinthians é um time comum, nem mesmo dizendo que já passou pelo Timão e que sabe como são as coisas por lá.

Mas é importante dizer: não houve tentativa de manipulação de resultado, nada disso. O que parece ter havido foi mesmo falta de qualidade na arbitragem. Talvez por se sentir pressionado, o juiz acabou se confundindo em alguns lances duvidosos (a bem da verdade, para os dois lados, embora o Corinthians tenha sido mais prejudicado).

No entanto, o que foi determinante mesmo foi a má fase vivida pelo Cruzeiro. O time mineiro foi dominado durante praticamente o jogo todo pelo Alvinegro, e só não foi goleado porque Fábio fez boas defesas. Boas defesas também foram vistas do outro lado, pelo hoje incontestável Julio César. O goleiro corintiano vive uma boa fase.

Sobre o pênalti, não há praticamente nada que possa ser dito, a não ser o que as imagens já mostraram. No fim das contas, Montillo, que vive um drama pessoal com a internação de seu filho, acabou batendo o pênalti ao estilo de Roberto Baggio na Copa de 94. Nada que amenizasse a revolta de Tite, que acabou sendo expulso por reclamação. Deve ter sido bom para o treinador, que dessa maneira teve a oportunidade de se livrar das cusparadas da torcida cruzeirense.

Para o jogo contra o Internacional, no próximo domingo, o Timão terá o desfalque dos laterais-esquerdos: Fábio Santos ainda está em tratamento de uma contusão, e Ramon está suspenso. As opções de Tite são dois improvisos: Welder, lateral-direito ou Leandro Castán, zagueiro. Acredito que a segunda opção seja a mais válida, já que Castán parece mais seguro, já que atua pelo setor esquerdo da zaga. Nas ocasiões em que atuou por ali, Welder não foi bem. Além disso, o ponto positivo é que temos boas opções para compor a zaga, com Wallace ou até mesmo (por que não?) o renegado Chicão.

Embora seja hoje o líder do campeonato, o Timão corre o risco de ser ultrapassado pelo Botafogo, que vai jogar contra um Santos desinteressado, que não deve fazer esforço algum pra ajudar o Corinthians a se manter na liderança.

Fiquem com o mestre George Harrison e sua “I got my mind set on you”. Abraços!

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