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OS BEATLES CONQUISTAM A AMÉRICA

Há 50 anos exatos, os britânicos The Beatles desembarcavam nos Estados Unidos pela primeira vez rumo à consagração definitiva fora das terras da Rainha.

the beatles in america 1964Até hoje, a data não passa despercebida pelos estadunidenses que reverenciam a chegada dos inesquecíveis Fab Four britânicos como um dos maiores acontecimentos musicais de todos os tempos.

Confira a seguir trecho da conferência de imprensa concedida pelos Beatles logo após a chegada.

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MACCA ELETRÔNICO

Depois de uma parceria com os membros remanescentes do Nirvana, Paul McCartney prova que não tem limites e se aventura pela música eletrônica. Isso porque o ex-Beatle participa como convidado de uma faixa do DJ italiano Bloody Beetroots. Na faixa “Out of Sight”, além de McCartney, há a participação do produtor Youth, um dos fundadores do Killing Joke. Você confere a faixa aqui no Ferozes Musical Clube.

 

McCartney, buscando por outros sons, outras batidas, outras pulsações.
McCartney, buscando por outros sons, outras batidas, outras pulsações.

A ABERTURA OLÍMPICA DE LONDRES

Em tempos olímpicos, a coluna desdobra-se para comentar os fatos marcantes dos jogos estivais em andamento na cidade de Londres.

Sim, Londres, a capital britânica e uma das capitais do mundo, pela sua história e importância, promoveu estrondosa festa de abertura.

E que festa!

Os formais britânicos trataram de levar às vistas do mundo toda sua cultura, por sinal riquíssima e, principalmente, altamente consumida em todo mundo.

Resultado da brincadeira: o planeta viu uma das mais grandiosas e, provavelmente, a mais legal abertura de jogos olímpicos já realizada.

Fogos ao redor do Estádio Olímpico

Sim, legal. E isso é fácil de explicar, a partir do momento em que muita gente se identificou com algo (ou com tudo) que os britânicos levaram ao Estádio Olímpico.

Basta recordar que a abertura londrina mostrou desde a Revolução Industrial (matéria obrigatória no ensino fundamental de qualquer jovem que frequente a escola), passando pela vasta cultura de massa produzida em terras da rainha. Que tal aquela chuva de Mary Poppins aterrisando sobre Londres ou James Bond escoltando a própria Rainha do Palácio de Buckinham ao Estádio ou ainda Mr. Bean como membro da Orquestra de Londres imaginando-se no filme Carruagens de Fogo ao executar sua trilha sonora? Tudo isso sem mencionar a história do rock pop do país e seu desfile de super astros que moldaram o comportamento do mundo desde o século XX com direito a apresentação ao vivo de Paul McCartney.

Rowan Atkinson e seu eterno Mr. Bean

Basta ler a pequena lista de atrações citada acima para perceber que a cultura britânica é altamente consumida em todo o mundo. Em outras palavras, todos que assistiram a abertura do evento, sentiram-se identificados de alguma forma durante as 3 horas de espetáculo.

Por isso que a festa londrina, além dos aspectos técnicos impecáveis, pode ser considerada como a mais descolada de todos os tempos, apesar de toda a formalidade britânica.

Sua Majestade, a Rainha

Não concorda? Que tal as delegações das mais diversas partes do mundo desfilarem ao som de West end girls, mega sucesso dos anos 80 da dupla eletrônica Pet Shop Boys?

Londres eleva os padrões de qualidade das aberturas olímpicas com classe, bom humor, precisão técnica e modernidade que conquistaram o mundo.

Pior para os anfitriões vindouros, especialmente o Rio de Janeiro, que terão que se desdobrar para fazer algo tão grandioso. No caso brasileiro, como competir com uma cultura maciçamente disseminada mundo afora como a britânica?

NO RECIFE, PAUL MCCARTNEY EMOCIONA UM POVO ARRETADO

Por Tiago Pimentel

Ainda sem voz, e ainda atônito por ter visto o concerto de um ídolo, tento nessas parcas linhas imprimir minhas impressões da noite de 21 de abril de 2012.

Para um público de cerca de 50000 pessoas, o ex-beatle Paul McCartney realizou o primeiro de dois shows na capital pernambucana, parte da turnê On The Run, que também passará por Floripa.

O local escolhido foi o Mundão do Arruda, estádio do queridíssimo Santa Cruz, que ficou tomado por gente de todos os estados do Norte e Nordeste. Apesar do pequeno atraso para a abertura dos portões, o evento ocorreu sem problemas, provando que a capital pernambucana está preparada para eventos desse porte, inclusive na questão do transporte, já que foi criada uma linha de ônibus especial para o show.

Dentro do estádio a ansiedade crescia na medida em que a hora do show se aproximava. Por volta de 21: 10, o telão passou a exibir uma sequência de imagens de diversos momentos da carreira de Paul McCartney, ao som de várias canções dos Beatles (teve até a versão de Stevie Wonder para “We Can’t Work it Out”). Cerca de vinte depois uma vinheta dizendo que ‘in the end the love you take is equal to the love you make” indicavam que chegara o tão esperado momento. A apresentação começou com “Magical Mistery Tour”, seguida por “Junior’s Farm” e “All My Loving”. Durante todo o show, Paul, um verdadeiro gentleman, saldou a plateia pernambucana (“povo arretado”), se esforçando para se comunicar em português.

A apresentação seguiu alternando canções dos Beatles, do Wings, e da carreira solo, enquanto um suado Sir Paul tocava baixo, guitarra, violão, piano, e arriscou até um ukelelê em “Something”, uma homenagem a George Harrison. Vale ressaltar o vigor físico do quase septagenário Paul McCartney, que levou as três horas de apresentação como se ainda fosse um garoto tocando no Cavern. E como ainda canta bem esse garoto!

Muito embora a platéia respondesse melhor às canções dos Beatles, as músicas do Wings funcionam muito bem ao vivo. “Jet”, ainda no começo do show, foi um petardo. “Band on the Run” foi sublime.

Fizeram parte do repertório – de quase 40 canções –  “Got To Get You Into My Life”, “Let me Roll It” (linda!), “Live and Let Die” (com show pirotécnico), entre outras.  Canções como “Blackbird”, “Here Today” e a nova “My Valentine”, deram um toque intimista para determinados momentos do concerto. Também teve “Maybe I’m Amazed”, que ao vivo é de arrepiar. A primeira parte do show foi encerrada com “Hey Jude”, momento em que o Arruda entoou em uníssono o famoso “nananana”.

Para o bis, Paul entrou no palco empunhando uma bandeira de Pernambuco. O público, ou “povo arretado”, que já estava em sua mão, nesse momento vibrou como se fosse um gol da seleção brasileira numa final de Copa de Mundo contra a Argentina. O bis foi todo composto por canções dos Beatles. Teve “Day Triper”, “Get Back”, “Yesterday” e uma execução sensacional de “Helter Skelter”. Para finalizar, Paul e sua banda tocaram a sequencia “Golden Slumbers/Carry that Weight/The End”.

Os músicos que acompanham Paul há mais de uma década também merecem reverência. Composta por Abe Laboriel Jr (bateria), Paul Wickens (teclados), Rusty Anderson (guitarra) e Brian Ray (guitarra e baixo), a banda apresenta, além da técnica refinada, um entrosamento monstruoso, daqueles em que os músicos se comunicam com uma simples troca de olhares.

Ponto interessante da noite foi o público. Como é de se esperar, havia gente de todas as idades, famílias inteiras. E havia parcela considerável que não conhecia a fundo o trabalho de McCartney, mas não queria perder o show de um ex-beatle. Eu poderia aqui reclamar dessas pessoas, a exemplo das resenhas da Folha de São Paulo e da Rolling Stone. De fato, o público não cantou todas as músicas, mas por outro lado, arrisco a dizer que essa parcela do público foi a mais tocada pela apresentação. Quem é fã, de certa forma, já sabia o que esperar. Esse público que, digamos assim, caiu de para-quedas no Arruda, levou um solavando e saiu de lá com um sorrisão de orelha a orelha. Um comentário que eu pesquei na saída do Estádio resume bem esse sentimento: “nem conhecia direito, mas foi o melhor show que já vi.”

Quem pode estar no Arruda, ou esteve nas recentes apresentações dele em terras brasileiras, sabe que palavras são insuficientes para descrever tamanha emoção, mas tomo emprestado , para finalizar, um trecho de uma das canções do show: “I can’t tell you how I feel/My heart is like a Wheel/Let me Roll it”

 

SOBRE O IMBRÓGLIO LUIS SUÁREZ E A RODADA DA PREMIER LEAGUE

Tudo começou no dia 15 de outubro de 2011. A partida era Liverpool vs. Manchester United válida pelo 1º turno da atual temporada da English Premier League. Partida que terminaria em 1×1. Tudo normal até então.

 

Sem aperto de mãos

Até que foram levantadas acusações de abuso racial do uruguaio Luis Suárez do Liverpool contra o francês Patrice Evra do Manchester United por parte da Football Association.

A partir daí houve aquele sim contra não entre as partes envolvidas.

O Liverpool apoiou Suárez, apelando inclusive para as origens multirraciais do uruguaio.

Mas na Inglaterra as coisas são sérias e a FA conduziu investigação de nível profissional a partir das imagens do episódio.

Como o uruguaio dirigiu-se a Evra em espanhol, até especialistas em leitura labial e interpretação na gloriosa língua de Cervantes foram chamados para dar o máximo de credibilidade ao processo.

As evidências contra Suárez eram irrefutáveis, apesar das negativas de racismo por parte do uruguaio. Condução séria de algo grave foi a palavra de ordem na FA.

A sentença estava definida. Luis Suárez levava oito jogos de suspensão.

Manchester, 11 de fevereiro de 2012. Passados quatro meses do triste episódio, lá estavam os mesmos Manchester United e Liverpool perfilados em Old Trafford.

E antes mesmo do apito inicial, a coisa esquentou, e para valer.

No momento dos cumprimentos de praxe, lá estava Patrice Evra, a vítima, em postura magnânima, oferecendo-se a cumprimentar seu algoz.

Eis que Luis Suárez recusa-se a fazê-lo, tirando a mão da direção da mão de Evra com rispidez.

Parecia ali que Suárez sentia-se vitimizado pelas denúncias de Evra na FA, culpando o francês pelo longo gancho recebido.

Gesto que gerou mais confusão durante a partida. Logo no primeiro lance, Evra e Suárez quase se estranharam.

No intervalo mais confusão. As câmeras não mostraram, mas relatos garantem que os jogadores de ambos os lados se pegaram à tapa no caminho para os vestiários.

Ah, o jogo? Sim, este foi decidido em dois minutos, no início do 2º tempo mais precisamente. Tudo por conta e obra de Wayne Rooney. Luis Suárez diminuiria o placar, pouco demais tarde demais. Vitória do United.

E a confusão continuou.

Alex Ferguson declararia no pós-jogo que o uruguaio não deveria mais jogar no Liverpool. O ídolo do futebol inglês, Kenny Dalglish, técnico do Liverpool, a princípio defendeu seu atleta.

As coisas começaram a mudar no dia seguinte.

O Liverpool veio a público para deixar claro que foi “enganado” pelo seu jogador, insinuando que o uruguaio colocaria uma pá de cal no triste episódio.

Até que o próprio Luis Suárez soltou esperada declaração. Tudo para assumir o grave erro, que deveria ter dado a mão ao francês.

Mea culpa inútil ou antes tarde do que nunca?

Obviamente, o mundo condena Luis Suárez, e não sem razão. Após ofensas racistas, a recusa de encerrar a confusão com novo e grave equívoco.

Tentar buscar algo de positivo e perdoável no ato (praticamente não há) é tarefa hercúlea.

As esperanças de Suárez em ganhar a compreensão humana talvez residam em algo que Chico Buarque dissera há muito: “Deus permite a todo mundo uma loucura”.

Que o triste fato ocorrido em Liverpool e Manchester tenha sido a única loucura da vida de Luis Suárez permitida por Deus.

 

 

City ainda líder

 

Tudo muito bonito e legal para o United no sábado, mas o City não sucumbiu à pressão imposta.

No domingo, a equipe de Roberto Mancini foi a Birmingham e fez 1×0 no Aston Villa em partida difícil com gol de Jeoleon Lescott no 2º tempo.

Vitória que levou o City a 60 pontos, mantendo a liderança, contra 58 do United.

O Tottenham Hotspur aplicou impiedosos 5×0 no Newcastle, que cai pelas tabelas. Os Hotspurs ficam com 53 pontos à espreita de eventuais mancadas da dupla de Manchester.

Henry marcando contra o Sunderland

O show do Tottenham vem em semana de demissão de Fabio Capello por conta do affair “John Terry e a braçadeira de capitão que vale ouro na seleção inglesa”. Qual a relação? Ninguém menos que Harry Redknapp, atual treinador dos Hotspurs, surge como o mais cotado para dirigir o English team na Eurocopa que se aproxima.

Tudo muito legal, mas quem pode levar a pior em mais uma confusão do futebol inglês é o embalado Tottenham, que corre o risco de ficar sem seu treinador.

O irregular Chelsea levou 2×0 do Everton e quem agradeceu, e muito, foi o Arsenal. Os Gunners foram a Sunderland e garantiram vitória por 2×1 em cima da hora com gol salvador de Thierry Henry. Agora o Arsenal sobe para 4º lugar e o Chelsea fica em 5º, ambos com 43 pontos.

 

Helter Skelter

 “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade!” Já dizia o Eclesiastes. Após tantos imbróglios, tantas confusões, a coluna não poderia terminar de outra forma, a não ser a clássica dos Beatles, “Helter Skelter”, com Sir Paul McCartney no Morumbi, São Paulo.

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