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DUELO DE TRICOLORES – “ACIMA DO PESO” LEVA À MELHOR DIANTE DO “ACIMA DA MÉDIA”

No duelo desta quarta-feira entre Tricolores Carioca e Paulista, o Fluminense passeou no 2º Tempo e massacrou o São Paulo com 4 gols em pouco mais de 30 minutos. O “Acima do Peso” Walter deixou sua marca 2 vezes, enquanto o “Acima da Média”, pelo menos para ele próprio, Paulo Henrique Ganso não conseguiu dar seqüência na excelente partida diante do Flamengo no próprio Maracanã, domingo passado. Depois da goleada de 5 x 2, saiu na página oficial do Clube a imagem de capa dessa matéria com a frase “Não teremos legenda hoje em respeito aos bichinhos…”.

Quem assistiu o jogo na noite desta quarta-feira ficou satisfeito com a partida, os dois times buscando o ataque insistentemente e um meio-campo rápido tornou a partida eletrizante do começo ao fim.

Na primeira etapa o Tricolor Paulista teve um domínio maior do jogo, colocando a bola no chão e saindo pelos lados do campo com a velocidade de Osvaldo, mas nada que tirasse o zero do placar. Em uma jogada infantil, a zaga do Fluminense cometeu pênalti em cima de Antônio Carlos e Rogério Ceni converteu para o fundo da redes do goleiro Felipe (Ex-Santos), da polêmica “Mão de Alface”.

Daí em diante o São Paulo administrou o jogo e até criou algumas outras oportunidades, mas quem marcou foi o Fluminense, após cobrança de escanteio fechada (Fluminense usa muito bem esse artifício), Lukão fez contra e quando todos achavam que o primeiro tempo acabaria assim, após bela jogada de Osvaldo pela ponta esquerda e lindo cabeceio de Alexandre Pato, o time do Morumbi voltou a ficar na frente.

Na volta do intervalo, assistiu-se um jogo completamente diferente, em menos de 2 minutos jogados, o Fluminense pressionou o São Paulo de forma constante, aproximando Conca e Wagner dos atacantes Rafael Sóbis (Carrasco São Paulino desde a Final da Libertadores de 2006, onde marcou 2 gols na final pelo Internacional RS em pleno Morumbi) e Walter e a tática deu certo.

Cristóvão Borges não só ganhou o meio-campo como também deu um nó tático nos jogadores são-paulinos que não conseguiam sair jogando e acabavam entregando a bola para o adversário com chutões.

O que se viu, foi uma aula de ataque contra defesa e dessa vez o ataque do Flu massacrou Rogério Ceni e Cia. O Goleiro São Paulino que havia marcado na partida, rebateu duas bolas para frente e facilitou a vida dos atacantes.

Com a virada do Fluminense e o São Paulo atordoado, o placar chegou a ser pouco, já que se tivéssemos mais 5 minutos, com certeza o time carioca marcaria mais gols. No fim, 5 x 2 foi marcante para o Fluminense pela superação e decepcionante para os são-paulinos pela monotonia e previsibilidade da equipe.

Kardec está chegando ao tricolor, mas se não arrumar do meio-campo pra trás pode chegar Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar que não dá jeito.

Enquanto isso, as diretorias se alfinetam, no Facebook oficial do Fluminense, foi lançado a foto de um Ganso, Pato, Frango e Ratos, analogia aos jogadores, as falhas de Rogério Ceni no jogo e ao Treinador do São Paulo que na sua passagem pelo time carioca disse ter ratos no vestiário, a mensagem deixada foi: “Não teremos legenda hoje em respeito aos bichinhos… ”. Já pelo lado São Paulino, parece que a prepotência e arrogância de seus dirigentes não foi embora junto com Juvenal Juvêncio. Aidar, que já havia brigado publicamente com o Presidente do Palmeiras no caso Kardec, dessa vez deu uma declaração desagradável sobre o interesse do Nápoli em Paulo Henrique Ganso, inclusive citando o nome de uma máfia Italiana.

São Paulo abre o olho! O ano passado já mostrou que quem não tem planejamento passa sufoco no final…

Nem Pato, Nem Ganso, Nem Rogério Ceni, Nem Muricy!
Nem Pato, Nem Ganso, Nem Rogério Ceni, Nem Muricy!

 

FUTEBOL, ESSA CIÊNCIA NEM UM POUCO EXATA

A estratégia no futebol é complexa e talvez não possa ser explicada com pranchetas e setas. Tem a ver também com o aspecto físico, fisiológico, emocional e metafísico, talvez.

antoniocarlos
Antonio Carlos jogou usando a camisa do São Paulo, seu clube, mas marcou os dois gols do Corinthians.

O que explica um jogo em que – dos cinco gols marcados na vitória de 3 x 2 do São Paulo sobre o Corinthians – todos os tentos tenham sido marcados por jogadores do mesmo time? O que explica o fato de Antonio Carlos, zagueiro tricolor que vem marcando muitos gols ao longo do campeonato, especialmente nesta partida, ter sido o responsável pelos dois gols do adversário?

O que explica o fato da zaga corintiana – imbatível nos jogos anteriores e considerada ideal pela torcida – ter perdido a força ao longo do jogo, vulnerabilizando o setor defensivo?

O que explica o aparente esquecimento de Cássio sobre como se bate um tiro de meta?

O que explica o golaço de Paulo Henrique Ganso, que até pouco tempo vinha penando para conseguir um lugar na equipe titular, por não estar rendendo?

O que explica o Corinthians, num acordo verbal esdrúxulo, não considerar pagar a ‘multa’ (sobre um jogador de quem detém parte dos direitos, vejam bem) para que Jadson, em excelente fase e hoje peça-chave no esquema, jogasse contra o ex-clube (aqui, façamos valer a regra do custo-benefício: Alexandre Pato custou R$ 40 milhões, aos cofres corinthianos, e ainda tem metade de seu salário pago pelo clube – sem jogar)?

O que explica a ira de torcedores contra o já citado Alexandre Pato, pelo fato de o jogador ter comemorado a vitória de seu atual clube no Twitter, mas o silêncio aparente com relação à bizarra negociação que faz o Corinthians desembolsar uma bela quantia, a fim de que o jovem treine no São Paulo?

Pato apagou o tweet da discórdia.
Pato apagou o tweet da discórdia.

O que explica o destempero de Mano Menezes, expulso por reclamação?

Por fim, o que explica o fato de o Corinthians agora depender do rival que o derrotou, quebrando um tabu de doze jogos, para se classificar para a próxima fase do Campeonato Paulista?

Cartas para a redação.

É O QUE RESTA

A projeção feita pela comissão técnica corintiana para o final deste Campeonato Brasileiro, se não desastroso, ao menos decepcionante, é chegar a 46 pontos para ficar livre de qualquer ameaça de rebaixamento. Falta só um ponto. É o que resta, e nada mais.

O time comandado por Tite é o mesmo de sempre. Aquele que marca, marca, marca. Só não marca gols. Aliás, a expressão ‘é o que resta’ serve para definir muita coisa neste time.

É nítido o desgaste do treinador com a torcida, com a diretoria e com a própria equipe, a qual não consegue fazer funcionar como fez no ano passado. Mas uma demissão agora aparentemente não agrada à direção, nem ao técnico. O contrato se encerra no final de ano, e todos esperam para definir o término das relações profissionais. É o que resta, mesmo que se aponte uma possibilidade de renovação. Remota, diga-se.

Fábio Santos, lesionado, não tem jogado. Seu substituto direto, Igor, não tem sido escalado pelo treinador, segundo ele ‘para preservar o jovem’. O que temos é Alessandro, improvisado do lado esquerdo. É o que resta.

Edenilson, visto anteriormente como esperança de se tornar um bom lateral-direito, ou um bom substituto para Paulinho como segundo volante, não é um nem o outro. Na falta de um bom jogador para atuar do lado direito, é o que resta.

O pensamento do treinador premia jogadores por uma suposta disciplina tática que privilegia mais a marcação do que a habilidade, o que faz com que Romarinho e Emerson, ambos em má fase, tenham lugar garantido na equipe, e à torcida só é possível torcer para que consigam acertar um passe ou um chute a gol. É o que resta.

Renato Augusto, num esquema um tanto esquisito que o lançou como centroavante, fez chover, só não fez gol. Mas como tem um histórico de lesões, não há na comissão técnica segurança suficiente que faça com que ele seja mantido até o final do jogo, então ele também entra na filosofia de ser sacado antes do fim do jogo, ‘para ser preservado’. É o que resta.

E Alexandre Pato? Bem, meus caros, a situação é complexa. O jovem jogador, tão desgastado quanto o treinador nesta temporada, é também o que mais fez gols, numa matemática mais voltada a resultados do que por valores. Após aquela displicência que tirou as chances de classificação do Timão na Copa do Brasil, Pato voltou a bater um pênalti, contra o desesperado Fluminense, empurrado para a degola. Desta vez, bateu com força. Força esta que ele usou também para jogar a camisa do Corinthians no chão e esbravejar contra supostos detratores. Pato também usou seu perfil no Instagram para postar uma mensagem indignada, remetendo a Michael Jordan. A mensagem que fica ao jogador é: menos, Pato. Bem menos. Só que daqui para o final do campeonato, este ataque é o que resta.

Com dúvidas sobre quem treinará a equipe no próximo ano, quem sairá do time e quais são os reforços que poderão chegar, nada mais resta. Apenas esperar.

Em tempo: enquanto houver na torcida seres desprovidos de um mínimo de inteligência que achem que atirar o que quer que seja no campo resolva algo, é capaz de que o Corinthians vá mandar algum jogo em casa por volta de 2017.

patoPATO

SOBRE PATOS E PATAQUADAS

Eu sinto meu pensamento representado no texto do amigo João Paulo Tozo, que você lê aqui.

No entanto, há mais considerações a se fazer:

  • À época de sua chegada ao Corinthians, fui questionado em nosso programa sobre a contratação de Alexandre Pato. O que eu disse à época, foi que o jogador era mais uma contratação ‘midiática’. Na ocasião, Pato ainda namorava Bárbara Berlusconi, filha de seu ex-patrão no Milan, Silvio Berlusconi. Um prato cheio para os sites de fofocas nacionais e internacionais. O fim do namoro não foi empecilho para a continuidade da aparição do jovem jogador na mídia e nas colunas sociais em geral;
  • O Corinthians havia errado o tiro no passado recente, com a contratação de Adriano, numa nítida tentativa de repetir a experiência bem sucedida da contratação de Ronaldo (craque com histórico de lesões e em fase de baixa no futebol). Além da nítida diferença na qualidade do futebol, Ronaldo, tiradas algumas situações extracampo, foi disciplinado enquanto pôde e encerrou a carreira com mais sucessos do que fracassos (não terminou tão bem, mas fez parte da história). Adriano, um típico ‘bad boy’, foi no limite do previsível. Não teve como dar certo. O próximo alvo era Pato. Bom moço, ainda jovem e com passagens pela Seleção Brasileira, parecia um bom investimento. Chegou a peso de ouro. Participou de boas campanhas de marketing do Corinthians. Mas assim como Zizao (observe com quem estou comparando), imagem não é tudo no mundo do futebol. A bola na rede resulta melhor do que o ensaio fotográfico.
  • Ao longo de sua estada no Corinthians, Pato sempre pleiteou um lugar no time titular. Em muitos momentos, mereceu. Brilhou algumas vezes, até. Foi convocado por Felipão estando no banco de reservas, dessas coisas que devem até ter explicação, mas ninguém ousa explicar oficialmente. Sua última atuação só serviu para mostrar o quão equivocada foi sua ida.
  • No jogo contra o Grêmio, pode-se dizer que a cobrança de pênalti de Pato tinha dois níveis de importância. Caso tivesse levado a cobrança a sério, prosseguiriam as cobranças, e o peso da decisão não estaria mais em seus pés. E isso não significaria fugir da responsabilidade. Pelo contrário. Mas ele não levou a cobrança a sério.
  • Digo que o jogador não levou a cobrança a sério não só pela cavadinha ridícula, que mesmo alegando ter treinado deste modo, não é algo que se faça, a não ser se você estiver jogando um futebolzinho de amigos num final de semana regado a cervejas (correndo o risco de terminar uma amizade ou pelo menos tomar uns petelecos, caso acerte o chute). Pato não levou a sério a cobrança porque embaixo das traves do Grêmio estava Dida, campeão mundial pelo Corinthians em 2000 e famoso pelas defesas de pênalti em inúmeras decisões das quais saiu vitorioso. Pato jogou com Dida no Milan e não poderia alegar desconhecimento, mesmo que não tivesse visto suas atuações pela TV.
  • Aliando carisma e boas atuações, Pato poderia repetir o sucesso de Ronaldo e se sagrar um ídolo para a torcida corintiana. Mas pelas suas escolhas e atuações, é hoje comparável apenas a Ibson.
  • Corroborando com a tese de contratação midiática, Pato estava escalado para desfilar no São Paulo Fashion Week. Com a repercussão da perda do pênalti decisivo, sua participação no evento foi cancelada. Todo cuidado é pouco.

O futuro do Corinthians só pode começar a ser pensado a partir do próximo ano. A concentração no momento é para a permanência na série A. Convenhamos, não é tão fácil como parecia.

Contratações midiáticas do Corinthians. Mas e o futebol?
Contratações midiáticas do Corinthians. Mas e o futebol?

DE PATO A MICO

Não é com satisfação que retomo o tema. Mas que a contratação de Alexandre Pato sempre me pareceu um erro crasso do futebol corintiano, não é novidade. A contratação, vista do ponto do marketing, tinha suas aplicações. Ainda que os 40 milhões de reais empregados demandassem muita análise para que ela fosse concretizada.

Tecnicamente, porém, nunca enxerguei necessidade na contratação. Não com Alexandre Pato. Como você pode verificar no meu post de 04 de janeiro de 2013:

http://www.ferozesfc.com.br/chazinho-de-coca/quem-ira-pagar-o-pato.html/

Nesta quarta-feira, na desclassificação corintiana nas 4ª´s de final da Copa do Brasil diante do Grêmio, o marketing alvinegro, no entanto, atingiu o seu objetivo. O departamento médico do clube paulista mostrou mais uma vez a sua eficácia e Alexandre Pato estava pronto para a decisão.

Se a ideia era mostrar ao mundo que o Timão virou case de sucesso na recuperação de atletas, fim de papo. Pato atuou durante toda a partida e, no momento mais importante do duelo diante do Grêmio, foi dado a ele o protagonismo. A certeza de que o investimento do marketing poderia finalmente ganhar a justificativa técnica. Mas aí quem fracassou foi Pato.

A displicência atlética se dá muitas vezes pela característica do jogador. Romário mesmo muitas vezes mal era notado em campo, mas quando tinha que decidir, decidia. Alexandre Pato nunca decidiu. Sua displicência se dá através de sua nítida incapacidade combativa. Mediante sua inércia atlética. Via a mais explícita indiferença que eu já vi nesses anos em que acompanho o esporte Rei.

O Corinthians perdeu a classificação, perdeu o ano. Mas quem saiu derrotado ontem foi Alexandre Pato. O clube pode, ainda que com o investimento descabido, usar da retórica da confiança depositada. Pato recebeu do alvinegro mais uma das chances de sua vida. Chance que ele rolou para as mãos de Dida.

Duro agora é pensar em como se dispensa um jogador de 40 milhões de reais. Pior. Como imaginar que alguém se interesse por um atleta que foi de Pato a mico.

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