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A LIBERTADORES DE VICTOR, O PEGADOR DE PÊNALTIS

Nada menos que três séries eliminatórias enfrentadas com galhardia pelo Clube Atlético Mineiro tiveram ápice na cobrança de penalidades, ou para desempatar placar agregado final, ou em lance de jogo em momento decisivo. E por três vezes Victor Leandro Bagy estava lá para garantir o avanço do Galo na Copa Libertadores 2013.

Victor Leandro Bagy
Victor Leandro Bagy

Ainda que pese o fato de decisões por tiro livre direto significarem o momento de possível consagração dos goleiros, e foram para Victor, a grande consagração para o guarda-redes paulista da cidade de Santo Anastácio (região de Presidente Prudente) ficou por conta do confronto de quartas de final contra o Tijuana “Xolos” mexicano.

A defesa salvadora de pênalti contra o Tijuana nos 90 minutos de jogo em BH
A defesa salvadora de pênalti contra o Tijuana nos 90 minutos de jogo em BH

A surpreendente equipe do técnico argentino Antonio Mohamed, então considerada presa fácil para o Atlético, obteria empate por 2×2 em casa. Nada mal para os atleticanos.

Contudo, aquele clima brasileiro típico de “o pior já passou” instalara-se pelos lados de Belo Horizonte. Uma vitória seguida de classificação convincentes eram esperadas pela torcida.

Victor Leandro Bagy contra o Tijuana
Victor Leandro Bagy contra o Tijuana

Só que o time mexicano, comandado por um argentino, impôs moral na partida ao sair na frente no placar com gol de Duvier Riascos aos 26 minutos de jogo. Réver ainda empataria aos 41.

Sim, não havia maiores problemas, os critérios de desempate dos gols fora de casa garantiam o Galo nas semifinais do torneio, somente a sensação de que as coisas seriam menos fáceis que o esperado.

Menos fáceis? Eis que, repentinamente, tudo tornar-se-ia dramaticamente difícil graças a penalidade marcada nos momentos finais da partida. Um gol do Tijuana ali e o Galo Mineiro estava desclassificado da competição.

Nova consagração contra o Newell's Old Boys
Nova consagração contra o Newell’s Old Boys

Mas lá estava Victor para defender a cobrança do mesmo Riascos aos 93 minutos. Momento de pura comoção no Estádio Independência de BH. A defesa de um pênalti em situação de tempo regulamentar que significaria a eliminação de sua equipe.

Na sequência da competição, contra Newell’s Old Boys e Olimpia vieram os momentos únicos de uma partida de futebol em que o goleiro é o agente que tem menos a perder. Se levar o gol, era o esperado, se defender torna-se herói. E Victor tornou-se herói ao garantir sua equipe como finalista e, finalmente, como campeã do torneio sul-americano de clubes.

Por essas e por outras magias do futebol, Victor Leandro Bagy, 30 anos, é o grande nome da conquista atleticana na Libertadores 2013.

A LIBERTADORES HOJE CANTA DE GALO

Somos dez os campeões da América, da Libertadores, do continente, campeões. Somos dez os namorados dela, da taça, aquela volúvel de sempre, que passa de mãos em mãos, sempre buscando o maior da ocasião. Mudou, mais uma vez, o seu galanteador, agora o seu novo amor. Um pretendente nem sempre muito convicto, quase sempre posto de lado pelos outros candidatos, pelos que em suas mãos já a tiveram por longo prazo.

Nada muda para ela, sempre tão objetiva, tão conclusiva. Com ela está o melhor, o maioral. De agora, dos próximos 365 dias. Quem de galo agora canta é aquele cuja crista é intrínseca. Mas ele que não se cuide, e no próximo ano ela não permitirá mais a ele ter o prazer de seu desfrute.

O que não se tira de seus namorados é a lembrança, a história, a vivência de um dia tê-la possuído. Cada qual com sua retórica, sua particularidade, com sua vivência mais mágica.

Alguns a tiveram mais de uma vez, outros por uma única. Desses, alguns a tiraram das mãos de seu principal rival na disputa pelo seu amor em mais de uma ocasião. Outros a abraçaram de maneira tão avassaladora que não houve quem ameaçasse destruir aquela paixão.

A indiferença da taça não serve de indiferença na vida. Ela, a taça, seguirá sua volúvel existência, sempre escolhendo aquele que de melhor lhe ofereça, aquele que seja, ao menos por ora, o melhor. Este, por sua vez, mesmo no dia em que ela se for, guardará em suas lembranças aquele gozo de vida, aquela vivência tão única, aquela temporada que valeu esperar por toda uma vida.

Hoje a Libertadores é dele, do Galo, que acordou cantando forte e vingador. Pregando uma vingança que parecia que nunca viria, mas que mostrou ser, mais uma vez, que nunca será tardia.

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