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EXISTE TRABALHO SENDO FEITO

Da conquista da Copa das Confederações por parte da seleção da CBF, muitas ponderações podem e devem ser feitas, muita coisa ganha espaço, exceto o pachequismo e o desdém ao adversário. Sobretudo em uma época em que o levante popular por buscas de melhorias em searas tão mais importantes que as do futebol nos dá a sensação de vivermos o despertar de uma geração mais crítica e analítica, que deixou de aceitar o pão e circo, bem como o de viver o factível, ante as suposições e os achismos oportunistas. Devemos sim usar dessa nova maneira de enxergar a vida para aplicar ao nosso esporte tão amado.

O tom da crítica ao trabalho realizado até a final do último domingo se deu dentro daquilo que víamos em campo e também fora dele. Ao analisar o jogo jogado dentro de campo, não estamos excluindo a necessidade de continuar de olho nos trâmites do jogo de interesse jogado fora dele. A realização das Copas com suas obras faraônicas sustentadas com dinheiro público continuam, não mudaram em nada. Mas o jogo do time de amarelo praticado no campo de jogo, sim. E é esse o tocante de hoje.

Desdenhar da Espanha é uma tremenda burrice. Seja você um pacheco assumido ou alguém mais contido. Ao diminuir os feitos espanhois nos últimos anos, joga-se por terra qualquer mérito enxergado no time de Felipão. Afinal, a seleção cebeéfiana triturou os atuais campeões mundiais, os bicampeões europeus, que vinham de uma longa e merecedora invencibilidade.

Ponderações acerca da condição física com que os espanhóis chegaram para enfrentar os brasileiros são justas, mas não eliminam o ótimo jogo de Neymar e cia. O time do Felipão variou taticamente. Da marcação pressão implacável nos primeiros minutos, passando pela atuação da dupla de volantes que anulou Xavi e Iniesta, chegando ao perfeito jogo tático de Hulk e Oscar. Recuou quando necessário, fazendo uso enfático de um contra ataque mortal, sobretudo pela esquerda com Marcelo e o genial Neymar. Impossibilitou a fluência do jogo espanhol, que mesmo quando teve posse de bola, pouco ou quase nada produziu. E quando o fez, como no quase gol de Pedro – na única grande jogada do ainda melhor time do mundo – encontrou uma barreira intransponível formada por um revigorado Julio Cesar e uma dupla de zagueiros fenomenal com Thiago Silva e um exuberante David Luiz, que foi ao lado de Neymar e Fred o grande nome da final. Perfeito na marcação, implacável na cobertura e preciso nas antecipações.

Não cabe mais desconfianças a respeito da condição técnica de extraterrestre de Neymar. Se nos times de Mano Menezes e mesmo no início de trabalho de Felipão, sem padrão tático, o cara já era o artilheiro isolado, bastou o acerto do time para que ele enfim brilhasse como dele sempre se espera. Melhor jogador do torneio, autor dos mais belos e decisivos tentos. Incontestável!

O time da CBF termina a Copa das Confederações bem mais bonito. Mas pés no chão são mais que necessários. O resultado não serve para transformar esse no melhor time do mundo. Ele não é, ainda. Espanha e Alemanha continuam alguns passos adiante, com trabalhos muito mais consistentes que este iniciado por Felipão. O título em uma Copa como esta também não é parâmetro para projeções. Nenhuma seleção campeã do torneio repetiu o feito na Copa do Mundo a seguir. O próprio time da CBF de Parreira e depois de Dunga nos serve de espelho. E mesmo esse time de Felipão oscila muito. De bons jogos contra Japão e Itália, a um péssimo diante dos uruguaios e depois um jogo brilhante diante dos espanhóis.

Por ora o que fica é isso. Existe trabalho sendo feito. Ele é bom e tende a ficar ainda melhor.

 

neymarfred

 

QUAL O GOL MAIS BONITO ATÉ AQUI DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES?

Vou ser rápido e objetivo. Embora o cenário em volta não seja para comemorações, até o momento houve bons jogos na Copa das Confederações. Melhor que isso: houve golaços!

Nós, do Ferozes FC, selecionamos quatro deles para você escolher qual o mais bonito.

Confira a relação abaixo e faça sua escolha!

Eu, Felipe Oliveira, já fiz a minha: Gol do Jô. Motivo: a jogada espetacular de Neymar.

Neymar aplica drible antológico na defesa mexicana e passa para Jô fechar o placar. Brasil 2 x 0 México
Neymar aplica drible antológico na defesa mexicana e passa para Jô fechar o placar. Brasil 2 x 0 México

 

1) Gol de Neymar – Brasil 3 x 0 Japão
http://youtu.be/iRmrfSiMi8M

2) Gol de Neymar – Brasil 2 x 0 México
http://youtu.be/zAC9g5MPNkg

3) Gol de Jô – Brasil 2 x 0 México


4) Gol de Forlán – Uruguai 2 x 1 Nigéria
http://youtu.be/K6_A3XKdez8

O BRASIL ACORDOU. E O NEYMAR TAMBÉM

Na semana em que o Brasil obteve uma vitória histórica contra o aumento das tarifas nos transportes públicos, nossa Seleção, esquecida como a Copa das Confederações da FIFA, continua a promover um futebol abaixo da crítica. Exceto um jogador.

A Seleção Brasileira da CBF, comandada por Felipão, Parreira e Cia., segue ainda em processo de formação. De busca por identidade. Mas, o cenário aponta que o time verde amarelo viverá às custas de seu novo camisa 10. Este, que parece ter finalmente acordado da fase ruim na qual atravessava, passando a desempenhar o que esperava-se dele: bom futebol.

Nas duas primeiras partidas do torneio internacional, frente a Japão e México, Neymar foi fator determinante para a conquista das duas vitórias brasileiras até aqui. Na estréia, diante dos Nipônicos, ainda baqueados devido ao fuso horário, Neymar marcou um golaço e infernizou a defesa dos comandados de Zaccheroni. Na última quarta, 19, em Fortaleza, contra o México, no jogo marcado por cenas dignas de guerra do lado de fora do Castelão e um Hino Nacional cantado à capela pela massa, Neymar foi simplesmente espetacular! Com uma atuação de gala e novamente um belo gol, no final, o craque, hoje do Barcelona, protagonizou um lance antológico, terminado em tento do iluminado Jô.

A grande verdade é que Neymar vêm sendo um oásis em meio ao desentrosamento latente e qualidade técnica ainda questionáveis do esquadrão canarinho. De fato, o moleque é, talvez, a nossa única esperança dentro de campo. A impressão que se tem assistindo aos jogos da Seleção é que estamos vendo um reflexo do Santos de Muricy versão 2012/2013. Um time completamente refém da genialidade de apenas um jogador. Um jogador que ainda não tem total clamor popular. Que, mesmo tendo conquistado tudo e se estabelecido no cenário mundial como gigante, para alguns, ainda precisa provar a cada lance, a cada gol, a cada drible, que é craque. Que é Neymar.

Para não dizer que sou crítico demais, dentre os 11 titulares, apenas a dupla de zaga, formada por David Luiz e Thiago Silva, possuem total confiança do torcedor. Temos bons nomes, mas ainda não temos um bom time.

Ao certo, os vinte centavos reivindicados na manifestação do MPL serviram de estopim para que o país acordasse do sono profundo em berço esplêndido e não fugisse mais à luta. Luta que continua. A favor da reforma política. Ou mesmo contra a violência, corrupção (não só dos políticos, em geral!), transporte público ruim, educação, acesso pífio a saúde etc. Esperamos que o Futebol, deixado corretamente em segundo plano pela população nesta semana, use de suas táticas e importância singular para dar de bico nas irregularidades daqueles que tentam usá-lo como manobra de interesses pessoais.
Amo a Copa do Mundo. É uma festa linda, feita para todos os povos. Para o povo. Não para o “povo padrão FIFA”. Padrão da politicagem nojenta.

Que nossas conquistas estejam apenas começando. E que Neymar, nosso suprassumo de qualidade, continue lutando e jogando dentro de campo por um Brasil melhor, assim como nós, do lado de fora, fazemos o mesmo.

PRA FRENTE, BRASIL! EM TODOS OS SENTIDOS.

 Endiabrado, Neymar comemora o gol que abre caminho para vitória no Castelão (Foto: Getty Images)
Voltando a grande fase, Neymar comemora gol que abre caminho para a vitória brasileira no Castelão (Foto: Getty Images)

 

 

 

 

SELEÇÃO BRASILEIRA: NEYMAR, UFANISMO E A DURA REALIDADE

Falar de futebol parece fácil, mas não é. O futebol é passional. Buscar racionalidade em um esporte no qual a palavra razão praticamente não existe é algo quase impossível. Requer, além de bom senso por parte de quem o tenta fazer, conhecimento, comprometimento, seriedade e, sobretudo, responsabilidade.

Quando o assunto é seleção brasileira e uma copa se aproxima, por mais que nos últimos tempos a mais vitoriosa das camisas da história do Planeta Bola tenha sido defasada devido à interesses de quem a administra, o brasileiro, apaixonado de um jeito singular pelo melhor dos esportes, volta total atenção para a amarelinha.

Às vésperas do início da Copa das Confederações, temos visto descaradamente – e já era de se esperar – um “oba oba” criado por parte da mídia para tentar mascarar os muitos erros cometidos pelo ainda em formação time do Brasil.

No último domingo, na belíssima Arena do Grêmio, em Porto Alegre, a atuação da equipe de Felipão contra a França B pode ser considerada satisfatória. Ponto. Nada além disso. Nada, por exemplo, que justifique o ufanismo barato em cima do resultado. A impressão, após o apito final, era de: “Demos o troco! E com o mesmo placar de 98: 3 a 0, fora o show”! Muita calma, minha gente. Você, caro leitor, não pense que estou diminuindo a vitória da seleção. Pelo contrário. Apenas tome cuidado e não engula o que lhe forçam. NÃO CAIA NESSA!

Oscar foi o melhor em campo e abriu o caminho para a vitória brasileira sobre a França (Foto: Flavio Florido/UOL)
Oscar foi o melhor em campo e abriu o caminho para a vitória brasileira sobre a França (Foto: Flavio Florido/UOL)

Outro problema, este seríssimo a meu ver, é Neymar. O recém-contratado pelo Barcelona atravessa, talvez, a pior fase de sua vitoriosa, porém ainda curta e promissora carreira. E no pior momento. No entanto, mesmo sem ser Neymar, o agora camisa 10 da seleção ainda é o nosso melhor jogador. Entretanto, a velha e injustificável polêmica em torno dele ainda é grande e incompreensível.
Por mais que seja tratado como ídolo (e, de fato, é,) Neymar ainda não alcançou status de unanimidade entre a grande massa tupiniquim. Ao sapear os principais meios de comunicação esportivos via web é incrível (e até assustadora) a massiva quantidade de pessoas que simplesmente não suportam o ex-santista. Até parece que temos um monstro perna de pau jogando.

Hoje, Neymar é odiado pela maioria em um país onde deveria receber apoio por ser simplesmente o suprassumo de qualidade; por ser o “diferente”. Por ser o símbolo isolado do real significado do futebol brasileiro. Sim, ele deve ser cobrado pelas atuações ruins, mas estão pegando muito pesado, e cedo demais. Atualmente, tem aquela galerinha maneira que assiste aos jogos da seleção apenas para criticar o “Neymarketing”, como dizem. Virou moda falar mal do garoto. No Brasil, parece que o cara que joga bem e aparece na mídia (algo completamente natural) não serve, é mala e etc. NÃO CAIA NESSA! A grande questão é que Neymar faz parte de um time ainda inexistente.

Neymar ainda não foi Neymar com a camisa amarelinha (Foto: UOL)
Neymar ainda não foi Neymar com a camisa amarelinha (Foto: UOL)

Outro entrave ligado à seleção ocorre na escolha dos jogadores e escalação da equipe. Como em todo time, um atleta em especial é eleito, devido a motivos questionáveis, para ser o saco de pancadas. No elenco de Felipão, a bola da vez é Hulk. O atacante do Zenit, da Rússia, desconhecido de grande parte do público brasileiro, foi demonizado de forma estapafúrdia e injusta nos últimos dias por alguns da imprensa e quase todos da torcida. Não acho Hulk um primor. Acho mesmo uma injustiça o que vem fazendo com o ele. Talvez nem jogaria em meu time, caso fosse o técnico, porém o camisa 19, além de “bom jogador”, reflete perfeitamente a realidade de nosso futebol: razoável para bom. Basta olhar em volta, e você verá que temos vários “Hulks” no plantel verde e amarelo, mas nem todos recebem o mesmo tratamento. Temos muitos jogadores nota 7. Não temos nenhum nota 10.

Assim como fizeram com Felipe Melo, estão fazendo com Hulk, e novamente de maneira prematura. Infundada. NÃO CAIA NESSA!

Hulk é o jogador mais contestado da nova era Felipão (Foto: UOL)
Hulk é o jogador mais contestado da nova era Felipão (Foto: UOL)

Fato é que estamos totalmente desesperados e sem rumo por não possuirmos mais o melhor futebol do mundo. Regredimos. Estacionamos. Nosso gingado deu espaço a força física. Nosso improviso virou excesso de comprometimento tático. Nossos camisas dez sumiram, e se transformaram demasiadamente em volantes e zagueiros. Nossos centroavantes, recentemente produzidos à rodo por aqui, foram extintos. Não somos mais exportadores. Não somos mais o País do Futebol. Ainda temos a qualidade, mas não sabemos onde está e tampouco como usá-la. Como adaptá-la.

Atualmente, somos algo parecido com uma pessoa que perdeu a memória e busca através de fragmentos perdidos no tempo recuperar suas vivências e conseguir lembrar-se quem era. Somos o Brasil. Somos mesmo?

Esta é a seleção brasileira (Foto: UOL)
Esta é a seleção brasileira (Foto: UOL)

 

 

 

TRABALHO MAL FEITO, MEU FILHO!

O desgaste era notório e as cobranças praticamente insustentáveis, somado a tudo isso a ausência de bons resultados e um time sem qualquer padrão tático.

De fato, não era preciso um olhar muito clínico para se comprovar que o ciclo de Muricy já havia se encerrado, para muitos, nem deveria ter começado.

Em 2011, quando o treinador assumiu a equipe, o Santos precisava de alguém que desse solidez a defesa do time, para que o talento de Neymar, Ganso e cia pudesse fazer a diferença.

Com Dorival Jr., o alvinegro exibia em campo um vasto repertório de jogadas ofensivas, o volume de jogo durante as partidas era sufocante para o adversário e o time que tinha como proposta de jogo se defender a todo momento era goleado facilmente.

Entretanto, quando aquele mágico Santos enfrentava uma equipe que também saia para o jogo, a dificuldade era flagrante, já que a defesa se mostrava vulnerável, tanto pela falta de um volante cabeça de área para protege-la, quanto pela ausência de um bom goleiro.

Visando a solução para os problemas defensivos, o Santos foi buscar um técnico especialista no assunto, o multi campeão Muricy Ramalho. O nome era forte e as expectativas as mais promissoras possíveis.

Quando chegou ao clube, o Santos era, até então, o favoritíssimo para conquista da Libertadores. Contudo, penou no 1° turno da competição e se viu a beira da eliminação. Precisando de 3 vitórias em 3 jogos, Muricy percebeu ali que teria muito trabalho em pouco tempo hábil para tal.

As coisas caminharam, a equipe se classificou e sagrou-se campeã. Muricy alcançava um dos poucos títulos que faltavam para o seu repertório e o Santos voltava ao Mundial de Clubes depois de 48 anos.

O futebol brilhante de outrora (2010) não existia mais, porém o Santos era um time encorpado, mais competitivo e tinha o Brasileiro inteiro para se preparar para o torneio mais importante de sua história. Parecia que a aposta da diretoria do Santos tinha dado certo, Muricy era mesmo o nome certo para dirigir o time.

Errado…

Desde a conquista da Libertadores, o treinador não conseguiu mais um padrão tático, não criou uma identidade, uma forma de jogar. O Santos patinou no Brasileiro, foi surrado no Mundial e passou o ano de seu centenário apostando única e exclusivamente em Neymar, em partes deu certo, o time conquistou dois títulos, mas a eliminação para o Corinthians na Libertadores e o pífio Brasileirão mostraram que o trabalho do técnico não estava sendo bem feito.

Ora, é claro que um time que possui em seu plantel um jogador como o Neymar, certamente terá dificuldade na falta do mesmo. Mas são justamente nessas ausências que entra o trabalho do bom treinador.

Muricy sem o craque não conseguia montar o time, não se tinha um esquema de jogo, não havia um padrão tático, a equipe atuava como se Neymar ainda estive ali. Mesmo erro cometido por Ney Franco após a saída de Lucas e que não foi cometido por Tite.

O treinador do Corinthians não teve em suas mãos um Neymar ou um Lucas logo de cara, e por isso, optou por montar um conjunto forte que não dependesse de um único jogador. Quando Paulinho tornou-se o “Neymar” de Tite, o treinador conseguia suprir sua ausência, pois já tinha um esquema de jogo pré-estabelecido.

Mesmo com Alessandro, Fábio Santos, Chicão, Castán, Ralf e tantos outros jogadores longe de serem brilhantes, Tite alcançou o tão esperado padrão, o equilíbrio como o próprio gosta de citar. Dessa forma, o Corinthians, sem ser brilhante, tornou-se a equipe a ser batida e até hoje colhe os frutos.

Quando Tite sair, um legado será deixado. O próximo treinador apenas dará prosseguimento a um trabalho bem feito em todos os aspectos. No caso do Santos, Muricy não deixou legado algum, desmotivado e retrógrado, o treinador se acomodou, pois tinha Neymar e não conseguiu dar identidade a um Santos promissor.

A saída de Muricy é uma vitória da base santista, o grande motor do clube e o que o mesmo simplesmente ignorou. A saída de Muricy é uma vitória do bom futebol,  pois mesmo com um investimento exacerbado no trabalho do treinandor, o Santos nunca teve uma forma de jogar e perdeu toda sua essência de um futebol vistoso e ofensivo.

A saída de Muricy é um alento para todos os grandes clubes que insistem em apostar em técnicos retrógrados, que bancam a permanência de medalhões que já passaram do prazo. Treinadores orgulhosos que ainda acreditam que suas formas de trabalhar sejam as mais corretas, treinadores que não inovam e principalmente, que não arriscam.

Chega de Felipão, Luxemburgo, Muricy. Vamos dar lugar ao novo e ao diferente.

Vamos resgatar o verdadeiro futebol brasileiro!

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