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Aprendendo com os erros!

Muitas decisões erradas foram tomadas pela diretoria são-paulina este ano, a de dar uma chance para um treinador que não rendeu o seu melhor em outros clubes, para  comandar uma equipe da imensidão do tricolor, foi só mais uma delas.

Mas nessa altura do campeonato é ver até onde dá para chegar, com o interino Milton Cruz é tentar ganhar o brasileirão, que ainda é possível, e se empenhar na Copa Sul Americana, que é um ótimo atalho para a Libertadores do ano que vem. E sobretudo procurar não cair nesses mesmos erros em um futuro próximo.

Pelos índices de aproveitamento da equipe, sob o comando do treinador Adilson Batista, ainda mais nessas ultimas partidas, onde o time vem de um jejum de seis jogos sem vitória, o São Paulo agiu certo em demiti-lo.

O que não foi acertada, foi a sua contratação, já que o mesmo vinha de passagens pífias por equipes como Santos, Corinthians e Cruzeiro. E o modo como ela foi feita, no vestiário, na frente de todos, depois de mais uma derrota.

O São Paulo que sempre primou por sua excelência no planejamento e na sua organização, tem que repensar, e urgentemente, em voltar a sua origem de clube que sempre esteve a frente ao seu tempo, sempre a frente dos seus concorrentes.

Um clube que sempre contratou bons profissionais, desde o simples jardineiro, até o mais competente diretor de futebol, que além de tudo servia de pára-raios e blindava o nome do tricolor do diz que me diz da imprensa.

Sem esquecer também dos profissionais da fisiologia e da recuperação de jogadores que hoje em dia ainda fazem muita falta no São Paulo. Profissionais essenciais e que foram mantidos por anos a fio em seus quadros e ajudaram a equipe chegar aonde chegou.

O time do Morumbi, não era um clube perfeito, como nenhum outro é, mas não deixava a sujeira ultrapassar os muros, coisa que hoje em dia seu presidente parece fazer por querer, para se manter na mídia.

Os chamados cardeais tricolores cuidava dos seus problemas internos, entre os seus. Agora parece que querem arranjar problemas a todo custo, nunca estão satisfeitos com nada, pois até o último treinador vencedor que o time teve, o Muricy Ramalho, nunca foi unanimidade entre eles. E acabou sendo demitido.

Nenhum presidente em sã consciência, seja de um time de futebol ou mesmo de qualquer empresa no mundo, demitiria um profissional tão vencedor como é e foi o atual técnico santista.

O São Paulo precisa voltar aos noticiários pelos seus grandes feitos e conquistas, como sempre foi, não pelo seus atos desastrosos.

 

É Adilson, foi só um erro:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=XH7jm1WwaXs[/youtube]

RENASCIMENTO E ORGULHO

Quando perguntam a um torcedor o porque de torcer por determinado clube de futebol certamente muitos motivos passam pela cabeça dele, por exemplo: títulos, estrutura, grandeza da torcida, ídolos ou até mesmo o fator influência familiar. Porém, as ”pequenas coisas” que movem cada apaixonado e os fazem bater no peito e explodir de orgulho ao dizer o nome de seu time do coração.

O leitor deve estar se perguntando aonde esse blogueiro que vos fala quer chegar ?

A explicação é simples: imagine o seu time jogando fora de casa sem há muito tempo jogar um bom futebol que o consagrou recentemente, pense ainda que o adversário é o SC Internacional que ostenta muitas conquistas recentes e figura sempre entre os primeiros no cenário nacional, some a tudo isso um sonoro 3×0 contra e o seu time apático e totalmente entregue.

Imaginou tudo isso ?

Pois bem, o motivo de tantos dizeres relacionados a orgulho de torcer por um clube tem realmente muito a ver com o desfecho dessa partida.

Aos 32 minutos, o artilheiro Borges, que nem é tão alto assim, subiu mais que toda a zaga colorada e diminuiu a vantagem do Inter. Quatro minutos depois, o mesmo Borges lutou contra 3 zagueiros adversários e descolou uma assistência para o ”novo Basílio” ou Alan Kardec fazer o segundo tento. O milagre começava a se desenhar e só podia ser concretizado pelo iluminado da noite, aos 42 minutos, o mesmo Borges limpou 2 zagueiros, ganhou a dividida com o 3° e bateu no cantinho sem chances para Muriel.

Pronto !
O desacreditado torcedor que vos fala explodiu de alegria e não teve receio de acordar toda a vizinhança. É uma pena que não houve mais 4 ou 5 minutos para a virada histórica, mas com todas as circunstâncias que envolveram a partida poucas vezes pude presenciar um empate com tanto sabor de vitória.

Isso meus caros são as ”pequenas coisas” que movem sua paixão, que mantêm acesso o orgulho de gritar: EU SOU SANTOS FUTEBOL CLUBE !

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Voltando a análise menos romântica e mais racional, a equipe santista mesmo não se apresentando bem mostrou um poder de reação descomunal e jogadores não tão badalados como Borges e Alan Kardec estão dando conta do recado quando os ”estrelas” não jogam o que se espera deles, alias alguns não jogam a muito tempo, não é mesmo Sr. Ganso ?

O empate em frios números não foi tão bom assim, mas pelas circunstâncias pode-se considerar um ponto ganho e não dois perdidos, além disso deixa a equipe relativamente afastada do Z4 e o torcedor por enquanto pode respirar aliviado.

Geralmente, gosto de postar as notas dos jogadores apenas em clássicos, mas esse jogo merece uma exceção, portanto vamos a elas:

RAFAEL – Está em boa fase, sem culpa alguma nos gols. — Nota: 6,0

DEFESA – Merecem estar no mesmo ”pacote”, atuação muito ruim com mais um ”caos aéreo”. — Nota coletiva: 3,0

CRISTIAN – Entrou no final. — Sem Nota

ADRIANO – Não é mais o bom e velho marcador que garantiu sua titularidade na Libertadores. — Nota: 4,0

HENRIQUE – Quem ?. — Nota: 2,0

DANILO – Pouco produziu e muito menos marcou. — Nota: 3,0

PAULO HENRIQUE – Apático. — Nota: 3,0

FELIPE ANDERSON – Entrou no final. — Sem Nota

NEYMAR – Durantes os 75 minutos de apagão foi o único que tentou alguma jogada de efeito, porém longe de ser aquele Neymar que todos conhecem. — Nota: 5,5

BORGES – 2 gols, 1 assistência e muita luta, o protagonista do empate heróico. — Nota: DEZ !

ALAN KARDEC – Vai se firmando como o ”novo Basílio” , sempre que entra dá conta do recado. — Nota: 7,5

A AMÉRICA VESTIDA DE BRANCO E PRETO

Enfim !

Após 48 anos de espera a taça da Libertadores da América está de volta ao seleto repertório de conquistas alvinegras.
Convenhamos, ela já estava com saudades do Santos !

Três títulos em 1 ano e meio já eram suficientes para eternizar a geração atual de meninos da Vila, mas repetir um feito conseguido ”apenas” por Pelé e Cia foi a consagração de um grupo de jogadores que nunca sairá da memória dos santistas. As dificuldades enfrentadas ao longo da competição, a desconfiança que tomou conta após o sofrimento da fase de grupos, a arbitragem conivente com a pancadaria imposta pelos rivais, tudo isso foi superado na base da união, afinal de contas, Libertadores é isso !

Deve se exaltar muitos nomes responsáveis por essa conquista: a diretoria que soube manter na medida do possível as principais peças do elenco, o técnico Muricy que deu padrão tático e equílibrio aos seus jogadores, mas principalmente as defesas milagrosas de Rafael, a eficiência de Durval e Edu Dracena, a raça de Léo, o vigor de Adriano, a experiência de Elano, a classe de Ganso, a qualidade de Arouca, a velocidade de Maikon Leite, a superação de Zé Eduardo e a alegria e ousadia de Neymar. Fora as participações de Jonanthan, Alex Sandro, Possebon, Bruno Rodrigo, Bruno Aguiar, Pará, Keirrison, Diogo, Felipe Anderson e Alan Patrick. Todos tiveram sua parcela nessa conquista.

A partida de n°100 da equipe santista em Libertadores confirmou a superioridade de um time sobre o outro explicitada ao longo da competição. O Peñarol se credenciou a final com menos gols marcados do que sofridos, além de 5 derrotas, sendo 2 por goleadas e por isso seria muito injusto prevalecer tanta instabilidade.

Méritos o nosso adversário teve, derrubou 2 gigantes do continente durante o mata-mata (Inter e Velez) além da Universidade Católica, todos fora de seus domínios, mas infelizmente pra eles quando viram aquele mar branco que tomou conta do Pacaembu foram impotentes para sequer chutar uma bola no gol. Como nem sempre ocorre em Libertadores, dessa vez o talento prevaleceu sobre a catimba e depois de 6 decepções (Palmeiras 2000, São Caetano 2002, Santos 2003, Grêmio 2007, Fluminense 2008 e Cruzeiro 2009) contra nossos rivas sul-americanos, enfim o futebol brasileiro pôde levantar uma taça em cima deles.

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Abaixo alguns depoimentos de figuras emblemáticas desse Tri Campeonato:

“É um sonho se tornando realidade. Reunimos funcionários, jogadores, diretoria, torcida, todos com a mesma vibração, por um sonho que exigia muita energia positiva. Na minha vida, costumo sonhar e acredito que ir atrás do sonho faz a gente crescer, mas eu nunca pude acreditar que pudesse ser do jeito que foi”- Presidente Luis Alvaro.

“Esse é o dia mais feliz da minha vida” – Neymar

“Estou muito contente de poder me despedir com esse título e levando mais três (Paulistas e Copa do Brasil). Queria muito poder jogar o Mundial, mas o que mais vou levar daqui é a família que a gente formou” – Zé Eduardo

“Estamos marcando a nossa história na equipe do Santos. Muita alegria por poder me superar, voltar nessa final e ajudar Peixe a levar a Libertadores” – PH Ganso

“Torcida santista, vocês merecem muito, vocês foram fundamentais” – Arouca

” OBRIGADO SANTOS FUTEBOL CLUBE POR NOS FAZER TÃO FELIZES E ORGULHOSOS” – Nação Alvinegra



O TRI DO SANTOS, O ABISMO SEM FIM DO RIVER PLATE E A FINAL DA COPA OURO

Pelé e Muricy, umas das cenas mais legais da festa

Em noite mágica no Pacaembu, o Santos Futebol Clube conquistou o título da Copa Libertadores da América pela terceira vez na história ao vencer o Peñarol por 2 a 1.

Neymar sem perdão no gol defendido por Sosa

Após um 1º tempo de domínio territorial, mas com poucas chances efetivas de gol, o Peixe tratou de começar a 2ª etapa do melhor modo possível. E foi com o craque Neymar. Em bela trama, Arouca tocou para Ganso que devolveu de letra para o próprio Arouca avançar e assistir o ídolo santista que fuzilou de primeira.

 Com o 1 a 0, o Peñarol não teve alternativa a não ser lançar-se ao ataque. Demais para uma equipe coesa, disciplinada, mas sem craques. A porteira estava aberta para o Santos. Contando com falha defensiva carbonera, a jogada do segundo gol santista sairia pelos pés de Elano que tocou para Danilo colocar no canto com categoria e ampliar.

 O título estava quase garantido. Quase, pois o Peñarol era tinhoso, apesar das limitações. Aos 34 minutos, Estoyanoff cruzou pela direita e Durval, ao tentar interceptar, marcou contra. Pouco demais, tarde demais. Santos campeão.

Briga no final

Cenas emblemáticas e outras nem tanto ao final. Briga e troca de pontapés entre santistas e carboneros após o apito final. É fácil cair no discurso da turma do “deixa disso”. Difícil é estar na pele de quem acabou de perder. Segundo declarações de Luis Aguiar e Alejandro Martinuccio após o jogo, um torcedor entrou em campo e começou a provocar os jogadores do Peñarol. Ok, aquela história, nada justifica a violência. Sem dúvida. Mas quem levaria numa boa esse tipo de situação no calor da coisa?

 De mais belo, além dos holofotes apontados para Neymar, a celebração do título entre Pelé e Muricy Ramalho. O Rei dispensa comentários. O maior jogador de todos os tempos. Muricy é o treinador que aliou disciplina tática com técnica e habilidade. E somente ele conseguiu. Em nenhum momento o Santos foi tão consistente na defesa. Diminuíram os gols lá na frente? Sem dúvida. Mas escassearam também as derrotas. Espetáculo aliado à competição. O melhor dos mundos.

 Inevitável a expectativa criada para um possível duelo contra o Barcelona no mundial de clubes da FIFA em dezembro. Ainda que este Santos seja mais time que o Internacional de 2010, favor não esquecer os “Mazembes” no meio do caminho. Mas, por enquanto, a ordem é comemorar com justiça o momento de glória de Neymar e companhia.

River Plate: abismo sem fim

Festa do Belgrano após gol

Que o futebol prega peças com certa frequência não é novidade para ninguém. Mas, esquecido às vezes pelos fãs é que sequer os gigantes do esporte escapam das vicissitudes reservadas pelo mundo da bola. Que o diga o River Plate.

 Como explicado anteriormente, o River iniciou ontem sua tenebrosa jornada pelo vale da morte da “promoción” no campeonato argentino, o derradeiro fio de esperança do clube para permanecer na série A nos torneios Clausura e Apertura. E iniciou do pior modo possível. Derrota no jogo de ida por 2 a 0 para o Belgrano em Córdoba com gols de César Mansanelli, de pênalti após toque de mão de Adalberto Román, aos 25 minutos do 1º tempo e César Pereyra aos 4 minutos da 2ª etapa.

Torcida do River interrompe jogo após 2º gol do Belgrano

Em noite com ares de série B, era visível a incredulidade de jogadores, dirigentes e torcedores. Pânico coletivo em Córdoba. Pênalti infantil de Román, quinto cartão amarelo para Matías Almeyda que o tira do jogo de volta, torcida invadindo o campo após o segundo gol para pedir raça, ausência do presidente Daniel Passarella, além de jogadores deixando Córdoba e chegando a Buenos Aires sob proteção policial. Agora teme-se reação violenta da torcida. Cogita-se a realização da partida de volta no Monumental de Nuñez a portas fechadas. Inferno astral sem fim para os “milionários”.

 A partida de volta está marcada para o próximo domingo em Buenos Aires. O time necessitará de dois gols para manter-se na divisão principal. Certo é que o desespero bateu sobre toda uma nação chamada River Plate. Confira como foi.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=HI7cbQI_JZ0[/youtube]

As semifinais da Copa Ouro

E deu a lógica. Estados Unidos e México disputarão a final da Copa Ouro da CONCACAF. A dupla finalista derrotou Panamá e Honduras respectivamente ontem em território americano.

 Os donos da casa jogaram em Houston para 70 mil pessoas que viram a revanche da fase de grupos da competição quando os panamenhos impuseram um placar de 2 a 1 sobre os americanos. Mais concentrada, a equipe do técnico Bob Bradley tomou a iniciativa na maior parte do tempo, mas não teve facilidades. O gol da classificação sairia somente aos 33 minutos da etapa final com Clint Dempsey após boa jogada do ataque americano. Veja como foi.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zehC5_6coMk[/youtube] 

Já os favoritos mexicanos precisaram da prorrogação para abrir o placar e conseguir a classificação ao bater Honduras por 2 a 0 também em Houston. Jesus De Nigris aos 3 minutos e Chicharito Hernández fizeram o serviço. Confira.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=0QbBBDoCpJY[/youtube]

MENOS PRESSÃO DO QUE SE ESPERAVA

Peñarol e Santos iniciaram ontem no Estádio Centenário de Montevidéu a definição do título da Taça Libertadores da América de 2011. Em jogo duro, prevaleceu o equilíbrio entre as equipes e a partida terminou empatada em 0 a 0.

Torcida carbonera em festa

Depois de longa data, o Centenário, palco da final da Copa do Mundo de 1930, volta a ser cenário de grande espetáculo internacional. Tudo graças aos bons ventos que sopram por terras uruguaias. O quarto lugar da seleção do país na última copa em 2010 somado ao Peñarol de Diego Aguirre e Alejandro Martinuccio na Libertadores são os responsáveis pelo revigoramento do futebol celeste.

E foi assim, com o Centenário lotado, em festa, que Peñarol e Santos iniciaram a disputa que relembra tempos românticos do futebol como os confrontos das edições de Libertadores de 1962 e 1965.

A partida começou com o Santos mantendo mais posse de bola. Ambas as equipes jogavam com duas linhas de quatro e dois atacantes. O que se viu foi um Santos cauteloso e na expectativa de Neymar aplicar sua mágica. Não menos precavidos estavam os donos da casa. O Peñarol se armou de acordo com o que se viu durante a campanha carbonera em todo o torneio: muita força de vontade e raça compensando um time tecnicamente limitado que tem suas esperanças depositadas no atacante argentino Alejandro Martinuccio.

Olivera e Rafael em dividida

No 1º tempo, o Peñarol chegou com perigo em duas oportunidades. Aos 6 minutos com Juan Olivera que aproveitou falha da zaga santista e recebeu de Matias Mier para dividir com Rafael. Aos 44 minutos, os carboneros tiveram a melhor oportunidade quando Dario Rodriguez recebe pela direita após bola aérea e encobre Rafael. Por pouco o Peñarol não abre o placar. O Santos teve seus bons momentos com Neymar que, na sua melhor jogada aos 19 minutos, aplicou seus dribles pela direita, carregou a bola, atravessando todo o meio de campo, invadiu a área e assistiu, tocando para trás, Alex Sandro que fuzilou, obrigando o goleiro Sebastián Sosa a espalmar para escanteio. No minuto seguinte, Bruno Rodrigo acertaria o travessão através de cabeceio após cobrança de corner.

Rodriguez em desespero

Para a 2ª etapa, o Santos reinicia nova pressão. Logo aos 3 minutos, após chute de Elano e desvio de Danilo, Zé Eduardo chuta e Sosa faz grande defesa cedendo escanteio. Aos 10 minutos, o técnico Diego Aguirre tenta dar novo ânimo ofensivo à equipe com Fabián Estoyanoff no lugar de Mier. Aos 26, a grande chance para Zé Eduardo. Após boa jogada e cruzamento de Alex Sandro pela esquerda, o atacante santista cabeceia livre, no chão, mas para fora. Aos 29, a resposta do time local, Olivera e Martinuccio se atrapalham e o tiro ao gol vai para longe. A partir daí, o que se viu foi pressão do Peñarol à base do incentivo da torcida. O Centenário entraria por um breve momento em ebulição com o gol de Diego Alonso, recém entrado em campo ao substituir Olivera. O atacante, que concluiu a gol após chute cruzado de Martinuccio, estava em posição fora de jogo. Méritos para a arbitragem de Carlos Amarilla e seus auxiliares Nicolás Yegros e Rodney Aquino.

De resto, algumas jogadas esporádicas de perigo. Uma conclusão fraca no meio do gol de Martinuccio para fácil defesa de Rafael após lance de escanteio, outra conclusão de Neymar no meio do gol para defesa de Sosa, alguma catimba dos uruguaios sobre Neymar com alguma valorização ao estilo “cai-cai” do astro da Vila Belmiro, um Elano em final de temporada, inativo em campo, além de um Zé Eduardo falhando muito nas finalizações. E foi só. 0 a 0 no final. Nas estatísticas, mais equivalência de forças, pelo menos ontem. Maior posse de bola do Santos (52% a 48%) e mais chutes a gol do Peñarol (15 a 12).

Neymar marcado

Neymar viveu situação limítrofe entre ser considerado jogador que se joga ao chão ao menor sinal de perigo e ser vítima de deslealdade dos adversários. É melhor aprender. Vida de superstar do esporte bretão é assim. Vide Lionel Messi. Apanha, não valoriza, não se amedronta e parte com mais ímpeto para o gol adversário como um trator inatingível.

Para o Peñarol fica o consolo do bom retrospecto da equipe como visitante na competição. Se duvidar é só perguntar ao Internacional. Claro, livrou-se de eliminação em Buenos Aires via erro de arbitragem e infelicidade de Santiago Silva na cobrança de pênalti para o Velez Sarsfield, mas tudo bem. Há que se ter sorte na jornada da vida também.

Já o Santos pode contar a seu favor o fato de ter uma equipe tecnicamente superior. Não há dúvida sobre isso. Superioridade técnica que se tornou fortaleza tática através da chegada de Muricy Ramalho. Retranca com Neymar e, quem sabe, Ganso a resolver as coisas na frente? Pode ser. De qualquer forma, fato é que o Santos entrou bem postado em campo. Apenas foi dominado nos momentos finais do jogo graças à atmosfera motivacional empreendida pela torcida do Peñarol.

Contudo, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém e é bom lembrar: nas 10 últimas edições da Libertadores, foram 6 vitórias para os visitantes nos jogos de volta das finais contra apenas 4 sucessos dos anfitriões. Óbvio, história não entra em campo, não ganha jogo, mas vale como alerta para o clima de oba-oba. Afinal, o Santos precisará de qualquer vitória. Idem o Peñarol. Com empate rola aquela prorrogação esperta. Se permanecer a igualdade, pênaltis na cabeça.