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Chazinho de Coca – Ponte Preta fica no quase e o Coritiba é o 1º semifinalista da Copa do Brasil.

Bateu na trave a chance da Ponte Preta seguir viva na caminhada rumo a Libertadores. Mesmo dominando boa parte do jogo contra o Coritiba, a Macaca não conseguiu marcar um golzinho sequer, e chances não lhe faltaram. Os donos da casa pouco chegaram, mas conseguiram o gol que precisavam.

Marco Aurélio armou a Ponte no 4-4-2 clássico, dando total liberdade para os atacantes Danilo e Márcio Mixirica. Tinga e André eram os responsáveis pela armação. E que grande jogo fez o meia André, de longe o mais lúcido do time. Arisco, com bom passe e visão de jogo. Saia dele as grandes jogadas da Ponte, quase sempre pelo lado direito do campo.

O Coxa sentiu o atrevimento Campineiro e pouco produziu na 1ª metade do 1º tempo. A zaga alviverde esteve muito lenta e Danilo fez a festa por ali. Até os 30 minutos, o único lance de ataque do Coxa foi num chute de Marcelinho Paraíba, que foi parar na camada de ozônio.

Mas nos 15 minutos finais os donos da casa conseguiram equilibrar o jogo. Daí entrou em ação o ótimo goleiro Aranha, sempre ele. Aos 34 minutos Marcelinho Paraiba pegou rebote e encheu o pé, Aranha fez defesaça. Aos 42, em cobrança de escanteio, Felipe subiu livre no meio da área e cabeceou para outra bela intervenção do goleiro aracnídeo.

Na 2ª etapa a pressão da Ponte foi ainda maior e William a passou a ser o nome. Aos 6 minutos ele bateu falta com violência, mas Vanderlei fez grande defesa. Aos 10 minutos, novamente William, mas para fora.

Aos 16 com Mixirica, depois aos 21 com Marcos Aurélio e aos 25 com Deda, obrigando Vanderlei a fazer outra baita defesa. A sensação era a de que o gol era mesmo uma questão de tempo. Aos 30 minutos essa sensação tornou-se quase uma realidade, em grande jogada de William, que deixou a zaga para trás e chutou para mais uma baita intervenção de Vanderlei.

E então a sensação de gol tornou-se verdadeiramente uma realidade. Mas não da forma com que se desenhava. O apagado argentino Ariel recebeu um cruzamento quase que feito com a mão de Marcelinho Paraíba, subiu mais que o zagueiro campineiro e desviou no canto esquerdo, milimetricamente no único canto onde Aranha não conseguiria alcançar. E já eram 42 minutos passados da 2ª etapa. O time que brigou o tempo todo e não marcou um golzinho, teria 3, mais acréscimos para fazer 2. Fatura liquidada e o Coxa é o 1º classificado para as semifinais da Copa do Brasil. Se não foi brilhante, o Coritiba foi cirúrgico e Marcelinho Paraíba mostrou que ainda pode ser letal.

O Coritiba aguarda agora o jogo entre Internacional X Flamengo para saber quem será seu adversário nas semifinais.

Acompanhe o gol de Ariel:

Curiosidade

Na Copa do Brasil de 2000, Ponte Preta e Coritiba chegaram as semifinais da mesma competição. A Ponte foi eliminada pelo Corinthians e o Coxa pelo futuro campeão, o Grêmio. Aquela continua sendo a melhor participação da Macaca na Copa do Brasil. O Coxa repete o feito e sonha em ir além.

Metade verde de Campinas em festa.

Não bastasse a eliminação do maior rival da Copa do Brasil, o Guaraní ainda conseguiu na noite dessa terça-feira a sua 3ª vitória em 3 jogos pelo Brasileirão da série B. Bateu o Campinense, fora de casa, por 2X1 e lidera a série B. Vai Bugre!

Despeço-me da nobreza ao som de um petardo de Miles Davis – Half Nelson. Ouça e tenha um dia feliz:

Cheers,

Chazinho de Coca – Corinthians 8 X1

Corinthians 8 X1

Uma noite de quarta-feira para torcedor corintiano nenhum esquecer. Enquanto no Morumbi, sua torcida assistia ao seu time massacrar o adversário, seu time voltando a ser Corinthians, o sistema de som do estádio informava os gols, um após o outro, quatro no total, que seu maior adversário e favorito a tudo na temporada (até então), levava na lomba, bem longe dali.

O Timão enfiou quatro gols em um clube que vinha atravessado em sua garganta e classificou-se com sobras para a próxima fase da Copa do Brasil. Depois desse resultado, quem ousa duvidar da força corintiana na competição?

O Verdão, que ontem jogou como verdinho, levou quatro gols de um time que estava atravessado na garganta palmeirense, e que vai continuar por um bom tempo.

O novo Rincón da torcida alvinegra fez pelo Corinthians, o que os alviverdes esperavam que Valdívia, Diego Souza e cia fizessem por eles. Mano armou um Corinthians grande, voluptuoso, com cara e pegada de Corinthians. Luxemburgo também armou um Palmeiras grande, com o que havia de melhor disponível, mas não conseguiu ser Palmeiras em momento algum da partida. Dois resultados justíssimos!

Mano teve tempo para preparar seu time para essa decisão, Luxemburgo não. O Palmeiras teve a decisão Paulista no meio das partidas contra o Sport. No próximo domingo pode e deve ser campeão paulista depois de 12 anos. O Corinthians está na segunda divisão e não irá mais disputar nenhum grande clássico no ano, mas pode terminar o primeiro semestre classificado para a Libertadores de 2009. O Palmeiras deve sair da fila, sua torcida deve soltar o grito de campeão travado na garganta há anos, mas vai ter que brigar por seu espaço na América até dezembro próximo, quando se encerra o mais complicado campeonato nacional do planeta.

Coisas do mundo da bola.

Ao som de um vício que vem tomado conta da minha alma – Miles Davis & John Coltrane – Dear Old Stockholm

Abraços,

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Chazinho de Coca – Pimenta nos olhos dos outros é refresco!

Pimenta nos olhos dos outros é refresco!

Não, não irei falar a respeito do caso do tal gás de pimenta, nem da queda de energia, nem mesmo da “agressão” de Rogério Ceni em Valdívia. Esses assuntos são sim importantes e fizeram parte da história de um dos mais eletrizantes clássicos dos últimos anos. Mas a história foi protagonizada por Palmeiras e São Paulo, dois gigantes, duas bandeiras, duas camisas das mais importantes do mundo. A visão são-paulina foi escrita com maestria na coluna “La Mano de Dios” do Fábio. Confesso que dificilmente vou conseguir ser tão racional quanto ele, mas vou tentar.

Não por acaso, desde o final da partida, muitos palmeirenses amigos vieram conversar comigo a respeito do jogo. O sentimento que pude notar em todos, foi o de que toda a coletividade palestrina está sim, de alma lavada! Fosse o jogo de ontem contra o Corinthians, apesar da enorme rivalidade, o gosto não teria sido o mesmo. O Timão encontra-se hoje alguns degraus abaixo de SP e Palmeiras. O Timão não tem uma história recente de grandes duelos contra o Verdão. O time do Parque São Jorge esteve em alta exatamente quando o do Palestra Itália esteve em baixa. O Palmeiras ressurgiu como uma fênix no cenário da bola, mas em contrapartida o Corinthians despencou.
O time da moda (no bom sentido), aquele que vinha sendo o bicho papão, o time a ser batido era exatamente o São Paulo. Mas não apenas isso, o tricolor do Morumbi vem há tempos sendo a pedra no sapato palmeirense. Eliminações consecutivas na Libertadores. Derrotas tanto fora quanto dentro de casa. Gozações, ironias, galhofas vindas tanto da torcida, quanto do elenco e principalmente, da diretoria são-paulina.

O Alviverde imponente sendo colocado como clube ultrapassado em todas as ocasiões. A defesa que ninguém passa sendo facilmente vencida pelos até então imbatíveis atacantes tricolores. A linha e os atacantes de raça, demonstrando muita raça sim, mas pouca inspiração e quase sempre não fazendo frente às muralhas são-paulinas.

Mas mesmo nessas situações, a Torcida que canta e vibra esteve ao lado do time, sempre empurrando, acreditando, demonstrando amor. Já era mais do que hora de receberem algo em troca.

Pois desde os 4X1 da 1º fase do campeonato paulista, a torcida sentiu que esse Palmeiras era sim diferente dos de temporadas passadas. Era esse sim, o time ideal para retomar a dianteira, de fazer frente a qualquer um, mesmo ao até então, quase imbatível São Paulo. Era hora da retomada da dignidade, era chegada a hora de voltar ser Palmeiras.
Não bastava apenas vencer o São Paulo, tinha sim que vencer e mostrar-se superior. Ser favorito e fazer valer essa condição. Ver o goleiro adversário falhar e o seu, fechar o gol. Sentir que sua estrela é sim mais decisiva que a deles. E notar que a reação negativa do adversário ao final da partida nada mais era do que a constatação de que no campo, na bola, no futebol, hoje, inegavelmente, o Palmeiras é superior.

O alviverde Imponente trouxe de volta a alegria para aquela que nunca o abandonou, aquela que é e sempre será a Torcida que canta e vibra.

Falta agora poder, enfim dizer, que de fato é campeão!

Ao som dos gênios Miles Davis & John Coltrane – Round Midnight

Grande abraço,