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URUGUAI HEGEMÔNICO VENCE COPA AMÉRICA E RATIFICA CONDIÇÃO DE MELHOR DO CONTINENTE

Levantando a taçaNão poderia haver maior justiça. E foi o que aconteceu neste domingo em Buenos Aires. Com total autoridade, o Uruguai derrotou o limitado Paraguai por 3 a 0 e conquistou a Copa América de 2011.

 Para a partida final, o estádio Monumental de Nuñez do River Plate foi o palco escolhido. Aliás, a única partida a ser realizada na capital argentina. Comenta-se que mais por questões políticas que por razões nobres. Seja na Argentina, seja no Brasil, a política baseada em interesses são determinantes na definição de anfitriões de eventos futebolísticos de grande porte. Além de tudo, os distúrbios causados pela torcida do River Plate no Monumental pela ocasião do rebaixamento da equipe colocaram a utilização do estádio na final em xeque.

 Política à parte, uruguaios e paraguaios foram a campo com históricos diversos no torneio. Enquanto o Uruguai chegava com vitórias contundentes nos momentos agudos do torneio, o Paraguai estava lá graças exclusivamente a empates.

 Torcedores uruguaios atravessaram o Rio da Prata a rodo e lotavam o Monumental, transformando o estádio do River em extensão de Montevidéu.

Forlán na comemoração de seus gols

E o Uruguai tratou de tomar a iniciativa desde o início. Ficava claro desde cedo que o objetivo de Oscar Tabárez era partir logo para cima e tentar a definição o mais breve possível. Isso talvez pela ciência das limitações paraguaias que apenas tiveram um parêntese nas partidas contra Brasil e Venezuela na fase inicial do torneio.

 Já antes do gol inaugural, Néstor Ortigoza fez pênalti que o árbitro brasileiro Sálvio Spínola não viu.

 Não fez falta alguma. Luís Suarez marcaria o primeiro gol já aos 11 minutos de jogo. Porteira aberta para o Uruguai deitar e rolar. E mais: o Paraguai teria que sair para o jogo desta vez.

 Só que o Uruguai continuou a ditar as regras e, antes do final do 1º tempo, Diego Forlán fez seu primeiro gol na Copa América, ampliando para a Celeste.

Oscar Tabárez: colhendo frutos

Na 2ª etapa, houve um esboço de reação paraguaia, nada que Fernando Muslera não pudesse evitar. No melhor lance, Nelson Valdéz recebeu belo lançamento e Muslera tocou o suficiente para que a bola fosse desviada para o travessão. O Paraguai ficou nisso.

 O terceiro gol uruguaio foi apoteótico. Já aos 89 minutos de jogo, a Celeste puxa contra-ataque veloz que é finalizado com Diego Forlán na saída de Justo Villar. Uruguai implacável. 3 a 0 e campeão da Copa América.

 Título mais que merecido para o Uruguai. Conquista que significa a hegemonia continental para este pequeno e pacato país sul-americano, já que foi a 15ª Copa América do país, contra 14 dos argentinos e somente 8 dos brasileiros.

Centenário em festa

Uruguai que teve o auge no futebol lá pela primeira metade do século XX com as Copas do Mundo de 1930 em casa e 1950 no Brasil. Figurou entre os melhores até os anos 70 quando foi semifinalista da Copa do México, caindo somente perante o Brasil de Pelé, e quando ainda via os poderosos Peñarol e Nacional ganharem suas Libertadores.

 Vieram os anos 80 e com eles a degradação econômica da América Latina. Jogadores formados no Uruguai que passavam e se consagravam nas grandes equipes do país começaram a tomar rumos sem escala para a Europa. Murchava o amor à camisa celeste da seleção. A produção de talentos escasseou. Talvez seja algo semelhante ao que ocorre com o Brasil atual onde o sonho de qualquer jovem que milita no futebol seja ganhar a Champions League por algum grande clube europeu em vez de vestir a camisa de grandes clubes brasileiros ou ganhar a Copa do Mundo pela Seleção. Claro, aqui há o componente político para bagunçar ainda mais o coreto.

Montevideo party

 Já nos anos 2000, com a chegada de Oscar Washington Tabárez – uruguaio de Montevidéu, com passagens em equipes importantes do futebol mundial como Peñarol, Boca Juniors e Milan – no comando técnico da Celeste, algo de diferente começou a ocorrer no país. Peneiras foram promovidas por todo o território uruguaio a fim de descobrir novos talentos. Nova geração despontou. Geração que, apesar de expatriada como as anteriores, mostrava novamente amor pela Celeste.

 Diego Lugano, contestado até mesmo quando chegou ao futebol brasileiro via São Paulo FC, é um dos símbolos do grupo. Campeão de tudo pelo clube brasileiro, transferiu-se para a Europa, fez a vida lá, mas não esquece a raça (às vezes até com um pouco de exagero) ao jogar pela sua seleção.

 O outro Diego, o Forlán, ainda declararia no pós-jogo que a honra e a emoção eram enormes, já que avô e pai levaram o mesmo caneco para o país. Aquela velha história de legado da família. Conscientização emocional que falta ou não é permitida que se tenha devido a circunstâncias adversas em terras tupiniquins.

 E outros exemplos são dignos de nota. Luís Suarez, astro do Liverpool e talvez o melhor da Copa América. Sebástian “Loco” Abreu, o ídolo botafoguense, ainda que no banco, mantém-se fiel à união do grupo.

 Eis a geração lapidada com tempo e paciência no Uruguai de cerca de 3 milhões de habitantes, dando lições nos gigantes Argentina e Brasil. E não é de hoje. Com a Copa América ganha em terras porteñas, o Uruguai apenas ratifica algo que começou ter resultado há um ano na África do Sul, quando chegou ao 4º lugar, à frente de todos os outros sul-americanos: a hegemonia continental no momento. Cabe aos outros correrem atrás do prejuízo.

Mario Ballotelli

 Que algumas equipes europeias estejam em pré-temporada pela América do Norte, muita gente já sabe. Que o Manchester City está por lá também, outros tantos estão a par. Que o City tenha empatado por 1 a 1 com Los Angeles Galaxy, tudo bem, sem novidades, pré-temporada para os europeus e meio de temporada para os americanos sedentos em aprender com eles.

 O diferente nisso tudo foi a jogada de Mario Ballotelli do City. O italiano tinha tudo para marcar. Mas quis fazer firula. Resultado: perdeu o gol. Companheiro indignado ao lado e substituído pelo irado técnico Roberto Mancini, também italiano. Na saída discussão entre ambos e Ballotelli inconformado no banco. Seria caso para tanto stress do treinador? Ou Ballotelli brincou com o que não deve? Só conferir a seguir.

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