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MUITO ALÉM DOS TRÊS PONTOS

O jogo, em si, significava muito para a Portuguesa. Afinal, Fluminense, Bahia e Criciúma venceram e, em caso de derrota frente ao Galo, a situação ficaria desesperadora nesta reta final. Entretanto, no único atrativo que sobrou do já decido BR13, a Lusa se superou e deu um passo importantíssimo na luta contra o rebaixamento. A Rubro-Verde venceu com autoridade o desinteressado Atlético-MG, no Canindé, por 2 a 0 e subiu na tabela, chegando aos 44 pontos, ocupando agora a décima terceira colocação, restando apenas três partidas para o término da competição. Pode-se dizer que este foi um resultado crucial para o atual momento, valendo muito além dos três pontos.

Cobiçado pelos rivais regionais e de outros grandes centros, um dos destaques do time neste Brasileirão, o volante Bruno Henrique teve, novamente, boa atuação, deixando sua marca diante do atual campeão da Libertadores. O outro tento foi anotado pelo atacante Henrique.

Após longas cinco rodadas sem vencer, os comandados de Guto Ferreira finalmente conquistaram uma vitória. E que vitória! Rivais diretos contra o descenso, como Vasco e Coritiba, tropeçaram, aumentando ainda mais as chances da Portuguesa de permanecer na elite do futebol nacional.

Fato é que o acúmulo desumano de jogos e o elenco limitado fizeram com que grande parte dos jogadores tivessem um declínio técnico e, principalmente, físico. Sem contar as suspensões, erros de arbitragem e salários atrasados, que também atrapalharam bastante. Há cerca de um mês, em meu último post, chamava a atenção para a situação confortável em que encontrava-se a equipe paulista, porém infelizmente a breve sequência sem vitórias trouxe à tona o velho fantasma de quase todas as temporadas lusitanas: o rebaixamento. Por sorte, este ano muitos clubes, alguns até grandes, estão fazendo uma forcinha extra para ocupar um lugar ilustre na Série B 2014.

No próximo domingo, frente ao Bahia, fora de casa, a Lusa fará uma verdadeira final. Quem vencer este duelo praticamente afunda o rival e elimina os riscos de queda.

Bruno Henrique comemora gol que abriu a vitória da Lusa sobre o Galo no Canindé (Foto: Alan Morici/Agência Estado)
Bruno Henrique comemora gol que abriu a vitória da Lusa sobre o Galo no Canindé (Foto: Alan Morici/Agência Estado)

EM BUSCA DO FINAL FELIZ

Falta pouco, torcedor lusitano.

De acordo com alguns matemáticos de plantão, mais três vitórias e a Lusa terá um final feliz neste 2013 que parece interminável. Vivendo sob a incompetência administrativa peculiar que emana nos arredores do Canindé há pelos menos duas décadas, os atletas rubro-verdes têm demonstrado hombridade e, sobretudo, caráter. Afinal, a campanha da equipe no BR13, se não é ótima, ao menos é de regular para boa.

Com o empate diante dos baianos do Vitória, ao término da 30°rodada a Portuguesa soma 38 pontos e ocupa a 13°colocação. Mesmo com as últimas boas apresentações, o risco do rebaixamento ainda ronda o Canindé. Principalmente pelo fato do campeonato estar equilibradíssimo – na parte de baixo, é claro. É de cinco pontos a diferença entre Lusa e Vasco, primeiro time atualmente do temido z4.

Enquanto isso, vislumbrando arrecadar uns trocados a mais para quitar a incômoda dívida salarial com os atletas, Da Lupa e Cia. decidiram usar a velha tática de time pequeno de bairro: vender o mando de campo para um estádio neutro visando lucrar com a renda, ainda mais quando o adversário trata-se de um gigante como o Flamengo, dono da “maior torcida do Brasil”.

Quando atuou fora de seus domínios mas jogou como mandante, a Lusa aplicou sonoros 4 a 0 diante do turbulento Corinthians do, ainda, ameaçado Tite. Só para se ter um exemplo, a renda líquida desta partida foi de R$ 830.425,00. Sem contar a partida de ontem, que também teve pouco público, na última vez que mandou uma peleja no Canindé, a Rubro-Verde arrecadou 15.580,65. Com míseros 3.353 pagantes.

A verdade é que este campeonato está chato pra cacete. O equilíbrio se dá pelo baixo nível técnico das equipes. Como disse nosso ilustre amigo feroz Rene Luis Crema, o popular Parmera, nos canais do F.F.C. no Facebook: “Este Brasileirão 2013 merecia ter ao menos 12 rebaixados”.

Enquanto isso, a Lusa busca mais 9 gloriosos pontos para conquistar o objetivo do ano: fugir da degola.

Na foto, toda a devoção do jovem torcedor lusitano pedindo aos céus por uma vitória de seu time
Na foto, toda a devoção do jovem torcedor lusitano pedindo aos céus por uma vitória de seu time

PORTUGUESA 3X0 SANTOS – RECUPERAÇÃO LUSITANA EM GRANDE ESTILO

Após levar 4 gols do líder Cruzeiro em trinta minutos de jogo, a Lusa se recuperou em grande estilo no BR13 ao vencer, com autoridade, o Santos, em casa, pelo placar de 3 a 0. Embora tenha sofrido a derrota acachapante para a Raposa no meio de semana, a equipe de Guto Ferreira, ainda assim, é a segunda mais regular do segundo turno do certame – com cinco vitórias e apenas duas derrotas. Foram 15 pontos ganhos dos 21 disputados.

O triunfo diante do Peixe, além de marcar a retomada da confiança do elenco, decidiu também a melhor campanha entre os times da capital. Em um ‘pequeno paulistão’, a Lusa lidera, com 4 vitórias, 1 empate, 1 derrota. 12 gols a favor , 6 contra – 13 pontos. Entre esses resultados, estão os 4 a 0 sobre o Corinthians e a vitória contra o alvinegro praiano.

Com 100% de aproveitamento em seus domínios, a sexta vitória seguida no Canindé, além subir a equipe para a décima colocação na tabela, fez a Rubro-Verde alcançar números que podem credencia-la a ser o melhor representante paulista na competição, superando, por exemplo, a bela campanha de 96, quando se sagrou vice-campeã, sendo derrotada pelo Grêmio, no Estádio Olímpico, com um gol de Aírton nos minutos finais.

Colada nos rivais, a possibilidade de terminar à frente de Corinthians e Santos, anima a torcida. A diferença para o Botafogo, atualmente 4°colocado, com 43 pontos, é de apenas 9. Se manter a pegada, quem sabe ano que vem não poderemos ter a Lusa na Libertadores.

Fato é que o objetivo – fugir do rebaixamento -, foi alcançado. Matematicamente ainda é possível, mas o futebol apresentado dentro das quatro linhas não me fazem acreditar que isso voltará a acontecer. A Lusa vive uma grande fase, que talvez não atravessasse desde 2011, quando realizou bela campanha na Série B, sendo apelidada como ‘Barcelusa’.

O único ponto negativo em meio a tantos positivos é o descumprimento da diretoria para com os atletas. A maior parte dos salários e direitos de imagens ainda continuam atrasados. Souza, capitão e líder da equipe, em entrevista coletiva após a partida, cobrou os dirigentes, dizendo que dentro de campo os jogadores estão honrando as cores da Portuguesa, só faltam algumas pessoas fazerem seu trabalho com mais responsabilidade.

O próximo compromisso da Lusa será frente ao Goiás, quinta-feira, no Canindé, às 19h30 (horário de Brasília). Se vencer, os comandados de Guto Ferreira, dependendo dos resultados, poderão colar no G4.

VAI, LUSA!!!

Jogadores da Portuguesa comemoram o gol do lateral Luis Ricardo contra o Santos (Foto: Ricardo Nogueira / Agência Estado)
Jogadores da Portuguesa comemoram o gol do lateral Luis Ricardo contra o Santos (Foto: Ricardo Nogueira / Agência Estado)

PORTUGUESA 4 X 0 CORINTHIANS – A ASCENSÃO E A CRISE EXPOSTAS EM 90 MINUTOS

Histórico. Talvez seja esta a melhor palavra para classificar a goleada surpreendente da Portuguesa para cima do Corinthians na tarde do último domingo, em Campo Grande, pela 24°rodada do BR13. De um lado uma equipe em plena ascensão. Do outro, um punhado de jogadores preguiçosos. Os mesmos que fizeram do Corinthians campeão de tudo num passado (bem) recente, e agora em um clube jogado às traças de uma crise que muitos insistiam em não ver.
O Corinthians acordou de seu universo paralelo. Por outro lado, através deste resultado, a Lusa confirma o que faltava ao seu limitado, porém esforçado elenco.

O feito da Rubro-Verde é tão grande e digno de aplausos que nenhuma equipe fez em 2013 três gols no Timão. Dono de uma das melhores defesas da atual competição, desde a última rodada do campeonato passado, diante do São Paulo, que o Alvinegro não era vazado por mais de duas vezes. Sem contar que foi a primeira goleada da equipe sob o comando de Tite, que balança no comando do clube.

Com os três gols marcados no “clássico”, o atacante Gilberto – que quase se tornou jogador do próprio Corinthians em 2011, ainda quando atuava pelo Santa Cruz-PE -, chegou a marca de 11 na competição. Em um comparativo rápido com o pomposo e milionário setor ofensivo corintiano, o camisa 9 lusitano anotou, sozinho, mais que a metade de toda a equipe alvinegra até o momento no torneio. Os comandados de Tite possuem o segundo pior ataque do certame, com míseros 20 gols.

Embalada com três vitórias seguidas, a Lusa se afastou de vez da zona da degola, ultrapassando, inclusive, o próprio Timão na classificação, ocupando agora a 11ª colocação, com 31 pontos. Seis de vantagem para o Criciúma, hoje 17º e primeiro integrante do Z-4.

O próximo compromisso da equipe de Guto Ferreira será diante do Cruzeiro, quarta-feira, às 19h30, no Mineirão. Um grande teste para, de fato, provar a boa fase do time.
Fato é que só o futebol e sua imprevisibilidade para ser tão dinâmico em um mundo esportivo cada vez mais imediatista e hipócrita. Os 4 a 0 sintomáticos da Lusa diante dos atuais campeões mundiais, há um ou dois meses soariam tão impactantes quanto uma demissão de Tite atualmente, que está ameaçado. Enquanto a fase muda (para melhor) no Canindé, do outro lado torcedores “profissionais” continuam prejudicando o clube nas arquibancadas do país.

Jogadores da Portuguesa comemoram um dos gols da goleada por 4 a 0 diante do Corinthians, em Campo Grande. Detalhe para a placa de publicidade. Quantos gols? ((Foto: Moisés Palácios / Futura Press)
Jogadores da Portuguesa comemoram um dos gols da goleada por 4 a 0 diante do Corinthians, em Campo Grande. Detalhe para a placa de publicidade. Quantos gols? ((Foto: Moisés Palácios / Futura Press)

QUANDO O TREINADOR É O CRAQUE DO TIME

Ele não entra em campo, não faz gol, nem tampouco mágica, mas é o responsável direto pelo bom funcionamento de um clube de futebol. Desde a parte psicológica até a tática. Por princípio, o técnico de futebol é aquele que deve conhecer muito bem a sua equipe e, principalmente, o adversário. Mesmo com a profissão ultimamente superdimensionada, às vezes, lhe é concebida uma responsabilidade que não condiz com suas obrigações, mas às vezes também ele acaba sendo o craque do time. Capaz de conduzir o time ao objetivo planejado, assumindo – nas entrelinhas-, o papel de protagonista. Temos inúmeros exemplos de treinadores que adotam ou já adotaram este tipo de postura. Atualmente, no BR13 temos dois exemplos claros: o ascendente São Paulo de Muricy, e a emergente Portuguesa de Guto Ferreira – clubes que ainda flertam com a zona de rebaixamento, mas que alcançaram a “calmaria” após a mudança no comando técnico.

O bom momento vivido pela Lusa se deve exclusivamente ao excelente trabalho de seu treinador. Após a saída de Gilson Kleina da Ponte Preta, em setembro do ano passado, Guto assumiu a equipe campineira e a levou a disputa da Sul-Americana. Este ano, pegou a Portuguesa entregue, afundada no limbo da tabela e sem perspectivas de mudança. Mas ele mudou. Tudo. E todos. O clima, antes pesado devido ao conturbado e recorrente ambiente político, hoje foi blindado pelo treinador, que deu tranquilidade a equipe, tirando de cada jogador o seu melhor.

Dona de uma das melhores campanhas do segundo turno, com 5 vitórias nos últimos sete jogos, a Portuguesa venceu mais uma na luta contra o rebaixamento. A vítima da vez foi o oscilante Internacional, em Novo Hamburgo. A vitória fez a equipe rubro-verde alcançar o 14°lugar na tabela, com 28 pontos. Quatro a mais que o Criciúma, primeiro do Z-4.

De acordo com levantamento realizado pelo globoesporte.com, desde que chegou para o lugar do polêmico Coronel Pimenta, em 28 de julho, a Portuguesa de Guto somou metade dos pontos que disputou (21 de 42), fazendo crescer o aproveitamento, antes de 25,9%, para 40,6%. Para se ter uma dimensão do momento, com este número, jamais uma equipe foi rebaixada no Brasileirão de pontos corridos.

No caminho certo, a meta agora é vencer os times de cima, como aconteceu ontem diante do Colorado. Nas 14 partidas até aqui sob o comando de Guto, a equipe venceu seis; cinco foram contra concorrentes diretos: São Paulo, Bahia, Ponte Preta, Vasco e Náutico.

Fato é que o trabalho de Guto começa até a chamar atenção de clubes maiores que a Lusa. Você apostaria no trabalho de técnicos como Guto para comandar seu time? Eu, sim.

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