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ERROS E FATALIDADES

Duas grandes partidas repletas de grandes astros abriram as quartas de final da UEFA Champions League com destaque para erros e acasos determinantes em ambos os resultados finais.

 

 

Gianluigi Buffon: um dos vilões da derrota da Juventus frente ao Bayern
Gianluigi Buffon: um dos vilões da derrota da Juventus frente ao Bayern

Paris Saint Germain FC  2×2 FC Barcelona

Paris, França

Em verdadeiro desfile de craques no Estádio Parc des Princes, PSG e Barcelona fizeram uma das melhores partidas da temporada com ingredientes técnicos, táticos e individuais agradáveis para toda espécie de fã de futebol. O confronto do time montado à custa de muito dinheiro contra a equipe formada na base.

Lionel Messi, David Beckham e Lucas Moura (atrás)
Lionel Messi, David Beckham e Lucas Moura (atrás)

O técnico Carlo Ancelotti iniciaria a noite de surpresas com escalação relativamente surpreendente, dado o peso do adversário, ao abrir mão de Marco Verratti como marcador e promoção de David Beckham para povoar o meio de campo que contaria ainda com Blaise Matuidi e Javier Pastore, além de Lucas Moura.

Duelo de titãs: Lionel Messi marcado por Thiago Silva
Duelo de titãs: Lionel Messi marcado por Thiago Silva

No Barcelona, a grata novidade ficava por conta do retorno de Tito Vilanova ao banco blaugrana após temporada estadunidense de tratamento de saúde.

Messi conclui a gol antes de se contundir
Messi conclui a gol antes de se contundir

E, de fato, viu-se 1º tempo eletrizante em Paris com a equipe local impondo-se sobre os temidos visitantes em diversas ocasiões.

O PSG criaria situações de ouro com Ezequiel Lavezzi e Zlatan Ibrahimovic.

Daniel Alves: grande atuação em Paris
Daniel Alves: grande atuação em Paris

A defesa do Barça, em momentos pouco habituais, ver-se-ia em dificuldades em tentar parar o jovem e habilidoso Lucas Moura que mostraria grande utilidade ao esquema de Ancelotti ao jogar um pouco mais recuado em comparação aos tempos de São Paulo FC e mesmo em outras partidas do PSG neste ano. Recuo estratégico que foi demonstrado com ótimo contra-ataque puxado pelo brasileiro que resultou em assistência a Ibra chutando para fora.

Zlatan Ibrahimovic em posição fora de jogo no momento do cabeceio de Thiago Silva
Zlatan Ibrahimovic em posição fora de jogo no momento do cabeceio de Thiago Silva

Ibra é sempre útil em qualquer equipe. Não foi diferente dessa vez, mas o sueco mostrava-se um pouco lento nos reflexos frente a seus marcadores em alguns momentos.

Pelo lado do Barcelona, os cérebros e artistas do time eram todos muito bem vigiados pelo sistema defensivo parisiense. O destaque ficaria por conta dos duelos “mano a mano” entre Lionel Messi e Thiago Silva. Contudo, era algo que permitia boa liberdade para o lateral Daniel Alves atuar.

David Beckham
David Beckham

E foi com ele que surgiria o gol inaugural através de belíssimo lançamento para Messi, que se encontrava livre pela esquerda, para concluir na saída de Salvatore Sirigu. Barcelona na frente. Verdadeiro castigo para os anfitriões.

No 2º tempo, a partida perdeu em ritmo e intensidade. E perdeu mais com a saída de Lionel Messi lesionado. Sua presença no jogo de Barcelona é ainda incerta.

 

Momento do contato: Alexis Sanchez e Salvatore Sirigu
Momento do contato: Alexis Sanchez e Salvatore Sirigu

Mesmo sem Messi, o Barça imporia seu jogo, à base do “tiqui-taca”, com boas chances de ampliar o placar com Sergio Busquets, Xavi e Daniel Alves.

Somente no quarto final da partida, o PSG voltou a acelerar o ritmo.

O esforço dos locais seria premiado aos 79 minutos, mas de forma irregular, após cabeceio de Thiago Silva na trave e rebote para Ibrahimovic concluir em posição fora de jogo. Erro da arbitragem comandada pelo alemão Wolfgang Stark.

Victor Valdéz não conseguiu evitar o empate od PSG
Victor Valdéz não conseguiu evitar o empate od PSG

Aos 89 minutos, assistência fantástica de Cesc Fábregas para Alexis Sanchez penetrar na área, cavar e sofrer penalidade em precipitação do goleiro Sirigu. A reclamação dos parisienses foi intensa. Sanchez teria se jogado, mas o contato aconteceu.

Xavi fez 1×2 para o Barcelona e verdadeira onda de desânimo se abateu sobre os anfitriões. Tanto esforço para nada.

Aí, mais uma vez o destino entraria em ação, aos 93 minutos desta vez.

O árbitro Wolfgang Stark
O árbitro Wolfgang Stark

Assistência de cabeça de Ibrahimovic para Blaise Matuidi chutar bola que teve trajetória levemente desviada, o suficiente para enganar Victor Valdéz e entrar.

Empate final em 2×2 que mantém a disputa em aberto, ainda que com favoritismo para o Barcelona em sua casa.

Resultado fortemente influenciado por erros da arbitragem, do goleiro Sirigu ao não se furtar na tentativa bem sucedida de Alexis Sanchez cavar a penalidade, além das fatalidades em lesão de Lionel Messi e no chute final desviado de Matuidi.

 

 

FC Bayern 2×0 Juventus FC

Munique, Alemanha

 

Eis a partida decisiva onde mais se esperava equilíbrio e onde mais se viu predomínio de um time sobre o outro.

Thomas Müller marca o segundo gol do Bayern na Allianz Arena
Thomas Müller marca o segundo gol do Bayern na Allianz Arena

As coisas ficariam claras desde o início que não seria dia para os visitantes da Juventus, ocorrendo o inversamente proporcional para os locais do Bayern.

Após goleada histórica de 9×2 sobre o Hamburgo pela Bundesliga e enormes perspectivas de conquista do título nacional alemão de forma antecipada no próximo final de semana, a atmosfera não poderia ser mais favorável para os bávaros, certo?

Errado, poderia ser e foi ainda melhor!

David Alaba
David Alaba

Logo aos 25 segundos de jogo, Andrea Pirlo erraria passe, a posse de bola seria recuperada por Bastian Schweinsteiger que tocaria para o austríaco David Alaba arriscar de longe, a trajetória sofreria desvio em Arturo Vidal e entraria, fora de alcance para Gianluigi Buffon.

Franck Ribéry
Franck Ribéry

Prenúncio de noite perfeita para o Bayern e jornada infeliz para a Juventus.

Tudo estava tão favorável ao time da Baviera que, inclusive na adversidade, tudo acabou dando certo.

Aos 16 minutos de jogo, Toni Kroos deixa a partida lesionado, abrindo espaço para a entrada de Arjen Robben que teria participação muito positiva no domínio territorial dos anfitriões ao longo de toda a partida.

As ações foram todas controladas pelo Bayern na 1ª etapa, a ponto da Juve terminá-la sem finalizações a gol.

No 2º tempo, o quadro não seria muito diferente e o 2º gol surgiria em lance de erros de arbitragem e do consagrado goleiro Buffon.

Mario Mandzukic fora de jogo após chute de Luiz Gustavo e rebote concedido por Gianluigi Buffon
Mario Mandzukic fora de jogo após chute de Luiz Gustavo e rebote concedido por Gianluigi Buffon

Luiz Gustavo arriscou de longe contra o já desacreditado guarda-rede italiano àquela altura da partida, Buffon não agarrou a bola, concedendo rebote que teve a sobra de Mario Mandzukic, em posição fora de jogo, para tocar para Thomas Müller concluir.

Falha da arbitragem que não tirou o mérito da vitória alemã sobre uma Juventus que sequer teve ânimo para reclamar dada a fraca atuação da equipe.

Caberá à Juve buscar o déficit no placar agregado em Turim contra a fortíssima equipe de Jupp Heinckes. Trabalho para Antonio Conte montar sua estratégia não faltará.

DIVISOR DE ÁGUAS É A COPA DO BRASIL.

Ao Palmeiras o restante da temporada depende exclusivamente do que acontecer na Copa do Brasil. Se vencer o Grêmio e depois conseguir o título contra Coritiba ou São Paulo, certamente o péssimo momento será esquecido e uma janela de calmaria dará ao time a tranqüilidade necessária para conseguir a pontuação para não ter dores de cabeça no BR12. Tendo ainda a Copa Sulamericana pela qual brigar.

É certamente o melhor dos cenários que o palmeirense pode imaginar até dezembro.

Se o título na Copa do Brasil não vier, o cenário então será desolador e desde que muita coisa mude, o destino desse time tem tudo para ser a série B.

Leia atentamente o trecho anterior antes de cornetar.

Até o presente momento o time de Felipão não venceu nenhum adversário da 1ª divisão. Na Copa do Brasil está invicto, mas não enfrentou nenhum adversário da elite. No BR12 vem de derrotas para Grêmio, Sport e Atlético MG, além de um empate contra a Portuguesa. Se o leitor mais atento considerar que a Portuguesa até o presente momento faz figuração na séria A, então a coisa fica ainda pior para o Palmeiras. E fica ainda mais grave se voltarmos ao Paulistão, onde exceto os 4 grandes, temos apenas a Ponte Preta e a Portuguesa na 1ª divisão. Neste cenário o alviverde tem então duas vitórias contra times da elite na temporada: Santos e Ponte.

Daí olhamos a escalação de ontem contra o Galo:

Bruno; Cicinho, Thiago Heleno, Henrique e Juninho; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Daniel Carvalho e Felipe, Luan e Barcos.

Na 2ª etapa entraram João Vitor, Mazinho e Maikon Leite.

Você olha para o banco e vê Leandro Amaro, Patrick, Arthur e outros do tipo. Um amontoado de jogadores nota 5,5 ou 6 misturados a outros sem nota, além de Barcos e Henrique.

Então imaginar que com esse material que já trabalha junto há tempos as coisas possam mudar drasticamente é ser demasiadamente torcedor, quando o momento pede ponderação. Nada irá mudar com o que se tem.

Diz a boca média que contratações serão feitas na janela de transferências. Thiago Ribeiro, Obina, Eder Luis, nenhum deles irá mudar o patamar do time, com todo o respeito. Del Piero e Gattuso estão dando sopa e alguns clubes brasileiros parecem já iniciar movimentação por eles. E isso não é sonhar alto. É sonhar justo. O Palmeiras, no entanto, parece que não enxerga o mercado exterior. Nem sequer olham para nossos vizinhos, cheios de jogadores de meio talentosos, de baixíssimo custo. Vão preferir gastar 5 mi de euros no Thiago Ribeiro.

Mas se nada ou quase nada pode ser feito para mudar essa perspectiva tenebrosa, então o que fazer?

O que foi que o Santos fez em 2002 e agora em 2010?

Financeiramente debilitado e precisando dar uma guinada no time, apostou nas jóias da base.

“Ahhh, mas não é todo dia que se tem um Neymar”. É o discurso do descrente.

Não precisa ser Neymar. Basta ser Bruno Dybal, Diego Souza e Luiz Gustavo. Jogadores de comprovado talento da base alviverde. Da mesma base que todo mundo gosta de dizer que não revela ninguém.

Será que na verdade o que falta é maior boa vontade de quem pode puxá-los para o time de cima ao invés de qualidade na base?

A última vez que jogadores da base assumiram a responsabilidade no time de cima foi também emergencialmente. Vagner Love, Diego Souza e Edmilson reconduziram o time de volta a elite e no ano seguinte recolocaram o Palmeiras na Libertadores.  Nem eram grandes craques. Mas ao contrários dos medalhões daquele time, eram moleques cheios de vontade de aparecer para o cenário da pelota. Compromissados com o time e consigo próprios.

“Pô, mas é muita responsabilidade para o garoto”. O mesmo descrente volta a me cornetar.

São jogadores profissionais e que já passaram por todas as fases de preparação. São da seleção sub 20 e vivem pedindo a atenção do Profº Scolari. Querem jogar, podem colaborar e é disso que o time precisa.

Ao fechar os olhos para esses jogadores, Felipão comete um desserviço ao clube e uma injustiça com estes profissionais.

Se não der certo, paciência. Não vai dar certo de qualquer jeito da forma que está e como não vem dando nos 2 anos onde Felipão é o chefe. Mas pode dar. Tem que tentar.