Arquivo da tag: Luiz Felipe Scolari

SANTOS 1X0 PALMEIRAS. E QUE ACABE LOGO O BR11.

De erros e acertos vivemos nossos dias, nossas condutas, nossas escolhas. Ser humano é errar e com eles aprender a acertar. No futebol erra o atacante que não faz gol, o meia que não arma, o zagueiro que erra o bote, o marcador que não sai do chão na bola cruzada na área, o goleiro que leva gol em bola defensável, o técnico que erra na escalação, na armação, nas alterações do time.

As vezes o seu acerto passa despercebido pela imersão em um mundo de erros, em um universo de avessos.

Considerei um acerto de Felipão a escalação de três zagueiros diante do Santos, na Vila Belmiro. Oras, o seu Palmeiras não bate no América, não vence o Atlético GO com dois jogadores a mais, óbvio então que diante do campeão da América a dificuldade seria maior. Óbvio que após todos os mandos desmandados pelos comandados sem horizonte, Felipão deveria se precaver, pensar antes em não perder.

Óbvio que isso não é Palmeiras. Mas há anos que o Palmeiras não é Palmeiras.

Ao Santos o BR11 é um mero estorvo até os dias do tão sonhado Mundial. Enfrentar os times do BR11 não muda nada quando se tem em mente o Barcelona.

Sobre o Peixe eu digo há tempos, tire o Neymar e o Santos vira um time comum, dentro da média dos clubes brasileiros, que infelizmente é baixa.

Sobre o Palmeiras eu também digo há tempos. Os pseudos ídolos não acrescentam nada. A média brasileira vale então ao Palmeiras também. Só não vale a confiança de Felipão.

Na escolha dos três zagueiros acertou Felipão. Nas trocas de 6 por meia dúzia, nas trocas de volante por lateral direito, em tese errou, mas pergunto: Mesmo que quisesse, dava para acertar?

O que seria acertar neste caso? Colocar o time pra frente com o que? Com quem?

Felipão tentou então trocar o “seis” por uma “meia dúzia” que funcionasse melhor.

Muricy sem a metade do seu time que veste a camisa 11 ainda tinha um Borges no qual apostar. O Borges que subiu sozinho, em meio aos três zagueiros, mais os três volantes do Palmeiras e cabeceou sozinho, ainda quase permitindo ao único ótimo do alviverde, Deola, operar um milagre.

O Palmeiras precisa torcer para o ano acabar logo. Precisar torcer para que seja contratado o quanto antes um diretor remunerado que blinde o treinador, seja Felipão ou o Zé da Esquina. Precisa também, depois de tudo isso, pensar como Palmeiras e trazer jogadores dignos de ser Palmeiras.

Ao Santos resta torcer para o BR11 se arrastar. Para que Ganso se recupere e que Neymar seja mais Neymar do que tem sido, para então sim imaginar fazer alguma frente ao Barcelona.

A meu ver, o nível do futebol brasileiro é lastimável. O melhor time do país não faz cócegas ao melhor do mundo. Mas ainda assim, com desfalques e tudo, pouco precisou suar para vencer o alviverde imponente de história, impotente de jogo.

O Santos não irá cair, assim como Palmeiras irá se arrastar até o final desse BR11.

Despeço-me da camaradagem feroz ao som do Stone Roses – Love Spreads

Cheers,

FELIPÃO NA BERLINDA: A OPINIÃO DO BLOGUEIRO

Confira a opinião de alguns palmeirenses leitores do Ferozes FC sobre a situação de Felipão no Palmeiras:

http://www.ferozesfc.com.br/felipao-na-berlinda-com-a-palavra-o-palmeirense/

————————————–

FELIPÃO NA BERLINDA: A OPINIÃO DO BLOGUEIRO

Em meu post logo após a derrota do Palmeiras para o Inter, usei dos números de Gian Oddi da ESPN para ilustrar o quanto aqueles 3X0 eram emblemáticos em demonstrar que, ainda que possua sua parcela de culpa, Felipão é o menor dos males do Palmeiras.

Contra o Inter o Palmeiras finalizou 26 bolas, 17 delas acharam o retângulo chamado gol. Qual a culpa do velho Bigode em não possuir um Leandro Damião, que por parte do adversário guardou 3 das 9 oportunidades que o colorado criou ao longo de todo o jogo?

Será que ele não gostaria de ter uma perna que fosse daquele Damião para escalar como centroavante?

“Ah, mas foi ele quem escolheu esses jogadores. Ele quem trouxe Wellington Paulista e não deu chances ao cara”.

Concordo. Mas será que a diretoria traria o Ibrahimovic se ele pedisse? Mesmo o Borges, que vinha encostado no Grêmio. Será que Felipão não pediu algo melhor e lhe foi oferecido um Dinei?  Ainda assim, o mesmo cara que fez de Oséas ídolo marcador de gols e transformou o Pena (PENA!) em artilheiro, não conseguir encaixar um Wellington Paulista em um time sem nenhuma opção é de estranhar, não?

Oséas e PENA não eram jogadores de técnica refinada, mas tinham fome de bola. Fome de bola que falta, por exemplo, para Valdívia e Kleber. Que pode ter faltado a WP.

Aliás, Valdívia e Kleber, pseudos ídolos, mas jogadores de muito boa técnica. Uma dupla capaz de ser decisiva, se quisessem ser. Só que atuaram juntos em apenas 8 jogos. Kleber marcou ao logo de todo o campeonato o mesmo tanto de gols que Damião marcou só contra o Palmeiras. Valdívia marcou dois a mais ao longo desse mais de ano desde seu retorno.

Quem em sã consciência não gostaria de contar com esses dois jogadores em junho de 2010? Todo mundo queria, Felipão quis. O Palmeiras fez das tripas coração e deu os dois ao técnico, que os coloca pra jogar, mas que não obtém 10% do retorno esperado.

Luxemburgo passou pelo clube, armou um grande time que chegava a liderança do BR09 quando em um ato infeliz do bem intencionado, mas mal assessorado Belluzzo, derrubou o técnico que podia ter todos os defeitos, toda uma carga histórica recente de desserviço ao clube, mas naquele momento tinha o time nas mãos. Jorginho manteve o bom trabalho, mas apenas esquentou o banco para Muricy Ramalho, que já era o melhor técnico do país, só que no Palmeiras foi de uma infelicidade tremenda, perdendo o BR mais ganho dos últimos anos.

A demissão de Luxemburgo foi um erro, como errada foi depois a demissão de Muricy, que teve pouco tempo para realmente montar o time dele. Depois mais erro ao experimentar Antônio Carlos Zago e enfim um acerto, dos grandes, ao trazer Felipão.

Só que Felipão encontrou outros tempos, outras finanças, outro cenário, os mesmos velhos de velhas idéias que afundam o clube há anos em um ostracismo talvez mais perigoso que o da década perdida de 80.

Com Felipão, esse Palmeiras lidera as estatísticas de finalização do BR, mas é somente o 13º melhor ataque. (mais uma vez infos de Gian Oddi). Esse Palmeiras de Felipão jogou melhor que Cruzeiro, Atlético PR e Internacional, mas perdeu-se em meio a sua limitação técnica.

Se o time joga mal a culpa é do técnico, se joga bem idem. Mas se joga bem e não vence, a culpa é de quem se não de quem não reverte o domínio em resultado?

Felipão é patrimônio histórico do clube. Derrubá-lo é praticar mais um desserviço ao clube, só que dessa vez não momentâneo, mas de um cunho histórico difícil de recuperar depois.

FELIPÃO NA BERLINDA. COM A PALAVRA, O PALMEIRENSE.

O Palmeiras vive mais um mau momento dentro de sua já duradoura má fase. O mote do momento para os agitadores de dentro e de fora do clube é a manutenção ou não do trabalho do técnico Luis Felipe Scolari.

Para que possamos ter uma idéia do que pensam os torcedores, abri espaço no Ferozes FC para que os que se sentissem aptos a opinar sobre o tema o fizessem. A idéia não é provar que a massa alviverde é favorável ou não, mas sim para ter uma pequena amostragem de como pensam, como enxergam mais esse momento difícil do clube.

Como dito quando abri esse espaço, só seriam aceitas opiniões enviadas por e-mail e que mantivessem o bom senso e a educação na construção do pensamento. Muita coisa foi cortada, infelizmente. O espaço dessa vez é deles, não meu. Reservo-me a moderá-los. Em outro momento obviamente darei minha opinião.

Seguem os que compreenderam bem a idéia:

Fábio Angelini

Em poucas palavras: ninguém serviu. De Luxemburgo a Felipão, passando pelo Muricy e pelas experiências Antonio Carlos e Jorginho. Há algo de podre no reino e não é o Felipão. Há tempo não temos um time competitivo. Queimem o Felipão aos poucos, tragam outro. Tudo se repete. Nós, palmeirenses temos um jeito estranho (mais que os outros de lidar com a paixão). Elegemos como ídolo um atacante que não sabe fazer gols. E um meio campo estrangeiro com certa habilidade, mas que não joga. Execramos o Luan que é o mais esforçado e sempre regular. Desconfiamos do Felipão. Queremos qualquer um em seu lugar. Nós, de fato, não pensamos futebol.

 

Osnir Alexandre Jr

Felipão não deveria nem ter vindo, em minha opinião. Como comentei outro dia, o Felipão não ganha títulos há tempos e não merece esse título de “melhor técnico”. Ele já foi o “the best”, mas não o crucifico. O Palmeiras como um todo está uma vergonha,diretoria, comissão técnica e os jogadores.

Felipão deve sair SIM, mas não agora. Esperem acabar o campeonato e uma rescisão de trabalho amigável. Nada de ficar pagando o cara depois, como aconteceu com Luxemburgo e o Muricy, que acho que nem deveria ter saído do Palmeiras. Esse sim,  o melhor técnico.

 

Vitor Campos

Sou fã do Felipão. Acho o máximo a forma com que ele defende os jogadores, clube e etc. Mas de verdade, já deu para ele.

Não dá para aceitar um treinador que defende Luan, Marcos “Velho” Assunção, Rivaldo, Dinei. Que troca o Pierre por um encosto do Atlético Mineiro.

Que pede Wellington Paulista e não coloca o cara para jogar. Que coloca o Tinga para mudar o jogo. Tinga? Quem é esse cara meu Deus!

Sei também que isso não é culpa dele, e sim da diretoria. Mais muitos desses lixos que citei a cima são pedidos do Felipão!

O Felipão ganha muito e está fazendo muito pouco! Precisamos de alguém novo, estilo Jorginho, que vai agregar grupo, trazer meninos da base e tirar esses lixos que só o Felipão da valor.

Felipão, obrigado pelo Libertadores. Mas já deu. Beijo Tchau!

 

Claudio Roberto da Silva

Nós temos um time que no papel poderia brigar pelo título Brasileiro, time que foi valente ao segurar o Corinthians na semifinal do Paulista, com 1 jogador a menos e o Valdívia machucado. O Palmeiras quando é Palmeiras tem raça e força para encarar de igual pra igual e até vencer qualquer time do Futebol Brasileiro hoje. Quanto ao Felipão, não tem muito que dizer. É um grande técnico, nos levou à conquista da Libertadores e levou nossa seleção a mais um título mundial e não posso afirmar de maneira nenhuma que a fase em que estamos hoje é culpa do Felipão. É óbvio que não temos hoje a “seleção” que tínhamos em 1999, o último grande time da América do Sul segundo a BBC de Londres, mas mesmo assim poderíamos estar em uma posição bem melhor. Eu vi nesse campeonato inúmeros jogos em que o Palmeiras jogou melhor, teve inúmeras chances de marcar e não o fez, fora as jogadas banais em que perdemos a bola ou passamos errado, eu nunca vi o Palmeiras errando tantos passes e perdendo tantas chances quanto nesse ano. Não é o Felipão que erra os passes, que perde os gols, etc…

Eu não sei o que se passa na diretoria, mas é claro que temos problemas a serem resolvidos internamente. Ou será que o Palmeiras jogou “pra valer” quando tomou 6 do Coritiba? E a novela do Kleber querendo ir ao Flamengo? E a novela do Valdívia que vive machucado, não joga bem e ganha mais que todos os jogadores? Valeu a pena ter o Valdívia até agora?

Meus votos são para que Felipão fique no Palmeiras e que a diretoria haja de uma forma melhor, sem diz que diz, sem picuinhas.

 

Rafael Macieira

Eu acho que deve ficar! Acho que a mudança desde a volta dele foi bem grande e não da para culpá-lo (não 100%) por a bola não entrar.

 

Antônio Gelfusa Jr.

O Felipão deve ficar. Assim como em qualquer empresa ou negócio, alguns resultados só são possíveis apenas depois de 2 a 3 anos de bom trabalho. Porém, no futebol, infelizmente se exige resultados de curtíssimo prazo. No Palmeiras ainda mais pelo histórico recente de falta de títulos. E caso os resultados não apareçam o técnico é sempre culpado. Felipão deve ficar porque aos poucos está criando um clima melhor, tirando o que os jogadores tem de bom e aos poucos consertando erros, que são muitos. Isso sem falar que a diretoria do palmeiras fabrica problemas diariamente e a diretoria antiga deixou dívidas astronômicas para a atual gestão. O problema que o Palmeiras vive é fruto do mal plantio de anos atrás. Mas isso não significa que o Felipão não deve arriscar mais, agora com a chegada de um novo meia, ele deve sim ser mais ousado e aplicar esquemas diferenciados, mudar formas de jogar e não improvisar mais jogadores em posições que não são as suas. Fazer isso e o jogador se identificar, tudo bem. Agora o provisório se tornar permanente não dá!

O MOMENTO DE FELIPÃO NO PALMEIRAS

O blog Mondo Palmeiras, em coluna de Flavio Canuto, levantou uma questão bastante pertinente acerca do comando de Luis Felipe Scolari a frente do Palmeiras:  “Felipão não é mais solução para o Palmeiras?”

Adianto que concordo com a abordagem da discussão, inclusive com o ponto de vista da coluna.

Aqui levanto outras questões além das citadas pelo Mondo Palmeiras.

O imbróglio entre Felipão e a DIS tem permeado o noticiário esportivo dos últimos dias. E ainda que o afastamento de Tinga conflita com a permanência de Gabriel Silva (ambos pertencem a DIS) e gere uma aparente falta de critério do treinador, a bandeira levantada por Felipão é completamente plausível e visa o bem do clube. Não defendo nem ataco aqui o volante Tinga. A questão é: Acreditar em Felipão ou na DIS?

O grupo DIS é o mesmo que encabeça o conflito Ganso/ Santos. Isso dá uma boa margem para escolher a resposta para a pergunta acima, não?

Percebo em muitos torcedores alviverdes uma insatisfação com o futebol apresentado pelo Palmeiras.

Que falta beleza ao jogo palmeirense, não resta dúvidas. O toque de qualidade desse time vive de aparecimentos esporádicos e tem sido destaque mais em colunas sensacionalistas do que nos esportivos. Encontra-se agora junto a seleção chilena. Sabe-se lá quando Felipão irá contar com o cérebro de seu time.

Mas sabe-se que há tempos ele não conta com esse cérebro, mas que ainda assim o seu Palmeiras, mesmo sem brilho, não chegou a final do Paulistão por faltar aos atacantes um mínimo de pontaria. Que na Copa do Brasil o apagão em Curitiba custou a vaga em uma semifinal onde teria totais condições de vencer. Que apesar de todos os usuais e viciados prognósticos negativos para o BR11, o time encontra-se invicto na 4ª rodada e é um dos líderes da competição.

Os pontos levantados por Flavio Canuto são mais do que pertinentes.

Nos últimos anos os melhores, mais badalados e desejados treinadores do país comandaram o time. Em 2008 a Traffic montou um timaço para Luxemburgo vencer somente o Paulistão e conseguir miseravelmente uma vaga à Libertadores, que veio graças a ineficácia adversária.

Em 2009 o time foi renovado e entregue a Muricy Ramalho na liderança do BR09. Dezenove rodadas depois Muricy sequer conseguiu a vaga à Libertadores, em uma das mais retumbantes derrocadas que um clube favorito ao título já produziu.

Ambos eram times e elencos muito mais qualificados do que esse comandado por Felipão. Ainda assim há quem pense que o velho bigode não sirva mais.

Se não ele, quem então?

Foi sob seu comando que o time sofreu uma das piores derrotas de sua história, nos 6X0 contra o Coxa. Mas será que algum outro técnico conseguiria refazer todo um ambiente destruído e humilhado e em tão pouco tempo recolocar o time nos eixos? Estou certo que não.

Em princípio não vejo com bons olhos a maneira com que Scolari afastou Tinga do elenco. Nem pela questão técnica, já que o volante vem em uma temporada muito ruim, mas pela maneira com que foi feito, por não ter havido a mesma atitude com os outros jogadores pertencentes a DIS.

Mas no frigir dos ovos, o que o torcedor deve estar atento é em relação a intenção de Scolari. Entre defender Tinga (DIS) ou o Palmeiras, obviamente que se deve aplaudir a sua escolha pela segunda opção. Ainda que a condução dessa defesa possa ser menos traumática.

Assim como não se deve esperar de um time acéfalo momentaneamente e sem perspectivas de altos investimentos, um futebol vistoso, de plasticidade. Mas ter a certeza de Scolari tira daquilo que tem em mãos o máximo a se extrair.

Seu Palmeiras joga no limite. Um limite imposto pelo material humano que lhe é oferecido.

Leia a coluna de Flavio Canuto no Mondo Palmeiras:

http://www.mondopalmeiras.net/blog/2011/06/15/felipao-nao-e-mais-solucao-para-o-palmeiras/

E para relaxar, ouça Manic Street Preachers, com o petardo Your Love Alone is Not Enough:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=A_OnFHJou4o[/youtube]

Cheers,

“POR ONDE ANDARÁ O PALMEIRAS?”

Fui criança em uma época onde ainda haviam os fotógrafos da família. Muitos de vocês devem se lembrar disso. Anos luz antes do surgimento da 1ª câmera digital, obter registros fotográficos para a eternidade demandava certo planejamento, hora marcada e um custo relativamente alto. Eram geralmente pessoas ligadas a família, possuíam laços além do profissional.

Lá em casa tínhamos o “nosso” fotógrafo, que era amigo do meu pai de longa data.

As tramas da vida nos levaram a perder contato com o fotógrafo. Anos e anos se passaram sem que tivéssemos notícias do cara, que foi figura bem presente na minha infância. Então, mesmo depois de velho, sempre me peguei pensando: “Por onde andará o PALMEIRAS?”

Palmeiras é o nome do fotógrafo. O primeiro nome dele. De verdade.

Palmeiras é palmeirense, obviamente, assim como era meu pai. Assim como eu sou.

Sempre invejei o Palmeiras pelo seu nome. “Meu Deus, se chamar Palmeiras. Quanta honra!”

Há coisa de dias, minha mãe e minha irmã mais nova estavam em algum comércio em nosso bairro de sempre, quando um senhor, atraído por minha sobrinha que estava no colo da minha irmã, aproximou-se e simplesmente disse: “mas é a cara da mãe quando era criança”.

Era o Palmeiras. Sumido há anos, mas nunca esquecido. As duas, minha mãe e minha irmã, logo reconheceram o fotógrafo e ali mesmo conversaram com o velho Palmeiras.

Quero também reencontrá-lo qualquer dia desses. Espero que possa tomar uma cerveja e conversar sobre assuntos que temos em comum, dentre os quais o nosso Palmeiras, o clube.

Lembrei-me hoje dessa história e achei legal compartilhá-la com vocês.

Mas ontem o Palmeiras, o clube, escreveu mais uma de tantas e tão recentes páginas do lado tenebroso de sua tão espetacular história.

Há de se dizer que se o Palmeiras escreveu uma página triste, o Coritiba por sua vez escreveu uma das mais verdes páginas de sua história. Nada de bairrismo do “nós ganhamos, nós perdemos”. A vitória do Coxa foi construída em uma base sólida de um time formado há 2 anos e que carrega o recorde nacional de invencibilidade e vitórias consecutivas.

Isso por si justifica a vitória dos donos da casa. Mas não justifica o tamanho da sova que levou o Palmeiras.

O mesmo Palmeiras que se orgulhava de ser a melhor defesa do país, de ser um time de garra, de vibração, de não entregar os pontos. O mesmo que saiu aplaudido de campo na derrota para o arquirival no domingo. Esse Palmeiras poderia ter saído derrotado ontem por 2X0, 3X1, 1X0. Resultados perfeitamente normais, mais ainda diante do grande time do país no momento. Derrotas que manteriam ainda acesa a chama verde na Copa do Brasil.

Mas jamais, nunca, de maneira alguma, levar 6 gols e não marcar nenhum. Não assustar em momento algum. Não ser Palmeiras em centésimo de milésimo de segundo algum.

Os 6X0 de ontem foi a maior derrota da era Felipão no Palmeiras. Era que abrange os anos de 97 a 2000, além da atual.

Em 1999 o Palmeiras levou de 5X1 de Vasco, São Paulo e de 4X0 do Fluminense. Contra os dois cariocas Felipão escalou reservas, em uma época onde o time vivia decisões todas as semanas. (Infos do PVC no twitter: @ /pvcespn)

Antes disso, em 1995, quando o próprio Felipão ainda dirigia o Grêmio, o Palmeiras do então técnico Carlos Alberto Silva perdeu de 5X0 do tricolor de Felipão.

Exceto essa derrota para o Grêmio, que na volta o Verdão quase fez chover e com uma vitória espetacular de 5X1 quase eliminou o futuro campeão da Libertadores daquele ano e que por esse motivo tornou-se inesquecível, alguém se lembrava das outras goleadas sofridas?

Acho que nem o PVC. E isso pelo simples fato de que aquele time de 99 fez história, deu resposta em campo, deu título, deu O TÍTULO ao clube. As derrotas daquele time campeão da Libertadores são trucidadas pelos feitos históricos.

Em 2003, jogando em casa, o Palmeiras sofreu a maior derrota de sua história atuando no Palestra Italia. Os 7X2 para o Vitória eram até ontem, tirando o rebaixamento em 2002, creio que para a maioria, o maior vexame da historia alviverde.

Eram para mim, que estava no estádio naquela fatídica noite. Noite de Copa do Brasil, também. Ainda o Palmeiras que fora rebaixado na temporada anterior. Praticamente o mesmo time. Apático time.

Mas aquele resultado impactou positivamente no curso do clube naquela temporada. Os 7X2 sofridos contra Vitória colocaram um ponto final na trajetória de grande parte dos jogadores rebaixados e deu inicio a geração de Edmilson, Diego Souza (o outro) e Vagner Love. No jogo de volta, lá na Bahia, o time já renovado venceu por 3X1. O mesmo time que na sequencia fez campanha digna na série B e levou o Palmeiras de volta ao seu lugar entre os gigantes.

Se não há mais onde o palmeirense se agarrar para imaginar dias melhores, talvez resida nos insucessos do passado uma das últimas esperanças de vislumbrar um Palmeiras melhor.

Alguns personagens da nefasta página de ontem não são dignos de constar no Best Seller palmeirense.

Felipão, que é um dos tantos protagonistas dessa história, terá de ser mais herói do que nunca e, olhando para exemplos semelhantes ao que passou ontem, buscar resgatar a dignidade perdida. A ordem tem que ser a da renovação.

Ou então em algum ponto no futuro, eu já tiozinho, olharei para o meu passado e me indagarei: “Por onde andará o PALMEIRAS?”

Prefiro não estar mais aqui se for para vivenciar isso.

Não tem música hoje. Fica aqui o meu minuto de silêncio.