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Manual de Assessoria de Imprensa Esportiva – Capítulo Futebol

Relacionamento entre jornalistas e assessores de imprensa é tema de publicação

“Manual de Assessoria de Imprensa Esportiva – Capítulo Futebol” é uma publicação da Editora Universitária Leopoldianum, da Universidade Católica de Santos – Uni Santos, cuja autoria são dos jornalistas formados pela Instituição, em 2011, Diego Coeli Diegues Gomes, Leonardo de Jesus Francisco e Giuliano Guerreiro Braguim.

Resultado de entrevistas de estrutura aberta com assessores de imprensa, jornalistas de diferentes veículos, técnicos e jogadores de futebol, a obra aborda o relacionamento dos atletas com a mídia, o trabalho atual das assessorias e a preparação do jornalista para realizar uma entrevista. Em tempos de redes sociais, merece destaque o capítulo que aborda a utilização do Twitter e Facebook, apresentando dicas para evitar transtornos entre jornalistas, jogadores e o clube.

A publicação é fruto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento das relações entre jornalistas e assessores de imprensa, sendo realizado num total de 52 entrevistas.

“Manual de Assessoria de Imprensa Esportiva – Capítulo Futebol” já participou de diversas Feiras Estudantis Internacionais e Nacionais, entre elas, em São Paulo e Rio de Janeiro, em Guadalajara (México), Frankfurt(Alemanha), Mar Del Plata (Argentina), e a última mais recente na Costa Rica.

Serviço

Título: Manual de assessoria de imprensa esportiva – Capítulo Futebol.

Autores: Diego Coeli Diegues Gomes, Giuliano Guerreiro Braguim e Leonardo de Jesus Francisco

capa

MEMÓRIAS DO VELHO VAMP

Por Fábio Vanzo

Memórias Do Velho Vamp

 

Marcos André Batista Santos, o Vampeta (ou Velho Vamp, como se denomina desde a aposentadoria) é talvez o jogador de futebol mais folclórico desde Serginho Chulapa.

 

Tão competente e vitorioso em campo quanto irreverente nas declarações à imprensa, o filho mais ilustre de Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano, ídolo de Vitória e Corinthians, campeão com a seleção brasileira em 2002, tem muita história para contar, em pequenas, médias e grande equipes do mundo inteiro: Vitória (duas passagens), PSVEindhoven, Fluminense, Paris Saint-Germain, Flamengo, Al-Kuwait, Brasiliense, Goiás, Juventus (da Mooca) e Inter de Milão, além das duas passagens pelo Corinthians, pelas quais é mais lembrado até hoje.

 

A maioria das histórias são conhecidas de qualquer um que acompanhe futebol – talvez as únicas partes realmente inéditas sejam as passagens sobre sua infância em Nazaré das Farinhas, visto que Vampeta, notório falastrão (no melhor sentido), não perde uma oportunidade na mídia para contar suas “resenhas” (como os jogadores de futebol chamam os “causos”) e colocar seus amigos em apuros com os “podres” de todo mundo. Porém é sempre divertido relembrar as passagens da vida do Velho Vamp, e a escrita ágil de Celso Unzelte deixa tudo bastante ágil, com cara de conversa de botequim mesmo.

 

Impossível não rir com as cambalhotas na rampa do Palácio do Planalto, a criação do apelido “bambi” para os são-paulinos (embora ele negue a autoria), as fotos para a G Magazine e a participação “ligeiramente alcoolizada” na Dança dos Famosos do Faustão, além de tirações de sarro com Ronaldo Fenômeno, César Sampaio, Gilmar Fubá e (São) Marcos, histórias de técnicos como Luxemburgo e Evaristo de Macedo, e até os apuros passados no rígido e cheio de restrições mundo árabe.

 

Pode ler sem medo que é diversão garantida. No final fica apenas aquela sensação de que o futebol brasileiro precisa de mais atletas irreverentes como o Velho Vamp, sem discursos decorados e falso bom-mocismo.

 

Uma curiosidade/discordância: Vampeta diz que, quando o Corinthians empatou com o Grêmio na última rodada do Brasileirão 2007 e foi rebaixado, o torcedor Metaleiro, que chegou a ser presidente da Gaviões da Fiel, entrou no ônibus da equipe após a partida, sem que a segurança percebesse, e se escondeu no banheiro. Quando saiu lá de dentro, já com o time todo embarcado, o “torcedor” teria dado um soco no primeiro que apareceu em sua frente – no caso o atacante Clodoaldo –, até que fosse contido pelos jogadores e pela comissão técnica. Já na versão de Andrés Sanchez, no livro O Mais Louco Do Bando (G7 Books, 2012), em depoimento ao seu primo e jornalista Tadeo Sanchez Oller, Metaleiro teria “apenas” xingado os torcedores, sem que houvesse briga, e então o ônibus teria parado, e ele descido.

 Vampeta: Memórias do Velho Vamp

Em depoimento a Celso Unzelte

Editora LeYa

274 páginas

Preço médio: R$ 35

GOLAÇO LITERÁRIO – NUNCA HOUVE UM HOMEM COMO HELENO.

Por: Fábio Vanzo

Aproveitando o lançamento recente do filme “Heleno – O príncipe maldito”, de José Henrique Fonseca, a Editora Zahar resolveu reeditar esta biografia de Heleno de Freitas, escrita por Marcos Eduardo Neves em 2006.

Primeiro bad boy do futebol brasileiro (meio século antes de o termo existir), Heleno, maior craque botafoguense pré-Garrincha, com talento que rivalizava com Leônidas da Silva, teve carreira e vida curtas: 39 anos, 305 jogos e 251 gols.

Ao mesmo tempo talentoso e temperamental, sofisticado e patético, Heleno, bem nascido, com curso superior e adepto tanto de literatura quanto de bons ternos, chamava a atenção dos jornalistas e das mulheres naquele Rio de Janeiro cheio de glamour nos anos 1940.

Em campo, ia das grandes jogadas às explosões de raiva em questão de segundos, até com os companheiros. Fora, fazia questão de mostrar que era diferente, mesmo que para isso fosse mordaz com seus colegas de origem mais humilde.

O livro segue cronologia convencional, do nascimento de Heleno, em família de classe média alta, passando por suas peladas na praia, passagens por Botafogo (duas), Fluminense, Boca Juniors, Vasco, Atlético Júnior (Colômbia) e Santos, até sua derrocada causada pelo vício em bebida e solventes (éter e lança-perfume), aliado aos efeitos terríveis da sífilis, conduzindo-o à loucura e à degeneração física.

O estilo de Marcos Eduardo Neves lembra o de Ruy Castro (que, inclusive, assina a contracapa), com bastante narração/descrição e poucos trechos romanceados. Isso deixa a leitura um pouco cansativa, com tantas histórias de partidas de futebol, treinamentos e baladas, anos a fio.

Mesmo nos últimos capítulos, com Heleno internado em um sanatório, o texto mantém o distanciamento, contando a história por meio de cartas entre o irmão do jogador e o médico responsável. Isso causa estranhamento, pois o livro é justamente sobre uma pessoa exagerada e trágica, cuja tragédia parecia inexorável como nos mitos gregos, até pelo fato de uma Guerra Mundial ter cancelado duas Copas e impedido que seu futebol (ou sua impaciência) brilhasse diante do mundo.

Esse tom “morno” do livro é culpa, em parte, da opção do autor por transformar a história de Heleno praticamente em pano de fundo sobre a sociedade carioca da época (como a própria orelha do livro admite), no que transparece certo deslumbramento por esse idílico Rio de Janeiro, então capital federal e símbolo de charme e cultura.

Que o preto e branco ficasse apenas no manto do Botafogo, clube que Heleno tanto amou. Sua biografia precisava, sim, de cores mais carregadas (o que não significa menor acuidade histórica). Afinal desde sempre Heleno fora, nas palavras do autor, “estupidamente problemático”.

Nota: existe outra biografia sobre Heleno, chamada “O Homem Que Sonhou com a Copa do Mundo”, de Carlos Rangel (Edições O Cruzeiro, 134 pág.), lançada em 1970 e hoje fora de catálogo, sendo encontrada apenas em sebos. Segundo o jornalista Maurício Stycer, “relato apaixonado, e pouco objetivo, o livro descreve Heleno como um gênio incompreendido, perseguido por inimigos, que não aceitavam a sua genialidade”.

 Nunca Houve Um Homem Como Heleno

Editora Zahar | 346 páginas | Preço médio: R$ 45

 

GOLAÇO LITERÁRIO – O JOGO DA MINHA VIDA.

Por: Fábio Vanzo

Além de bom zagueiro – Bola de Prata em 2011 –, Paulo André, que atua pelo Corinthians, e já teve passagens por Guarani, Atlético-PR e Le Mans (França), é quase um homem da renascença futebolística: mantém um blog [ http://pauloandre-13.blogspot.com.br ] com textos muito bem escritos, dá boas entrevistas, sem aquele papo decorado de sempre, joga tênis, pinta quadros (!) e ainda se envolve em questões sindicais de sua categoria profissional. Nada mais justo que ele expressasse suas reflexões também em livro.

Longe de ser um intelectual no sentido estrito – e é exatamente esse o ponto, não há pseudofilosofias, nem citações empoladas, apenas um cara que usa o cérebro que tem – vamos acompanhando uma trajetória comum a muitos jogadores que não são acima da média. Se um craque como Neymar é descoberto cedo ou tarde e sua carreira tem tudo para despontar, não há nenhuma garantia de que um jogador que não seja extraordinário, mas apenas competente, consiga lugar ao sol.

E lá vão temporadas em alojamentos precários, peneiras e mais peneiras, empresários espertalhões, falsos amigos dando maus conselhos e a permanente angústia de apostar tanto em algo tão incerto. Como ele mesmo diz em uma de suas reflexões:

“Eu pensava muito sobre o valor das escolhas e das prioridades que havíamos assumido tão cedo. Pergunto-me até hoje por que eu e tantos outros tivemos de passar tanto tempo ali, alojados, concentrados? Por que treinar em dois períodos nessa idade, tão jovens? Por que se especializar tão cedo em uma área e deixar todo o resto de lado? Na minha cabeça éramos tratados como cavalos que comem e descansam para depois correr… até hoje penso no deixamos de viver e aprender nesse período. Por que não desenvolver outras habilidades além do futebol?”

Uma vez profissionalizado, não pense que a coisa sossega: além de os empresários espertalhões e os falsos amigos continuarem rondando, surgem as contusões, as transferências para o exterior que nem sempre dão certo, a insegurança de precisar disputar lugar no time (lembre-se de que ele não é um craque incontestável, que chega jogando em qualquer time) e as intermináveis concentrações.

Tudo isso vivido por pessoas muito jovens – Paulo André tem apenas 28 anos e tanto para contar – que precisam amadurecer muito cedo e que têm no esporte, muitas vezes, a única garantia de não passar fome e de dar uma vida digna aos pais e irmãos.

Tendo como eixo sua própria carreira, Paulo André aproveita sua trajetória para contar os inevitáveis “causos” (quando sua postura contida até demais se torna um pouco mais solta) e dar conselhos para jovens jogadores e seus familiares. É uma tentativa de que seus erros e acertos sirvam de exemplo aos mais jovens.

Num universo que se divide entre marrentos, bonzinhos evangélicos e aqueles que só repetem o que o assessor manda, o livre-pensamento de Paulo André é mais do que bem-vindo. E com certeza você passará a respeitar mais aquele jogador do seu time que, se não é um craque, dá conta do recado com seriedade, pois ele ralou muito para estar ali.

 

O jogo da minha vida: histórias e reflexões de um atleta
Paulo André

Editora leYa | 306 páginas | Preço médio: R$ 35

GOLAÇO LITERÁRIO – “OS 10 MAIS DO SANTOS”

Da sensacional coleção “Ídolos Imortais”, chega às livrarias a edição de “Os 10 Mais do Santos”. Uma compilação elencando os 10 maiores jogadores de um dos clubes com o maior número de jogadores históricos do planeta.

Certamente haverá discordância pela exclusão de algum, mas pela inclusão dificilmente.

“Os 10 Mais do Santos” é a 11ª edição de uma série que já conta com os 10 maiores de Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Fluminense, São Paulo, Vasco da Gama, Internacional, Grêmio e Cruzeiro. O próximo será o Atlético Mineiro.

Em 2009 o FFC cobriu o lançamento de “Os 10 Mais do Palmeiras”, de Mauro Beting. Confira:

http://www.ferozesfc.com.br/uma-noite-divina/

“Os 10 mais do Santos” é de autoria de Thiago Arantes e o lançamento com noite de autógrafos acontece hoje, à partir das 19:00, na Saraiva Megastore do Shopping Eldorado.