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Apagou!

Foto by Ale Vianna

Caros ferozes, o jogador que representa bem o que foi o futebol do Corinthians contra o Santos no Domingo é Alex. O jogador desmaiou após dar uma cabeçada no joelho (!) do santista Danilo. Antes dele, o time todo já estava desnorteado no segundo tempo. Após iniciar o jogo ganhando com um gol de Liedson, com bela participação de Emerson Sheik e cruzamento de Alessandro  (se você não viu o jogo, não se iluda: o lateral não fez mais nada além disso), o Corinthians cedeu o empate num vacilo imenso da zaga, que culminou no gol de Henrique. A partir daí, o Timão se perdeu. E foi dominado, humilhado em pleno Pacaembu.

Fato: a sorte acabou. Se antes eu perguntava até onde ela iria, aqui está a resposta: até o jogo contra o Santos. Daqui por diante, a realidade vai bater à porta, e contra o São Paulo o time entrará ainda mais pressionado. Mas aí fica a pergunta: este time é mesmo o cavalo paraguaio que todos os rivais afirmam?

Na minha humilde opinião, não. Um time que tem jogadores como Liedson, Emerson, Alex, que tem remanescentes de um elenco vencedor como Chicão e Jorge Henrique, jogadores recentemente convocados pela seleção brasileira, como Ralf e Paulinho e que tem boas revelações, como Willian e (talvez) Welder não pode ser considerado uma equipe ruim. Qual é o problema, então? O problema parece estar no comando do time. Tite está se tornando unanimidade – para o lado ruim. Não há mais quem acredite que o treinador possa realmente produzir um bom trabalho no comando do Timão.

Já faz algum tempo que Adenor não consegue dar padrão à equipe. Na ânsia de aproveitar o bom momento que vivia Danilo, o treinador optou por mantê-lo no time titular, mas junto a ele promoveu a entrada de Alex, contratado a peso de ouro. Ambos canhotos, jogando praticamente na mesma faixa do campo, os dois não se entenderam, o que culminou na saída do primeiro para o banco de reservas. O problema é que – embora seja bom jogador, o segundo também não se firmou totalmente, alternando bons momentos com atuações abaixo da média. Além disso, Tite insistiu demais em Jorge Henrique, cujos problemas extracampo parecem estar interferindo demais no outrora imprescindível jogador. O mesmo vale para o capitão Chicão, em inexplicável má fase. Resta saber como o grupo encararia uma ida de seu principal zagueiro para o banco de reservas, mas que a dupla de zaga titular está precisando de uma temporada no banco, isso é inegável.

Agora, meus amigos, até penso que não podemos perder a esperança, mas que a probabilidade do Corinthians retomar a liderança é muito pequena, isso é muito claro. E já não depende mais da sorte.

Ouçamos Screaming Trees, com “Dollar Bill”.

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O campeonato que ninguém quer ganhar

Willian jogou com vontade, mas falhou ao abrir a barreira no gol do Fluminense.

Este post de hoje pode até ser visto como uma reedição de “Até onde vai essa sorte?”, de duas semanas atrás.  Mais uma vez, o Corinthians não jogou. E desta vez dá pra dizer que não jogou absolutamente nada mesmo! Não criou, não finalizou, pouco marcou.

Adenor, o treinador dos rachões, teve dois méritos ontem: a disposição para ser gandula (talvez seja a procura de uma nova profissão) e a atitude de colocar Morais para aquecer, mas não para entrar em campo. Boa, Tite!

Ademais, é inexplicável o esquema tático implantado pelo treinador, em que apenas Alex cuida da armação de jogadas, enquanto Jorge Henrique fica como uma engrenagem solta em um motor, circulando de lá pra cá sem função específica. Este aliás, parece longe do jogador importante para o esquema tático (se é que este existe). Jorge anda disperso, desinteressado. Talvez seja o momento, Tite, de dar um descanso ao outrora bravo e combatente JH. Há um tempo não tão distante, Dentinho passou por situação semelhante, e Tite optou por mantê-lo, o que culminou na perda do Paulistão e na ida do atacante para o Shaktar, junto com sua querida Samambaia. Além disso, o que foi a tentativa esdrúxula de mudar o time tirando os laterais (que ok, não estavam jogando bem, mas são laterais de ofício) e deixando dois improvisados em seu lugar? Um bizarro esquema 2-5-3 se desenhou, e o Corinthians só não tomou mais gols porque o Fluminense acabou sendo ineficiente no ataque (destaque para a atuação de Ciro, que conseguiu irritar seus colegas e até o treinador Abel Braga).

De resto, é curioso notar como este campeonato está se caracterizando por times com “crises instantâneas”. Equipes jogam bem em uma partida e logo em seguida se perdem. Foi o caso do próprio Timão, que conseguiu a vitória heroica em cima do Flamengo no Pacaembu, e agora penou novamente contra o Fluminense.  A sorte, neste caso, parece estar ao lado do Timão. Os times que poderiam tirar a liderança do Timão também tropeçaram e se distanciaram um pouco do topo. Especialmente o São Paulo, que vem conhecendo os defeitos de Adilson Batista no que diz respeito às substituições.

Portanto, vou terminar como comecei há duas semanas: até onde vai essa sorte?

Termino relembrando um som do Helmet, “Unsung”.

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Surpreendente!

No segundo tempo, Liedson teve mais liberdade para atacar. Foto: Lancenet

Para os corintianos que assistiram ao jogo contra o Atlético-MG até o final do primeiro tempo, a perspectiva era de um desastre ainda maior do que o 2 a 0 que se apresentava. Até porque Tite montou um time lento, muito diferente do padrão da equipe que conquistou a liderança do Brasileirão. Porque – convenhamos – por mais que tenha feito boas apresentações com a camisa do Timão neste campeonato, Danilo é um jogador lento. Dividindo o meio de campo com Alex, destoou do ataque e Liedson se viu obrigado a ir buscar a bola, que não chegava. Jorge Henrique, sem saber se era meia ou segundo atacante, e ainda foi castigado com a marcação de um pênalti duvidoso.

Sheik foi o nome da virada de ontem.

Eis que – no momento em que muitos corintianos foram dormir – Adenor acordou. Improvisou JH na lateral-esquerda, mandou Welder para sua posição de origem (onde realmente ele sabe jogar) e colocou o Sheik no lugar de Alessandro, que parecia ter comido uma feijoada antes de entrar em campo – praticamente andava, não corria.

Aí a história mudou. Emerson fez chover: fez gol, deu assistência, sofreu pênaltis – dois, que Alex cobrou de maneira idêntica. Acertou um, errou o outro.

Por mais que o treinador tenha sido obrigado a improvisar um meia-atacante na lateral, não dá pra dizer que Tite foi um “professor Pardal” ontem. Pelo contrário, consertou a invenção mal-sucedida. Saiu do estranho esquema 4-2-3-1, que sacrificava Liedson e colocou o time pra jogar no tradicional 4-4-2. Deu muito certo, e foi premiado com a merecida virada.

Para o próximo jogo, contra o Figueirense, no Pacaembu, no próximo sábado, Tite contará com a volta de Chicão. Resta saber o que pode ser feito para suprir a falta de um lateral-esquerdo. Quem diria que – com dois jogadores na posição (por mais que se questione a qualidade de ambos) – o time ainda teria dificuldades por este lado?

Com os demais times grandes capengando, Corinthians e Flamengo parecem estar caminhando para uma disputa isolada pelo Campeonato. É preciso consciência: ainda há muito pela frente. Mas é muito estranho ver o Santos, por exemplo, na situação que se encontra. Também é estranho ver o Palmeiras, comandado com mão de ferro por Felipão, mas cheio de problemas internos. Assim como é estranho ver o São Paulo, com elenco razoável, tendo tantas dificuldades pra ter opções válidas para montar uma equipe coesa, obrigando o apenas esforçado treinador Adílson Batista a despertar sua mania de inventor, a mesma mania que tinha seu antecessor Paulo César Carpegiani. Com todos estes problemas nos adversários, a oportunidade está aí. Resta saber se Adenor e seus comandados saberão aproveitá-la.

É isso aí. Fiquem com o Molotov tocando “Gimme tha power”. Abraços.

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Liderabilidade

Willian já divide a artilharia com Liedson

Olá, companheiros de ferocidade! A fase é ótima para o Timão, não há o que falar do nosso treinador Tite (aposto que João Paulo Tozo irá tripudiar desta minha declaração), que conseguiu dar padrão ao time, graças aos reforços que chegaram. Ontem, por incrível que pareça, havia o temor de que mais um tabu estivesse sendo formado, já que corríamos o risco de nos tornarmos fregueses do Atlético-GO (já pensou?). Mas não foi o que aconteceu. Graças ao gol do talismã Willian, chegamos aos 22 pontos, mantendo a liderança do Brasileirão. E o mais importante: com ampla vantagem sobre o segundo colocado, o Flamengo, já que o Corinthians conseguiu chegar a esta pontuação tendo um jogo a menos (o adiado confronto contra o Santos).

Agora, quem diria? O jogador que fará falta ao Corinthians no próximo jogo (contra o Internacional, na quinta-feira, dia 14, no Pacaembu) é justamente o anteriormente contestado Danilo, que tomou o terceiro amarelo e não joga contra o Colorado.  Aliás, o gol de Willian saiu de um belo passe dele. A fase é boa.

Sobre a polêmica gerada no possível gol do Atlético-GO, não sei dizer se realmente a bola entrou ou não, mas fico propenso a concordar com Tite quando ele diz que um árbitro atrás do gol traria mais credibilidade no julgamento das partidas. É de se pensar.

Ah, sim: e hoje o Timão apresentou seu novo lateral-esquerdo, Ramon, vindo do Vasco, onde passou em branco. O jogador teve uma ótima fase jogando pelo Internacional, e o que se espera dele é que possa repetir as boas atuações desta fase. Até porque, jogando bem, tem tudo para ganhar a vaga do fraco Fábio Santos. Vamos ver.

Fiquem com uma versão de minha canção preferida do REM, “It´s the end of the world as we know it (and i feel fine)” com uma bela citação de Patti Smith no meio e participação de Eddie Vedder nos vocais.

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