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AS FACETAS DAS VITÓRIAS DE SÃO PAULO E PALMEIRAS.

A estréia do São Paulo na Libertadores não poderia ter sido melhor. Pelos 5X0 diante do fraco Bolivar, mas principalmente por permitir a Ney Franco mostrar aos adversários o seu vasto arsenal.

Para se ter uma ideia, Ganso começou no banco. No 4.3.3 de Ney Franco ele dificilmente terá vez no time titular. O esquema ainda é o que permitia a Lucas brilhar, por outro lado torna-se deficitário quando se tem em campo um jogador de futebol mais cadenciado como o de Ganso.

Jadson vai ocupando o espaço deixado por Lucas ate que Ney Franco adapte seu esquema para aproveitar o talento de Ganso.  Se é que irá fazê-lo.

O tricolor foi a campo com Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Denilson, e Jadson; Aloísio, Osvaldo e Luis Fabiano. Durante a partida entraram Casemiro, Ganso e Cañete. Um timaço.

Ainda que pese o fantástico grupo formado pelo Corinthians de Tite, em termos de opções de elenco o São Paulo é hoje o melhor time do país. Se irá dar o caldo necessário para chegar aos títulos esperados, são outros quinhentos. A impressão é que dará.

O jogo da volta contra o Bolivar tornou-se meramente protocolar.

Já no Campeonato Paulista o Palmeiras obteve a sua primeira vitória em 3 meses. Melhor do que a vitória sobre o Oeste, foi verificar a evolução do time em relação a estréia contra o Bragantino.

Do meio pra frente o time foi bem. Barcos voltou a brilhar e contou com as boas jornadas de Wesley, Souza e de Patrick Vieira.

Defensivamente o time voltou a apresentar problemas. Marcio Araujo é um ornamento em campo. Já Souza deixou de ser o leão de chácara de antigamente, atuando muitas vezes como um meia. Ainda assim marca mais que Araujo.

Henrique é um grande zagueiro, mas não é o Luis Pereira. Insistiu em subir ao ataque, deixando um enorme buraco as suas costas. Na verdade o técnico Gilson Kleina terá trabalho para povoar o vácuo cósmico entre o meio e a zaga. Ali o Oeste criou suas melhores chances, obrigando Fernando Prass trabalhar bastante em chutes de fora da área. Fosse um rival mais qualificado e o Verdão teria encontrado sérios problemas.

Na 2ª etapa Kleina atendeu aos pedidos do torcedor (sic) e mandou Valdívia na vaga de Patrick Vieira. E funcionou. Ao menos em sua primeira partida no ano o chileno mostrou disposição e lampejos de bom futebol. Depois o treinador mandou ainda a campo o contestado Luan. E quando tudo caminhava para um desfecho apertado no placar, em uma grande jogada trabalhada por Barcos e Valdívia, Luan marcou o terceiro gol e fechou a fatura em 3X1 para o alviverde.

O resultado e o bom jogo devem trazer tranqüilidade ao elenco e ao torcedor. Tudo o que precisava Paulo Nobre para começar com o pé direito a sua missão em reconstruir o clube.

Nobre que antes da partida já havia anunciado José Carlos Brunoro como o homem forte do clube.

Brunoro volta ao Palmeiras com a mesma tarefa daqueles anos 90. Realizar uma faxina profunda, removendo o pó e as múmias que infectam o clube há anos. Não terá o aporte financeiro da Parmalat, mas conta com um dos maiores orçamentos do futebol brasileiro.

Pode ainda levar ainda algum tempo, mas o Palmeiras deve entrar em seus eixos.

 

CORINTHIANS, PALMEIRAS E O TEMPO

Por livre e espontânea vontade – e paixão ao esporte Rei – nosso amigo Tiago Pimentel encaminhou um texto sensacional sobre as conquistas de Palmeiras e Corinthians nas últimas duas semanas e exalta a rivalidade histórica que pode ganhar novos e magníficos capítulos na Libertadores de 2013.

POR: TIAGO PIMENTEL

Corinthians e Palmeiras, Palmeiras e Corinthians…rivais eternos. Tão longe e tão perto. Tão diferentes e tão iguais. A maior rivalidade do mundo! Barcelona e Real Madrid? Qual quê! Manchester United e Liverpool? Estás de brincadeira, né? Grenal? Ah, fala sério!

Os dois clubes tiveram conquistas incontestáveis nas últimas semanas. Em comum, ambas as agremiações tem o mesmo técnico há bastante tempo. Ao contrário do que normalmente ocorre dentro de nossa cultura futebolística, que rifa técnicos ao primeiro sinal de crise, Felipão e Tite tiveram tempo para realizar um projeto.

Quando o Corinthians foi, de forma ridícula, eliminado pelo inexpressivo Tolima, tudo indicava que haveria caça às bruxas, lista de dispensa e tudo o que costuma acontecer nessas ocasiões. Mas num raro ato visão da cartolagem brasuca, a diretoria do Timão apostou suas fichas em Adenor. O tempo foi passando (ah, o tempo…), e Tite foi dando cara à equipe. Sob seu comando, o Corinthians se transformou numa equipe tenaz, de defesa quase intransponível, contra-ataque mortal, e muita paciência no ataque. Tudo isso devido a tal da “treinabilidade” apregoada por Adenor. Com o tempo, Tite foi ganhando o torcedor corinthiano. O resultado todos nós conhecemos.

Já pelos lados do Parque Antártica, a coisa não foi tão pacífica. Quem vê o sorriso tranquilo sob o bigode do carismático Felipão, às vezes se esquece que o mesmo teve um Kleber em seu sapato em 2011. Se esquece até das farpas trocadas com Tyrone. Alguns cínicos podem dizer que devido a tantos percalços, Scolari só foi mantido no comando do alviverde imponente pela falta de opção. Ainda que isso seja verdade, não há melhor opção para o Palmeiras. Felipão (ao lado do eterno São Marcos) é uma verdadeira instituição palmeirense. O time que foi campeão invicto da Copa do Brasil tem a cara de seu treinador. Joga com o coração na ponta da chuteira (perdoem o clichê), como se a vida de cada um dependesse de cada bola disputada. E um treinador precisa de tempo para dar sua cara a uma equipe.

Essa foi o maior legado que os eternos rivais – que podem vir a se enfrentar na Libertadores 2013 – deixaram. Uma lição que os outros podem aprender. Ou não. Mas no momento a maior rivalidade que há está no topo. Que permaneça assim.

P.S .: Não seria sensacional Santos e São Paulo também se classificarem para a Libertadores 2013?