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O grande esforço

Jogando um pouco mais livre para criar e finalizar, Danilo foi o nome do jogo contra o Vasco

Prezados ferozes, tenho tudo pra dizer que o Corinthians não ganhou um ponto no jogo de ontem, mas sim perdeu dois pontos. Por mais que o time do Vasco seja a equipe mais regular do campeonato, e que esteja merecidamente na liderança da competição, ontem o Timão foi o protagonista da partida, e mesmo tomando um gol logo no início, dominou o jogo o tempo todo, com um futebol cadenciado e altamente esforçado. Faltou o que já vem faltando há tempos: a pontaria. Vontade não faltou. Willian tentou chegar ao gol o tempo todo, com grandes arrancadas, Jorge Henrique voltou a ser aquele jogador voluntarioso, que corre pela equipe, dando canseira no fraco Márcio Careca. Aliás, o lado esquerdo do Vasco parecia não existir. Foi presa fácil para a correria dos corintianos, especialmente para Danilo, que (minha mão à palmatória, novamente) foi o nome do jogo. Aliás, será que havia mesmo algum problema com a preparação física? Não sei, mas o fato é que o time parece ter ganhado muito mais fôlego, é impressionante.

Depois de alguns tropeços, Tite finalmente montou uma equipe coesa e disciplinada taticamente

Um ponto negativo é que – sem o batedor oficial, Chicão – o time tem pecado um pouco nas cobranças de falta, que neste jogo ficaram a cargo de Alex. Falando em Chicão, apesar do time ter ido bem sem ele, ainda defendo um retorno dele ao time, especialmente pela questão das faltas. Acho que em uma dupla com Paulo André (que ontem falhou na hora de cobrir o erro de Alessandro, mas no geral foi bem), o capitão voltaria a se destacar. Mas ao menos por ontem, não posso criticar Leandro Castán, que também não comprometeu.

Ademais, na medida do possível, Tite parece ter feito a escalação correta do time. Só não entendi no final, a substituição do meia-esquerda Alex pelo lateral-direito Welder. Mas como o jogo estava no finalzinho, nem deu pra perceber quem assumiu a posição de meio campista.

O próximo confronto será contra o Atlético-GO, no Pacaembu, e poderá ter a estréia de Adriano. Daqui por diante, volta o dilema: qual deve ser a dupla titular do ataque? Adriano e Liedson? Adriano e Sheik? Liedson e Sheik? Um trio, com Adriano, Liedson e Sheik? E Willian? E Jorge Henrique? O que vocês acham? Cartas para a redação, ou melhor: comentários aqui na coluna.

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E hoje dou boas-vindas aos novos leitores do Ferozes FC! Fiquem à vontade para opinar, questionar, discordar, elogiar e recomendar. Um grande abraço.

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Como trilha, escolho o som que dá nome à coluna de hoje, “O grande esforço”, da banda goiana Violins, que disponibiliza o álbum “Direito de ser nada” para download gratuito em seu site, www.violins.com.br. Não tem clipe, mas vale conhecer o som. Até mais!

 [youtube]http://www.youtube.com/watch?v=FdFkfRsty9c[/youtube]

 

O campeonato que ninguém quer ganhar

Willian jogou com vontade, mas falhou ao abrir a barreira no gol do Fluminense.

Este post de hoje pode até ser visto como uma reedição de “Até onde vai essa sorte?”, de duas semanas atrás.  Mais uma vez, o Corinthians não jogou. E desta vez dá pra dizer que não jogou absolutamente nada mesmo! Não criou, não finalizou, pouco marcou.

Adenor, o treinador dos rachões, teve dois méritos ontem: a disposição para ser gandula (talvez seja a procura de uma nova profissão) e a atitude de colocar Morais para aquecer, mas não para entrar em campo. Boa, Tite!

Ademais, é inexplicável o esquema tático implantado pelo treinador, em que apenas Alex cuida da armação de jogadas, enquanto Jorge Henrique fica como uma engrenagem solta em um motor, circulando de lá pra cá sem função específica. Este aliás, parece longe do jogador importante para o esquema tático (se é que este existe). Jorge anda disperso, desinteressado. Talvez seja o momento, Tite, de dar um descanso ao outrora bravo e combatente JH. Há um tempo não tão distante, Dentinho passou por situação semelhante, e Tite optou por mantê-lo, o que culminou na perda do Paulistão e na ida do atacante para o Shaktar, junto com sua querida Samambaia. Além disso, o que foi a tentativa esdrúxula de mudar o time tirando os laterais (que ok, não estavam jogando bem, mas são laterais de ofício) e deixando dois improvisados em seu lugar? Um bizarro esquema 2-5-3 se desenhou, e o Corinthians só não tomou mais gols porque o Fluminense acabou sendo ineficiente no ataque (destaque para a atuação de Ciro, que conseguiu irritar seus colegas e até o treinador Abel Braga).

De resto, é curioso notar como este campeonato está se caracterizando por times com “crises instantâneas”. Equipes jogam bem em uma partida e logo em seguida se perdem. Foi o caso do próprio Timão, que conseguiu a vitória heroica em cima do Flamengo no Pacaembu, e agora penou novamente contra o Fluminense.  A sorte, neste caso, parece estar ao lado do Timão. Os times que poderiam tirar a liderança do Timão também tropeçaram e se distanciaram um pouco do topo. Especialmente o São Paulo, que vem conhecendo os defeitos de Adilson Batista no que diz respeito às substituições.

Portanto, vou terminar como comecei há duas semanas: até onde vai essa sorte?

Termino relembrando um som do Helmet, “Unsung”.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=jBfygUiS50g[/youtube]

Clássico é clássico e vice-versa.

Saudações alvinegras,

Antes de mais nada, preciso confessar: é muito difícil falar sobre o todo-poderoso com essa ressaca moral que me dói a cabeça e me dá náuseas. Somos os campeões do primeiro turno, e daí? Domingo passei vergonha, não só porque perdi uma caixa de cerveja pro meu amigo Milesi porcão, mas, principalmente, porque vi meu time tomar virada do seu maior rival, pelo fato de o Corinthians estar despencando no Brasileirão e porque, mais uma vez, falta raça!

Posso ser repetitivo batendo tantas vezes na tecla do “Raça, Timão. Você é tradição!”, ainda assim parece que os jogadores não entendem a importância do manto que vestem. A torcida está fazendo o seu papel no estádio; jogadores e comissão, não.

A discussão do momento é a possível demissão de Tite, que a diretoria garante que não ocorrerá. Ele nunca fui meu técnico favorito, mas a culpa não é só do cara. Ele já mexia mal no time no início do campeonato e mesmo assim tivemos um começo arrasador. Jorge Henrique, outrora ídolo guerreiro da fiel, além de vir em baixa, é culpado pela torcida de abusar das noitadas paulistas, o que poderia ser a razão de tal baixa em seu desempenho, será?

Para mim, única coisa que realmente não tá encaixando é a definição de Alex e Danilo. Não tá dando certo com um, com outro e muito menos com os dois. Ainda assim, prefiro o Alex.

Enfim, jogamos mal (mais uma vez!) e perdemos para a porcada, algo que não acontecia desde o Brasileiro de 2009. Temos todo o segundo turno pela frente, mas a única coisa que me anima hoje é o fato estatístico de que o campeão do primeiro turno normalmente leva o caneco. Mas vale lembrar que se perdermos hoje podemos até mesmo sair da zona da Libertadores.

Vai, Corinthians!

O som do dia é Not your savior, da antiga banda No use for a name

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Surpreendente!

No segundo tempo, Liedson teve mais liberdade para atacar. Foto: Lancenet

Para os corintianos que assistiram ao jogo contra o Atlético-MG até o final do primeiro tempo, a perspectiva era de um desastre ainda maior do que o 2 a 0 que se apresentava. Até porque Tite montou um time lento, muito diferente do padrão da equipe que conquistou a liderança do Brasileirão. Porque – convenhamos – por mais que tenha feito boas apresentações com a camisa do Timão neste campeonato, Danilo é um jogador lento. Dividindo o meio de campo com Alex, destoou do ataque e Liedson se viu obrigado a ir buscar a bola, que não chegava. Jorge Henrique, sem saber se era meia ou segundo atacante, e ainda foi castigado com a marcação de um pênalti duvidoso.

Sheik foi o nome da virada de ontem.

Eis que – no momento em que muitos corintianos foram dormir – Adenor acordou. Improvisou JH na lateral-esquerda, mandou Welder para sua posição de origem (onde realmente ele sabe jogar) e colocou o Sheik no lugar de Alessandro, que parecia ter comido uma feijoada antes de entrar em campo – praticamente andava, não corria.

Aí a história mudou. Emerson fez chover: fez gol, deu assistência, sofreu pênaltis – dois, que Alex cobrou de maneira idêntica. Acertou um, errou o outro.

Por mais que o treinador tenha sido obrigado a improvisar um meia-atacante na lateral, não dá pra dizer que Tite foi um “professor Pardal” ontem. Pelo contrário, consertou a invenção mal-sucedida. Saiu do estranho esquema 4-2-3-1, que sacrificava Liedson e colocou o time pra jogar no tradicional 4-4-2. Deu muito certo, e foi premiado com a merecida virada.

Para o próximo jogo, contra o Figueirense, no Pacaembu, no próximo sábado, Tite contará com a volta de Chicão. Resta saber o que pode ser feito para suprir a falta de um lateral-esquerdo. Quem diria que – com dois jogadores na posição (por mais que se questione a qualidade de ambos) – o time ainda teria dificuldades por este lado?

Com os demais times grandes capengando, Corinthians e Flamengo parecem estar caminhando para uma disputa isolada pelo Campeonato. É preciso consciência: ainda há muito pela frente. Mas é muito estranho ver o Santos, por exemplo, na situação que se encontra. Também é estranho ver o Palmeiras, comandado com mão de ferro por Felipão, mas cheio de problemas internos. Assim como é estranho ver o São Paulo, com elenco razoável, tendo tantas dificuldades pra ter opções válidas para montar uma equipe coesa, obrigando o apenas esforçado treinador Adílson Batista a despertar sua mania de inventor, a mesma mania que tinha seu antecessor Paulo César Carpegiani. Com todos estes problemas nos adversários, a oportunidade está aí. Resta saber se Adenor e seus comandados saberão aproveitá-la.

É isso aí. Fiquem com o Molotov tocando “Gimme tha power”. Abraços.

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Sinal de alerta

Foto: Gazeta

É inevitável que eu seja repetitivo. Como eu disse na postagem anterior, o Corinthians está pecando nas finalizações. Muito disso por conta da ausência de Liedson, claro. Até porque, por mais que saiba fazer gols, Willian não tem perfil para ser o centroavante da equipe. Além disso, parece estar sentindo falta da referência na área, e acaba sendo bloqueado pelos zagueiros adversários. Sobretudo nos últimos confrontos, em que o time enfrentou equipes que lutam para não caírem, e por isso seus treinadores montam verdadeiros ferrolhos.

Fato é que agora o Corinthians perdeu a liderança para o Flamengo, embora ainda esteja melhor em termos de aproveitamento. Na quarta, contra o Santos, na Vila Belmiro, além dos desfalques certos de Julio César (ainda em recuperação), Ralf (convocado por Mano Menezes, além de ter forçado o terceiro cartão amarelo para não desfalcar ainda mais o time), teremos ainda a ausência de Jorge Henrique, também suspenso. Ainda assim, acho que o Timão se beneficia por conta da ausência de Neymar e Ganso no time do Peixe. Resta saber se a equipe vai conseguir aproveitar esta vantagem.

Sobre o jogo de ontem, acho que acabou sendo acertada a decisão de colocar Danilo Fernandes no lugar de Renan, que não consegui fazer uma partida boa sequer. Pode ser bom goleiro no futuro, mas acho que não se adaptou ainda.

Alex foi o melhor do Timão contra o Furacão, e ainda marcou um gol de pênalti. Foto: Gazeta.

Já o meia Alex arrebentou e foi ontem o grande nome do jogo. Merece ser titular. Resta saber, quando Tite tiver todos os jogadores à sua disposição, quem é que sairá.

Na revista Istoé desta semana saiu uma matéria reveladora sobre o nosso controverso presidente Andrés Sanchez. Vale dar uma conferida.

Me despeço ao som de The Decemberists, “This is why we fight”:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=oLSOzcEQjiE[/youtube]