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DEIXEM O GAROTO EM PAZ!

Não é de hoje que a imprensa bombardeia o público com especulações sobre a saída de Neymar do Santos. Pra ser mais exato, desde que o garoto ascendeu ao profissional cogita-se a sua ida para Europa. Os que defendem a saída do garoto alegam que Neymar jamais será o “melhor do mundo” se não jogar em um grande europeu.

Eu que defendo sua permanência acredito que ele não deveria se importar com esse título concedido pela Fifa de “melhor jogador do mundo”. Sem querer comparar, mas muitos jogadores geniais não tiveram a oportunidade de participar de tal premiação e ninguém discute que eles foram os melhores do mundo de suas épocas, aliás, não só de suas épocas, mas englobando toda história do futebol.

Zico, Tostão, Ademir da Guia, Rivelino, Maradona, Cruyff, Puskas e é claro o Rei Pelé. De fato, são inúmeros os exemplos de jogadores que foram os melhores de suas épocas e não precisaram de um troféu ou um título para provar isso.

Agora, porque o mesmo não pode acontecer com Neymar?  Será mesmo que com o futebol que ele joga, ele seria só mais um na Europa? Teria que provar tudo novamente?

Sinceramente, sem medo de arriscar, acredito que o garoto seria protagonista em qualquer cenário, seja na Europa, na China, aonde for. Portanto, não há a necessidade do Neymar sair do país para comprovar seu talento. Aqui o garoto é feliz, se sente bem, é adorado pelos torcedores de seu clube e o mais importante, está perto de sua família.

Entretanto, o mais lamentável dessa história toda, não é a ânsia que muitos têm pela saída do garoto. O que mais incomoda, de fato, é o tratamento que dão ao melhor jogador brasileiro em atividade. É “pipoqueiro” pra lá, “cai-cai” pra cá, juízes punindo suas comemorações, zagueiros agressivos tentando quebrar sua perna, cabeças de bagre provocando e imprensa contestando.

Ora, mas não foi a própria mídia que criou o estrelato do Neymar? Por qual motivo agora o criticam?

Cada passo de Neymar é uma capa de jornal, uma manchete. É o seu cabelo que mudou, sua nova namorada, suas fotos nas redes sociais…

Imagine um garoto de 21 anos que em 4 anos como jogador já atingiu o status que Neymar atingiu. Dinheiro, badalação, fama, tudo isso mexe muito com a cabeça de um menino. Por sorte, o seu staff é muito bem preparado e evita que sua carreira tome um caminho conturbado, como  aconteceu com o Ganso, por exemplo.

O fato é que precisamos parar de pegar no pé do garoto, parar de forçar a sua saída. Vamos focar a atenção, as capas de jornal e as notícias no seu futebol, no seu talento. Ele é um atleta como qualquer outro, que pode oscilar, ter seu momento ruim, mas uma coisa é certa, ele não precisa provar mais nada a ninguém.

Portanto, deixem o garoto em paz! Afinal, se acham que está ruim com ele, imagine sem…

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O SUPERDIMENSIONAMENTO DAS COISAS POR VEZES NEGLIGÊNCIA A VERDADE.

Se você buscar o significado do termo “bajular”, verá que ele se destina a quem adula o outro ou qualquer coisa, mas com algum fim interesseiro. Ele o faz esperando ter algo em troca.

Detesto verdades absolutas. Elas desestimulam o livre raciocínio em busca da lógica. Cegam o receptor e o torna presa fácil de qualquer bajulador.

A melhor banda de todos os tempos foram os Beatles. O melhor jogador de todos os tempos foi Pelé.

Mas por quê? Baseado em quais comparativos? Quem disse isso?

A torcida mais fanática do mundo é a tal. A maior movimentação de uma torcida foi feita pela torcida tal.

Quais fatores corroboram com essas afirmações? E, o mais importante aqui, a quem interessa que essas afirmações tornem-se verdades absolutas?

Amo os Beatles, mas não é essa a minha banda número 1 da vida.

Ainda acho que Pelé é o maior de todos os tempos, mas já começo a ponderar acerca da possibilidade de Messi tomar esse posto.

O que tornam Pelé e os Beatles intocáveis e inatingíveis pela análise do mundo?

Nada, a não ser a conveniência.

E veja, não estou discordando das afirmações. Defendo apenas o direito em discuti-las.

É conveniente melindrar certas discussões, delimitar os objetos de análise.

Quem tem o maior amor do mundo sabe que a ele aquele sentimento pertence, mas não necessariamente o do meu vizinho é o mesmo maior amor do mundo. O dele é outro.

O sofrimento que você pode ter tido em certo momento da vida pode não ser grandes coisas comparado ao sofrimento de outro e o do outro não chega aos pés do seu.

O superdimensionamento das coisas por vezes negligência a verdade.

Nessa manhã onde o Corinthians fez sua vitoriosa, entretanto decepcionante (no aspecto técnico) estréia no Mundial de Clubes, todos os chavões voltaram a tona. E ainda que fossem de seu torcedor, vá lá. Mas não, eles partem de quem os informa, de quem deveria levar a eles a luz da realidade pura como ela é, não distorcida da maneira como mais lhe convém.

O corintiano deixou de ser sofredor há muitos anos. O Corinthians deixou de obter seus êxitos com penúria há tempos.

É o clube mais bem administrado do país e economicamente está se tornando uma potencia mundial. Em campo esse trabalho de bastidores surte efeito. Está no Mundial pois venceu a Libertadores de forma invicta e sem levar sustos em uma final tranquila contra o Boca Jrs.

Da mesma maneira que hoje venceu pelo placar mínimo, mostrando um futebol mínimo, diante de um adversário de qualidade mínima. Assim foi pois não jogou bem, não por ser o Corinthians um clube sofredor.  Oras, façam-me o favor.

Por que raios as notas após a vitória magra contra o pobre Al Ahly tem que frisar o “eterno sofrimento alvinegro” e não a fraca partida de um time que é sim muito competente, mas que hoje simplesmente jogou mal?

Finalizo aqui recomendando duas leituras que foram as razões por eu ter escrito o texto acima:

A 1ª do jornalista Antônio Carlos Teixeira, do Observatório da Imprensa:

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/midia-empurra-numeros-fantasiosos

A 2ª do jornalista Mauro Cezar Pereira, dos canais ESPN:

http://espn.estadao.com.br/post/298487_os-exageros-sobre-o-corinthians-que-se-arriscou-sem-necessidade-e-o-perigo-para-o-chelsea

Abraços,

COMO DESFAZER O EFEITO MANADA?

Assunto chato: Em relação a Libertadores, a Fox Sports surgiu para os torcedores insatisfeitos com as abordagens e comentários tendenciosos da detentora de tudo no futebol brasileiro, como um verdadeiro porto seguro. Isso não significa que precise ser o espelho da Globo, só que as avessas.

A Globo hoje trata o Corinthians como um caso a parte no futebol brasileiro. Transmitiu TODOS os jogos do time na Libertadores, enquanto outro clube paulista, o Santos, que além de ser o atual campeão da Libertadores, tem ainda o melhor jogador das Américas, foi relegado a 2º, 3º, 4 º plano. Cobertura chapa branca. Faz-se o que a audiência quer ver, escutar e depois comentar, no lugar de levar a ela o fato como ele é. Mostra-se muito de um e nada de todos os outros. Isso obviamente impacta nos contratos de publicidade, na busca por parcerias financeiras, contratação de jogadores, valorização da marca e bla, bla, bla. Se nada mudar e em alguns anos teremos um Campeonato Brasileiro tão “empolgante” quanto o Espanhol. Com duas forças polarizando tudo e o resto brigando pelas migalhas.

Ontem na transmissão do jogo Corinthians X Vasco, o comentarista pela Fox Sports foi Paulo Lima. E ele se mostrou por diversas vezes indignado com as opções do árbitro em jogadas onde o beneficiado era o Corinthians. Uma em questão me chamou bastante a atenção.

Em disputa de bola bastante viril, Jorge Henrique e Eder Luiz se desentenderam. JH, irritadiço, foi em direção a Eder e ao encará-lo e ser encarado, fez menção em acertar uma cabeçada no adversário. Fez menção, não chegou as vias de fato e isso é nítido na imagem. Vá lá que ele tenha encostado sua testa no narigote do vascaíno. Daí a fazer todo o carnaval que o atacante se prestou ao ridículo, era desnecessário. Eu sendo árbitro não amarelaria ninguém, mas se tivesse alguém a receber algo ali era Eder, pelo circo. Vuadden fez o óbvio em se tratando de assoprador brasileiro e amarelou ambos. Paulo Lima da Fox mostrou-se profundamente indignado. Guerreando contra a imagem, justificou que a expulsão de JH era questão de se aplicar a regra.

Tão absurda foi sua abordagem, que o narrador, Eder Reis, se não me foge a memória (bom narrador, diga-se de passagem), se posicionou contrário ao que o comentarista tentava vender. O clima ficou até um tanto tenso entre eles após esse fato.

Horas antes do jogo, na Globo, as chamadas da partida eram festivas, pareciam textos do Bial com narração do Galvão. Tratavam o Corinthians como a seleção da CBF na final da Copa de 2014 e o Vasco, tão brasileiro e grande quanto o Corinthians, parecia ser a Bósnia em amistoso do sub-17.

Mas este é o padrão Globo ao qual estamos todos acostumados a ver. As alternativas a essa regra televisiva não deve seguir os mesmos preceitos. Deve mostrar-se imparcial, relatando fatos, emitindo opiniões limpas de qualquer bandeira ou carapuça vestida.

Uma boa parte dos torcedores médios tem tentado buscar novas alternativas contra o establishment televisivo. E isso é bom, é ótimo. É a manada buscando sair do curso comum.

Mas há de se haver alternativas limpas e não caminhos que os levem a chafurdar na mesma lama de sempre.

Em tempo: Prefiro citar nomes dos profissionais e órgãos mencionados. Na hora de elogiar e criticar, diga-se. Se prego o jogo limpo nos informativos, prefiro que sejamos assim também.

Comentários sobre os jogaços da Copa do Brasil e Libertadores virão ao final da rodada de hoje.

Cheers,