Palmeiras e Figueirense protagonizaram no último sábado, 20, um jogo que até pouco tempo costumava acontecer em outra divisão: na Série A do Campeonato Brasileiro. Porém, devido ao mau momento em que vivem as duas equipes, a disputa desta vez ocorreu pela 9°rodada da Segunda Divisão Nacional, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, Santa Catarina.
No Verdão, durante a semana, o discurso de todos eram que o embate diante dos catarinenses serviria como uma espécie de ‘teste’ para os comandados de Gilson Kleina. Até porque, o Palmeiras vinha de 3 vitórias consecutivas sobre adversários, teoricamente, mais fracos que o próprio Figueira – time candidato pleno ao acesso. Uma vitória no sul confirmaria de vez o bom momento e daria mais confiança e, principalmente, tranquilidade ao cada vez mais favorito Palmeiras.
Teste para o Palmeiras, teste também para Valdívia. Afinal, o camisa 10 não atuava 90 minutos há 114 dias. Durante este longo período de invalidez, o Mago passou por dias de penúria, sendo alvo principal de críticas da torcida e imprensa. Disposto, com outra postura, mais focado, comprometido e mostrando ser o suprassumo de qualidade em meio ao voluntarioso e, hoje, equilibrado elenco palmeirense, Valdívia vêm vencendo a cada jogo uma dura batalha: a batalha contra as (ainda) temidas lesões. Até o momento, nas três partidas em que disputou após a parada da Copa das Confederações, na qual sempre foi destaque, o atleta não reclamou, sequer, de dores musculares. Ponto positivo.
A grande verdade é que o Palmeiras se torna outro time com a presença de Valdívia em campo. “Bem fisicamente”, como parece finalmente estar, a qualidade da equipe sobe a um patamar capaz de igualar em força com algumas equipes da Série A. Veremos isto na prática, durante as Oitavas de Final da Copa do Brasil. Por outro lado, qualquer entusiasmo quanto ao estado físico do chileno deve ser contido devido ao seu vasto histórico de contusões. Como disse nos canais do F.F.C., no Facebook: “só confiarei no Valdívia quando tiver uma sequência de 10 jogos. Por enquanto faltam 7.”
Se engatar uma longa sequência de jogos em alto nível, Valdívia possui todos os predicados para retomar o posto de ídolo – hoje vago -, que conseguiu alcançar nas temporadas de 2007/08. Basta querer, se condicionar todos os dias e o principal: jogar bola! É nítido que o gringo ainda é querido por grande parte dos torcedores. Muitos ainda acreditam em seu potencial.
Na goleada contra o ABC, no Pacaembu, por exemplo, o jogador teve seu nome gritado por parte da torcida para que cobrasse o pênalti sofrido por Charles, convertido em seguida por Vinícius. Naquele jogo, assim como diante do Oeste, partida que marcou sua volta, Valdívia passou em branco. Entretanto, a sorte persegue quem é provido de talento. Diante do Figueirense, veio o merecido prêmio. Gol da vitória aos 42′ da segunda etapa. Gol decisivo, em um embate pra lá de decisivo. Gol de quem se espera algo à mais. Algo diferente. Que só alguém da qualidade de Valdívia consegue proporcionar.
Líder, o Palmeiras da Era Nobre segue firme em busca da retomada de seu habitat natural: a elite. Ainda restam 29 batalhas para que o clube que vive hoje dias mais tranquilos, de reestruturação e perspectivas positivas, alcance o grande objetivo. Confiante. Imponente, com raça e organização , e contando com a aliança da torcida que canta e vibra, o Verdão tem tudo e um pouco mais para passar sem sustos por mais este pesadelo.
Rumo ao paraíso. Rumo a Série A!