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A CONVOCAÇÃO DE HENRIQUE E O ATO DE TORCER PELA SELEÇÃO

Com apenas quatro convocações o zagueiro Henrique, ex-Palmeiras, desbancou Miranda e Dedé (Foto: Ari Ferreira/LancePress)
Com apenas quatro convocações o zagueiro Henrique, ex-Palmeiras, desbancou Miranda e Dedé (Foto: Ari Ferreira/LancePress)

A convocação dos 23 nomes para integrar a Seleção Brasileira que disputará a polêmica Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 foi divulgada nesta manhã. E sem surpresas – se é que podemos considerar assim a presença do zagueiro Henrique na lista oficial.

Logo de cara, muitos contestaram a chamada do ex-palmeirense e, hoje, jogador do Napoli, campeão, no último domingo, da Copa Itália. A lógica para o nome do defensor figurar entre os selecionados é simples: ele é um jogador de confiança do treinador. O que se torna ainda mais evidente quando trata-se de Luiz Felipe Scolari.

É óbvio que desde os tempos de Palmeiras o ex-capitão alviverde ostenta de bom relacionamento com o gaúcho. Talvez estes sejam os argumentos mais plausíveis para explicar sua presença no Mundial.

Felipão é supersticioso, sistemático, típico treinador a moda antiga. Aquele cara que sabe mais pilhar um grupo do que ser um especialista em parte tática. Não é de hoje que sabemos que o Bigode convoca baseado mais na confiança no sujeito do que em sua técnica, propriamente.

Miranda, aclamado por muitos e atualmente em grande fase, ficou de fora. Talvez nunca mais dispute uma Copa do Mundo, o que é uma pena. Seu clube, o Atlético de Madrid, vive a chance de ser campeão espanhol e, de quebra, pode abocanhar a Champions League depois de 40 anos. Para completar os bons predicados do ex-são-paulino, a defesa Colchonera, da qual ele é titular, é uma das mais sólidas da Europa.

Todas essas informações posivitas seriam suficientes para o paranaense ser convocado, correto?

Não.

Na teoria, e na prática, Miranda é mais jogador que Henrique, está em melhor fase. Porém, na cabeça de Felipão, Copa do Mundo é um campeonato diferente, que vai além do estágio que cada jogador se encontra. Para ele, o cara pode chegar como reserva, em má fase no clube. Mas na seleção, mesmo que fique no banco, será importante.
Achei linear esta convocação. Mas levaria o Miranda.

O time brasileiro é entrosado, possui padrão de jogo definido, tem uma defesa consistente e um fator diferencial: Neymar. Tem grandes chances, sim, de ganhar a sexta estrela. Principalmente por jogar em casa.

O que mais me entristece é saber que esta Copa não está nenhum pouco com cara do que deveria ser uma Copa. Daquelas em que no mês de abril já seria possível sentir a atmosfera, seja nas ruas, colégio, comércios, etc. Nem parece ano de Copa. Talvez grande parte da população desanimou diante de todo o cenário precário que se instaurou na organização deste evento, que não é nosso.

Por outro lado, a paixão pelo futebol, pela grandeza do evento, acaba abafando isso na hora de torcer.

Se perder, o discurso imediatista certamente terá como pano de fundo a lamentável organização da Copa, as roubalheiras da CBF, a convocação do Henrique…

EXISTE TRABALHO SENDO FEITO

Da conquista da Copa das Confederações por parte da seleção da CBF, muitas ponderações podem e devem ser feitas, muita coisa ganha espaço, exceto o pachequismo e o desdém ao adversário. Sobretudo em uma época em que o levante popular por buscas de melhorias em searas tão mais importantes que as do futebol nos dá a sensação de vivermos o despertar de uma geração mais crítica e analítica, que deixou de aceitar o pão e circo, bem como o de viver o factível, ante as suposições e os achismos oportunistas. Devemos sim usar dessa nova maneira de enxergar a vida para aplicar ao nosso esporte tão amado.

O tom da crítica ao trabalho realizado até a final do último domingo se deu dentro daquilo que víamos em campo e também fora dele. Ao analisar o jogo jogado dentro de campo, não estamos excluindo a necessidade de continuar de olho nos trâmites do jogo de interesse jogado fora dele. A realização das Copas com suas obras faraônicas sustentadas com dinheiro público continuam, não mudaram em nada. Mas o jogo do time de amarelo praticado no campo de jogo, sim. E é esse o tocante de hoje.

Desdenhar da Espanha é uma tremenda burrice. Seja você um pacheco assumido ou alguém mais contido. Ao diminuir os feitos espanhois nos últimos anos, joga-se por terra qualquer mérito enxergado no time de Felipão. Afinal, a seleção cebeéfiana triturou os atuais campeões mundiais, os bicampeões europeus, que vinham de uma longa e merecedora invencibilidade.

Ponderações acerca da condição física com que os espanhóis chegaram para enfrentar os brasileiros são justas, mas não eliminam o ótimo jogo de Neymar e cia. O time do Felipão variou taticamente. Da marcação pressão implacável nos primeiros minutos, passando pela atuação da dupla de volantes que anulou Xavi e Iniesta, chegando ao perfeito jogo tático de Hulk e Oscar. Recuou quando necessário, fazendo uso enfático de um contra ataque mortal, sobretudo pela esquerda com Marcelo e o genial Neymar. Impossibilitou a fluência do jogo espanhol, que mesmo quando teve posse de bola, pouco ou quase nada produziu. E quando o fez, como no quase gol de Pedro – na única grande jogada do ainda melhor time do mundo – encontrou uma barreira intransponível formada por um revigorado Julio Cesar e uma dupla de zagueiros fenomenal com Thiago Silva e um exuberante David Luiz, que foi ao lado de Neymar e Fred o grande nome da final. Perfeito na marcação, implacável na cobertura e preciso nas antecipações.

Não cabe mais desconfianças a respeito da condição técnica de extraterrestre de Neymar. Se nos times de Mano Menezes e mesmo no início de trabalho de Felipão, sem padrão tático, o cara já era o artilheiro isolado, bastou o acerto do time para que ele enfim brilhasse como dele sempre se espera. Melhor jogador do torneio, autor dos mais belos e decisivos tentos. Incontestável!

O time da CBF termina a Copa das Confederações bem mais bonito. Mas pés no chão são mais que necessários. O resultado não serve para transformar esse no melhor time do mundo. Ele não é, ainda. Espanha e Alemanha continuam alguns passos adiante, com trabalhos muito mais consistentes que este iniciado por Felipão. O título em uma Copa como esta também não é parâmetro para projeções. Nenhuma seleção campeã do torneio repetiu o feito na Copa do Mundo a seguir. O próprio time da CBF de Parreira e depois de Dunga nos serve de espelho. E mesmo esse time de Felipão oscila muito. De bons jogos contra Japão e Itália, a um péssimo diante dos uruguaios e depois um jogo brilhante diante dos espanhóis.

Por ora o que fica é isso. Existe trabalho sendo feito. Ele é bom e tende a ficar ainda melhor.

 

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O VELHO ESTILO FELIPÃO

Vencedor, Luiz Felipe Scolari, agora em sua segunda passagem à frente da Seleção Brasileira, vêm provando a cada partida que sua estrela ainda brilha forte. Não como o futebol de sua equipe, que demanda reparos, mas foi suficiente para chegar a mais uma final de Copa.

Antes de começar, é sempre bom lembrarmos que Felipão chegou ao comando técnico do time da CBF por manobra de seu atual presidente, vossa senhoria, José Maria Márin. Em 23 de novembro do ano passado, o Zé Medalha, de maneira inesperada, simplesmente sacou Mano Menezes – que na época fazia um bom trabalho -, para colocar em seu lugar um treinador que tivesse a simpatia do público, com o único objetivo tirar de suas costas a responsabilidade em caso de um iminente fracasso na Copa-14.

Felipão foi o nome escolhido. No pensamento de Márin, devido ao atual cenário cercado de incertezas na qual vivia (e ainda vive!) o futebol brasileiro, nada melhor seria do que um cara experiente, tarimbado, que aguentasse a pressão da imprensa e, principalmente, da exigente torcida. Felipão chegou quietinho (até porque meses antes havia sido peça fundamental no segundo rebaixamento do Palmeiras para a segunda divisão), prometendo dar continuidade ao bom trabalho deixado por seu antecessor. Entretanto, o gaúcho fez uma ressalva: iria impor seu estilo, gostassem ou não. Para muitos, já ultrapassado. Para ele, de resultado.

Após alguns tropeços em amistosos frente a grandes seleções e uma chuva de críticas da opinião pública, Felipão resistiu, com a teimosia de sempre, e hoje, enfim, temos um time. Ao menos, competitivo. Mas não pronto.

Na semifinal de ontem, no Mineirão, diante do bravo Uruguai, a vitória veio à duras penas, como era de se esperar. Ao modo do treinador: sofrida, com requintes de sorte e com uma estrela enorme. Estrela que iluminou Paulinho – o artilheiro dos gols pontuais, o volante que faz gols! A estrela que iluminou e vem iluminando Neymar, o único craque do time, que ontem não brilhou, mas foi decisivo. Estrela que voltou a iluminar o goleiro Júlio César, vilão de 2010, e hoje herói, na defesa crucial do pênalti cobrado por Forlán.

Fato é que a Seleção de Felipão, em busca da sexta estrela, hoje tem a sua cara. Simples, com pouco brilho, mas com muita raça. O futebol pragmático se faz novamente presente. E isso é perigoso. Afinal, este esporte em geral evoluiu. Felipão não. Sua filosofia fez sucesso em 2002, mas quem garante que fará agora? Em meio a tudo isso, o Brasil conseguiu chegar à mais uma decisão. Para a surpresa de muitos, com um ótimo aproveitamento. Quatro vitórias em quatro jogos. E duas batendo seleções campeãs do mundo – Itália e Uruguai.

Domingo, no “Maracanã”, acontecerá a final do torneio da FIFA. Tudo indica que teremos o aguardado Brasil x Espanha. Caso ocorra mesmo este duelo, ganhando ou não, a impressão é que estamos no rumo certo. Mas ainda não fazendo o certo. Que Felipão mude. Que deixe um pouco de lado a teimosia e melhore alguns fundamentos básicos para o bom funcionamento do time. Que aprenda com a Espanha. Que novas ideias tomem a cabeça do velho Bigode. Que o Brasil, jovem na idade de seus jogadores, deixe o velho futebol e acolha o novo. O moderno.

A grande verdade é que a Copa das Confederações da FIFA tem pouca importância. Na maioria das vezes, ela sempre engana. Aliás, tem nos enganado bastante nos últimos anos, pois todas as vezes em que fomos campeões, no Mundial, sempre dançamos. No Maracanã, valerá mais um bom teste contra a Campeã do Mundo do que o simbólico troféu do torneio.

Ainda estamos longe da própria Espanha e, também, Alemanha.

O velho estilo Felipão está de volta.

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Felipão vibra após gol de Paulinho, na semifinal da Copa das Confederações, contra o Uruguai, no Mineirão

 

 

 

 

TRABALHO MAL FEITO, MEU FILHO!

O desgaste era notório e as cobranças praticamente insustentáveis, somado a tudo isso a ausência de bons resultados e um time sem qualquer padrão tático.

De fato, não era preciso um olhar muito clínico para se comprovar que o ciclo de Muricy já havia se encerrado, para muitos, nem deveria ter começado.

Em 2011, quando o treinador assumiu a equipe, o Santos precisava de alguém que desse solidez a defesa do time, para que o talento de Neymar, Ganso e cia pudesse fazer a diferença.

Com Dorival Jr., o alvinegro exibia em campo um vasto repertório de jogadas ofensivas, o volume de jogo durante as partidas era sufocante para o adversário e o time que tinha como proposta de jogo se defender a todo momento era goleado facilmente.

Entretanto, quando aquele mágico Santos enfrentava uma equipe que também saia para o jogo, a dificuldade era flagrante, já que a defesa se mostrava vulnerável, tanto pela falta de um volante cabeça de área para protege-la, quanto pela ausência de um bom goleiro.

Visando a solução para os problemas defensivos, o Santos foi buscar um técnico especialista no assunto, o multi campeão Muricy Ramalho. O nome era forte e as expectativas as mais promissoras possíveis.

Quando chegou ao clube, o Santos era, até então, o favoritíssimo para conquista da Libertadores. Contudo, penou no 1° turno da competição e se viu a beira da eliminação. Precisando de 3 vitórias em 3 jogos, Muricy percebeu ali que teria muito trabalho em pouco tempo hábil para tal.

As coisas caminharam, a equipe se classificou e sagrou-se campeã. Muricy alcançava um dos poucos títulos que faltavam para o seu repertório e o Santos voltava ao Mundial de Clubes depois de 48 anos.

O futebol brilhante de outrora (2010) não existia mais, porém o Santos era um time encorpado, mais competitivo e tinha o Brasileiro inteiro para se preparar para o torneio mais importante de sua história. Parecia que a aposta da diretoria do Santos tinha dado certo, Muricy era mesmo o nome certo para dirigir o time.

Errado…

Desde a conquista da Libertadores, o treinador não conseguiu mais um padrão tático, não criou uma identidade, uma forma de jogar. O Santos patinou no Brasileiro, foi surrado no Mundial e passou o ano de seu centenário apostando única e exclusivamente em Neymar, em partes deu certo, o time conquistou dois títulos, mas a eliminação para o Corinthians na Libertadores e o pífio Brasileirão mostraram que o trabalho do técnico não estava sendo bem feito.

Ora, é claro que um time que possui em seu plantel um jogador como o Neymar, certamente terá dificuldade na falta do mesmo. Mas são justamente nessas ausências que entra o trabalho do bom treinador.

Muricy sem o craque não conseguia montar o time, não se tinha um esquema de jogo, não havia um padrão tático, a equipe atuava como se Neymar ainda estive ali. Mesmo erro cometido por Ney Franco após a saída de Lucas e que não foi cometido por Tite.

O treinador do Corinthians não teve em suas mãos um Neymar ou um Lucas logo de cara, e por isso, optou por montar um conjunto forte que não dependesse de um único jogador. Quando Paulinho tornou-se o “Neymar” de Tite, o treinador conseguia suprir sua ausência, pois já tinha um esquema de jogo pré-estabelecido.

Mesmo com Alessandro, Fábio Santos, Chicão, Castán, Ralf e tantos outros jogadores longe de serem brilhantes, Tite alcançou o tão esperado padrão, o equilíbrio como o próprio gosta de citar. Dessa forma, o Corinthians, sem ser brilhante, tornou-se a equipe a ser batida e até hoje colhe os frutos.

Quando Tite sair, um legado será deixado. O próximo treinador apenas dará prosseguimento a um trabalho bem feito em todos os aspectos. No caso do Santos, Muricy não deixou legado algum, desmotivado e retrógrado, o treinador se acomodou, pois tinha Neymar e não conseguiu dar identidade a um Santos promissor.

A saída de Muricy é uma vitória da base santista, o grande motor do clube e o que o mesmo simplesmente ignorou. A saída de Muricy é uma vitória do bom futebol,  pois mesmo com um investimento exacerbado no trabalho do treinandor, o Santos nunca teve uma forma de jogar e perdeu toda sua essência de um futebol vistoso e ofensivo.

A saída de Muricy é um alento para todos os grandes clubes que insistem em apostar em técnicos retrógrados, que bancam a permanência de medalhões que já passaram do prazo. Treinadores orgulhosos que ainda acreditam que suas formas de trabalhar sejam as mais corretas, treinadores que não inovam e principalmente, que não arriscam.

Chega de Felipão, Luxemburgo, Muricy. Vamos dar lugar ao novo e ao diferente.

Vamos resgatar o verdadeiro futebol brasileiro!

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PAULINHO – O MELHOR VOLANTE DO BRASIL

Nos últimos cinco anos, o Corinthians tem se especializado em revelar jogadores que, no tal do futebol moderno, são peças indispensáveis para uma equipe que almeja vôos mais altos: o volante.

Neste intervalo de tempo, passaram pela meia-cancha alvinegra nomes, hoje conhecidos, como Elias, Cristian, Jucilei entre outros. Porém, um nome dentre todos estes que tem se destacado é o do volante Paulinho.

Após rodar o norte europeu, sofrer com racismo e até pensar em largar o futebol, o pequeno Paulo voltou ao Brasil para defender o Bragantino. Mal sabia ele que ali começaria sua vitoriosa carreira.

Mostrando técnica refinada aliada à força no arranque ao ataque, o volante-meia chamou a atenção dos dirigentes corintianos, que sem titubear contrataram a então aposta da época.

Com a saída de Elias para o Atlético de Madrid, no final de 2010 Paulinho já era titular absoluto do Timão ao lado do também ótimo volante Ralf, o Pitbull da Fiel.

Com muita disposição, raça e, principalmente, gols Paulinho caiu nas graças da Nação e hoje alcançou status de ídolo do Campeão do Mundo.

Devido a solidez da equipe alvinegra, você pergunta para qualquer torcedor do Corinthians quem é o melhor jogador do time e todos demoram um pouco para responder, entretanto o nome de Paulinho acaba sempre como o mais votado.

Fato é que Paulinho é a válvula de escape do Corinthians de Tite. Quando ele não aparece, a equipe sente. Não que isso seja uma “Paulinho Dependência”, mas sua importância para o bom funcionamento do time é essencial.

Ontem no primeiro duelo da finalíssima do Paulistão-2013 contra o Santos, na qual o Coringão saiu vencedor, Paulinho foi o melhor em campo. No primeiro tempo, juntamente com toda a equipe, dominou com sobras seu setor dentro das quatro linhas. Sobrou até chapéu em cima do experiente Marcos Assunção. Na etapa final, quase marcou um gol de placa, após arrancar de forma espetacular ao ataque. Pena que a finalização saiu errada.

Peça fundamental no elenco comandado pelo Sr. Adenor, agora o camisa 8 busca provar para Felipão que volante que sabe sair jogando e marca gols não é coisa da imprensa.

Paulinho comemora gol com a Fiel
Paulinho comemora gol com a Fiel