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SELEÇÕES EM AÇÃO

Espanha em ação em Boston contra os Estados Unidos

Com o fim da temporada europeia, as atenções voltam-se para as seleções nacionais que entraram em campo nos últimos dias. Desde amistosos, passando pelas eliminatórias para a Euro 2012 até os preparativos finais das equipes para as competições continentais, foi hora de esquecer os clubes (pelo menos no mundo civilizado, onde há respeito às datas FIFA) e ver as bandeiras e ouvir os hinos nacionais planeta afora.

Zabaleta cabisbaixo com gol nigeriano

Entre os amistosos preparatórios para torneios vindouros, a Argentina foi a campo duas vezes. Na verdade, uma Argentina cover esteve presente para enfrentar Nigéria e Polônia. E os anfitriões da próxima edição da Copa América tiveram sérios problemas sem Lionel Messi e companhia. Jogando contra os nigerianos em Abuja, capital do país, os argentinos foram goleados por 4 a 1 em partida que ficaria sob suspeita de manipulação de resultados em virtude de interesses em bolsas de apostas. Na rodada seguinte, a mesma Argentina cover encerrou a semana negativa ao perder em Varsóvia por 2 a 1 para os poloneses.

 A Espanha, campeã da Europa e mundial, conquistou duas vitórias fáceis no seu tour americano. Jogando em Boston, fez a melhor das apresentações nos amistosos e derrotou os Estados Unidos por 4 a 0. Em seguida, fez uma visita à terra de Hugo Chávez e ganhou tranquilamente dos venezuelanos por 3 a 0. A seleção espanhola mostrou na América o porquê de ser a melhor do mundo.

Uruguai e Holanda em Montevidéu

Se os campeões vieram à América, os vice-campeões seguiram o mesmo rumo. Com vários desfalques, a Holanda empatou com Brasil (0 a 0), em Goiânia, e Uruguai (1 a 1) em Montevidéu. É bom ver seleções de ponta virem até a América do Sul para amistosos, ainda que haja ingredientes políticos na organização dos jogos, como no caso do jogo de Goiânia.

 Falando de coisa mais séria, foi dado prosseguimento às eliminatórias para a Eurocopa de 2012, a ser disputada conjuntamente na Polônia e na Ucrânia. E não há o que discutir, é a Alemanha que tem mostrado o cartão de visitas no momento.  Nas duas rodadas realizadas neste mês de

Alemanha marcando no Azerbaijão

junho, os alemães dispararam na liderança do grupo A, após duas boas vitórias contra Áustria e Azerbaijão, sempre como visitante. Jogando em Viena no último dia 3, a estrela de Mario Gomez brilhou ao marcar ambos os gols que garantiram a vitória por 2 a 1. Na rodada seguinte, foi a vez de Mesut Özil dar as caras ao fazer grande partida e marcar um dos gols na vitória por 3 a 1 em Baku, capital do Azerbaijão. Por ironia, a derrota colocou em xeque o trabalho de Berti Vogts, técnico alemão da seleção local, que segura a lanterna do grupo com 3 pontos. Já a Alemanha, com 21, abre 10 pontos de vantagem para o vice-líder do grupo, a Bélgica, que empatou com seu maior perseguidor, a Turquia, em terceiro com 10 pontos.

Joachim Low fazendo na Copa o que não se ensina às crianças

Sucesso para o técnico Joachim Low, notabilizado na Copa da África do Sul pelo trabalho e pela inovação em dietas alternativas através de “alimentos” renováveis.

No grupo B, sem nenhuma seleção de ponta, Rússia, Irlanda e Eslováquia mantêm briga acirrada pela liderança, todos com 13 pontos. Nas rodadas disputadas, os russos derrotaram a Armênia em São Petersburgo por 3 a 1. A Eslováquia teve incrível dificuldade para derrotar Andorra apenas por 1 a 0 em Bratislava e a Irlanda foi até a Macedônia para vencer por 2 a 0 graças aos gols do atacante do Tottenham, Robbie Keane.

Itália comemorando gol contra a Estônia

Bons e maus momentos para a Itália. Pelo menos, no compromisso mais importante, a Azzurra venceu a Estônia em Modena por 3 a 0 com grande atuação de Giuseppe Rossi e foi a 16 pontos no grupo C, mantendo a liderança absoluta. Os vice-líderes estonianos foram às Ilhas Faroe para vencer por 2 a 0 e atingir 11 pontos. Faroe que protagonizou a grande surpresa ao vencer a Estônia por 2 a 0 na rodada seguinte. Voltando para a Itália, que folgou na rodada seguinte da Eurocopa, a equipe do técnico Cesare Prendelli foi derrotada pela Irlanda, do consagrado técnico, também italiano, Giovanni Trapattoni por 2 a 0. Apesar da maior posse de bola, os italianos não conseguiram jogadas ofensivas de qualidade e, no contra-ataque, foram derrotados. Provaram do próprio veneno.

A França do técnico Laurent Blanc decepcionou e perdeu a chance de disparar no grupo D ao empatar com a Bielorrússia em Minsk. Críticas a nomes como Benzema e Ribery não faltaram na imprensa francesa e os “Bleus” chegam a 13 pontos. Já a Bielorrússia surpreende ao manter-se colada na França na classificação com 12. De resto, a Romênia derrotou a Bósnia por 2 a 0 em casa em jogo válido por disputa pelo terceiro posto do grupo. A Albânia continua com chances também.

Ibrahimovic arrasando a Finlândia

Com a ausência dos líderes holandeses na rodada do Grupo E (18 pontos), Suécia e Hungria trataram de pôr pressão para as próximas rodadas. Os suecos mandaram bem ao derrotar por 4 a 1 a Moldávia e golear os rivais nórdicos da Finlândia por 5 a 0. O astro do Milan, Zlatan Ibrahimovic, mostrou serviço para delírio da torcida local e anotou um “hat trick” na goleada aplicada na cidade de Solna e levou a equipe ao segundo lugar do grupo com 15 pontos. A Hungria foi ao principado de San Marino, encravado no território italiano, e fez 3 a 0 sem esforço. Os húngaros também sonham com classificação ao atingir 12 pontos no terceiro lugar.

No grupo F, também sem bichos-papões, equilíbrio entre Grécia (14 pontos), Croácia e Israel (13 pontos cada). A Croácia venceu a Geórgia por 2 a 1. Mesmo placar de Israel sobre a Letônia fora de casa. Os líderes gregos derrotaram Malta por 3 a 1.

Andres Guardado comemorando gol do México contra a Costa Rica

Além da CONMEBOL, com a Copa América no próximo mês, também a CONCACAF realiza competição continental de seleções no período: a “Gold Cup”. São 12 equipes divididas em três grupos que estão disputando nos Estados Unidos o título de melhor seleção das Américas do Norte, Central e Caribe. E até o momento, no grupo A, passeio total do México e de Javier “Chicharito” Hernández. O astro do Manchester United lidera seu país com duas goleadas de 5 a 0 sobre El Salvador e Cuba, além de um 4 a 1 na Costa Rica. No grupo B, surpresa ao som de reggae com a liderança parcial da Jamaica sobre Honduras. E mais surpresa no grupo C com derrota americana para o Panamá (2 a 1) em Tampa. Os panamenhos lideram parcialmente o grupo com 6 pontos.

Festa do Velez Sarsfield no Clausura

E a Argentina encerra seu Torneio Clausura. Alegria para o Velez Sarsfield que alivia dor da eliminação difícil de ser digerida na Libertadores. O Argentinos Juniors derrotou o maior perseguidor do Velez, o Lanús, por 2 a 0. Com a vitória prévia da equipe também por 2 a 0 na rodada sobre o Huracán, a diferença se tornou inalcançável. Festa para a forte equipe de Buenos Aires que tentará novamente reconquistar o título continental no próximo ano.

E já que a Copa Ouro da CONCACAF foi assunto, nada melhor do que conferir um belo gol vindo da América do Norte. Valendo pela Major League Soccer (MLS), o Seattle Sounders FC recebeu o Vancouver Whitecaps. Partida chegando ao fim, Seattle vencendo, uma bola despretensiosa sob controle do adversário. Isso tudo até Eric Hassli recuperar a posse, aplicar um chapéu e bater com pouco ângulo à disposição. Um grande gol para o Vancouver.

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Chazinho de Coca – Apostar na Espanha era apostar no futebol. Parabéns, Espanha. E obrigado.


Texto: João Paulo Tozo
Foto: Reuters/ ESPN

A segunda-feira, 12 de julho de 2010, chegou. A televisão continua aqui posicionada, estrategicamente apontada para a minha mesa. Mas hoje ela não irá ligar, afinal a Copa do Mundo de 2010 acabou.

Depressão profunda para quem anseia por quatro anos pela overdose de futebol e pela incansável busca da boleirada pelo posto máximo do planeta bola.

Mais depressão ainda para quem espera que a arte do futebol possa ser expressa pelos melhores pés do esporte, e que ao final desse 1 mês de uma dose cavalar de futebol nas veias dos apaixonados por esse esporte, os melhores pés dentre os melhores do planeta possam enaltecer o jogo bem jogado.

Para o bem da Copa e do futebol, deu Espanha campeã.

Vale reafirmar o que digo há meses – “Nunca é por acaso o êxito de um time como o da Espanha”

Não teria sido também por acaso o êxito holandês, afinal ninguém elimina o Brasil e chega a uma final de Copa sem que haja merecimento.

Mas o merecimento espanhol passa muito mais pelo jogo bem jogado, pela ofensividade que principalmente nós brasileiros sempre apreciamos, pelo gosto em tratar bem a bola, do que pelo antijogo praticado pela Holanda, sobretudo na final.

Essa Espanha joga no lixo a infeliz tendência que algumas escolas do jogo bem jogado tentam emplacar hoje, de que é necessário mais força do que técnica para se atingir objetivos maiores.

E que objetivo e maior no futebol do que ser campeão do mundo?

A Espanha de Del Bosque fez o caminho inverso dessa triste tendência. Largou no passado aquele papo furado de “Fúria”, que tentava se fazer valer mais da força, daquele papinho mole de que cara feia assusta, quando na verdade você pode assustar muito mais quando a bola está em seus pés e quando esses pés tratam bem da Jabulani da Copa, da Jobulani da final de ontem.

Mostra ao mundo que essa conversinha de que entre ganhar jogando feio é melhor do que perder jogando bonito é desculpa, pois na verdade o mais legal é ganhar jogando bonito, tratando bem dos olhos do mundo.

Serve para acabar com essa discussão tonta de brasileiros que defendem a seleção que jogou bonito e perdeu em 82, contra os que amam a seleção que jogou feio mas ganhou em 94. Quando é muito mais legal jogar bem e ganhar, como a de 2002. Como poderia ter sido mesmo agora 2010.

Não, não é qualquer seleção que pode se dar ao luxo de jogar como a Espanha. Mas o Brasil pode, o Brasil deve. Torço para que agora essa tendência em embrutecer o jogo faceiro dos brasileiros seja posta nos anais do esporte como algo a não se seguir.

A Holanda poderia também, mas preferiu lesar a mítica de seu outrora “futebol total”, trazendo a tona a feliz – na infelicidade- definição de Paulo Vinicius Coelho durante transmissão da final pela ESPN, onde cunhou o “antifutebol total” dessa Holanda vice-campeã.

Rinus Mitchels deve estar P*** da vida onde quer que esteja.

Não a toa também que falo há tempos do jogo “a italiana”, tanto de Brasil, quanto da Holanda.

No duelo entre eles, a sorte holandesa morou na grande fase de Sneijder, contra a péssima fase de nossos “destaques”. Na letalidade de seus craques, contra a letargia dos nossos.

Mas contra a Espanha, essa sim, dona do atual futebol total, e com muito mais destaques letais, a Holanda sucumbiu.

Até conseguiu no inicio diminuir os espaços no meio campo espanhol, coisa que a Alemanha não foi capaz de fazer. Mas encontrou pela frente uma Espanha que não se limitou ao jogo pelo meio, tendo Sérgio Ramos aberto e acionado a todo instante pela direita. A Holanda perdeu-se dentro de sua mediocridade tática e passou a apelar para uma violência quase gratuita. Fosse pouca coisa mais corajoso e o juizão teria expulsado o lutador – de vale tudo – De Jong, quando este estampou a marca de sua chuteira no peito de Piqué. E estávamos ainda ano início do jogo.

Stekelenburg, destaque holandês na final, salvava a pátria em milagres contra Sérgio Ramos. Enquanto seus parceiros continuavam não querendo jogar.

Sneijder foi mais uma vez o sopro de racionalidade do time, mas bem marcado e mal acionado, viu-se limitado pelos integrantes do UFC que jogavam ao seu lado. Robben teve a bola do jogo, mas em má jornada deu a Casillas a chance de confirmar a sua grande Copa do Mundo e a condição de melhor goleiro da competição.

Fabregas que ao longo da Copa foi opção de luxo espanhola, fez a diferença quando entrou no lugar de Xabi Alonso. Vejam que Del Bosque sacou um volante e colocou um meia ofensivo. Nada de 6 por meia dúzia.

Outro dos tantos papinhos furados dos que preferem apostar sempre no óbvio a ter que olhar o que tem se jogado pelo mundo, começava a cair por terra. A Espanha não mais iria “amarelar” na Copa.

Mesmo com as penalidades mostrando-se cada vez mais próximas, cada vez mais injustas com o domínio espanhol, já na prorrogação Del Bosque mandou Torres a campo.

Terá sido por acaso que o gol da Copa saiu de jogada envolvendo Torres e Fabregas?

Claro que não. Como não foi por acaso que Iniesta, esse sim furioso, craque que cresceu quando a Copa exigiu que se crescesse, recebeu a bola do jogo, fez o domínio do jogo e fez o fuzilamento do jogo. Marcou o gol da Copa. O gol da história de um país que deixa de vez a síndrome de vira-lata no passado.

É o 8º sócio do restrito clube dos campeões do mundo. É o 8º, mas é o atual. Confirma em 2010 a sua condição de melhor seleção do planeta, condição que vem desde a Euro de 2008, mas que só agora pode enfim silenciar os que naquele título na viam nada mais do que uma “Grécia” do acaso.

O acaso não faz parte do histórico desse time. Um grande campeão do mundo nunca surge por obra do acaso.

E claro, para encerrar essa minha 1ª coluna sobre uma final de Copa, a 1ª desde o surgimento do Ferozes FC, não posso deixar de extravasar a minha satisfação em ter cravado há meses que a Espanha era a favorita da Copa de 2010. Que acreditar no futebol bem jogado nunca foi por acaso.

Certo como é o título espanhol, é também a certeza de que minhas apostas em grandes times nunca serão por acaso.

Obrigado a todos que acompanharam as nossas impressões ao longo dessa Copa do Mundo. Obrigado Espanha. Obrigado futebol.

Cheers,

Chazinho de Coca – Nunca será a toa um time como a Espanha estar na final da Copa.

Texto: João Paulo Tozo
Foto: EFE



Nunca foram a toa as minhas apostas na Espanha. E não é o fato de acertar que me deixa com essa felicidade tremenda, mas sim o fato de que minhas apostas foram todas direcionadas ao time que mais me apresentava possibilidades de assistir a um futebol de técnica, de ofensividade, sem que isso impedisse a competitividade de seu jogo.

Entre jogar feio e ganhar ou jogar bonito e perder, eu sou muito mais jogar bonito e ganhar, como a Espanha.

Jamais é a toa a conquista de uma Eurocopa. Nunca é a toa ter 100% de aproveitamento nas eliminatórias da Copa. Nunca, jamais será a toa a minha torcida por um time que busca o gol a todo instante.

Do goleiro ao centroavante, não tem pernas de pau no time de Vicente Del Bosque. E nem mesmo a derrota na estréia da Copa, em um jogo onde o derrotado obteve 70% da posse de bola e massacrou o vencedor em seu campo de defesa, poderia ser objeto de questionamentos sobre o potencial da equipe.

Se na derrota foi absoluta, nas vitórias foi inquestionável. O time que lidera quase todas as estatísticas atropelou na semifinal da Copa a gigantesca Alemanha, sensação da competição até então.

Enquanto algumas seleções optaram por lesar seu histórico ofensivo recheando o meio campo com volantes e alguns pseudos craques, a Espanha de Del Bosque usa somente um volante de ofício, ainda assim, um Senhor volante – Busquets. Iniesta, Xavi e Xabi Alonso ficam mais soltos para trabalhar o jogo e obter sempre a enormidade numérica na posse de bola.

Em 3 toques a bola sai de Sérgio Ramos e já está com Capdevila do outro lado do campo. Na frente o artilheiro da Copa, Davi Villa, movimenta-se por toda parte, deixando Fernando Torres mais centralizado.

E tem mais essa. Torres não vive grande momento, já que vem de contusão. Imagina então sem “El Niño” estivesse na ponta dos cascos?

Hoje jogou Pedro em seu lugar, e apesar do gol absurdo perdido quando o placar já estava 1X0, a jovem revelação do Barcelona deu conta do recado.

Aliás, a diferença entre Alemanha e Espanha em suas campanhas até aqui era exatamente o centroavante. Ambas as seleções de ótimo toque, de manutenção da posse de bola, a Alemanha vinha tendo mais destaque exatamente por Klose estar concluindo as jogadas que do outro lado Torres não vinha conseguindo.

Então Del Bosque hoje veio com Pedro no lugar do camisa 9, tirou seus dois avantes de dentro da área e colocou uma correria incrível em cima de Lahm, Mertesacker, Friedrich e Boateng.

Joachim Low, ainda que sem Muller, errou ao recuar tanto o jogo de seu time desde o princípio. O meio campo alemão virou um playground onde os espanhóis fizeram o que bem entenderam. Com o meio campo a quilômetros de distância do ataque, a Alemanha só não foi presa fácil porque a Espanha respeitou demais os tricampeões do mundo.

Os espanhóis estão pela 1ª vez em sua história na final da Copa. Cheios de merecimentos, cheios de incontestáveis elogios e aplausos. Cheios de grandes jogadores, de um grande sistema de jogo. E cheios de apostas de gente apaixonada pelo futebol do ataque, como eu. Que há meses aposto na Espanha como a futura campeã do Mundo.

Nada é a toa. Como não é a toa a Espanha estar na final da Copa.

Cheers,


Café com Leite na Copa: Chile e Espanha

Chile e Espanha fizeram um dos melhores jogos dessa primeira fase, bonito de ver, as duas seleções jogando pra frente, exato oposto do jogo entre Suíça e Honduras, que ficaram no zero a zero.
E pra sorte do bom futebol a Suíça não se classificou, alguém precisa falar pros caras que o objetivo do jogo é marcar gols, coisa que fazem por acidente. Sei não, mas acho que jogador que faz gol naquele time pede desculpas pros companheiros, em francês, italiano e alemão.
Mas tô aqui pra comentar o jogo dos figuras que falam castellano, duelo de metrópole e colônia, eu torcendo pro Chile, vizinhos e companheiros dessa desdita da História, mas a Espanha me conquistou durante o jogo, tavam batendo uma bola tão bonita quanto sua camisa azul, de triste memória para franceses e italianos, que fizeram feio na África do Sul.
E ia ser uma injustiça os espanhóis ficarem fora da Copa, o time só tem craque de bola, a melhor seleção que o país da península produziu em muito tempo. Vai lá, comemorei os dois primeiros gols da Fúria, que mandou muito bem no primeiro tempo, botando os chilenos na roda, que perdidos em campo, só davam botinada pra lá e pra cá, tendo um jogador expulso. O sangue ferveu pros sul-americanos.
O segundo tempo foi melhor pros chilenos, que não são nada covardes. Mesmo com um a menos o time não abdicou do ataque, o técnico argentino Bielsa é louco mesmo, nada de colocar volante pra perder de pouco, é isso aí, a tática deu certo e eles conseguiram fazer um gol e igualar as ações. Viu, Dunga?
E era isso, oportunidades perdidas de ambos os lados, um jogo aberto que deu gosto de ver, nem parecia Copa do Mundo. O resultado de 2 x 1 garantia os dois times na próxima fase, e assim foi. Que posso dizer? Chupa, Suíça!
Agora a Espanha pega Portugal, clássico ibérico. E o Chile enfrenta o Brasil, primeiro adversário de verdade da seleção canarinho. Vai por mim, não vai ser um jogo fácil, o time do Valdívia vai dar trabalho pra gente, anota aí.

Café com Leite na Copa: Chile x Honduras e Espanha x Suiça

Texto: Beto Almeida
Fotos: UOL
Chile x Honduras
O primeiro jogo do dia teve uma bela atuação do time chileno, que mostrou ser capaz de obter a classificação para a próxima fase. Apesar do adversário fraco (Honduras deverá ser o saco de pancadas do grupo), os chilenos mostraram muita movimentação em campo, sempre procurando o gol e desperdiçando muitas chances.
Valdívia jogou muito bem, é o cérebro do time. Organiza as ações do ataque, municiando com passes precisos os atacantes Beausejour e Alexis Sanches, que são muito rápidos. Os chilenos começaram o jogo com muita vontade, partindo pra cima e criando boas chances. Os hondurenhos se seguravam como podiam, mas o gol do Chile era questão de tempo.
E, aos 34 minutos, Isla foi acionado por Matías Fernandes, partindo em velocidade e cruzando na área para Beausejour, que de carrinho dividiu a bola com o zagueiro Mendoza, num bate-rebate que acabou em gol.
O primeiro tempo acabou assim, 1 a 0 pro Chile, e olha lá que podia ser mais.
No segundo tempo a pressão chilena continou, mas não conseguiu transformar esse domínio em mais gols. O goleiro hondurenho Valladares fez bela defesa em cabeçada de Ponce, numa defesa de puro reflexo que fez a alegria dos fotógrafos da partida.
E o jogo terminou assim, com a vitória simples do Chile, que mostrou um belo futebol.
Espanha x Suíça
E tai a primeira zebra da Copa. A Suíça ganhou da badalada Espanha por 1 a 0, gol de Gelson Fernandes no começo do segundo tempo.
O time espanhol é aquilo, ninguém sabe o que acontece com a Fúria, atual campeã européia, que sempre amarela numa Copa do Mundo. Mas calma aí, não vamos dar os espanhóis como carta fora do baralho, foi a primeira partida e a Suíça, se não tem jogadores brilhantes, conta com uma organização defensiva surpreendente. Um verdadeiro ferrolho, tão eficiente quanto seus relógios.
A verdade é que a Espanha jogou melhor o tempo todo, mas não conseguiu furar a defesa dos quejeiros. Não é tarefa fácil, mas senti que os espanhóis não tiveram criatividade suficiente para fazer o gol, falta um craque ao estilo de Messi no time espanhol, que abusou dos cruzamentos na área.
Também pecaram na finalização, era cada chutão pra galera… Mas a Fúria impressionou pelo toque de bola, eles dificilmente erram um passe, mantendo uma posse de bola impressionante. Os suíços ficaram na deles, só na defesa e esperando encaixar um contra-ataque. E, numa das poucas oportunidades que tiveram, marcaram o gol.
Agora resta a Espanha vencer seus próximos jogos para se classificar. Boto fé nos caras, o futebol só tem a ganhar com a Fúria no campeonato.