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Surpreendente!

No segundo tempo, Liedson teve mais liberdade para atacar. Foto: Lancenet

Para os corintianos que assistiram ao jogo contra o Atlético-MG até o final do primeiro tempo, a perspectiva era de um desastre ainda maior do que o 2 a 0 que se apresentava. Até porque Tite montou um time lento, muito diferente do padrão da equipe que conquistou a liderança do Brasileirão. Porque – convenhamos – por mais que tenha feito boas apresentações com a camisa do Timão neste campeonato, Danilo é um jogador lento. Dividindo o meio de campo com Alex, destoou do ataque e Liedson se viu obrigado a ir buscar a bola, que não chegava. Jorge Henrique, sem saber se era meia ou segundo atacante, e ainda foi castigado com a marcação de um pênalti duvidoso.

Sheik foi o nome da virada de ontem.

Eis que – no momento em que muitos corintianos foram dormir – Adenor acordou. Improvisou JH na lateral-esquerda, mandou Welder para sua posição de origem (onde realmente ele sabe jogar) e colocou o Sheik no lugar de Alessandro, que parecia ter comido uma feijoada antes de entrar em campo – praticamente andava, não corria.

Aí a história mudou. Emerson fez chover: fez gol, deu assistência, sofreu pênaltis – dois, que Alex cobrou de maneira idêntica. Acertou um, errou o outro.

Por mais que o treinador tenha sido obrigado a improvisar um meia-atacante na lateral, não dá pra dizer que Tite foi um “professor Pardal” ontem. Pelo contrário, consertou a invenção mal-sucedida. Saiu do estranho esquema 4-2-3-1, que sacrificava Liedson e colocou o time pra jogar no tradicional 4-4-2. Deu muito certo, e foi premiado com a merecida virada.

Para o próximo jogo, contra o Figueirense, no Pacaembu, no próximo sábado, Tite contará com a volta de Chicão. Resta saber o que pode ser feito para suprir a falta de um lateral-esquerdo. Quem diria que – com dois jogadores na posição (por mais que se questione a qualidade de ambos) – o time ainda teria dificuldades por este lado?

Com os demais times grandes capengando, Corinthians e Flamengo parecem estar caminhando para uma disputa isolada pelo Campeonato. É preciso consciência: ainda há muito pela frente. Mas é muito estranho ver o Santos, por exemplo, na situação que se encontra. Também é estranho ver o Palmeiras, comandado com mão de ferro por Felipão, mas cheio de problemas internos. Assim como é estranho ver o São Paulo, com elenco razoável, tendo tantas dificuldades pra ter opções válidas para montar uma equipe coesa, obrigando o apenas esforçado treinador Adílson Batista a despertar sua mania de inventor, a mesma mania que tinha seu antecessor Paulo César Carpegiani. Com todos estes problemas nos adversários, a oportunidade está aí. Resta saber se Adenor e seus comandados saberão aproveitá-la.

É isso aí. Fiquem com o Molotov tocando “Gimme tha power”. Abraços.

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Quem tem um não tem nenhum

Gol do Sheik não evitou a derrota.

Sheik não é Liedson. Isso é fato, assim como o João Paulo já disse no “Post it” hoje. Posto isso, não é surpresa que o principal problema do Corinthians no jogo contra o Avaí tenha sido a finalização. Tudo bem que Emerson finalmente tenha conseguido desencantar, mas não foi suficiente para garantir a vitória contra o fraco time catarinense. Olha que coisa: há pouco tempo, todos discutiam como Tite iria se virar para colocar dois centroavantes, Adriano e Liedson, no mesmo time. No fim, deu no que deu. O “Imperador” sequer estreou, e atualmente reveza seu tempo entre a fisioterapia e a tentativa de perder peso. Ficou só o Levezinho como opção na área. Aí veio a lesão. E ficamos sem o finalizador.

Mas também não foi só isso que determinou o resultado do jogo. A formação inédita da zaga, com Leandro Castán e Paulo André, muitas vezes bateu cabeça, não se encontrou. O lateral esquerdo Fábio Santos tentou algumas esdrúxulas finalizações, e o nosso Morais parece ter entrado no jogo com o intuito único de perder a bola que gerou o terceiro gol avaiano.

Renan ainda não mostrou a que veio.

Por falar em avaiano, o goleiro egresso do time catarinense é outro exemplo da dificuldade de substituir um titular. Muitos diziam que Renan seria uma sombra para Julio César, e que no dia em que assumisse a posição, não sairia mais. Olha, o que vi ontem foi um goleiro inseguro e estabanado. Pode até se firmar, mas precisa melhorar muito.

Destaque mesmo foi Jorge Henrique, que correu o tempo todo e ainda conseguiu fazer um gol no final, embora já não fosse possível mudar o jogo.

No próximo compromisso, contra o América-MG, assim como o Avaí um sério candidato ao rebaixamento, teremos um adversário fragilizado pela saída do treinador Antonio Lopes, que havia assumido o time há menos de um mês. Em seu lugar, interinamente, o ex-goleiro Milagres. Esperamos que não faça jus ao nome.

Pra fechar, uma performance ao vivo do Them Crooked Vultures, tocando “Elephants”:

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PALMEIRAS SALVA A HONRA DOS PAULISTAS NA RODADA DO BR11

O Palmeiras conquistou a 2 ª vitória consecutiva e já tirou boa parte da gordura que o líder Corinthians possuía até então. Mesmo sem Kleber o time atuou com propriedade ofensiva, mas precisou novamente que os criticados Marcos Assunção e Luan resolvessem em momentos fatais da partida. Luan inclusive teve os direitos federativos adquiridos pelo Palmeiras e fez a alegria de Felipão, que já começava a desenhar um novo ataque com Wellington Paulista. Embora o desenho não estivesse pintado com cores tão evidentemente claras como as que Luan pela esquerda vem pintando. Valdívia voltou a atuar bem e foi o finalmente o cérebro que o time não vinha tendo há muito tempo. Teve a vitória perigando escapar por entre os dedos quando o Galo arrumou o 2º gol com Wesley, livre, sem marcação alguma dentro da pequena área. Na medida em que se torna mais efetivo no ataque, tem perdido a eficiência defensiva. Se encontrar este equilíbrio – e Felipão tem condições de tirar isso desse elenco – o Verdão aparece sim com um dos favoritos ao título.

O badaladíssimo elenco corintiano, cantado em verso e prosa por tudo e por todos como o melhor do país, bastou perder seu centroavante por algumas rodadas que já sofreu duas derrotas e acendeu o sinal de alerta. Onde reside o exagero: No amor exacerbado de alguns órgãos de imprensa com o time do Profº Tite ou nos que já olham com desconfiança para esse time que vinha fazendo a melhor campanha da era dos pontos corridos até bem pouco tempo?

Fato é que Emerson não é substituto para Liedson. Nem pelo estilo de jogo e nem pelo próprio jogo. Até aqui o Sheik não disse ao que veio. A verdade é que o Corinthians em nenhum momento mostrou-se um timaço, como também não passou a ser cavalo paraguaio após 2 rodadas. Venceu partidas onde se a vit´poria não tivesse vindo ninguém teria feito grandes alardes. Como perdeu as duas últimas jogando o suficiente para de repente vencê-las. Está na média dos demais ponteiros e não tem no banco de reservas um treinador com um histórico de grandes trunfos táticos na manga, como alguns de seus principais rivais possuem.

Dos jogos de Santos e  São Paulo vi muito pouco. Do Peixe o que intriga é a queda técnica do apontado por muitos como futuro candidato a melhor do mundo, Paulo Henrique Ganso. A queda é enorme e o que ele apresenta hoje em campo é digno de um jogador comum, nota 5.5, 6.0. Se não tem a genialidade aflorada de Neymar e o Peixe teria perdido com placares mais largos as duas últimas partidas.

No São Paulo o trabalho de Adilson Baptista já é contestado após 3 rodadas. Que a contratação de um treinador que vem de 3 trabalhos ruins foi um erro fatal de avaliação de uma diretoria que vem se acostumando a erros pontuais, não restam dúvidas. Se Adilson fosse um Mourinho ou um Felipão, ainda vá lá querer acertar a contratação o quanto antes. Mas não é o caso. O sonho era Dorival Jr. E parece que se tivesse aguardado um pouco mais a queda dele no Galo e a direção seria premiada com a colaboração da direção mineira, que já sinaliza com a demissão do bom treinador.

Despeço-me da ferocidade ao som de uma das bandas de cabeceira desse feroz que lhes escreve e que irá vê-los de pertinho pela 2ª vez: Interpol – Obstacle 1

Cheers,

Ralf é Seleção! E agora?

Ralf tem lugar cativo no time titular do Corinthians

O nobre treinador Tite já diz há muito tempo, e eu tendo a concordar com ele: Ralf é ohoje o melhor do Brasil em sua posição. Vindo do indeciso time do Grêmio Barueri antes deste se tornar Grêmio Prudente e depois voltar a ser Grêmio Barueri, o volante virou peça-chave na equipe do Parque São Jorge, fosse quem fosse o treinador. A princípio seria reserva de Marcelo Mattos, que veio para substituir Cristian, mas assim que entrou no time, não saiu mais. É exemplo de regularidade, tanto é que – em um post que fiz com alguns recados para jogadores do clube – até me esqueci de citá-lo. Portanto, o reconhecimento ao seu futebol veio em hora mais do que certa. O que fica é a preocupação: em sua posição, o que há disponível são dois resquícios do time que caiu para a segundona: Moradei e Bruno Octávio. Há ainda a opção de improvisar o novato Edenilson, que vem correspondendo quando entra em campo. Porém, Edenilson é segundo volante, com estilo de jogo mais parecido com o de Paulinho. O desfalque ocorrerá justamente na partida contra o Santos, que o rival pediu para a CBF adiar novamente, dada a convocação de suas estrelas Neymar e Ganso. Confesso que não me desagradaria este novo adiamento, já que a proteção à zaga que Ralf promove seria prejudicada com sua ausência.

Outra preocupação: os outros volantes corintianos convocados por Mano Menezes, Jucilei e Elias, foram negociados tão logo estrearam com a camisa amarelinha. Será que Ralf seguirá o mesmo caminho? Se sim, fico imaginando quem teríamos disponível no mercado para substituí-lo. A melhor opção, Cristian, é caro e difícil de trazer. Esperemos.

Sobre a derrota para o Cruzeiro, tenho a dizer que não chega a assustar, mas é bom que Tite fique atento. Ainda vai demorar para termos a volta de Liedson ou a estreia de Adriano.  Vai ser complicado passar as próximas rodadas sem um jogador-referência na área. A única opção na posição de centroavante é o jovem Elias Oliveira, de 19 anos. Emerson joga bem, mas não parece ter a manha de permanecer na área, é mais de movimentação. Aliás, queria pedir ao Sheik que parasse de se preocupar tanto com firulas. Faça o simples, a Fiel agradece.

Hoje deixo vocês com Deep Purple tocando “Burn” no festival California Jam, de 1974. Destaque para a fenomenal divisão de vozes entre David Coverdale e Glenn Hughes.

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These days

Do bonde para o bando.

Estivemos ausentes por estes dias, tanto eu quanto o camarada Felipe Phil, que divide este espaço comigo, não só por causa de falta de tempo, mas também porque o Corinthians começou o Brasileirão um tanto apagado ou ofuscado por outros acontecimentos no mundo do esporte, e também por ainda estar em fase de transição. Mas vamos às últimas do Timão:

Muita coisa aconteceu desde minha última coluna. Devo dizer que, embora tenha conseguido uma boa virada contra o Grêmio, acho que o time ainda vai (e precisa) mudar muito no decorrer do campeonato, especialmente com a entrada de Alex, assim que for autorizada sua estreia. Enquanto isso, falemos do extracampo:

Nas minhas recomendações da coluna, não pude inclusive mandar meu recado ao recém-chegado Émerson Sheik, que acertou com o Timão logo após a última publicação. A ele, peço que – caso queira cantar algo pra animar a turma – que comece agora a decorar o poropopó e os demais gritos da nossa Fiel. Nada de “Bonde do Mengão” e coisas do tipo, por favor. De resto, acho boa a contratação do Sheik, desde que ele consiga passar mais tempo em campo do que no Departamento Médico. Embora mais velho, considero que o jogador leva certa vantagem em relação ao seu antecessor Dentinho, em termos de talento para finalizar. Fará boa dupla com Liedson, enquanto Adriano não estréia.

Falando no Imperador, esta semana ele voltou a ser comentado, por ter sido flagrado em sua primeira balada (pelo menos a primeira a ter sido divulgada) após a lesão da qual se recupera. No dia seguinte, cumpriu sua agenda de tratamento. Seria o caso de acender o sinal amarelo no Parque São Jorge? Sim, mas se você cria uma cobra, tem que estar ciente de que pode tomar uma picada a qualquer momento. O Corinthians deve saber com quem está lidando.

Devo dizer que continuo com a mesma opinião a respeito do pouco calmo Morais. Porém, vou tentar acreditar que nosso treinador consiga algum resultado razoável colocando o diametralmente oposto Danilo ao seu lado. Um é rápido e afobado, o outro é lento e calmo, segura um pouco mais a bola. Resta esperar que acertem os passes. Temos pela frente o Coritiba, um time em excelente fase. No entanto, o Coxa, classificado para a final da Copa do Brasil (e favorito, na minha opinião), deve poupar jogadores neste confronto com o Timão, para evitar possíveis desfalques na decisão.

Enquanto isso, nosso folclórico e fanfarrão presidente Andrés Sanchez vem caprichando nas declarações e atitudes polêmicas, o que chama um pouco os holofotes, mas nada digno de atenção. Andrés diz que quer ver Ronaldo jogando pelo Corinthians no Brasileirão, uma hipótese no mínimo equivocada. Apostar num jogador aposentado, mesmo que seja bom para o marketing do clube, pode ser um tiro no pé em se tratando de um campeonato de pontos corridos.

É Torino, não Tolima.

Esta semana, o Corinthians apresentou seu novo uniforme número 3: como forma de homenagear o time do Torino, foi projetada a camisa na cor grená, com São Jorge, padroeiro do clube estampado na frente. Achei bonita a camisa, embora já tenha adversário dizendo que a homenagem na verdade é ao Tolima, nosso algoz na pré-Libertadores. Fornecer subsídio para piadas dos rivais, eis o talento de nossa diretoria, hahaha!

Por fim, a última polêmica envolve o carro pilotado por Antonio Pizzonia na Fórmula Superliga. Patrocinado pelo governo do Amazonas, o modelo foi projetado com a cor verde predominando. Heresia! Se um detalhe em verde já é considerado inaceitável, imagine o carro todo. No fim das contas, acho que as coisas se acertam, embora nem ache que seja relevante a participação do Corinthians nessa categoria. Confira o desenho divulgado do carro:

Aqui, a música que mais gostei de “Wasting Light”, disco mais recente do Foo Fighters. Fique com “These Days”, que escolhi para dar nome à coluna de hoje:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zPHzknP7jNQ[/youtube]