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O BOM PAI A CASA TORNA!

Segunda-feira, 19 de janeiro de 2015, Hotel Trianon. Era para ser um evento secreto, mas como bem disse um torcedor para o diretor do filme “Vai Corinthians”, o inglês Chris Watney, surpreendido pelo número de pessoas presentes muito a cima do esperado, nada com o Corinthians é segredo por muito tempo. Tratava se de uma sessão de autógrafos de um time da oitava divisão inglesa que é protagonista de uma das maiores histórias do futebol, time que, apesar de amador, tem no seu currículo uma goleada por 11 a 3 sobre o Manchester United, que foi o único clube a fornecer um time base a seleção da Inglaterra em toda sua história, seleção essa que usa branco por conta dele, time que foi inspiração, também, para a camisa branca do Real Madrid.

Chris Watney e seu desejo por contar a maior história do futebol sendo realizada.
Chris Watney e seu desejo por contar a maior história do futebol sendo realizada.

Time que foi o maior do mundo no começo do século XX e que 100 anos atrás teve que abandonar no meio do caminho a primeira visita ao seu filho brasileiro para que seus jogadores ou qualquer um que tivesse identidade britânica, fosse lutar a primeira guerra mundial que começou na Europa enquanto o time estava no navio a caminho do Brasil, quase todos os jogadores foram mortos e a história desse clube mudou para sempre. Trata-se do pai do Corinthians e de uma das maiores paixões do futebol mundial, o Corinthian-Casuals.

Aliás, paixão e histórias foi o que não faltaram nessa quente tarde de segunda. O Corinthian-Casuals vem ao Brasil enfrentar o Corinthians ou, o “Póulishta”, como eles mesmo dizem, em um amistoso que visa financiar um filme que vem sendo rodado sobre sua história, enquanto se cantava o hino corintiano e os ingleses com a cara rosada pelo calor tentavam entender e participar do “poropopó”, eu conversava com o diretor e um dos organizadores do jogo Chris Watney que se dizia surpreendido com a recepção e mal via a hora do time entrar em campo para contar, o que ele considera, a maior história do futebol. E conversando sobre o jogo entre os dois times que aconteceu em 88, ele solta que logo ali no hall do hotel havia um senhor que entregou a camisa para um jogador que trocou de time no meio desse jogo.

Empolgação e emoção do elenco do Casuals deu o tom durante todo o evento "secreto"
Empolgação e emoção do elenco do Casuals deu o tom durante todo o evento “secreto”

Seu nome era David e o jogador em questão era nada mais nada menos do que a lenda Doutor Sócrates. Cheguei em dois homens que observavam a festa de longe e perguntei quem era David, um senhor tímido, magro e já nos seus 70 e poucos anos com uma voz rouca diz que é ele e conta que entregar a camisa do Casuals para Sócrates jogar os 15 minutos finais do amistoso de 88 foi uma das maiores honras da sua vida, já com lágrimas nos olhos ele diz que nada foi maior do que aquele momento. Enquanto ele contava isso, o homem ao seu lado, M. Maidment, que se apresentou como o coordenador das categorias de base do Casuals, conta que na sede, ao sul de Londres, logo na entrada há uma foto enorme do eterno doutor vestindo com a classe de sempre a camisa rosa e chocolate do clube, completa dizendo que no Corinthian-Casuals, todos consideram que aquele foi o maior momento da história, deixando para trás outros incontáveis momentos notáveis do clube.

Maidment me conta mais sobre o seu trabalho e na dificuldade de implantar a filosofia de jogar futebol apenas pelo prazer de se jogar futebol nas crianças, que hoje em dia crescem encantadas com jogadores como o Tévez, que atuou pelo seu outro time, o West Ham, e que troca qualquer clube por alguns milhões a mais em sua conta. Ele também fala com orgulho sobre o Corinthian-Casuals ter sido sempre amador, aliás, foi um dos clubes que brigou com a FA no início do século XX para que a profissionalização do futebol fosse proibida. Futebol acima de tudo, eles dizem.

É quando vem outra surpresa, Maidment aponta para David e diz, ele pode te falar melhor sobre essa paixão pelo futebol amador. A razão? Acontece que esse senhor não só foi o homem que entregou a camisa do Casuals ao Sócrates, mas foi também um jogador do clube por anos, estreou em 1953, e participou da conquista da Surrey Senior Cup, um dos raros títulos do clube, desde então, nunca deixou o Corinthian-Casuals, 62 anos dedicados a uma paixão.

Por um momento todos param e observam emocionados a festa incrível entre jogadores, diretores e torcida, e eu em um inglês tão atrapalhado quanto o centroavante Jamie Byatt, digo que não há grandeza de clube ou dinheiro nesse mundo que pague o que estávamos vendo, e que é uma honra imensa recebermos eles aqui. Nesse momento vejo lágrimas nos olhos dos dois e consigo enxergar como nunca a ligação entre os dois clubes, entre Corinthian e Corinthians. É a ligação de um pai e um filho, é aquela paixão que meu pai me passou quando me levou nos ombros ao Pacaembu pela primeira vez, é a paixão pela simplicidade da bola que o pai inglês passou ao seu filho brasileiro o carregando nos ombros a mais de 100 anos atrás. Dei um abraço no David e pedi uma foto, o que o surpreendeu, talvez tenha o feito se sentir como uma lenda, um ex-jogador do Corinthians Paulista, essa foi a intenção!

David Harrison, a lenda que conheci do Corinthian-Casuals. De jogador ao homem que entregou a camisa ao Sócrates em 88.
David Harrison, a lenda que conheci do Corinthian-Casuals. De jogador ao homem que entregou a camisa ao Sócrates em 88.

Foi quando mais empolgado ele disse seu nome completo em um tom muito claro, como se fosse para eu nunca mais esquecer, e eu nunca irei, Mr. David Harrison, nem dos seus olhos cheios de lágrima denunciando a paixão de ser Corinthians, a mesma paixão que dividimos mesmo separados por um oceano, a simples e inexplicável paixão pelo Corinthians.

O jogo desse sábado é extremamente necessário para a alma corintiana no momento, é uma chance de lembrar de suas raízes, de viver a “corintianiedade” de forma mais intensa e esquecer arena, discussões financeiras e outros assuntos sem vida do futebol moderno e elitizado. Sábado será dia de lembrar e reviver Corinthians, duas paixões se encontrarão para contar a maior história do futebol.

Sai do hotel com uma camisa Rosa e Marrom no ombro e uma certeza, que a paixão é o principal personagem dessa história. O Corinthians hoje é gigante enquanto o Corinthian-Casuals foi e sempre vai ser um time amador, porém a paixão pelos Corinthians vão sempre ser um sentimento simples, divididos por dois países tão distintos, pois como disse a lenda Sócrates.

“O Corinthians é um estado de espírito”.

Os Corinthians são um estado de espírito!

Vai Courântiãns!!

Obs: Agradecimentos especiais ao Felipe Reis! Valeu!

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COMEÇO PROMISSOR!

A Portuguesa, que saiu na frente dos rivais e começou a sua preparação para o Paulistão 2012, ainda no ano passado, deu mais uma amostra de que, começar antes, sempre é o melhor caminho para o sucesso.

Na noite da última quarta (18), a Lusa enfrentou o Corinthians, no Pacaembu, no amistoso que selou a entrega das faixas entre campeões das Séries A e B do Campeonato Brasileiro e levou a melhor, venceu o rival alvinegro por 1 a 0, faturando o troféu “Dr.Sócrates”. Rafael Oliveira, que despontou para o futebol brasileiro atuando pelo Paysandu, fez sua estreia pela Fabulosa esta noite marcando o gol da vitória, aos 29 da segunda etapa. Raios! Começo promissor da nossa querida “Lusinha”.

O início do jogo foi emocionante, com os 11 titulares em campo, muitas chances foram criadas, mas nada de gol. O time do Canindé teve leve vantagem, tocando bem a bola e envolvendo o Timão, porém o atual campeão da Séria A se impôs na partida, explorando o que tem de melhor: A velocidade nos contra-ataques. O goleiro Weverton, por sua vez, apareceu bem e evitou duas boas oportunidades alvinegras, em chutes de Elton e Paulinho.

O jogo ameaçou esfriar, porém a Lusa, através do bom entrosamento e toque de bola envolvente, provou o porque do apelido “Barcelusa da Série B de 2011, onde a mesma não tomou conhecimento dos adversários e sobrou na competição, sagrando-se campeã.

Pelo lado do Timão, Emerson “sheik” foi quem mais levou perigo à meta dos patrícios. O camisa 11 brigou, cometeu faltas pesadas, mas não se intimidou e chamou o jogo. Aberto pelo lado esquerdo do ataque, Emerson deu dois bons chutes de longe, assustando o arqueiro lusitano. Elton, que veio do Vasco elogiando a estrutura do Corinthians, provou que pode ser útil e não fez feio em sua estréia.

Jogando apenas com um meia, o Corinthians deu espaços para a Portuguesa tocar a bola com facilidade, como no lance em que o rápido Rodriguinho driblou Júlio César e caiu perto da área reclamando de pênalti – o arbitro deu apenas falta. Irritando os jogadores e também o técnico Jorginho.

Com a igualdade no primeiro tempo, os técnicos optaram por mudar os 11 jogadores, visando preservar os atletas para a estreia no Paulistão, no próximo final de semana.

O jogo caiu em qualidade, porém a Lusa continuou melhor e aproveitou as seguintes e corriqueiras falhas do sistema defensivo alvinegro, como no lance em que a zaga cortou mal e Gustavo mandou de cabeça, no travessão, assustando a torcida rival.

Aos 29 não teve jeito. Após bela jogada de Bruninho pela direita, que chutou para o meio da área esperando que alguém colocasse o pé salvador na bola, o estreante Rafael Oliveira desviou para o fundo do gol. 1 a 0 Lusa e festa no Pacaembu.

O Timão até esboçou uma reação. Vitor Junior, mais um, dos inúmeros estreantes, acertou a trave, em belo tiro de fora da área.

O jogo era amistoso, mas o técnico Jorginho e também os jogadores não encararam assim, e viram no duelo, a chance de mostrar serviço e também a manutenção do bom futebol apresentado na temporada passada.

Bons jogadores foram contratados, como o atacante Rodriguinho, que despontou para o futebol ano passado, atuando pelo vice-campeão paulista Santo André, onde depois seguiria para o Fluminense, onde sem muitas chances, acabou emprestado ao Atlético PR, que em 2011 caiu para a Série B.

O outro atacante, é Vandinho. Que apesar de jovem, adquiriu experiência, atuando por grandes clubes do país, como por exemplo o Flamengo.

De resto, as principais peças foram mantidas, Jorginho foi valorizado e o começo foi promissor.

A estreia no Paulistão será domingo, contra o Paulista, no Canindé.

Da-lhe Lusa!

Com a vitória sobre o Timão, a Lusa levou para casa, o troféu Dr. Sócrates;