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DÉJÀ VU: O ANO DE 2002 VOLTA À TONA NO CANINDÉ

Como sempre digo por aqui: certas coisas acontecem somente com a Lusa! Pode até parecer coisa de torcedor, mas não é. Quem conhece a história de alguns clubes, sabe: no futebol existe azar! Porém, aliado principalmente à incompetência administrativa, se torna algo corriqueiro na vida de certas agremiações. Casos de Palmeiras, Flamengo, Portuguesa etc.

Para quem tem boa memória, basta voltar, por exemplo, ao ano de 2002. Sim, 2002. E não pense que estou falando do Penta. Da ressurreição do Fenômeno. Do Santos de Robinho e Diego entre outros fatos importantes que marcaram aquele ano. Falo do que ocorreu com a Portuguesa.

Há exatos 10 anos, a Associação Portuguesa de Desportos sofria, pela primeira vez, um rebaixamento. Feito, até em então, inédito em seus 82 anos de existência. Após uma sucessão de cartolas terem roubado dinheiro de seus cofres e injetado em suas padocas, postos de gasolina, imobiliárias e jaguares, a desfalcada Lusa caia para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Junto com ela, Palmeiras e Botafogo também teriam o desprazer de experimentarem o sabor amargo da SEGUNDONA. Estes, que rapidamente se reergueram e no ano seguinte subiram. Mas, afundada em dívidas exorbitantes, nossa Lusa – que voltaria a cair em 2008 – permaneceria enraizada na Série B por mais um tempo.

De fato, o ano de 2002 marcou o último campeonato nacional disputado sob o sistema de mata-matas. O mais incrível, porém, ficou por acontecer justamente com a Rubro-Verde, que passou 28 rodadas fora da zona de rebaixamento e após derrota para o Bahia, no último jogo da primeira fase, caiu para a 23° colocação e também para segunda divisão! Azar ou mera coincidência ? Os dois.

Voltando a realidade, caindo de produção na reta final do BR12, a Lusa se vê agora na mesma situação na qual encontrava-se há dez anos: ameaçada diretamente pelo rebaixamento. O sinal vermelho do desespero foi ligado no último domingo, no Canindé, após derrota catastrófica e indigesta para um concorrente direto e bem familiar quando o assunto é descenso: o Bahia!

Em um jogo onde o bom futebol foi deixado de lado, um chute que parecia despretensioso executado por Diones, surpreendeu o goleirão Dida, capitão da equipe paulista, que bateu roupa soltando a pelota nos pés do artilheiro Souza, o camisa 9  não titubeou e selou a vitória do tricolor baiano pelo placar mínimo. O suficiente para dar alívio aos mais de 3 mil torcedores visitantes presentes ao Estádio Osvaldo Teixeira Duarte.

Souza, do Bahia, fez o gol da vitória do tricolor, no Canindé
Foto: Luis Moura/Gazeta Press

Em situação complicada, a Lusa,  ao contrário de seus concorrentes diretos, terá duras batalhas até o fim. A primeira, inicia-se, sábado, contra o Botafogo, no Engenhão. A diferença para o Sport, primeiro time do Z4, já na próxima rodada poderá cair para um ponto em caso de derrota para os cariocas. O medo do segundo rebaixamento no ano pode influenciar diretamente o desempenho da equipe nesta reta decisiva. O objetivo lusitano até o fim é somar, pelo menos, seis dos 12 pontos que serão disputados. Não realizando isto, o Déjà Vu será inevitável.

É, a briga contra a degola será sensacional! Irá vencer aquele que estiver com a reza e, principalmente, sorte, em dia. Caso contrário, o planejamento para a próxima temporada deverá ser iniciado desde já, seguindo os exemplos de Atlético-GO e Figueirense.

A Lusa vive dias de agonia nesta reta final de Brasileirão 2012

ZONA DE REBAIXAMENTO AINDA PREOCUPA

Rebaixamento. Esta é uma palavra que, após alguns tropeços, já começa a assombrar o torcedor da Lusa no BR12.

Pois com duas derrotas consecutivas – contra Fluminense e São Paulo – a preocupação voltou à tona pelos lados do Canindé. O elenco já apresenta sinais de que não vai aguentar a exigência do duríssimo Brasileirão. Depender somente de Bruno Mineiro será complicado. E o pior: arriscado.

A calmaria e a boa fase, que antes pairavam sobre o time lusitano, parecem mesmo terem ido embora, já que a diferença para o Z-4 é agora de apenas seis pontos. O sinal de alerta já está ligado! O medo voltou!

Geninho, desconfortável com a queda de rendimento de sua equipe, deu declarações de que é preciso contratar. E urgente! Sem um elenco competitivo será muito difícil sobreviver. A chegada de um meia de ofício, que possa aumentar a criatividade do meio campo e munir o forte setor ofensivo, é uma das exigências do treinador.
A diretoria da Lusa tem até o fim desta semana para apresentar um autêntico, ou pelo menos parecido, camisa dez à sua torcida.

Para piorar, o jogo de sábado marcou também a quebra da sequência invicta que o clube ostentava no campeonato sobre os rivais regionais: eram 5 jogos de invencibilidade.

Como fez uma partida desastrosa, o único destaque positivo rubro-verde fica por conta do reencontro de dois ídolos nacionais: Dida e Rogério Ceni, campeões mundiais com a Seleção Brasileira em 2002, que travaram um duelo à parte dentro das quatro linhas. Inclusive, o capitão tricolor se mostrou feliz em reencontrar o antigo amigo.

Parceiros de Seleção, Dida e Ceni se reencontraram no Morumbi (Foto: Marcos Bezerra / Futura Press)

Na próxima rodada, a Lusa tentará se recuperar na competição em mais um clássico: desta vez contra o Santos, sem Neymar. O jogão acontece no famoso horário “balada de sábado à noite”, às 21h, no Pacaembu. Na semana seguinte, no Canindé, a equipe receberá o Atlético-MG, clube que briga ponto a ponto pelo título nacional.
Em caso de derrota nos dois confrontos, algo perfeitamente possível, a entrada na zona da degola é quase certa, já que muitos clubes lá de baixo estão subindo.

É, torcedor Lusitano, é melhor já ir se preparando porque serão fortes as emoções daqui para a frente!

CONSOLIDAÇÃO DA BOA FASE

No inconstante e confuso Brasileirão, quem conseguir o mínimo de regularidade possível certamente alcançará seus objetivos ao final da competição.

Sabendo disto, a Portuguesa, que vinha de um empate em casa contra o Botafogo, na última rodada, conquistou ontem, contra o Grêmio, no Olímpico, sua primeira vitória longe do Canindé. E não foi qualquer vitória não. Foi uma “grande vitória”!

Uma vitória de peso, que dá moral, que consolida a grande fase que atualmente atravessa a equipe dirigida por Geninho. Que evidencia destaques individuais, como a boa fase vívida pela dupla Bruno Mineiro-Ananias – autores dos dois gols da vitória em solo gaúcho. Do firme sistema defensivo, liderado por Dida. Do meio campo pegador, do raçudo Léo Silva. Do bom lateral Marcelo Cordeiro, um dos líderes da equipe. Enfim, este é o time da Portuguesa. Que não conta com “super-stars da bola”, mas busca na limitação de seu elenco a força para alcançar, jogo a jogo, o sucesso, a permanência na elite.

Com 21 pontos ganhos e uma confortável 11°colocação alcançada, a próxima batalha lusitana será diante do forte Internacional, domingo, às 18h30, no Canindé. Caso o resultado seja de vitória, não se surpreenda: a “lusinha” encorpou e ainda vai aprontar muito por aí! Que o diga o Grêmio, não?

Ananias celebra o primeiro gol da Portuguesa (Foto: Wesley Santos / Futura Press)

Até a próxima!

EMPATE PROMISSOR, MAS…

Com uma postura totalmente diferente da derrota contra o Cruzeiro na última quarta (18), a Portuguesa deu indícios de que venceria o Corinthians, ontem, no Pacaembu, pela 11°rodada do Campeonato Brasileiro.

Marcando forte no campo de ataque, o time comandado por Geninho anulou as principais peças do adversário e foi para o intervalo com a vantagem de 1 a 0 no placar. Héverton, que já atuou pelo Corinthians, marcou o tento lusitano. Porém, na segunda etapa o time do Canindé cansou e não suportou a pressão do adversário, que empatou a partida tendo chances, inclusive, de virá-la, como na bola chutada no travessão por Douglas, autor do gol dos “donos da casa”.

Héverton, ex-Corinthians, marcou o gol da Portuguesa – Foto: Leonardo Soares/UOL

Em meio a crise, os jogadores da Lusa lamentaram o resultado, mas destacaram a forma diferente como o time se portou em campo. Com a boa atuação frente ao atual Campeão da Libertadores, a torcida rubro-verde espera que tal postura seja repetida nos próximos jogos, já que o clube corre sérios riscos de entrar na zona de rebaixamento e, possivelmente, não sair mais.

Um ponto que merece destaque é o bom retrospecto da equipe contra os principais rivais: venceu o São Paulo e empatou com Palmeiras, Santos e, agora, Corinthians. Boa!

Firme na defesa e veloz no ataque, a mudança no esquema tático realizada por Geninho, que antes escalava o time no 3-5-2 e agora no 4-4-2, parece ter surtido efeito. Héverton deu mais velocidade ao ataque, onde atuou ao lado do também veloz Diego Viana. O zagueiro Rogério, que vinha falhando constantemente nos últimos jogos, foi sacado do time. Gustavo e Valdomiro formaram a dupla de zaga.

Dida, ex-jogador do Timão nos tempos áureos de 99/2000, foi ovacionado pelo torcedor corintiano ao entrar em campo. O goleiro ficou emocionado e agradeceu os aplausos, porém preferiu destacar a boa partida realizada por seu atual clube.

Dida é aplaudido pelo torcedor corintiano – Foto: Leonardo Soares/UOL

Guilherme, alvo do Corinthians desde o início do ano, ao que tudo indica, deve mesmo permanecer na Lusa. A princípio, a única forma de tirá-lo do Canindé seria com o pagamento de sua multa rescisória. O Corinthians, por sua vez, ainda não jogou a toalha, embora tenha dito à imprensa que sim. A cúpula corintiana busca um investidor que compre os direitos do atleta.

Guilherme realizou contra o Corinthians sua sexta partida neste Brasileirão. Se entrar em campo contra o Flamengo quinta, no Canindé, não poderá atuar por outra equipe na competição.

Enfim, o resultado foi bom, surpreendente até, mas a realidade é dura para a Portuguesa. O time não aspira confiança, não vence há cinco jogos e conta com um elenco limitado. Pelo visto, nomes de peso não chegarão e a sina daqui para a frente será a de brigar com raça contra o fantasma da segundona, que por incompetência de “alguns”, insiste em sondar o Canindé.

GOLEIRO NÃO PODE FALHAR

Um dia herói, noutro vilão. O céu e o inferno nunca foram tão perto. Essa é a vida de um goleiro. Posição mais ingrata do futebol.
Falhar? Jamais. Em hipótese alguma.

O goleiro tem por missão defender sua meta e evitar o gol adversário da melhor maneira possível e, às vezes, impossível.
Claro, está sujeito, pelas circunstâncias do jogo, de levar gols. O pior é quando falhas gritantes acontecem. Sua reputação cai, dúvidas surgem e a torcida se irrita. O ato de uma defesa que às vezes pode ser considerada heroica, diluí em minutos.

Muitos entendidos do mundo futebolístico costumam dizer que até os grandes goleiros costumam falham, porém quando isso ocorre a proporção e a culpa pelo resultado negativo são maiores.

Dida, pentacampeão e atual capitão da Portuguesa, sentiu mais uma vez na pele o peso que duas falhas em um jogo importante podem causar.

Com uma saída equivocada no primeiro gol e uma rebatida no segundo, o camisa 12 foi decisivo para a vitória do Atlético-MG sobre a Portuguesa, ontem, em jogo válido pela oitava rodada do Brasileirão. Com o resultado positivo, os donos da casa estão agora na liderança. Por outro lado, a Lusa está apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.

Em contraponto com a atuação de Dida, Victor, estreante da noite, fez bela partida, demostrando segurança, deixando os torcedores do Galo tranquilos quanto à qualidade de seu novo camisa 1. Com ótimas defesas, uma delas espetacular, em cabeçada de André Luis, que exigiu muito reflexo, o ex-gremista provou que pode ser peça fundamental no esquema defensivo do técnico Cuca, que completou a quinta partida sem levar gols.

Por essas e outras, a música “Goleiro (Eu vou lhe avisar)” cantada por Jorge Ben Jor e Gal Costa fazem mais do que sentido para este post.

Eu vou lhe avisar
Goleiro não pode falhar
Não pode ficar com fome
Na hora de jogar
Senão, um frango aqui, um frango ali,
Um frango acolá”