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O TRI DO SANTOS, O ABISMO SEM FIM DO RIVER PLATE E A FINAL DA COPA OURO

Pelé e Muricy, umas das cenas mais legais da festa

Em noite mágica no Pacaembu, o Santos Futebol Clube conquistou o título da Copa Libertadores da América pela terceira vez na história ao vencer o Peñarol por 2 a 1.

Neymar sem perdão no gol defendido por Sosa

Após um 1º tempo de domínio territorial, mas com poucas chances efetivas de gol, o Peixe tratou de começar a 2ª etapa do melhor modo possível. E foi com o craque Neymar. Em bela trama, Arouca tocou para Ganso que devolveu de letra para o próprio Arouca avançar e assistir o ídolo santista que fuzilou de primeira.

 Com o 1 a 0, o Peñarol não teve alternativa a não ser lançar-se ao ataque. Demais para uma equipe coesa, disciplinada, mas sem craques. A porteira estava aberta para o Santos. Contando com falha defensiva carbonera, a jogada do segundo gol santista sairia pelos pés de Elano que tocou para Danilo colocar no canto com categoria e ampliar.

 O título estava quase garantido. Quase, pois o Peñarol era tinhoso, apesar das limitações. Aos 34 minutos, Estoyanoff cruzou pela direita e Durval, ao tentar interceptar, marcou contra. Pouco demais, tarde demais. Santos campeão.

Briga no final

Cenas emblemáticas e outras nem tanto ao final. Briga e troca de pontapés entre santistas e carboneros após o apito final. É fácil cair no discurso da turma do “deixa disso”. Difícil é estar na pele de quem acabou de perder. Segundo declarações de Luis Aguiar e Alejandro Martinuccio após o jogo, um torcedor entrou em campo e começou a provocar os jogadores do Peñarol. Ok, aquela história, nada justifica a violência. Sem dúvida. Mas quem levaria numa boa esse tipo de situação no calor da coisa?

 De mais belo, além dos holofotes apontados para Neymar, a celebração do título entre Pelé e Muricy Ramalho. O Rei dispensa comentários. O maior jogador de todos os tempos. Muricy é o treinador que aliou disciplina tática com técnica e habilidade. E somente ele conseguiu. Em nenhum momento o Santos foi tão consistente na defesa. Diminuíram os gols lá na frente? Sem dúvida. Mas escassearam também as derrotas. Espetáculo aliado à competição. O melhor dos mundos.

 Inevitável a expectativa criada para um possível duelo contra o Barcelona no mundial de clubes da FIFA em dezembro. Ainda que este Santos seja mais time que o Internacional de 2010, favor não esquecer os “Mazembes” no meio do caminho. Mas, por enquanto, a ordem é comemorar com justiça o momento de glória de Neymar e companhia.

River Plate: abismo sem fim

Festa do Belgrano após gol

Que o futebol prega peças com certa frequência não é novidade para ninguém. Mas, esquecido às vezes pelos fãs é que sequer os gigantes do esporte escapam das vicissitudes reservadas pelo mundo da bola. Que o diga o River Plate.

 Como explicado anteriormente, o River iniciou ontem sua tenebrosa jornada pelo vale da morte da “promoción” no campeonato argentino, o derradeiro fio de esperança do clube para permanecer na série A nos torneios Clausura e Apertura. E iniciou do pior modo possível. Derrota no jogo de ida por 2 a 0 para o Belgrano em Córdoba com gols de César Mansanelli, de pênalti após toque de mão de Adalberto Román, aos 25 minutos do 1º tempo e César Pereyra aos 4 minutos da 2ª etapa.

Torcida do River interrompe jogo após 2º gol do Belgrano

Em noite com ares de série B, era visível a incredulidade de jogadores, dirigentes e torcedores. Pânico coletivo em Córdoba. Pênalti infantil de Román, quinto cartão amarelo para Matías Almeyda que o tira do jogo de volta, torcida invadindo o campo após o segundo gol para pedir raça, ausência do presidente Daniel Passarella, além de jogadores deixando Córdoba e chegando a Buenos Aires sob proteção policial. Agora teme-se reação violenta da torcida. Cogita-se a realização da partida de volta no Monumental de Nuñez a portas fechadas. Inferno astral sem fim para os “milionários”.

 A partida de volta está marcada para o próximo domingo em Buenos Aires. O time necessitará de dois gols para manter-se na divisão principal. Certo é que o desespero bateu sobre toda uma nação chamada River Plate. Confira como foi.

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As semifinais da Copa Ouro

E deu a lógica. Estados Unidos e México disputarão a final da Copa Ouro da CONCACAF. A dupla finalista derrotou Panamá e Honduras respectivamente ontem em território americano.

 Os donos da casa jogaram em Houston para 70 mil pessoas que viram a revanche da fase de grupos da competição quando os panamenhos impuseram um placar de 2 a 1 sobre os americanos. Mais concentrada, a equipe do técnico Bob Bradley tomou a iniciativa na maior parte do tempo, mas não teve facilidades. O gol da classificação sairia somente aos 33 minutos da etapa final com Clint Dempsey após boa jogada do ataque americano. Veja como foi.

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Já os favoritos mexicanos precisaram da prorrogação para abrir o placar e conseguir a classificação ao bater Honduras por 2 a 0 também em Houston. Jesus De Nigris aos 3 minutos e Chicharito Hernández fizeram o serviço. Confira.

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These days

Do bonde para o bando.

Estivemos ausentes por estes dias, tanto eu quanto o camarada Felipe Phil, que divide este espaço comigo, não só por causa de falta de tempo, mas também porque o Corinthians começou o Brasileirão um tanto apagado ou ofuscado por outros acontecimentos no mundo do esporte, e também por ainda estar em fase de transição. Mas vamos às últimas do Timão:

Muita coisa aconteceu desde minha última coluna. Devo dizer que, embora tenha conseguido uma boa virada contra o Grêmio, acho que o time ainda vai (e precisa) mudar muito no decorrer do campeonato, especialmente com a entrada de Alex, assim que for autorizada sua estreia. Enquanto isso, falemos do extracampo:

Nas minhas recomendações da coluna, não pude inclusive mandar meu recado ao recém-chegado Émerson Sheik, que acertou com o Timão logo após a última publicação. A ele, peço que – caso queira cantar algo pra animar a turma – que comece agora a decorar o poropopó e os demais gritos da nossa Fiel. Nada de “Bonde do Mengão” e coisas do tipo, por favor. De resto, acho boa a contratação do Sheik, desde que ele consiga passar mais tempo em campo do que no Departamento Médico. Embora mais velho, considero que o jogador leva certa vantagem em relação ao seu antecessor Dentinho, em termos de talento para finalizar. Fará boa dupla com Liedson, enquanto Adriano não estréia.

Falando no Imperador, esta semana ele voltou a ser comentado, por ter sido flagrado em sua primeira balada (pelo menos a primeira a ter sido divulgada) após a lesão da qual se recupera. No dia seguinte, cumpriu sua agenda de tratamento. Seria o caso de acender o sinal amarelo no Parque São Jorge? Sim, mas se você cria uma cobra, tem que estar ciente de que pode tomar uma picada a qualquer momento. O Corinthians deve saber com quem está lidando.

Devo dizer que continuo com a mesma opinião a respeito do pouco calmo Morais. Porém, vou tentar acreditar que nosso treinador consiga algum resultado razoável colocando o diametralmente oposto Danilo ao seu lado. Um é rápido e afobado, o outro é lento e calmo, segura um pouco mais a bola. Resta esperar que acertem os passes. Temos pela frente o Coritiba, um time em excelente fase. No entanto, o Coxa, classificado para a final da Copa do Brasil (e favorito, na minha opinião), deve poupar jogadores neste confronto com o Timão, para evitar possíveis desfalques na decisão.

Enquanto isso, nosso folclórico e fanfarrão presidente Andrés Sanchez vem caprichando nas declarações e atitudes polêmicas, o que chama um pouco os holofotes, mas nada digno de atenção. Andrés diz que quer ver Ronaldo jogando pelo Corinthians no Brasileirão, uma hipótese no mínimo equivocada. Apostar num jogador aposentado, mesmo que seja bom para o marketing do clube, pode ser um tiro no pé em se tratando de um campeonato de pontos corridos.

É Torino, não Tolima.

Esta semana, o Corinthians apresentou seu novo uniforme número 3: como forma de homenagear o time do Torino, foi projetada a camisa na cor grená, com São Jorge, padroeiro do clube estampado na frente. Achei bonita a camisa, embora já tenha adversário dizendo que a homenagem na verdade é ao Tolima, nosso algoz na pré-Libertadores. Fornecer subsídio para piadas dos rivais, eis o talento de nossa diretoria, hahaha!

Por fim, a última polêmica envolve o carro pilotado por Antonio Pizzonia na Fórmula Superliga. Patrocinado pelo governo do Amazonas, o modelo foi projetado com a cor verde predominando. Heresia! Se um detalhe em verde já é considerado inaceitável, imagine o carro todo. No fim das contas, acho que as coisas se acertam, embora nem ache que seja relevante a participação do Corinthians nessa categoria. Confira o desenho divulgado do carro:

Aqui, a música que mais gostei de “Wasting Light”, disco mais recente do Foo Fighters. Fique com “These Days”, que escolhi para dar nome à coluna de hoje:

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O GIGANTE ACORDOU !

A grandeza de um clube é evidenciada sob muitos aspectos. A força da torcida, os títulos, os grandes ídolos, espaço na mídia e história são alguns requisitos que podem determinar a expressão ”time grande” quando nos referimos a alguns clubes de futebol.

Porém, talvez a maior mostra de grandeza que um clube grande pode dar é a superação de adversidades que aos olhos de torcedores, imprensa e entendedores de futebol pareciam impossíveis de serem superadas.

Agora, se existe um clube no Brasil que possui esse histórico de viradas incríveis, esse clube é o Santos Futebol Clube.

A festa maravilhosa no Pacaembu lotado pra pouco mais de 38 mil pessoas explicitou mais uma vez a força dessa camisa, coube aos jogadores dividirem o papel de protagonistas com os torcedores e confirmarem a sofrida e vitoriosa reação santista na Libertadores.

Em relação a partida em si, o Santos foi fulminante e precisou de apenas 13 minutos para praticamente decidir o jogo com 2 gols, um de Neymar e outro de Jonathan. Apesar do ”susto” no 2° tempom depois que o Táchira diminuiu com um gol de falta de Chácon, a equipe tratou de tranquilizar os torcedores e poucos minutos depois sacramentou a vitória com um gol de Danilo, que aliás vem sendo peça fundamental no esquema de Muricy, inclusive com pinta de artilheiro, já que marcou 3 gols nas últimas 3 partidas da competição.

A Libertadores 2011 pôde ter o prazer de ver novamente o gigante alvinegro ressurgir e alcançar uma classificação que para muitos parecia distante. O fato é que estamos a 8 jogos do sonho do Tri Campeonato da América, o primeiro obstáculo é um velho conhecido: América do México.

Até lá uma pausa para convergir as forças no Paulistão 2011, que também está em fase decisiva e merece toda a atenção e empenho, já que o Santos defende o título.

Sabádo teremos parada duríssima contra a Ponte Preta e daí pra frente teremos decisão atrás de decisão. Momento excelente pra jogadores e torcedores que unidos certamente terão tudo para escrever mais um belo capítulo na história alvinegra.

PRA CIMA DELES SANTOS !

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Antes de finalizar, a nota dos ”guerreiros” santistas:

RAFAEL – Quando exigido fez duas defesas maravilhosas. — Nota: 7,0

JONATHAN – Além do golaço neutralizou o lado esquerdo do Táchira. — Nota: 7,0

DURVAL – Teve pouco trabalho e não comprometeu. — Nota: 5,5

EDU DRACENA – Fez algumas faltas desnecessárias, inclusive a que originou o gol adversário. — Nota: 5,0

LÉO – Verdadeiro guerreiro santista. — Nota: 7,0

DANILO – Principal jogador nessa reação da equipe na competição, bota mais um gol na conta. — Nota: 8,0

AROUCA – Voltou pra ficar e brilhar. — Nota: 7,0

ELANO – Nem precisou aparecer no jogo, fez o ”arroz com feijão” que ele tanto sabe fazer. — Nota: 6,0

P.H GANSO – Com a classe de sempre comandou o meio campo santista. — Nota: 7,0

NEYMAR – Decisivo como sempre, gol importante e jogada maravilhosa que decidiu a partida. — Nota: 7,5

ZÉ EDUARDO – Esforçado, porém quase comprometeu a equipe com duas ”furadas”, se recuperou e deu passe para o gol de Danilo. — Nota: 5,5

MAIKON LEITE – Mal teve tempo de jogar. — Sem nota

PARÁ – Entrou no fim. — Sem nota

MURICY RAMALHO – Colocou o Santos nos trilhos. — Nota: 7,0

Chazinho de Coca – Palmeiras 1X0 Atlético PR, em dois momentos: em campo e na delegacia.

Robert: Foto de Reginaldo Castro do LANCENET.


Em campo: Um grande Palmeiras de futebol pequeno.

A vitória do mandante Palmeiras contra o Atlético PR por 1X0 na 1ª partida válida pelas 8ª´s de final da Copa do Brasil está longe de ser um resultado ruim. Muito pelo contrário. Vencer sem levar gols é o objetivo primordial nesse tipo de disputa. O Verdão vai a Curitiba podendo empatar por qualquer placar. Derrota pelo mesmo placar leva aos pênaltis. Acima disso a vantagem passa a ser do adversário. Mas se o Palmeiras marcar um único gol, o Atlético é obrigado a fazer 3 para que possa se classificar. Uma boa para o Verdão, não?

Boa, mas poderia ter sido MUUUUUITO melhor.

O único momento em todo o jogo onde o Atlético incomodou a defesa verde foi na seqüência interminável de escanteios cobrados por Paulo Baier, todos vencidos por Marcos e seus guardiões. Fora isso, uma cabeçada já na 2ª etapa, defendida pelo Santo.

Pensa então o amigo desavisado que foi um jogo de ataque verde contra defesa rubro-negra. Engana-se.

Vontade não faltou ao Palmeiras. O que já é um ganho, levando em consideração a falta de vibração que acompanhou o time ao longo de todo o Paulistão.

Melhor organizado em campo, de fato, foi o Palmeiras quem impediu o Atlético de jogar. Mas acabou não sendo suficientemente capaz para proporcionar a si mesmo a oportunidade de fazer um bom jogo ofensivo.

De jogada bem trabalhada no ataque, só o lance do gol. Baita troca de passes entre Edinho, que de calcanhar deixou Robert em boa condição para marcar um bonito gol. Isso aos 14 minutos do 1º tempo.

Prenuncio de baile, que não veio.

Diego Souza escalado como segundo atacante, mais uma vez ficou só na intenção. Sem Cleiton Xavier, Lincoln foi o responsável pela armação. Começou bem, mas após o gol de Robert o Atlético foi pra cima e deixou espaços para o contra-ataque que Lincoln até alimentou, mas que só com Robert ligado e não sendo o homem certo para imprimir velocidade, acabou tendo limadas suas investidas.

Figueroa teve boa participação. Escalado no meio, acabou sendo mesmo um ala pela direita, tendo sempre Marcio Araujo cobrindo suas subidas ao ataque. Funcionou bem esse sistema de Antônio Carlos. O problema foi o ataque.

Tonhão demorou a mexer no time. Everthon, por exemplo, poderia ter entrado já no 1º tempo. Com sua velocidade o aproveitamento dos contra-ataques poderia ter sido mais eficaz. Mas entrou já no final e pouco produziu.

E Robert?

Ah, o Robert. Aquele mesmo que “não serve para jogar no Palmeiras”, chegou ontem ao seu 14º gol no ano. Bela marca, não?

É um cara que não foge do jogo, não se esconde. Se não é um primor de técnica, pelo menos faz a sua função, que é marcar gol. Importantes gols contra Santos, São Paulo, Paysandu, ontem. Sobre ele escrevi uma defesa e um pedido de desculpas há algumas semanas, confira:
http://ferozesfc.blogspot.com/2010/04/chazinho-de-coca-robert-o-homem-gol.html

No final das contas o resultado foi bom, mas não foi. O time jogou bem, mas não jogou. Deu para animar um pouco, mas não deu. O que quer dizer que o resultado poderia ter sido melhor do que foi. Que o time tem como e deve jogar mais do que jogou. E que apesar do entusiasmo da torcida, todos esperam mais desse time.

Sacou?

Veja o que rolou na partida:

Nota rápida: Fred esteve ontem no Palestra Italia acompanhando a partida. Perguntado sobre a razão de sua presença, disse que era para encontrar o “amigo Lincoln”. Será?
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Palmeiras 1X0 Atlético PR.

Na delegacia: Lamentável capítulo de racismo termina na delegacia.
D
anilo é um baita zagueiro. Eu acho, sempre achei. Técnico, não é de dar bicão pro mato. Sobe ao ataque como poucos da sua função e cabeceia bem.

Só que perto do maior zagueiro da história do Palmeiras e dos maiores de todos os tempos, ele fica pequeno. Ou alguém ousaria comparar Danilo a Luis Pereira? Qualquer zagueiro atuando hoje a Luiz Pereira? Não rola, certo? Certo.

Alguém avisa o Danilo que Luis Pereira é negro e que vestiu por longos e vitoriosos anos a mesma camisa que ele veste hoje? Muito grato.

Manuel deu cabeçada em Danilo? Deu. Tivesse visto o lance e o juiz deveria ter advertido o cara.

Manuel pisou em Danilo, caído no gramado após receber falta? Pisou. Tivesse visto e o juiz deveria ter expulsado Manuel.

Por que Manuel deu cabeçada em Danilo?

Diz ele que foi depois de ter sido chamado de “macaco” pelo zagueiro.

Ahhhhhhhhh, então houve uma motivação que extrapola qualquer análise dentro de preceitos do futebol.

“Dentro do campo de futebol pode tudo”, costumam dizer. Até a página 2 né, filhão?

Qual é o limite para um xingamento “aceitável” dentro de campo? Sei lá, mas parece haver um código de ética entre a boleirada.

Chamar de Filho da P*** pode. De safado, também. Dizer que a irmã do sujeito é uma belezinha pode? O Zidane não gosta, mas a maioria deixa passar. E chamar de corno, pode? Ih rapaz, Que loucura! Pode, Arnaldo?

Atos racistas não podem. Independe de código de ética sem pé nem cabeça da boleirada. Há muitos contextos a serem inseridos numa “simples” e infeliz ação como essa. Danilo é pessoa pública, ostenta uma camisa que o faz direcionar seus atos a pelo menos 15 milhões de pessoas, dentre as quais existem muitos com tendências racistas e que podem se espelhar no ídolo. Outras tantas que acabam entendendo o ato racista como também direcionado a elas.

E cuspir, pode? Creio que em qualquer pessoa de sangue meramente morno a atitude a uma cusparada recebida não seria das mais pacíficas.

Milton “Cabeça” Neves define bem as cusparadas nos campos de futebol:

“Cusparada na cara é a fratura exposta da alma”

Sei lá se é dele a frase. Mas escutei vindo dele.

Danilo errou feio. Um pedido de desculpas é o mínimo que se espera. Em público, diante das câmeras, com o arrependimento estampado na face. Um pedido de desculpas que deve também ser direcionado ao torcedor palmeirense e ao elenco do time, que certamente ficará sem o seu melhor zagueiro por algumas partidas.

Só lamentos para o Danilo.

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Vou me despedindo da nobre ferocidade que acompanha essa patacoada toda, mas não sem antes indicar o petardo sonoro que me acompanha na feitura desse post. Aproveitando a 3ª passagem dos britânicos pelo país e 3ª vez que irei vê-los de perto: Placebo – Ashtray Heart

Cheers,

Chazinho de Coca – Gol de 100 mil reais deixa Palmeiras na rota do penta.

O zagueiro Danilo chegou ao Palmeiras com muita desconfiança por parte da torcida e da imprensa. Encostado no Atlético PR, veio com a missão de dar jeito no setor defensivo palmeirense, que até então era o grande problema da equipe. Ao lado de Mauricio Ramos, outro que chegou sob olhar desconfiado de todos, Danilo não só deu um basta nos problemas defensivos da equipe, como tornou-se imprescindível ao time.


Ontem contra o seu ex clube, Danilo era carta fora do baralho, já que uma multa contratual o impedia de jogar contra o Atlético PR. A não ser que a diretoria alviverde pagasse multa de 100 mil reais.


Esse tipo de veto acontecia muito até os anos 80, mas praticamente deixou de existir na década de 90 e voltou com força mais recentemente.


Devido ao alto valor e, na maoria das vezes, o custo não valer tão a pena, as diretorias preferem não abrir os cofres e os jogadores presos a essas clausulas deixam de atuar contra seus ex-clubes.


Muricy que já não conta com Pierre e ontem não tinha Wendell, Armero e Cleiton Xavier, não vacilou em pedir a diretoria alviverde que pagasse por Danilo. Pedido aceito, pagamento feito, jogador em campo, vitória conquistada.


Com 3 volantes, já que Jumar atuou no lugar de Cleiton Xavier, o Palmeiras teve muitas dificuldades para criar as jogadas. Sobrecarregado, Diego Souza não brilhou como de costume e mais uma vez o time atuou recuado demais.


Por outro lado, as laterais foram bastante acionadas com Marcão, que fora deslocado para a lateral esquerda e Figueroa, que fez sua 1ª partida como titular. O chileno foi mais uma vez muito bem no setor e foi o destaque, ao lado de São Marcos e dele, Danilo.


O 1º tempo caminhava para um final em 0X0 ruim para os alviverdes, mas Danilo fez lançamento preciso para Figueroa, que dominou dentro da área e fuzilou Galatto.


Vindo de 3 derrotas e namorando a zona do abacaxi, o Atlético voltou do intervalo com postura muito ofensiva e o Palmeiras, mais uma vez, marcando muito próximo de sua área. E aos 17 minutos, Chico desviou de cabeça a cobança de escaneio, a bola ainda tocou em Danilo e entrou.


Certamente não era o desfecho que Danilo queria para um capitulo no qual ele fora designado para ser protagonista. Tanto que aos 24 minutos, Figueroa retribuiu a jogada do 1º gol e cobrou escanteio no 1º pau, Danilo antecipando-se a marcação, desviou e marcou o gol da vitória. O 2º gol dele com a camisa do Palmeiras.


Mas Danilo ainda teria o seu ato final para gravar de vez o seu nome em mais esse capítulo da história alviverde. Na base do desespero os curitibanos foram pra cima e aos 37 minutos, Paulo Baier bateu para o gol livre, com Marcos já vencido e quando ele se preparava para comemorar o empate, eis que surge Danilo, em cima da linha e dá de vez a vitória ao Palmeiras.


Foi uma vitória de superação do jogador que era visto com desconfiança por todos. Uma vitória que certifica os esforços de uma diretoria e comissão técnica que abriu mão de lucros imediatos para buscar lucros históricos, com a possibilidade real da conquista de título.


São 6 pontos de vantagem e a responsabilidade toda jogada nas costas dos adversários diretos na briga pelo título.


Coluna escrita no embalo de som nenhum, já que após noitada regada a muito whisky, música não é exatamente algo que apateça meus ouvidos neste exato momento.


Cheers