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EURO: A ESTRADA ATÉ AS SEMIFINAIS

Definidas as semifinais da Eurocopa, as expectativas do Velho Continente voltam-se para os confrontos vindouros entre Espanha e Portugal, fazendo o clássico ibérico, e Alemanha e Itália, nada menos que sete títulos mundiais reunidos em uma única partida.

 

Cristiano Ronaldo desperta no Euro

E foi assim que as quatro seleções chegaram até a fase aguda do torneio europeu de nações.

 

República Tcheca 0X1 Portugal

Varsóvia, Polônia

Cristiano Ronaldo despertou de vez para o torneio europeu e isso é problema sério para os adversários.

O artilheiro da Ilha da Madeira conduziu sua seleção às semifinais fazendo o gol decisivo da partida, despachando os tchecos do goleiro do Chelsea Petr Cech.

O jogo começou com ambas as equipes relutantes em se arriscar no ataque, tanto que a melhor chance do 1º tempo ficou reservada somente para os acréscimos quando Cristiano Ronaldo acertou a trave tcheca.

Já na 2ª etapa, Portugal retornou com mais agressividade e se lançou ao ataque.

A equipe de Paulo Bento criaria diversas oportunidades, encurralando a equipe tcheca no seu campo, limitando-os a jogar defensivamente. Petr Cech teria trabalho.

O gol era questão de tempo, ainda que ele passasse rapidamente e a prorrogação já despontava como possível.

Até que a 11 minutos do final João Moutinho executa cruzamento e Cristiano Ronaldo cabeceia no chão com a bola entrando no alto do gol tcheco após quique no gramado. Portugal na frente para não mais perder a classificação. Vitória justa.

 

Alemanha 4×2 Grécia

Gdansk, Polônia

Mais uma vez, a Alemanha mostra força de favorita e elimina a Grécia em confronto repleto de ingredientes políticos e econômicos dentro do cenário de crise pelo qual passa a chamada Eurozona, ou os países da União Europeia que adotaram o Euro como moeda corrente.

 

Marco Reus

A Grécia, que começara mal a competição, chegava às quartas-de-final com moral renovada, mas não suficiente para deixar de ser considerada um azarão perante a fortíssima Alemanha.

Some-se a isso a grave crise econômica que assola a Grécia sobretudo.

Refém da política monetária do Banco Central Europeu, praticamente controlado pelos alemães, os gregos vivem cenário de humilhação, desemprego e estagnação, ampliando a dependência do país helênico da poderosa Alemanha, que capitaliza com a economia europeia atrelada à moeda única.

Economia à parte, os alemães foram a campo dispostos a resolver a disputa o mais rapidamente possível.

Os comandados de Joachim Löw iniciaram executando belo jogo com Andre Schurrle marcando, mas tendo seu gol anulado por impedimento.

Os gregos não tinham criatividade sequer eficiência ofensiva. A única chance viria com chute de Grigoris Makos defendido por Manuel Neuer.

De resto, somente a Alemanha atacou. Marco Reus ameaçava o gol grego a todo instante.

O gol inaugural viria com belo chute de longa distância de Philipp Lahm aos 39 minutos.

Quando esperava-se a confirmação da vitória alemã no 2º tempo, os gregos surpreenderiam aos 10 minutos com gol de Georgios Samaras.

Alegria grega que durou exatos seis minutos quando Jerome Boateng consegue efetuar bom cruzamento e Sami Khedira conclui com belo chute. Alemanha na frente.

Daí em diante foi o favoritismo alemão prevalecendo em campo.

Aos 68 minutos, Miroslav Klose ampliaria e em mais quatro minutos seria a vez de Marco Reus ter seu esforço recompensado com o quarto gol alemão.

Os gregos ainda teriam oportunidade de diminuir, justificando o espírito de luta, em cobrança de penalidade com Dimitris Salpingidis. Era o segundo gol da Grécia que tinha despedida honrosa do Euro.

Alemanha na semifinal.

 

Espanha 2×0 França

Donets’k, Ucrânia

Eis a partida das quartas-de-final mais aguardada.

Não era para menos, afinal os campeões europeus e do mundo recebiam a renascida França de Laurent Blanc.

 

Xabi Alonso

Na Roja, Vicente Del Bosque escalava Cesc Fábregas no ataque e detrimento de Fernando Torres.

Laurent Blanc vinha com preocupações defensivas e começaria a partida com Mathieu Debuchy atrás e próximo a Anthony Reveillere. Samir Nasri era banco, algo que teria causado certo mal estar entre o atacante e o treinador.

A verdade é que a França pouco ameaçaria os espanhóis, senhores do jogo, que tiveram, para variar, maior posse de bola, mas que criava poucas chances claras de gol.

Aos 19 minutos de jogo, Andrés Iniesta lança Jordi Alba que trabalha a bola no flanco onde Laurent Blanc havia dado mais atenção defensiva e cruza para Xabi Alonso concluir de cabeça. Espanha na frente.

Na 2ª etapa viu-se uma França mais combativa e marcando saída de bola adversária.

Na melhor jogada francesa, em jogada pela esquerda, Debuchy cabeceou com perigo.

Blanc ainda tentaria forçar o jogo com Jeremy Menez e Samir Nasri, sem sucesso.

No final, a Espanha definiria o placar através de penalidade cobrada por Xabi Alonso.

A França de Laurent Blanc progrediu, mas ainda não o suficiente para fazer frente aos espanhóis campeões do mundo.

 

Inglaterra 0 (2) x (4) 0 Itália

 

A Itália classificou-se com justiça, mas, como sempre, sofreu. Melodrama italiano à prova de chantagem emocional de qualquer mamma de plantão.

Andrea Pirlo contra Joe Hart

Cesare Prandelli iniciou a partida com Leonardo Bonucci no lugar de Giorgio Chiellini lesionado e promoveu o retorno de Mario Balotelli como titular para enfrentar seus conhecidos colegas ingleses de Premier League.

Os primeiros minutos foram frenéticos com Daniele de Rossi acertando belo chute na trave e troco inglês com arremate dentro da área de Glen Johnson para incrível defesa de Gianluigi Buffon.

E os 15 primeiros minutos de jogo foram os melhores que a Inglaterra conseguiria produzir em todo o jogo. De resto, para os ingleses, os destaques restringir-se-iam a atuações defensivas, principalmente John Terry, gigante na zaga.

Na Itália, Andrea Pirlo era o grande maestro. Verdadeira aula de futebol do meia da Juventus.

Na 2ª etapa, a posse de bola continuou italiana.

De Rossi novamente tentaria de voleio com a bola passando perto do gol de Joe Hart.

O goleiro Citizen teria mais trabalho com chute de Alessandro Diamanti.

Após 90 minutos sem gols, o jogo partiu para a prorrogação e a Itália manteve a iniciativa do jogo.

Balotelli tentaria novamente, mas seu companheiro de Manchester City, Joe Hart, interveio.

No final, Antonio Nocerino teria gol corretamente anulado em posição fora de jogo, após jogada de Diamanti.

E lá foram ingleses e italianos para as cobranças de tiro livre direto.

Pela Itália, Riccardo Montolivo chutaria para fora.

Já na Inglaterra, os Ashleys, Cole e Young, desperdiçaram seus tiros, selando o destino inglês na competição.

Classificação italiana justa, porém sofrida novamente. Pior, agora os italianos estarão mais desgastados para enfrentar a favorita e descansada Alemanha, ainda que o retrospecto italiano seja positivo no clássico.

EURO – GRUPO C: CLÁSSICO LATINO ELETRIZANTE. CROÁCIA LÍDER.

ESPANHA 1×1 ITÁLIA

Gdansk, Polônia

Em grande partida inaugural do grupo B da Eurocopa, Espanha e Itália, os dois últimos campeões do mundo, empataram em 1×1 na PGE Arena de Gdansk, Polônia, em partida digna da tradição de ambos os países no mundo da bola.

 

Espanhóis e italianos disputaram com vontade partida inaugural do grupo C

O favoritismo era espanhol, afinal o time de Vicente Del Bosque, além de atual campeão do mundo é o atual campeão do Euro e tem como base estrutural o poderoso time do Barcelona.

Já na combalida Itália, em plena crise técnica e sob fogo cruzado proveniente dos escândalos de manipulação de resultados e apostas envolvendo jogadores, treinadores e dirigentes de futebol, o Calcioscomesse, o técnico Cesare Prandelli havia decidido por sistema de jogo cauteloso com três zagueiros para tentar parar a eficiência dos passes da Roja.

Surpreendentemente, os italianos tiveram desempenho ligeiramente superior aos adversários espanhóis no 1º tempo.

Com defesa instransponível, os italianos detiveram a tentativa dos espanhóis de envolver o adversário com grande trabalho de Daniele De Rossi no auxílio a Giorgio Chiellini, Leonardo Bonucci e Christian Maggio.

No ataque italiano, Antonio Cassano dava as cartas e Mario Balotelli, apesar da presença de área, fez faltas e se irritou em lances que comprometeram sua continuação na partida, já que foi advertido com cartão amarelo.

Outro grande duelo ficou reservado para os goleiros, Iker Casillas, que trabalharia um pouco mais nos primeiros 45 minutos, e Gianluigi Buffon.

Casillas faria algumas defesas importantes, com destaque para o cabeceio de Thiago Motta.

Final de 1º tempo com sensação de surpresa pelo bom futebol apresentado pelos italianos contra os campeões europeus e mundiais.

Já na 2ª etapa os espanhóis lembraram-se dos títulos que sustentam e impuseram-se sobre a Azzurra.

Surgia, em grande parte, o futebol de toques rápidos do Barça com auxílio de jogadores de peso como David Silva e Xabi Alonso. A Roja lembrou-se de finalizar mais.

Xavi começava a testar a reputação de Buffon.

A Itália só conseguiu levar perigo graças a falha de Sergio Ramos que perderia bola para Balotelli na ponta direita do ataque italiano. O siciliano teve verdadeiro corredor em direção ao gol para fazer, mas demorou demais para definir, permitindo a Sergio Ramos recuperar-se e roubar a bola de volta para a Espanha.

Seria a última participação do temperamental jogador do Manchester City, substituído preventivamente por Prandelli, antes que levasse cartão vermelho e comprometesse o jogo para seu time.

Quando os espanhóis já dominavam claramente a partida, Andrea Pirlo faz bela jogada e lança o atacante substituto Antonio Di Natale para concluir. Itália na frente.

Alegria azzurra que duraria apenas três minutos.

Se um lado tinha Pirlo na assistência, o outro tinha David Silva. O também citizen serviu Cesc Fábregas que concluiu.

Empate justo em Gdansk.

No restante do jogo, os espanhóis dominaram as ações.

Em nova oportunidade, o recém promovido ao jogo, Fernando Torres, teve oportunidade ao livrar-se de linha de impedimento italiana e tentar concluir, forçando Buffon a sair do gol e ganhar disputa com os pés.

No final, empate com sabor de alívio para a Itália e frustração para a Espanha, flagrantemente melhor em todo o 2º tempo.

 

IRLANDA 1×3 CROÁCIA

Poznan, Polônia

Em jogo equilibrado, a Croácia obtém importante vitória sobre a Irlanda que lhe dá a liderança parcial do grupo C.

 

Mario Mandzukic comemora e Giovanni Trapattoni reclama

Gols croatas em momentos pontuais e decisivos, além de defesa claudicante do time de Giovanni Trapattoni foram cruciais para a definição do resultado que colocam pressão sobre os favoritos espanhóis e italianos.

Se Trapattoni havia algum plano de jogo especial para enfrentar os croatas, tudo foi por água abaixo logo aos 3 minutos de jogo quando o atacante Mario Mandzukic abriu o placar em Poznan.

Os irlandeses até que reagiram bem ao empatar a partida aos 19 minutos com gol de Sean St. Ledger.

E “a sorte do irlandês” estava reinstaurada.

De fato, tudo caminhava bem até o final do 1º tempo. Mas, em sobra de bola, Nikica Jelavic, desmarcado, marca o segundo da Croácia.

Mais um gol sofrido pela Irlanda em momento chave da partida. Lá iam os irlandeses para começar do nada na 2ª etapa.

O problema é que, dessa vez, a sorte irlandesa não daria as caras na Polônia.

As oportunidades aconteceriam, porém, mal recomeçando o trabalho de reconstrução do time verde, veio o golpe de misericórdia dos croatas. E mais uma vez com Mandzukic após serviço de Ivan Perisic. Croácia 3×1 e água mais que gelada na cabeça dos irlandeses.

A torcida irlandesa reclamaria ainda de penalidade não anotada em cima de Gordon Schildenfeld.

Do outro lado, os croatas começaram a fazer o tempo passar de forma inteligente.

Vitória croata e liderança do grupo C.