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O SEGUNDO MELHOR TIME DO MUNDO

Orgulho. Essa foi a palavra mais citada por jogadores e torcedores do Real Madrid após o empate por 2×2 com o Barcelona no Estádio Camp Nou nesta quarta-feira em partida de volta válida pelas quartas-de-final da Copa do Rei espanhola e que classificou os catalães.

José Mourinho pândego: no estacionamento do Camp Nou, encostado no carro do árbitro, esperando-o para soltar verbo

E não foi à toa tamanho orgulho. Seguramente foi a melhor exibição do Madrid contra o arquirrival na era Jose´Mourinho.

Exibição providencial, pois, mais do que nunca, o técnico português era questionado em Madri após a derrota por 2×1 na partida de ida.

O 1º tempo merengue foi exuberante, com a equipe sempre marcando sob pressão a saída de bola do Barça.

Cristiano Ronaldo, Gonzalo Higuaín e Mesut Özil construíram suas chances com algumas boas defesas de José Pinto Colorado (que substituía Victor Váldez, relegado ao banco).

O Madrid não marcou, o Barça tratou de fazê-lo. Em grande jogada de Lionel Messi, Pedro abriu o placar aos 43 minutos. Placar que foi ampliado por Daniel Alves em chute diagonal no ângulo, perfeito, sem chances para Iker Casillas. Castigo enorme para o Real Madrid, cujos jogadores saíram inconsolados de campo para o intervalo.

A valentia madridista ficou evidente na 2ª etapa. Com o placar agregrado já em 4×1, os comandados de Mourinho foram à luta. A marcação sob pressão na saída de bola continuava, o Barcelona tentava levar o jogo de forma burocrática até seu final. Os anfitriões sentiam a ausência de Andrés Iniesta, substituído por contusão.

Aos 53 minutos de jogo, Sergio Ramos marca gol legal de cabeça, mal anulado pelo árbitro Fernando Teixeira Vitienes. Revolta geral dos jogadores do Madrid.

Ainda assim, os “blancos” não desistiram.

Em jogada de Özil, Cristiano Ronaldo invadiu a área, driblou Colorado e fez o primeiro gol merengue.

4 minutos mais tarde, roubada de bola sobre Gerard Pique, Karim Benzema aplica lençol sobre Carles Puyol e fuzila para o gol. Era o empate do Madrid.

No final, a partida ficou mais truncada, com faltas e com Pepe, tentando se fazer de vítima, valorizando as cargas que sofria.

Quando Teixeira Vitienes encerrou a peleja, alguns madridistas dirigiram-se a ele. Tarde demais. Classificação justa do Barcelona, mas graças ao desempenho de Madri.

Já o Real Madrid mostrou ser possível derrotar o Barça melhor do mundo. Claro, não será prerrogativa destinada a todos os adversários, mas somente a uns poucos. Poucos como o Real Madrid, um senhor time, mas que teve a infelicidade de ser contemporâneo deste Barcelona que está escrevendo a história do futebol.

Este Madrid de Mourinho é, quase certamente, o segundo melhor time do mundo. Suspeita que poderá ser validada na fase eliminatória vindoura da UEFA Champions League.

 

VELOZES

  • Foi quase um discurso ensaiado pelos jogadores do Real Madrid nas entrevistas pós-jogo, e não era para menos, estavam todos orgulhosos do desempenho no Camp Nou. Tudo isso após semana conturbada com especulações de possível saída de Mourinho da direção técnica do clube merengue.
  • Perguntar não ofende: e se o Real Madrid vencer a Champions, além da Liga Espanhola, que vai bem obrigado? Mourinho será contestado e demitido? E mais, e se ele vencer e não quiser ficar? Bons empregos seguramente não lhe faltarão.
  • O gol anulado de Sergio Ramos, bem como sua expulsão posterior renderam após a partida. Iker Casillas confirmou à imprensa local que disse ao árbitro Vitienes na entrada dos vestiários: “Vá fazer festa com eles!”
  • E Sergio Ramos, protagonista da trama, jogou no Twitter: “Estou feliz que o clube apele pelo meu segundo cartão amarelo porque, apesar de alguns não pararem de rolar, nem o toquei.” Ramos havia sido expulso por segundo amarelo após falta sobre Sergio Busquets e alegou simulação do jogador.
  • Lesões no Barça: Andrés Iniesta sofreu ruptura do bíceps femural e Alexis Sánchez sofreu entorse de clavícula.
  • E Mourinho fez das suas também no pós-jogo. Após parabenizar o Barça pela classificação e afirmar que a vitória foi justa pelo que os “blaugranas” fizeram no jogo de ida, o português, segundo o periódico de Barcelona “Mundo Deportivo”, foi ao estacionamento do Estádio Camp Nou, teria aguardado o árbitro Vitienes e dito a ele: “Vai artista, como você gosta de f@#$% os profissionais!”
  • Festa na pequena cidade de Miranda de Ebro. O time local, o Mirandés, também classificou-se ao derrotar no placar agregado (pelo critério de gols fora de casa) o Espanyol por 2×1 em casa. Antes, o Espanyol vencera por 3×2 em virada incrível.
  • O Athletic Bilbao fez 1×0 no Mallorca e foi o outro classificado.
  • Agora falta a decisão entre Valencia e Levante. Tudo a favor do Valencia após vitória por 4×1 na partida de ida.
  • Na bota, a Copa Itália teve prosseguimento com a Juventus despachando a Roma por 3×0 no Juventus Stadium de Turim. O destaque ficou para a atuação de gala de Alessandro Del Piero, veterano ídolo juventino.
  • Já o Chievo Verona recebeu o Siena e se deu mal. Vitória por 1×0 dos visitantes.
  • Em outro clássico italiano, o Napoli recebeu a embalada Internazionale. Se tudo vai bem na Série A com as 7 vitórias em sequência, os “nerazzurri“ sentiram porque o time de Walter Mazzarri é a sensação italiana da temporada. Vitória napolitana por 2×0 com gols de Edinson Cavani.
  • Na Carling Cup inglesa o Manchester City enfrentou o Liverpool. Empate de 2×2 em jogo polêmico, já que o árbitro marcou pênalti de Micah Richards em toque de mão. Foi um daqueles lances difíceis e interpretativos que dividem as opiniões. Fato é que um dos gols do Liverpool (convertido por Steven Gerrard) veio deste lance. Com isso, o Liverpool avançou no placar agregado (3×2). Polêmica lançada.
  • Na outra decisão, mais emoção. O Cardiff City recebeu o Crystal Palace. Fez 1×0, igualou o agregado (1×1) e foi necessária a decisão por penalidades. Vitória dos galeses por 3×1 para delírio da torcida local.
  • Com isso, final da Carling Cup definida: Cardiff City x Liverpool em Wembley.

 

Encerrando o giro internacional, nada como encerrar com aqueles que, para muitos, são considerados os “inventores” do rock alternativo. Anunciaram o fim das atividades, mas todos sabem que, por uma grana extra para garantir a aposentadoria, eles podem se reunir para um novo tour mundial. Claro, é o REM, com “All the Best” do álbum de sugestivo nome “Collapse into now” de 2011. Confira.

http://www.youtube.com/watch?v=ayb1uoeYrgo

OS “ALTOS E BAIXOS” DO BARÇA NA LIGA

David Villa lutando com Alejandro Arribas na vitória do Barça sobre o Rayo Vallecano

Causou espécie a 14ª rodada do campeonato espanhol no último final de semana. Mais especificamente, a derrota do Barcelona para o modesto Getafe por 1×0 fora de casa. Tudo isso após grande vitória do time catalão sobre o Milan, também como visitante, pela UEFA Champions League.

Claro, para o super time do Barcelona de Josep Guardiola, o nível geral de expectativa tornou-se elevadíssimo. E não é para menos. Afinal, os títulos, o futebol total de videogame e a presença do extraordinário Lionel Messi têm encantado o mundo da bola.

Mas aí, eis que um belo dia surge a derrota. E derrota para um pequeno. E após grande vitória sobre um gigante.

Bem, vamos aos fatos para tentar justificar o acontecimento.

Messi contra Diego Castro em Getafe

É óbvio que derrota, ainda que pelo placar mínimo, significa que a apresentação de determinada equipe não tenha sido das melhores. De fato, o volume de jogo do Barça não está na lista dos dez mais inspiradores do time.

Ainda assim, Messi e companhia tiveram suas oportunidades para sair de Getafe com vitória.

Guardiola jogou no 4-3-3, com o retorno de Gerard Piqué e Daniel Alves na zaga ao lado de Maxwell e Eric Abidal. No meio, Thiago Alcântara tentaria repetir a boa atuação contra o Milan, tendo Sérgio Busquets e Xavi por perto. E no ataque, Messi tinha a companhia de David Villa e Alexis Sánchez.

E foram umas duas oportunidades perdidas pelo craque argentino no 1º tempo: cobrança de falta para fora e chute com a intervenção salvadora do goleiro anfitrião Miguel Moyá.

Na etapa final, Messi mais vez. Agora com a conversão a gol efetuada e posição de impedimento duvidosa confirmada pela arbitragem.

O gol dos locais veio aos 22 minutos, com cabeceio de Juan Varela após escanteio.

No final, nova peripécia de Messi, que acertou a trave do gol do Getafe.

Só que ficou nisso, vitória do time da casa.

O que não deu certo no futebol do Barça?

Bom, excetuando bolas na trave, intervenções providenciais do goleiro adversário e possíveis erros de arbitragem, houve um perigoso resquício de “Messidependência” em Getafe.

Thiago Alcântara não esteve à altura de Andrés Iniesta como ocorrera em Milão, Alexis Sánchez também não correspondeu às expectativas, fora que os zagueiros catalães nunca foram excepcionais. É notório que o grande trunfo defensivo do time de Guardiola é a altíssima porcentagem de posse de bola em média por jogo. Sem bola nos pés do adversário para jogar, sem ataque para fazer jogador de retaguarda suar. Simples assim.

Evidentemente, recorrendo ao chavão “mais difícil que chegar ao topo é manter-se por lá”, não dá para exigir aquele nível de motivação que se observa em confrontos contra Milan ou Real Madrid.

Mas se a pernada até Getafe não foi das mais agradáveis, eis que três dias depois o Barcelona teria a chance de apagar a má impressão. E no seu Camp Nou, contra o também humilde Rayo Vallecano, em partida adiantada pela 17ª rodada.

Sim caro leitor, o “intocável” calendário europeu foi ligeiramente modificado, não pela primeira vez obviamente, para que os campeões europeus possam viajar ao Japão e tentar confirmar, de forma oficial, a alcunha de melhor time do mundo no mundial de clubes da FIFA.

E, já no jogo desta última terça-feira, Guardiola variou o esquema tático da equipe. Aliás, o treinador tem adotado o 3-4-3 em algumas oportunidades.

O que a volta de uma peça-chave não pode permitir ao seu técnico? Pois é, lá estava no meio Andrés Iniesta formando o cérebro do time com Xavi, tendo Javier Mascherano e Seydou Keita na marcação, além de Villa, Sánchez novamente e Messi para azucrinar o adversário.

Sem esforço, o Barça fez 4×0 no Rayo Vallecano, desta vez com grande atuação do chileno que marcou dois gols. Villa e Messi concluíram o placar.

Com a vitória, o Barcelona, com um jogo a mais, aproximou-se do líder Real Madrid na classificação com 31 pontos.

CR e seu novo visual contra os marcadores do Atletico Madrid

Real Madrid que teve seu rival local pela frente no derby da cidade.

E bem que o primo pobre tentou engrossar para os anfitriões no Estádio Santiago Bernabéu.

Adrián abriu o placar para o Atlético Madrid aos 15 minutos de jogo.

Tudo ilusão que se diluiu nos gols de Cristiano Ronaldo (que marcaria duas vezes), Ángel di Maria e Gonzalo Higuaín. Vitória do Real por 4×1 no fim das contas e liderança com 34 pontos.

Agora é a dúvida que fica: o futebol dos campeões da Champions caiu em comparação à última temporada?

Uma coisa é certa, manter os níveis de motivação e concentração em qualquer atividade humana nunca foi fácil. Pode haver uma pitada desse ingrediente na atual conjuntura. Pode não haver absolutamente nada.

De qualquer maneira, há uma sensação geral de que a diferença técnica entre Barcelona e Real Madrid tenha diminuído em comparação à temporada passada.

Não há dúvida que José Mourinho, ainda que pesem todas as críticas à sua personalidade, tem obtido progressos com a equipe.

Fato é que o campeonato nacional de dois times, a Liga Espanhola, terá a prova ou a negação do sentimento que paira no ar no próximo dia 10 em Madri, quando realizar-se-á mais um superclássico entre Real Madrid e Barcelona. Partida que atrairá a atenção do mundo do futebol sem dúvida.

Quem não deixa dúvida no ar é o incansável Iggy Pop.

Em 2009, o americano lançou o álbum “Préliminaires”, uma tentativa do velho roqueiro de escapar no barulho sem sentido de guitarras que o rodeava.

Em “Préliminaires”, Iggy flertou com jazz de Louis Armstrong, bossa nova de Tom Jobim e Vinícius de Moraes e música francesa de Yves Montand e Edith Piaf, mas não abandonou o velho e bom rock’n’roll de qualidade.

E é na vertente que o consagrou que a coluna se encerra. Confira “Nice to be dead”.

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